Mujica anuncia viagem ao Brasil, mas não vai passar pelo Senado.
O ex-presidente do Uruguai José Mujica viajará em breve ao Brasil, mas descartou comparecer ao Senado brasileiro, depois de uma polêmica causada por sua recente biografia autorizada.
“Vou ao Brasil e vou a uma conferência com Lula dentro em pouco”, declarou em entrevista ao programa “En Perspectiva”, sem dar detalhes do compromisso.
“Uma ovelha negra no poder”, a biografia autorizada de Mujica e escrita por Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, lançada em maio passado, narra detalhes sobre uma conversa entre o líder uruguaio e o ex-presidente brasileiro em que Lula afirmou que, durante sua gestão, teve de “lidar com muitas coisas imorais e chantagens (…) e que essa era a única forma de governar o Brasil”.
As declarações relacionadas ao escândalo do Mensalão ganhou repercussão na imprensa brasileira e, em junho, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou o pedido do senador Ronaldo Caiado (DEM) para convidar Mujica para falar sobre o tema.
Mujica já havia descartado falar ante o Congresso brasileiro, e nesta quinta-feira reiterou sua posição.
Fonte: Exame
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Em um dos discursos mais contundentes desde o início do seu pontificado, o papa Francisco exigiu ontem (9), na Bolívia, uma “mudança de estrutura” mundial e disse que o capitalismo é uma “ditadura sutil”. Em um encontro com movimentos sociais em Santa Cruz de la Sierra, como parte de sua viagem pela América Latina, o líder da Igreja Católica pediu para a população lutar pela defesa dos “três T: terra, teto e trabalho”. “Precisamos e queremos uma mudança”, afirmou Francisco.
“Falo de problemas comuns de todos os latino-americanos e, em geral, de toda a Humanidade. Problemas que têm uma matriz global e que hoje nenhum Estado é capaz de resolver sozinho”, ressaltou. De acordo o Papa, o capitalismo “impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”. “A primeira tarefa é colocar a economia a serviço dos pobres. Os seres humanos e a natureza não devem servir ao ‘Deus do dinheiro’. Precisamos dizer ‘não’ a uma economia de exclusão e desigualdade na qual o dinheiro domina, em vez de servir”, criticou Francisco diante de um público formado por sem-tetos, indígenas e quilombas brasileiros.
“Não se pode consentir que certos interesses globais, mas não universais, se imponham e submetam os Estados e as organizações internacionais à destruição da criação”, ressaltou Francisco, referindo-se ao meio ambiente, tema de sua mais nova encíclica, a “Laudato Si”, que fala sobre escassez e preservação ambiental.
Em um país de maioria indígena, o Papa também pediu desculpas pela ação da Igreja Católica no processo de colonização. “Foram cometidos muitos e graves pecados contra os povos originários da América em nome de Deus”, disse.
Fonte: ANSA