O relato de Marie Vassiltchikov é considerado o melhor relato sobre a tentativa de por fim à ditadura nazista, que ficou conhecida 'Operação Valquíria.'
Berlim - 8 e 9 de maio são as datas que comemoram o fim oficial da Segunda Guerra Mundial. A rendição incondicional de todas as Forcas Armadas alemãs foi assinada perto da meia-noite em Berlim. Em Moscou, cujo Exército Vermelho tomara a capital alemã, já era o dia 9.
Por isso as duas datas se referem a este final de uma das guerras mais cruentas da historia da humanidade. Tradicionalmente as comemorações lembram o esforço conjunto dos aliados. Mas não este ano. Diversos países do Ocidente estão boicotando as comemorações russas, alegando as violações de Moscou em relação a soberania da Ucrânia.
A Rússia, por seu lado, vem enfatizando o próprio esforço, além de lembrar o elevadíssimo numero de vítimas (20 milhões).
Uma maneira original de lembrar estes eventos da historia é a leitura do livro Diários de Berlim, 1940 - 1945, da princesa russa Marie Vassiltchikov, que passou a guerra em Berlim, onde estava exilada. Além de evocar a atmosfera progressivamente deteriorada da cidade, sob os bombardeios aéreos, ela, que era visceralmente anti-nazista, testemunhou de perto a preparação da fracassada tentativa de matar Hitler em 20 de julho de 1944, e a repressão que se seguiu, vitimando vários de seus amigos.
Ela própria acabou tendo que fugir de Berlim, indo para Viena, onde testemunhou o fim da guerra. Seu relato é considerado até hoje o mais completo dentre os contemporâneos daquela tentativa de por fim a guerra e a ditadura nazista, que ficou conhecida como Operação Valquiria.
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Flávio Aguiar