Respeitada no mundo do samba, passou a ser considerada herdeira natural de Clementina de Jesus.
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Deixa comigo... Deixa comigo...
Publicado por Beth Muniz
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"Deixa comigo...
Eu seguro o Pagode e não deixo cair...
É... É... É... Sem vacilar..."
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Miguel Couto é distrito de Belford Roxo. Fica pertinho de Nova Iguaçu, uma das cidades mais importantes da Baixada Fluminense. É lá que a minha família vive até hoje.
Foi lá que pela primeira vez ouvi falar em Jovelina Pérola Negra.
Mais tarde, ao frequentar as Quadras das Escolas de Samba Portela e Serrinha (Império serrano), tive o prazer de conhece-la e vê-la versar samba de terreiro - o verdadeiro pagode-, ou como queiram, samba de raiz.
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Jovelina Faria Belfot, conhecida como Jovelina Perola Negra, Carioca da Gema, nasceu em 1944, mas foi criada na Baixada. Era negra-forte e tinha uma poderosíssima voz. Foi empregada doméstica, lavadeira e vendedora de linguiça. Fã de Bezerra da Silva (também da Baixada), e inspirada nele, começou a fazer apresentações no Vegas Sport Clube acompanhada pelo amigo Dejalmir. Que lhe deu seu nome artístico, relacionando-a a cor da pele de Jovelina. Desfilou por anos na ala das baianas do Império Serrano, sua escola de coração.
Começou a cantar na quadra da escola, ao lado de artistas como Roberto Ribeiro e Jorginho do Império, aumentando o caixa para financiar os desfiles. O Brasil só teve o prazer de conhecer a artista, quando ela estreou em 1985 com sua participação na coletânea Raça Brasileira. Tempos depois a cantora gravou seu primeiro disco solo com músicas de sua autoria e de compositores como Arlindo Cruz, Nei Lopes, Serginho Meriti, entre outros.
Respeitada no mundo do samba, passou a ser considerada herdeira natural de Clementina de Jesus.
Grande dama do samba, Jovelina Perola Negra subiu pro andar de cima em 1998, ainda nova. Tinha apenas 54 anos. Em 2000, na coleção “Bambas do samba”, a Som Livre relançou seis de seus discos de carreira e ainda a coletânea “Pérolas – Jovelina Pérola Negra”.
Em 23 de janeiro de 2012 foi inaugurada, pelo prefeito Eduardo Paes, a Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, na Praça Ênio, no centro de Pavuna, Rio De Janeiro.
Jovelina, uma mulher negra e forte, enfrentou pelo caminho muitas lutas e poucas vitórias com a sua arte musical. Infelizmente o reconhecimento popular veio depois de sua morte e Jovelina não pode realizar o sonho de “ganhar muito dinheiro e dar aos filhos tudo o que não teve”.
Cantou e encantou por onde passou. Sua caminhada artística jamais se apagará. Ganhou um disco de platina, conquistou fãs no meio artístico, como por exemplo a baiana Maria Bethânia, que foi a uma apresentação da dama do samba no Terreirão do Samba Praça XI, centro do Rio, só para ver a Pérola Negra versar o seu Partido Alto.
Até hoje quando vou ao Rio, sempre que posso, pego o trem na Central do Brasil e vou até Madureira para relembrar aquelas tarde de samba regadas a muito samba e cerveja.
Sem vacilar...
Por Beth Muniz
2 comentários:
Como o tempo tem passado depressa…, mas com ele ficamos com as lembranças de pessoas queridas e da marca que elas deixaram em nossas vidas. São dessas lembranças que sustentamos a saudade e podemos contar boas histórias, reviver momentos.
Alfeu,
Concordo com tudo o que escreveu.
Obrigada pela travessia e comentário
Tudo de bom.
Um abraço.