O África à Vista aborda o português escrito por africanos no Brasil.
A formação histórica do português brasileiro ocorreu em complexo contexto de contato entre línguas: Africanos e afrodescendentes, no período que se estende do século 17 ao século 19, correspondem juntos a cerca de 60% da população brasileira.
Publicado pela EDUFBA e organizado por Tânia lobo e Klebson Oliveira, a obra de 367 páginas está disponível para download.
No ano de 2000, Oliveira localizou na Sociedade Protetora dos Desvalidos – irmandade negra fundada tardiamente em Salvador no ano de 1832 – um expressivo e raro acervo de documentos escritos por africanos e negros brasileiros forros. Tais documentos são de fundamental importância para a reconstrução da história linguística brasileira por, pelo menos, dois aspectos:
1. São fontes que devam permitir uma reconstrução significativamente mais aproximada das chamadas normas vernáculas do português brasileiro.
2. Desvelam, nas investigações sobre a história da cultura escrita no Brasil, um campo de estudos ainda quase por explorar: o dos caminhos trilhados por negros livres ou libertos, integrantes de grupos sociais subalternos, para aprenderem a ler e escrever.
Os dois aspectos acima referidos são os pontos que merecerão destaque no livro, cujo objetivo principal é a divulgação de dez estudos sobre a morfossintaxe de um conjunto de documentos – sobretudo atas –, escritos em português por africanos na Bahia do século 19.
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Matéria originalmente publicada no portal "Por Dentro da África", em parceria com o Instituto Lula.