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O Carteiro e O Poeta

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Um dos filmes mais belos a que já assisti, o Carteiro e o Poeta conta a história de Pablo Neruda, o seu exílio na Itália e a do carteiro contratado especialmente para cuidar da correspondência do poeta. Mais que isso: Conta uma história de amizade, esperança e luta. Pablo sempre foi um exilado, mesmo dentro do seu país.
E no Chile, naquele 11 de setembro de 1973 - porque será que a mídia só fala do 11 de setembro americano?, enquanto o governo de Salvador Allende era derrubado por um golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet, quase que simultaneamente a casa de Pablo Neruda, na Isla Negra, foi saqueada e seus livros, queimados.  Pablo não se encontrava em casa, mas em um hospital para o tratamento de  câncer de próstata. Desde que escutou no rádio as últimas palavras de seu amigo Salvador Allende, Neruda foi se apagando aos poucos. Finalmente morreu no dia 23 desse mês fatídico.

"Dos desertos do salitre, das minas submarinas de carvão, das alturas terríveis onde se faz o cobre e de onde é extraído com trabalhos inumanos das mãos de meu povo, surgiu um movimento libertador de magnitude grandiosa. Esse movimento levou à presidência do Chile um homem chamado Salvador Allende, para que realizasse reformas e tomasse medidas de justiça inadiáveis, para que nossas riquezas nacionais fossem resgatadas das garras estrangeiras", escreveu Pablo Neruda.

No estado de saúde delicado em que se encontrava o poeta e ex-senador do Partido Comunista chileno,   estava submetidos à tristeza pelo que havia ocorrido no país que, que de imediato, transformou-se numa Nação onde a crueldade se vivia nas ruas, com milhares de pessoas mortas. O câncer que afetava Neruda tinha se agravado depois do golpe e a partir da violência dos militares que também tinham invadido a casa que o poeta tinha em Santiago.
Preocupado, o embaixador do México no Chile reservou uma peça de sua casa para o poeta e político na Clínica Santa María. Na ambulância, sua mulher, Matilde Urrutia, o acompanhou. Atrás da ambulância um fiat branco 125 o seguia, conduzido por seu chofer, Manuel Araya.

Agora, 40 anos depois, o motorista, Manuel Araya, afirma que Pablo Neruda foi assassinado por agentes do regime militar. A afirmação foi feita numa entrevista publicada na revista mexicana Proceso, o que provocou uma polêmica inevitável.
Araya acredita que o escritor tinha recebido uma injeção letal no estômago. O ex-motorista assegura além disso que Matilde Urrutia não quis dar início a ações legais, por medo de perder seus bens.
Por volta das quatro da tarde entrou um médico na casa e lhe deu uma injeção. Fomos arrumar nossos pertences e, quando chegamos na clínica Neruda tinha como que uma mancha roxa no estômago. Entrei no banheiro para lavar o rosto, quando chegou um médico e me mandou comprar um remédio", disse o ex-motorista.

Esta hipótese não é absurda para o senso comum de muitos chilenos, pois o ex-presidente democrata cristão, Eduardo Frei, também morreu num hospital, em 1982, depois de ter recebido uma injeção letal dos agentes dos serviços de inteligência do regime militar.

De todo modo, o alvoroço das declarações do ex-motorista produziu o efeito concreto de iniciar uma investigação judicial a cargo do juiz Mario Carroza, que acolheu a representação do Partido Comunista chileno. Araya se mostrou satisfeito com a decisão da Justiça, pois disse que passou "anos batendo em portas e ninguém me escutou. Sempre pensei que morreria e esta verdade não seria revelada". 
Por sua vez, o juiz Carrroza disse que o informe que o Serviço Médico Legal do Chile a partir da análise forense dos restos de Neruda, é uma prioridade, visto que a partir deste documento serão fixadas as próximas diligências do caso, daí porque não se descarta pedir a exumação do corpo que está enterrado na sua residência em Isla Negra.

"Além da investigação que está a cargo da Brigada de direitos humanos, parece-nos necessário, e sobre isso se conversou com o Serviço Médico Legal, estabelecer os antecedentes médicos que existiam antes do câncer que ele tinha", disse Carroza. 
Assim, Araya não é o único dos chilenos que esperam tranquilamente as conclusões da investigação judicial, pois o resultado revelará se o autor de O Carteiro e o Poeta foi assassinado e, se confirmado, será realizada uma cerimônia pública de despedida que merece, por parte do povo que tanto o amou e que ainda lê suas poesias, além de admirarem seu compromisso político e social e amizade  como Salvador Allende.

Será a remição do Estado Chileno, pelas atrocidades que o regime militar daquele país cometeu.
http://www.adorocinema.com/filmes/carteiro-e-poeta/ficha-tecnica-e-premios/

1 Comentário:

Puxa vou assistir ,sua postagem esta ótima, deu para perceber que Pablo era uma pessoa incrível,mais uma vitima da Ditadura que existe no mundo...valeu...fuiiiiii

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