Em dezembro de 2011 fui ver uma belíssima Exposição sobre os povos Hereros, no Museu da República de Brasília (Brasília).
Ontem, mais de um ano depois, fui ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, para assistir ao filme de Sérgio Guerra sobre os mesmos povos Hereros.
Confesso que depois de visitar a Exposição à expectativa sobre o filme era grande.
Saí de lá com a mesma deliciosa e perturbadora sensação que senti quando saí da Exposição, de ter descoberto mais um pouco sobre as nossas origens. Não me decepcionei.
-As origens:
Escutei os antepassados, os mais velhos que já se foram. Nós fomos nascidos nessa área chamada Calundo Cambete e dali nos metemos em línguas diferentes; quem foi falar uma certa língua passa a pertencer a essa língua, mas todos somos Hereros, tal e qual ao Mukubal.
(SOBA MUTILI MBENDULA – MUHIMBA).
Na verdade nós todos somos família. Somos Hereros, todos. Mas fomos divididos por conta dos nossos costumes de trabalho.
(TCHIMBARI KEZUMO BINGUÊ – MUHIMBA).
-A tradição:
Nós nos dedicamos muito ao animal. É o nosso dinheiro antigo, que nós encontramos com os nossos antepassados. Não sabemos a importância do dinheiro. Nós sabemos a importância do boi. O boi é a nossa coisa valorosa.
(SOBA BAKAKA – MUHIMBA).
O Amor:
Muitas mulheres têm namorado por fora. O marido sai da aldeia, então um namorado que ela apreciou vem ter com ela. Meu marido quando sai, esse namorado vem ali e dorme. Somos igual a mosca: comemos, e depois voamos.
(MUKONDO – MULHER MUHIMBA).
-A morte:
A pessoa, quando morre dentro da aldeia, ela própria é que indica um animal, que vai fazer o travesseiro dele. A pessoa quando faleceu numa área distante, não se preocupa em tirar dele o animal, é enterrado e depois começamos já a decidir nós próprios sobre o animal.
(HINACENDA TCHIUMA – MUHIMBA)
-A vaidade:
Nos primeiros anos, nós só usávamos óleo, como podes ver no meu pescoço. E quando tem muita sujidade, tira-se um pirão e mete lá um bocado de óleo de boi. Depois de amassar, esfrega na pele e aquela sujidade começa a cair. Agora, hoje em dia, imitamos tomar banho com sabão, por causa de outras etnias com as quais nos identificamos.
(VETUULA YANDJAMBA – MULHER MUCHAVICUA)
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