Queremos uma agenda que defenda os trabalhadores, diz movimento católico.
*****
Pelo menos 11 entidades da igreja católica progressista devem se unir aos trabalhadores no dia nacional de paralisação contra o projeto de lei da terceirização (PL 4.330), marcado para amanhã, quarta-feira (15), em cinco capitais. Os militantes também protestarão contra a redução da maioridade penal e em defesa da reforma política, do fim do financiamento privado de campanhas e pela taxação de grandes fortunas.
“O foco é construir uma agenda política alternativa que combata as pautas da direita e defenda os trabalhadores”, diz um dos integrantes da organização Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM), padre Paulo Bezerra. “Não podemos ficar parados com um Congresso Nacional tão conservador e com essas megamanifestações de direita, claramente apoiadas pela grande mídia.”
Em São Paulo, os manifestantes vão se concentrar a partir das 17h, no Largo da Batata, na zona oeste da capital. Ocorrerão atos também no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Curitiba. Os protestos são articulados por 21 movimentos sociais, partidos políticos, pastorais sociais e centrais sindicais, entre eles CUT, MTST e MST.
Da ala progressista da igreja católica, as organizações Articulação Igreja e Movimentos Sociais e Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM) assinaram o manifesto e ajudam a organizar o ato. Foram convidados a Pastoral Operária, Pastoral Carcerária, Pastorais da Juventude, o movimento de mulheres Católicas pelo Direito de Decidir, o grupo Mística e Revolução (Mire), o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Cesep), as escolas de cidadania e o Instituto Paulista de Juventude.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não participará do ato.
“Temos procurado realizar as manifestações durante a semana exatamente para chamar mais a atenção. Quem está nas ruas aos domingos? Existe uma raiva da população mais conservadora contra esses protestos, que supostamente interditam vias importantes da cidade, mas faz parte da estratégia de entrar do dia a dia da população. Não é um passeio, é uma luta para uma saída custosa”, diz padre Paulo.
Para a CUT, a liberação da terceirização ilimitada fragmenta a representação sindical e legaliza a diferença de direitos entre efetivos e terceirizados.