E nos protestos que vem ocorrendo em todo o país, há uma direção política sim.
E essa condução é dada pela grande mídia.
Foi ela quem "capturou" a agenda e fez transitar a pauta principal dos protestos da luta pela redução das passagens à luta abstrata contra a corrupção.
E essa condução é dada pela grande mídia.
Foi ela quem "capturou" a agenda e fez transitar a pauta principal dos protestos da luta pela redução das passagens à luta abstrata contra a corrupção.
A ação política da mídia lançou nas bocas - e nos cartazes - dos manifestantes a PEC 37, cujo conteúdo quase ninguém conhecia até poucos dias.
E não há motivos para ilusões: trata-se de um processo organizado. (...) movimentos e organizações que estavam na origem dos atos já identificaram, inclusive, a criação de ‘eventos' no facebook em seus nomes por pessoas completamente estranhas à suas estruturas.
Os telejornais selecionam em suas edições cartazes e depoimentos que se referem, exclusivamente, ao tema da corrupção. Uma pesquisa realizada pela Universidade Oxford e publicada no "Scientific Reports", em 2011, analisou os mecanismos por trás das mobilizações políticas realizadas nas redes sociais.
A pesquisa observou que as pessoas recebiam uma quantidade enorme de mensagens, num curto espaço de tempo, gerando uma sensação de urgência, que as levava a aderir aos atos de forma explosiva, num movimento em cascata. É um verdadeiro boca a boca digital.
A aprovação dos atos está se contagiando rapidamente (pesquisas já indicam quase 90% de apoio) e a experiência de aprovação de um contagia outros com uma velocidade impressionante. Estima-se que a cada minuto 600 pessoas tenham sido convidadas para o ato em São Paulo na última semana.
E o problema é que a mídia é quem está compartilhando e canalizando o sentimento das pessoas. Governos e partidos não.
Vinicius Wu
Governo Digital/R