Onde, relembrando Adoniran Barbosa, me maloquei por um longo período.
Inaugurado em 2006, no governo Lula, o Museu da Maré, no complexo da Maré, que é margeado pela Avenida Brasil, na zona norte da cidade, está sob ameaça de despejo.
Inaugurado em 2006, no governo Lula, o Museu da Maré, no complexo da Maré, que é margeado pela Avenida Brasil, na zona norte da cidade, está sob ameaça de despejo.
Um acervo de mais de 5 mil fotos, uma biblioteca, a reconstrução cenográfica de um bairro - incluindo uma casa de palafita, além de oficinas para crianças, terão de se mudar.
O Museu da Maré - onde o material está reunido e onde funcionam serviços à comunidade - não conseguiu renovar o contrato do imóvel onde está instalado há oito anos. O Grupo Libra, da empresária Celina Torrealba Capri, cedeu o espaço gratuitamente para o museu. O acordo chegou ao fim e o despejo está previsto para 9 de dezembro, prazo limite da notificação. A data prevista para a saída do museu é simbólica pois antecede o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro.
Considerado referência internacional na museologia social, por reunir imagens, depoimentos e objetos pessoais de moradores, a instituição, dedicada à memória da comunidade, ocupa galpões em uma área valorizada pela ocupação militar - que chegou em abril deste ano, com a instalação de uma unidade de Polícia Pacificadora.
Os galpões da Avenida Maxwell, em Bonsucesso, recebem centenas de visitantes por semana e também presta atendimento a jovens. O museu tem convênios com o governo do estado, a Petrobras e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que com frequência envia alunos para conhecer a instituição.
Para encontrar uma solução, a comunidade organiza o movimento Museu da Maré Resiste!, com protestos que mobilizam mais de 2 mil pessoas e tenta também envolver o poder público. Para moradores e diretores, a transferência do museu de lugar não resolve o problema. Além disso, a localização dos galpões é simbólica na Maré. Ali funcionava um pequeno porto, que escoava a produção de engenho que existia. Também passava por lá o fluxo da produção e de comércio.
Uma alternativa é tombamento do prédio e do acervo, que pode culminar com a desapropriação do imóvel, por interesse social. Por enquanto, a prefeitura analisa tombar apenas o acervo. Já o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), preocupado com a referência que representa o museu, tenta sensibilizar os empresários na busca de uma solução negociada.
O próximo evento de resistência do Museu da Maré Resiste está previsto para 18 de outubro, com concentração marcada para às 15h, na sede da instituição, na Avenida Guilherme Maxwell, 26.
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Fonte: EBC