No átrio do convento de Mani de Iucatã, quarenta e dois frades franciscanos cumpriram uma cerimônia de desagravo à cultura indígena:
-Pedimos perdão ao povo maia, por não haver entendido sua cosmivisão, sua religião, por negar suas divindades: por não ter respeitado sua cultura, por haver imposto durante muitos séculos uma religião que não entendiam, por haver satanizado suas práticas religiosas, e por haver dito e escrito que eram obra do Demônio e que seus ídolos eram o próprio Satanás materializado.
Quatro séculos e meio antes, naquele mesmo lugar, outro frade franciscano, Diego de Landa, havia queimado os livros maias, que guardavam oito séculos de memória coletiva.
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(Os Filhos dos Dias)
(Os Filhos dos Dias)