Exatamente há 48 anos o Brasil sofria um Golpe de Estado, dado pelos militares contra o governo o governo João Goulart, eleito e confirmado, na presidência por duas vezes: na eleição presidencial de 1960 na qual foi eleito vice de Jânio – naquela época também se votava em vice, e em 1963 quando foi confirmado por plebiscito, o retorno do presidencialismo.
Não é mentira, o golpe militar foi no dia 1° de abril. No começo, vitoriosos, os militares o chamaram de "revolução". Mas, os milicos tiveram que transferir a data para o dia 31 de março. Como não poderiam perder um dia, transferiram para um dia já passado.
Motivo? Não queriam comemorar o fiasco da derrubada constitucional no dia dos bobos. Ninguém acreditaria. Resolvida a questão da data, instalaram então, uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina, só perdendo para a da Argentina.
Agora, os remanescente tentam desesperadamente evitar o funcionamento da Comissão da Verdade, que não tem caráter de revanchismo e muito menos é um instrumento de punição a quem quer que seja. A funcionamento da Comissão siginicará o início de uma etapa importante, na construção e recuperação da memória e da história brasileira.
Mais que isto: para que nunca mais sejam violados os direitos humanos e constitucionais dos brasileiros, em nome da "segurança nacional", por aqueles que não conseguem conviver com as diferentes ideologias, e não aceitam opiniões e visões contrárias.
O que temem, já que não haverá punições? Quais interesses ainda não revelados poderão ressugir dos escombros dos porões das torturas, e dos arquivos dos jornais da época?
É sabido que a maioria dos torturadores são donos de empresas e atuam na área de segurança privada, pousando de empresários honestos, maridos amorosos e bons chefes de família.
Fica então a pergunta: quem financiou e continua financiando estes torturadores, e com qual objetivo? Não apenas nós, os brasileiros, precisam saber o porque de tanto medo e arrogância dos "golpistas de pijamas". Não é por acaso que a Comissão de Direitos Humanos da OEA – Organização dos Estados Americanos – comunicou oficialmente ao governo brasileiro, que é preciso investigar o caso do Vladimir Herzog, jornalista morto nas dependências do DOI-CODI em 25 de outubro de 1975.
Já passou da hora de pararmos de apontar o dedo para os ditadores e torturadores externos, ao mesmo tempo em que tempo que adotamos uma postura de benevolência e complacências com os domésticos.
O Brasil amadureceu e continuará perseguindo o caminho da plena democracia, e adotando as práticas da liberdade e da legalidade constitucional.
-Existiu um Golpe de Estado sim.
-Foi no dia 1º de abril de 1964!
-Democracia só se constrói com transparência. Para tanto, a verdade deve ser revelada.