Há exatamente um mês e três dias, parlamentares de todos os partidos se revezavam na tribuna para defender o senador goiano, hoje isolado e sem partido. Veja o que disse cada um deles.
Bem que o presidente do DEM e hoje líder do partido no Senado advertiu na ocasião: “A cautela recomendava que as pessoas não fizessem qualquer tipo de aparte”. Porém, ele próprio se traiu. E na companhia de outros 43 colegas.
“Mas este Plenário, sábio como é, pela voz dos seus líderes, dos seus integrantes, reduziu o fato à sua real dimensão. [...] Vossa Excelência não cometeu nenhuma afronta à ética!”, emendou José Agripino (RN).
A sessão de 6 de março do plenário do Senado passará à história pelo desagravo coletivo ao senador Demóstenes Torres (então DEM-GO), acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Será lembrada também pelo corporativismo explícito de boa parte dos 44 aparteantes e pelo derradeiro voto de confiança de um diminuto grupo de parlamentares que, a exemplo de Demóstenes, também empunha a bandeira da ética e do combate à corrupção.
Um mês depois da encenação, Demóstenes está sem partido e só. Esses mesmos senadores que o apoiaram agora convivem com o constrangimento e a decepção. Muitos se dizem traídos pelo colega após o desdobramento das investigações, que jogaram por terra a retórica desfilada naquele dia, quando o senador usou o aparato de comunicação do Senado para mentir que mantinha apenas relação de amizade com o contraventor.
Confira abaixo trechos das loas proferidas em plenário por cada um dos aparteantes, por ordem de registro*:

