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Coração é terra que ninguém vê

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Coração é terra que ninguém vê 

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri. 

Quis ser um dia, jardineira 
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei. 

Semeador da Parábola...

Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão 

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.

Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...

Cora Coralina

*****
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas ou Cora Coralina, nasceu na Cidade de Goiás, mais conhecida como Goiás Velho, em 20 de agosto de 1889. Foi  poetisa  e contista. Começou a escrever poemas aos 14 anos, mas só consegui publicar o seu primeiro livro em 1965, aos 76 anos.

3 comentários:

Bonito poema - Gostei de visitar este acolhedor espaço onde se pode deambular pelos diversos caminhos da cultura
Hélder Gonçalves

Helder,
É um prazer recebê-lo no Travessia.
Gosto de termo 'deambular'...
E é deambulando pelo conhecimento e pela cultura, que sigo com a minha travessia, pelo mundo.
Obriga.
Saudações e beijo.

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