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Brinquedo dos Meninos

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Donzela, Boa Intenção, Brinquedo dos Meninos, Caridade...

Você deve estar se perguntando qual a relação entre os nomes do título deste artigo?

Resposta: Não há páginas da história da escravidão que não nos envergonhe.

O site Medium nos apresenta esta relação - ainda pouco abordada, que trata dos dissimulados nomes que os donos das embarcações davam as seus infernos flutuantes, os navios negreiros -  ou navios "tumbeiros", que vem de tumba, sinônimo de caixão.

"As histórias desses barcos de nomes revoltantes estão expostas no mais amplo estudo do comércio transatlântico de seres humanos, iniciado ainda na década de 1960, e reunido pela Universidade de Emory (EUA), no site slavevoyages.org. É partir desta pesquisa que reunimos aqui uma lista com alguns dos mais nojentos nomes encontrados, revela Wilson Prudente, que é relator da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB do Rio de Janeiro e um dos brasileiros descendentes de escravos mais engajados em recuperar a história do povo de seus antepassados africanos. Ele garante que os abjetos nomes desses barcos não eram por acaso.

Daniel Domingues da Silva faz parte da equipe responsável pela pesquisa. Ele garante que a escolha dos nomes era feita pelo dono do barco  -  nunca por seu capitão. Daniel, no entanto, ressalta que havia, entre muitos comerciantes de escravos, uma crença doentia de que eles estavam fazendo "um bem para os escravos".

- Eles pensavam que estavam ajudando a resgatar a alma dos africanos para o reino de Deus, ou seja, trazendo eles de uma terra onde o paganismo imperava para a cristandade". 

Após ler todo o artigo completo, resolvi compartilhá-lo aqui no Travessia. E por ser muito grande - mas não do tamanho que o tema exige, também resolvi dividi-lo em oito partes. Caso desejem, podem ler o artigo completo aqui.

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3. Brinquedo dos Meninos

(1800 a 1826)

Bandeira: Portugal/Brasil
Tipo de embarcação: bergatim
Travessias realizadas: 11
Escravos transportados: 3.179
Escravos mortos durante a viagem: 220
Escravos desembarcados no Brasil: 2.959
Tempo de travessia África/América (média): 70 dias
Destino de todas as viagens: Bahia

Chora Cidade Maravilhosa!

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É muito Choro, Chorado, Chorando...

Mais de um século e meio após o seu surgimento, o choro, um dos gêneros de música popular mais antigo do mundo, conta, desde o dia 25, com um espaço cultural e centro de referência integralmente dedicado a ele, na cidade que o viu nascer. 

Instalada em um prédio que remota ao ano de 1902, na Rua da Carioca - centro histórico do Rio de Janeiro –, a Casa do Choro foi inaugurada no sábado (25), em clima de festa embalada com a sonoridade do gênero e a farta presença de grandes nomes da música instrumental brasileira.

Administrado pelo Instituto Casa do Choro, criado em 1999 e presidido pela compositora e cavaquinista Luciana Rabello, o espaço nasce com uma proposta ambiciosa. Além de dar continuidade ao trabalho de educação musical, formação de plateias, novos músicos e de preservação de acervos, a Casa do Choro pretende, segundo Luciana, contribuir de forma decisiva para a internacionalização do gênero.

Um dos integrantes do Conselho de Honra da Casa do Choro, o músico Dori Caymmi aposta no sucesso internacional do gênero. “Você vai a países da Europa e aos Estados Unidos e vê vários grupos de choro, e se o choro se espalhar lá fora é mais uma vitória do Brasil”.

O Conselho de Honra é presidido pelo poeta e produtor musical Hermínio Bello de Carvalho, parceiro de Pixinguinha e letrista de um clássico do choro, Doce de Coco, de Jacob do Bandolim. Hermínio, que no mês passado festejou seus 80 anos, deu valiosa contribuição ao acervo da Casa do Choro, que a partir de agora ficará exposto à visitação pública e à consulta dos pesquisadores.

O teatro de 120 lugares, no térreo, terá programação contínua, mas o instituto – que recebeu recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras para a restauração do prédio, que estava em ruínas, e para a implantação do espaço – ainda busca apoiadores para a manutenção da casa.

*****
Para chegar, pegue o Metrô e desça na Estação Largo da Carioca. Não tem erro.

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Fonte: EBC/Agência Brasil

Boa Intenção

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Donzela, Boa Intenção, Brinquedo dos Meninos, Caridade...

Você deve estar se perguntando qual a relação entre os nomes do título deste artigo?

Resposta: Não há páginas da história da escravidão que não nos envergonhe.

O site Medium nos apresenta esta relação - ainda pouco abordada, que trata dos dissimulados nomes que os donos das embarcações davam as seus infernos flutuantes, os navios negreiros — ou navios "tumbeiros", que vem de tumba, sinônimo de caixão.

"As histórias desses barcos de nomes revoltantes estão expostas no mais amplo estudo do comércio transatlântico de seres humanos, iniciado ainda na década de 1960, e reunido pela Universidade de Emory (EUA), no site slavevoyages.org. É partir desta pesquisa que reunimos aqui uma lista com alguns dos mais nojentos nomes encontrados, revela Wilson Prudente, que é relator da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB do Rio de Janeiro e um dos brasileiros descendentes de escravos mais engajados em recuperar a história do povo de seus antepassados africanos. Ele garante que os abjetos nomes desses barcos não eram por acaso.

Daniel Domingues da Silva faz parte da equipe responsável pela pesquisa. Ele garante que a escolha dos nomes era feita pelo dono do barco — nunca por seu capitão. Daniel, no entanto, ressalta que havia, entre muitos comerciantes de escravos, uma crença doentia de que eles estavam fazendo "um bem para os escravos".

- Eles pensavam que estavam ajudando a resgatar a alma dos africanos para o reino de Deus, ou seja, trazendo eles de uma terra onde o paganismo imperava para a cristandade". 

Após ler todo o artigo completo, resolvi compartilhar  aqui no Travessia. E por ser muito grande - mas não do tamanho que o tema exige, também resolvi dividi-lo em oito partes. Caso desejem, podem ler o artigo completo aqui.

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2. Boa Intenção

(1798 a 1802)

Bandeira: Portugal
Rota: Angola — Brasil
Tipo de embarcação: galera
Travessias realizadas: 2
Escravos transportados: 845
Escravos mortos durante a viagem: 76
Escravos desembarcados no Brasil: 769
Tempo de travessia África/América (média): 51 dias

E então, que quereis?...

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Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há 
no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.

As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

(Maiakóvski, 1927)

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Melodia: João Bosco.

A dor do amor perdido logo passa. Mas então outra coisa dói...

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Uma mulher me esperava no restaurante. Ela sempre chegava um pouco antes; eu sempre um pouco depois. Fazia muito tempo que não a via, mas certos hábitos jamais se alteram. Vi que ela folheava um livro, acomodada numa mesa para dois. Ela sempre tinha um livro à mão para a hipótese de eu demorar mais que o razoável. O livro que ela lia naquele momento, vi depois, era uma pequena biografia de Marcel Proust sobre a qual eu escrevera numa revista.

Era ela. Nadja, meu amor perdido.

Ela estava de volta à cidade por uns dias para visitar a mãe. Nadja, depois que rompemos, conheceu uma fazendeiro de Mato Grosso. Logo se casaram e ela mudou para lá para viver seu novo amor bucólico.

“Tudo bem?”, perguntei.

“Graças a Deus.”

Rimos e o gelo se quebrou. Era uma piada particular nossa. Nadja era ateia. Ela jamais acreditara em Deus. Num certo momento, deixou de acreditar também em mim. Foi aí que nosso romance começou a terminar. Reencontros com amores passados servem para mostrar muita coisa. Mostram, por exemplo, como uma intimidade construída em anos pode ser dissolver instantaneamente com o rompimento. Você trata com cerimônia constrangida alguém com quem, até pouco antes, tinha a mais absoluta liberdade.

“A melhor coisa que você fez por mim, em muito tempo, foi indicar na revista este livro”, ela disse. “Sou realmente muito grata a você.” Era a Nadja de sempre, irônica, às vezes ferina mesmo num banal agradecimento pela indicação de um livro.

“Uma frase”, ela continuou. “Tem uma frase neste livro que talvez seja a mais linda que eu já li. E a mais triste também.” Ela me passou o livro aberto numa determinada página. Nessa página, uma sentença estava sublinhada. Nadja costuma sublinhar as frades de que mais gosta nos livros que lê. Eu tentei muitas vezes fazer o mesmo, mas, minha falta de método jamais me permitiu consolidar esse hábito.

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