Uma comissão de especialistas do Egito autorizou que a tumba de Tutankamon seja estudada com um radar com o objetivo de se verificar a teoria de um arqueólogo britânico, segundo a qual a rainha Nefertiti estará enterrada numa câmara secreta dessa tumba. O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo governo egípcio.
Os egiptólogos nunca conseguiram encontrar a múmia da rainha, de beleza lendária e que exerceu um papel político e religioso fundamental no século XIV do período pré-cristão.
Como requer o procedimento, um comité de especialistas do Departamento de Antiguidades egípcio concordou quanto a investigar as paredes da tumba do faraó Tutankamon usando radares sofisticados, disse a porta-voz do ministério, Mouchira Moussa.
O túmulo de Tutankamon está localizado no Vale dos Reis, perto de Luxor, no sul do Egito.
«Ainda estamos a aguardar as autorizações de segurança», explicou Moussa, afirmando que os testes podem ocorrer «durante o mês de novembro».
A exploração com radar permitirá a verificação da teoria do arqueólogo britânico Nicholas Reeves, que acredita que os murais deste túmulo de 33 séculos podem esconder duas portas de existência antes desconhecida. De acordo com o egiptólogo, uma dessas duas portas poderia levar à «câmara funerária intacta da proprietária original do túmulo – Nefertiti». A outra levará a «uma sala de armazenamento não explorada», que «datará aparentemente» da era de Tutankamon. O faraó morreu aos 19 anos, em 1324 A.C., após um curto reinado, de nove anos.
Nefertiti era esposa do faraó Akhenáton, que converteu temporariamente o Egito antigo ao monoteísmo ao impor o culto exclusivo do deus-sol, Áton.
No final de setembro, Reeves efetuou uma visita de campo a Luxor para defender a sua teoria perante as autoridades egípcias. Após a visita, o ministro das Antiguidades, Mamdouh al-Damati, disse ser possível que se esteja prestes a alcançar a «descoberta do século». Ainda assim, as autoridades egípcias acreditam que é mais provável descobrir-se a tumba de Kiya, outra esposa de Akhenáton, da filha do faraó ou de um membro da família real.
Ao contrário de outros túmulos de faraós, quase todos saqueados ao longo dos milênios, o mausoléu de Tutankamon, descoberto em 1922 pelo arqueólogo britânico Howard Carter, abriga intactos mais de 5 mil objetos, de 3300 anos de idade, muitos em ouro maciço.
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Do África 21