Pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostrou que 58,27% das faculdades brasileiras incluem os temas sexualidade e relação de gênero no currículo básico da formação de professores. O estudo foi apresentado hoje (26), em seminário na capital paulista.
Entre as instituições consultadas, 19,42% informaram que não adotam os assuntos na grade curricular, 11,15% incluem apenas relação de gênero, 5% trabalham apenas sexualidade e 6,42% não souberam responder.
A maioria das instituições ouvidas são particulares; 40% privadas com fins lucrativos, 37% privadas sem fins lucrativos, 2,7% privadas beneficentes, 11,56% universidades federais, 4,75% universidades estaduais e 1,36% universidades municipais.
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Mariana Braga, oficial de projetos da Unesco no Brasil, disse que o ambiente educacional do país apresenta uma violência de gênero muito forte. “A educação de relação de gênero e sexualidade é importante para que não tenhamos mais uma segregação, uma evasão, provocada por gênero ou discriminação por orientação sexual dentro das escolas”, disse à Agência Brasil.
A pesquisa revelou que o debate sobre o assunto ainda é limitado por questões de ordem religiosa, ou por acreditar que a legislação não permite a abordagem dos temas, pela falta de preparo de docentes e de fomento de políticas públicas.
Para Mariana, os resultados surpreenderam positivamente. “A gente começou pensando que a maioria das faculdades não trabalhava [sexualidade e relação de gênero], a nossa hipótese é que aquelas que reponderam aos nossos questionários são as que mais trabalham essas questões”, declarou.
O estudo começou no ano passado e os dados divulgados hoje são preliminares. Das 2.276 instituições de ensino superior que oferecem cursos na área de formação docentes no Brasil, foram consultadas 300 instituições. O estudo ouviu um representante legal de cada universidade, como professores, coordenadores e reitores.
Segundo Mariana, em uma próxima etapa do estudo, um dos pontos a serem questionados serão eventuais parcerias com os serviços de saúde, como por exemplo na distribuição de preservativos, quando abordada a questão do sexo e doenças sexualmente transmissíveis. “Não há um dado nacional de que os profissionais de saúde estão dentro da escola”, apontou.
A maioria das instituições ouvidas são particulares; 40% privadas com fins lucrativos, 37% privadas sem fins lucrativos, 2,7% privadas beneficentes, 11,56% universidades federais, 4,75% universidades estaduais e 1,36% universidades municipais.
Na comparação por graduações em licenciatura, pedagogia respondeu por 66% do total de cursos que incluem a temática nos currículos dos professores. Educação Física registrou 21,7%, Letras respondeu por 19,2%, Biologia teve 16,7%, Antropologia 14,3% e História 13,3%.
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Fonte: Unesco/EBC/Agência Brasil