O primeiro pato que levanta voo abre passagem para o segundo, que abre caminho para o terceiro, e a energia do terceiro ergue o quarto que ajuda o quinto e o impulso do quinto empurra o sexto, que empresta vento ao sétimo...
Quando o pato que está encabeçando a fileira se cansa, desce para o final da fila e deixa o lugar para outro, que sobe ao vértice desse ‘V’ que os patos desenham no ar.
Todos vão em rodízio, na frente e atrás; e nenhum deles se acha superpato por voa radiante, nem subpato por vir atrás.
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Os Filhos dos Dias.
Eduardo Galeano, Dia dos Trabalhadores.