O Dia dos Desaparecidos

O dia 30 de agosto, é o Dia dos Desaparecidos.

Mas, quem são os desaparecidos?

-São os mortos sem tumba, nas tumbas sem nomes.

E também:

os bosques nativos, 

as estrelas nas noites das cidades,

o aroma das flores,

o sabor das frutas,

as cartas escritas à mão,

os velhos cafés onde havia tempo para perder tempo,

o futebol de rua,

o direito de caminhar,

o direito de respirar, os empregos seguro,

as aposentadorias seguras,

as casas sem grades,

as postas sem fechaduras, 

o senso comunitário

e o bom senso.

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Os Filhos dos Dias.

Deus, louvado seja Deus

Minha força é a fé que carrego no fundo do peito
Quando nada dá pé,  é amém, é axé, não tem jeito...
No terreiro ele é Oxalá, no oriente ele é Alá 

Ninguém sabe como explicar essa força maior
Ele sempre estende a mão, não importa a religião.

Não tem raça, não tem nação,
Porque Deus é um só!

O homem de chapéu Coco e a Pimentinha

Chaplin, o Bêbado, a Equilibrista e o irmão de Henfil

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- O Chapéu Coco

Triste com o falecimento de Charlie Chaplin, João Bosco compôs uma  melodia em sua homenagem e chamou Aldir Blanc, seu parceiro, para colocar a letra.

Aldir, então, resolveu mesmo em plena ditadura militar (1964-1985), rimar Brasil com irmão do Henfil - o Betinho, que se encontrava exilado.

O sociólogo Betinho,  ativista pelos direitos humanos, foi cruelmente perseguido pelos militares e se exilou no México. Ele era irmão do genial cartunista Henrique de Souza, o Henfil.

 - O “Mano”

Henfil foi apresentado ao compositor Aldir Blanc por sua amiga, a cantora Elis Regina, no verão de 1975, iniciando assim uma longa amizade. Nas conversas, Henfil costumava encher os ouvidos do amigo com suas memórias do "mano" Betinho, exilado desde 1971.

Cultura “quase” inútil

Nossa Senhora das Formigas

Há mais de cinco séculos perto de Bolonha, na Itália, venera-se Nossa Senhora das Formigas, que tem um santuário em cima de um monte chamado “Monte das Formigas”. Havia um quadro em que a Virgem aparecia com formigas pintadas nos pés, que foi destruído durante bombardeios, durante a II Guerra Mundial. Em 1956 o santuário foi reconstruído, e todos os anos, no dia 8 de setembro, o local se enche de peregrinos que vão lá ver as formigas que, segundo se afirma, sobem ao santuário.

Florianópolis 

Chamava-se Desterro, forma resumida de seu nome original, Nossa Senhora do Desterro. Era uma cidade conservadora, e teve lá em 1893 e 94 um movimento monarquista, contra a República. Era uma coisa reacionária, claro. Floriano Peixoto, presidente da República, reprimiu pra valer. Os repressores lotaram as prisões da cidade, estupraram, queimaram, depredaram, e fuzilaram ou enforcaram um monte de gente. Os números sobre os executados variam, chegando, conforme a fonte, a 185. Em seguida, o então governador Hercílio Luz mudou o nome da cidade para Florianópolis. Desterro era realmente um nome pouco atrativo, mas homenagear um sujeito que promoveu um massacre, dando seu nome à cidade dos massacrados é uma piada de muito mau gosto, mesmo que os assassinados sejam bem reacionários. Então, viva o apelido Floripa, que parece mais homenagem a qualquer flor do que ao marechal!

Sodade

Cesária Évora,

É pura África...

A África de Cabo Verde e San Vicente... A África da Bahia de San Salvador.

Nos deixou há 3 anos, e este mês faria 73 anos de vida.

Cesária nasceu em Mindelo (Cabo Verde), e aprendeu a cantar ainda menina. O pai tocava violão e cavaquinho, o irmão sax e ela cantava na praça da cidade.Aos 16 anos, já cantava profissionalmente em bares e hotéis. Depois, desiludida com as dificuldades financeiras, abandonou a música. 

Em 88, um convite inesperado a levou para se apresentar em Portugal. Desde então, não parou mais. 

O convite certamente estava na escrita da vida da guerreira angolana...

O primeiro disco foi gravado na França, país que a té hoje a venera.

Cesária tinha um carinho especial pelo Brasil e quando por aqui andou, dividiu palcos e estúdios com vários artistas da MPB. 

Sodade, muita Sodade da Cesária Évora.