A Argentina que uma grande parte dos brasileiros (não me incluo nesta parte) teima em esculachar, apenas porque só a enxerga pelas lentes da disputa do futebol, nos deu mais um exemplo de sabedoria e democracia.
A Argentina que tem um parque industrial bem aquém das suas necessidades de consumo, e que importa grande parte dos produtos da chamada “linha branca” do Brasil...A Argentina, país que sofreu uma das mais terrível ditadura militar no nosso continente, nos dá mais um exemple a ser seguido.
A Argentina, terra do tango, de Mercedes Sosa, de Violeta Parra, chilena e autora da música Gracias a la Vida, e que foi bem acolhida pelos portenhos, agora acolhe uma nova visão de formação da sua sociedade.
A Argentina, das mães e avós da Plaza de Mayo, cuja presidenta está indicada para o prêmio Nobel da Paz, agora nos ensina como pode ser bem melhor viver em uma sociedade, sem intolerância e discriminação homofóbica.
A Argentina, de Evita, de Maradona, de Leonel Messi e de Gardel, acordou hoje uma nova Argentina.
Espero que “nós” brasileiros, que sempre nos consideramos melhores em tudo quando se trata de esculachar os argentinos, aprendamos mais está lição.
Espero que a intolerância religiosa, insistentemente manifestada por vários seguimentos religiosos e em setores da sociedade, seja superada nos permitindo trilhar os caminhos da Argentina, não só nessa questão, mas também em outras, que teimamos em não enxergar, também, por pura intolerância.
No final o que importa, é que o Parlamento argentino aprovou a lei que permite o casamento homossexual.
O que importa é que mais crianças terão a oportunidade de ter uma família e um lar.
Não importa se não foi por unanimidade.
O que importa é que a Argentina não vive só de tango e futebol.