Margaret Hamilton não deveria ter inventado o conceito moderno de software e ajudado a levar o homem à lua.
Era 1960, um momento, digamos, pouco propício para as mulheres. Elas definitivamente não eram encorajadas a procurar trabalhos altamente técnicos. Apesar disso, Margaret, com 24 anos e uma graduação em matemática, conseguiu um emprego como programadora no famoso MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
O plano, no entanto, era que ela trabalhasse apenas por três anos, para apoiar o marido enquanto ele cursava a Faculdade de Direito na Universidade de Harvard. Depois disso, seria a vez dela, que queria fazer uma pós-graduação em matemática.
Tudo mudou quando o programa espacial Apollo apareceu, e Margaret conduziu um feito épico de engenharia que ajudou a mudar completamente o futuro.
A indústria do software deve muito à Margaret.
Margaret levava sua filha Lauren ao laboratório nos fins de semana e à noite. Enquanto a garotinha de 4 anos dormia no escritório, sua mãe programava códigos que seriam adicionados ao computador de comando das missões Apollo.
Como é até hoje, naquela época “os caras” dominavam a área de tecnologia e engenharia. Margaret era uma exceção, mas ela afirma que, no laboratório, sentia que pertencia à “turma”. Ela costumava até mesmo sair com os colegas para beber.
Assim, pode ser surpreendente para os fabricantes de software de hoje descobrir que a fundadora do seu clube dos bolinhas foi, de fato, uma mãe.
No Laboratório de Instrumentação onde Margaret trabalhava, ela e seus colegas desenvolviam ideias centrais em programação a fim de escrever o código para o primeiro computador portátil do mundo.
A matemática tornou-se especialista em programação de sistemas e ganhou argumentos técnicos importantes. “Quando comecei a trabalhar, ninguém sabia o que era que estávamos fazendo. Não havia cursos sobre isso. Ninguém ensinava isso”, conta.