Ontem, 6/6, houve uma Audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, para debater o caso do estupro coletivo ocorrido recentemente, e que ainda nos deixa perplexos e indignados.
Convidado a prestar esclarecimentos sobre sua participação na investigação do caso, o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers não compareceu.
Poderia ter ido pelo menos para pedir desculpas publicamente, pela agressão e violência que cometeu contra a adolescente e a todas nós, mulheres, que por extensão, também fomos agredidas. Thiers ainda cometeu a indecência de enviar uma delegada, para comunicar que o colega, no caso, ele, estava de férias.
- Perdeu a chance de crescer enquanto homem e como ser humano.
Deputados/as e representantes de entidades de defesa do direito da mulher tinham preparado uma série de perguntas sobre a postura do titular da DRCI na condução inicial do crime contra uma adolescente de 16 anos. Em conversa de WhatsApp, ele chegou a desqualificar a vítima.
A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), que é responsável pela investigação do estupro coletivo, iniciou o debate ressaltando que o vídeo, por si só, já mostrava o crime e, por isso, pediu a prisão de todos os identificados pela DRCI no mesmo dia que pegou o caso.
Resta saber quais as sanções disciplinares as “nobres” autoridades superiores do Estado e da polícia civil adotarão para punir o delegado bonitinho, arrumadinho, branquinho, machinho, bem criado e bem nascido, que adotou uma conduta nada profissional e muito menos humana e respeitosa com a vítima, no decorrer do tempo em que esteve responsável pela investigação.
- Até agora nada.
Prova retumbante que a cultura do estupro está enraizada em todos os setores da sociedade. Inclusive naquele que deveriam por forçados cargos e das atividades que exercem, combate-la.
- Revoltante!
Beth Muniz