As legiões romanas invadiram o Egito, e durante uma das batalhas de Julio César contra o irmão de Cleópatra o fogo devorou a maior parte dos milhares e milhares de rolos de papiro da Biblioteca de Alexandria.
Um par de milênios depois, as legiões norte-americanas invadiram o Iraque e, durante a cruzada de George W. Bush contra o inimigo que ele mesmo inventou, virou cinza a maior parte dos milhares e milhares de livros da Biblioteca de Bagdá.
Na história da humanidade inteira, houve um e só um refúgio de livros seguro e à prova de guerras e incêndios: a biblioteca andante, uma ideia do grão-vizir da Pérsia, Abdul Kassem Ismael, no final do século X.
Homem prevenido, esse viajante incansável levava sua biblioteca consigo.
Quatrocentos camelos carregavam cento e dezessete mil livros, numa caravana de dois quilômetros de cumprimento. Os camelos também serviam de catálogo das obras: cada grupo de calemos carregava os títulos que começavam com uma das trinta e duas letras do alfabeto persa.
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Los Hijos de los Días.