Em 1893 nasceu Mae West, carne de pecado, vampira voraz.
Em 1927 foi parar na cadeia, com todo o seu elenco, por ter encenado um convite de prazer, sutilmente chamado de Sex, num teatro da Broadway.
Quando acabou de purgar seu delito de obscenidade pública, decidiu mudar-se da Broadway para Hollywood, do teatro para o cinema, achando que chegava ao reino da liberdade.
Mas o governo dos Estados Unidos impôs a Hollywood um certificado de correção moral, que durante trinta e oito anos foi imprescindível para autorizar a estreia de qualquer filma.
O código Hays proibiu que o cinema mostrasse nudez, danças sugestivas, beijos lascivos, adultérios, homossexualidade e outras coisas que atentassem contra a santidade do matrimônio e do lar. Nem os filmes de Tarzan conseguiram se salvar, e Betty Boop foi obrigada a usar vestido comprido.
E Mae West continuou se metendo em confusões.
Dizia: “Quando sou boa sou ótima!!!! Mas quando sou má, sou melhor ainda".
Do livro os Filhos dos Dias
Eduardo Galeano.