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Aby ayala: O maior massacre da história da humanidade

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12 de outubro marca o início dos maiores massacres da história da humanidade. A chegada dos colonizadores, invadindo e ocupando o nosso continente – ate aí chamado Aby ayala pelas populações indígenas -, representava a chegada do capitalismo, com o despojo das riquezas naturais dos nossos países, da destruição das populações indígenas e a introdução da pior das selvagerias: a escravidão. Chegaram com a espada e a cruz, para dominar e oprimir, para impor seu poder militar e tentar impor sua religião.

Centenas de milhões de negros foram arrancados dos países, das suas famílias, do seu continente, à força, para serem trazidos como raça inferior, para produzir riquezas para as populações ricas da Europa branca e colonizadora. Uma grande proporção morria na viagem, os que chegavam tinham vida curta – de 7 a 9 anos -, porque era mais barato trazer nova leva de escravos da Africa.

Os massacres das populações indígenas e dos negros revelava como o capitalismo chegava ao novo continente jorrando sangue, demonstrando o que faria ao longo dos séculos de colonialismo e imperialismo. Fomos submetidos à chamada acumulação originária, aquele processo no qual as novas potências coloniais disputavam pelo mundo afora o acesso a matérias primas, mão de obra barata e mercados. A exploração colonial das Américas fez parte da disputa entre as potências coloniais no processo de revolução comercial, em que se definia quem estaria em melhores condições de liderar o processo de revolução industrial.

Durante mais de 4 séculos fomos reduzidos a isso. Os ciclos econômicos da nossa história foram determinados não por decisões das populações locais, mas das necessidades e interesses do mercado mundial, controlado pelas potências colonizadoras. Pau brasil, açúcar, açúcar, borracha, no nosso caso. Ouro, prata, cobre, carne, couro, e outras tantas riquezas do novo continente, foram sendo reiteradamente dilapidados em favor do enriquecimento das potências colonizadoras europeias.

Assim foi produzida a dicotomia entre o Norte rico e o Sul pobre, entre o poder e a riqueza concentrada no Norte – a que eles chamavam de “civilização” – e a pobreza e a opressão – a que eles chamavam de “barbárie”.

O início desse processo marca a data de hoje, que eles chamavam de "descoberta da América", como se não existissem as populações nativas antes que eles as “descobrissem”. No momento do quinto centenário buscaram abrandar a expressão, chamando de momento de “encontro de duas civilizações”. Um encontro imposto por eles, baseado na força militar, que desembocou no despojo, na opressão e na discriminação.

Não nos esqueçamos disso, demos à data seu verdadeiro significado, que nos permita entender o presente à luz desse tenebroso passado de exploração e de massacre das populações indígenas e das populações negras.

Emir Sader
Carta Capital/12.10/2011

7 comentários:

Oi,
Beth,
verdade amiga o pior é que a grande maioria não tem conhecimento desses fatos pois não estão nos livros de história.
Adorei o artigo. Beijão n o coração e fica com o Cara.

Olá Beth querida!
Quanta atrocidade há na história mundial!
Excelente artigo,enriquecendo sempre
meus conhecimentos!
Concordo com a Josy.
Muitos fatos que os livros de história não revelam!
Beijos com carinho!

Beth

Estou completamente satisfeita e emocionada com seu comentario na minha postagem do BAD 2011, que conteudo repleto de informações e muita clareza!

Obrigada. Parabens pelo que voce tambem faz. Sinto orgulho!

Por favor, se precisar alguma opiniao, contribuição, para assuntos ligados a fome, me mande o link. Eu me importo. Ver tantas pessoas morrendo de fome, me corta o coração.

bjs

Como sempre, continuo aprendendo por aqui. Desconhecia o termo Aby ayala. Que som lindo. Gostei.
Quanto ao artigo, só o que me ocorre dizer é que inúmeras vezes já senti vergonha de ser da raça branca. Aff!
Casualmente ontem assisti ao filme A batalha de Alger, a mesma coisa de sempre: a supremacia branca escravizando os "inferiores" de outra etnia...
Inté, beijos

Olá Beth. Se me permite, atravesso-me no seu travessia. Achei esta sua mensagem importantíssima. O meu "Aby Ayala" é o seu "patilhas". Desconhecia a expressão. Gostaria de dizer, não que isso agora importe muito, que também do lado do "norte" houve gente a insurgir-se contra essa hipocrisia do "Encontro de culturas".
Houve gente a dizer que o que se tinha passado era "esmagamento de cultura" através da pólvora, do aço e da superioridade da fé. Ouve esmagamento através do poder. Eu tenho mais poder que tu e vou usá-lo, não me interessa nada o que és.
Pessoalmente e em relação ao futuro, que é onde devemos pôr os olhos, estou optimista. Temos hoje ferramentas que nos permitem apreender o mundo de uma outra forma e que vão escapando a um controle apertado por parte dos interesses estabelecidos. Esta plataforma onde estamos parece-me um bom exemplo disso, desde que tenhamos a capacidade de aprender com os erros do passado. Peço desculpa por me ter alongado no comentário.

Oi José,
Que bom o seu "atravessamento"...rsrsrs
O Travessia é para isto mesmo: Troca de idéias, informações e conhecimento.
Tenho aprendido muito com você sobre a cultura da "Patilha".
Infelizmente ainda somos um grande "Aby Ayala" , só que com outras características. Não podemos nos esquecer disso.Jamais!
É claro que o seu comentário me agradou bastante. E, acredite: Não foi nada longo. Foi importante e gostei muito. Obrigada.
Se me permite, também, aproveito para estender o meu agradecimento as queridas amigas Alba, Atena e Josy pelos cometários.
Beijo meninas!
Para você José, um forte abraço.
Fui!

É bem negra a nossa história, a ganância pelo poder, os massacres, a escravidão, como poderemos esquecer tudo isso? Lindo artigo, embora com marcas de sangue derramado e humilhado. As vezes penso: eram humanos ou animais esses ditos colonizadores? Ou foi nesses dias que as portas do inf. se abriram e pularam pra cá tantos oportunistas que lavaram com sangue o começo da nossa história que tinha tudo para ser a Pátria da Paz?

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