Menu Principal

Azealia Banks: por favor sejam mais criativos

0
A rapper Azealia deu a resposta perfeita a quem condena a implantação de cotas para negros. Em entrevista à Playboy americana de abril, disparou: “Meus fãs brancos dizem ‘por que você exige reparações por um trabalho que você nem fez?’. Bem, vocês herdaram as propriedades de seus avôs e tiveram o direito de ficar com os diamantes e pérolas das suas avós”.

Ela sintetizou um dos principais motivos  do abismo social entre brancos e negros, seja na América do Norte ou do Sul. Lacrou, como diriam os seus fãs.

Por coincidência, o depoimento da primeira rapper a ser capa da Playboy veio a público na mesma semana em que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, assinou a resolução que reserva 20 % das vagas para negros nos concursos do Conselho Nacional de Justiça e do próprio STF.

O anúncio provocou uma onda de comentários contrários, como sempre ocorre quando o assunto de cotas entra em evidência.

“Supremo terá 20% de vagas a negros. Absurdo do desgoverno socialista: regime de cotas no STF! Cor ao invés de mérito!”, disse alguém no Twitter.

“Raciocinem! Precisamos de juízes competentes e vocacionados. Isso não tem relação a tom de pele. Não às cotas raciais, AMB!”, postaram na mesma rede social.

O post da página do CNJ no Facebook com o anúncio da nova medida tornou-se o muro de lamentações dos que acreditam na falácia da igualdade racial e da meritocracia:

“A segregação começa disso, deveria dar privilégios aos pobres e não a determinadas raças…”

“Sou negra e não gosto dessa “cota para negros” acho o maior preconceito que possa existir, sempre que presto concurso não faço uso da cota faço uso da ampla concorrência. Cadê a isonomia?”

“Cotas deveriam ser direcionadas à condição econômico-financeira e não racial. Esse sistema é uma vergonha.”

Quem escreveu isso não sabe ou finge não saber que a escravidão negra vigorou por 358 anos no Brasil. Neste período cerca de 7 milhões de negros foram arrancados da África e após a abolição da escravatura foram abandonados e nunca receberam um centavo pelo trabalho que fizeram.

Mulheres Extraordinárias - X

1
O preço dos salários não é a igualdade.

Clara Zetkin

(1857 - 1933)

*****

“Os capitalistas especulam com os dois seguintes fatores: à mulher trabalhadora deve-se pagar o mínimo possível, e à competição do trabalho feminino deve ser empregada para rebaixar os salários dos homens trabalhador tanto quanto possível”.

Nascida em 5 de julho de 1857 em Wiederau, Alemanha, foi militante do Partido Social-Democrata Alemão, de cuja ala esquerda, juntamente com Rosa Luxemburgo e Franz Mehring, foi um dos principais expoentes.

Fundou , em 1892, e dirigiu até 1916 o periódico Gleichheit (Igualdade). Em 1907, participou da organização do I Congresso de Mulheres Socialistas, e, em 1910 propôs a realização do primeiro Dia Internacional das Mulheres, em 1909, que foi realizado apenas nos Estados Unidos. 

Durante a I Guerra Mundial, lutou contra a política belicista, organizando um congresso internacional de mulheres, contra a guerra.

*****

Mulheres Extraordinárias - IX

1
“Eu gostaria que soubessem que cumpri duas tarefas: uma do Partido, e outra do meu coração”.

Olga Benário Prestes.

(1908 - 1942)

*****
Foi uma jovem militante comunista alemã de origem judaica que com apenas quinze anos, em 1923, juntou-se à organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD). Pouco tempo depois, mudou-se para Berlim com o então namorado Otto Braun, devido a conflitos ideológicos com o pai.

Ascendeu dentro do movimento comunista alemão após conflitos de rua contra milícias de extrema-direita no bairro de Kreuzberg, próximo a Neukölln. Foi presa e acusada de alta traição à pátria, assim como seu companheiro Braun, porém foi solta pouco tempo depois. Braun, não.

Junto de seus colegas de militância, planejou então o assalto à prisão de Moabit e liberta Braun. Fugiram para a União Soviética, onde Olga recebeu treinamento político-militar. Separou-se de Braun em 1931.

Foi enviada ao Brasil em 1934, por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista Brasileiro, junto de Luís Carlos Prestes, que tornaria-se seu companheiro, com o objetivo de liderar uma revolução armada com o apoio de Moscou. Em novembro de 1935, enquanto caminhavam os preparativos insurrecionais, um levante armado estourou na cidade de Natal, o que fez com que Prestes ordenasse que a insurreição fosse estendida ao resto do país. Porém, somente algumas unidades militares de Recife e do Rio de Janeiro sublevaram-se.

Com o fracasso do levante, Olga é presa e extraditada pela a ditadura do governo Vargas para a Alemanha nazista, embora estivesse grávida da filha de Prestes, Anita Leocádia.

Internada no campo de concentração de Ravensbrück e posteriormente assassinada na câmara de gás do campo de extermínio de Berburg.

“Eu gostaria que soubessem que cumpri duas tarefas: uma do Partido, e outra do meu coração”.

*****

O que os pais da direita hidrófoba estão ensinado às suas crianças?

1
Está-se criando uma nova geração alimentada por uma dieta retórica que inclui a calúnia, o enxovalhamento, a demonização e a intolerância.

No YouTube, o menino de 5 anos, risonho, está sentado à mesa conversando com a mãe, que o filma.

Ele conta uma história. Não uma história infantil. Nada disso.

Ele fala do Lula. “O Lula não faz parte do Brasil”, diz. A mãe ri.

- Ele cortou esse dedo, ele prossegue, segurando o mindinho esquerdo.

- Cortou só pra receber dinheiro?

- Anrrã. Ele comprou um monte de coisas pra ele. Recebeu avião, helicóptero…

No final, ela pergunta:

- E o Brasil, João?

- Ferrou! O Lula pegou tudo!

O garotinho está longe de ser uma exceção. No YouTube há centenas de vídeos de crianças fazendo graça com baixarias desse quilate.

Foi-se o tempo em que papai e mamãe ficavam orgulhosos de exibir para os parentes no Natal o talento do rebento em cantar, imitar um personagem de Toy Story ou algo que o valha.

Lamentavelmente, entre esta classe social, o comportamento a hidrofóbico só faz crescer...

*****
Kiko Nogueira/DCM

O ódio chega às crianças

0
No último final de semana, eu e minha companheira fomos à primeira reunião do ano na escola pública em que meus filhos estudam. Poderíamos ter matriculado os dois numa escola particular, pois temos os recursos para isso. Inclusive, para nós seria muito mais fácil: não teríamos que contratar uma babá, não teríamos que encher os dias deles com outras atividades.

Apesar disso, escolhemos deixá-los na escola pública que fica praticamente atrás do condomínio onde moramos, pois os professores que lá ensinam têm uma grande dedicação, e por causa disso a escola, a despeito de todos os seus problemas (que não são poucos) conseguiu que seus alunos tirassem boas notas no SARESP, e hoje é uma das melhores escolas públicas do estado. E além disso, frequentar essa escola é ter a chance de entender que existe um mundo diferente além dos muros do condomínio onde vivemos, e entendo que é essa também outra função da escola: expandir o tamanho do mundo que temos em nossas cabeças.

Pois bem: a diretoria e os professores estão preocupados. Mais do que isso, estão verdadeiramente assustados. A tensão entre os alunos tem atingido níveis preocupantes, segundo eles. Os alunos estão mais agitados e ansiosos do que nunca. Mesmo meu filho, que sempre foi da paz, que detestava ter que se defender quando fosse necessário, tem dado sopapos nos colegas. Que revidam, ensopapando-o também. De onde veio tanta agressividade? Não me lembro de isso ter sido relatado pelos profissionais da escola há um ano, quando meu filho começou a ir na escola e que foi o ano imediatamente posterior às jornadas de junho 2013. O que mudou?

A única resposta que consigo enxergar é a eleição do ano passado, onde a mídia fez de tudo para rachar o país, impondo o jogo de "nós vs. eles" - jogo no qual todos nós fomos tragados, cada qual em seu campo, e que um dos lados insiste em continuar jogando, mesmo que a fatura tenha sido liquidada no 2º turno. Desde então, o ódio ininterrupto tem sido a tônica da mídia. E isso, claro, contamina as pessoas. Além de mim, quem é que não assiste o JN toda noite? E quem disse que outros jornais contam uma história diferente, nuançada? Como diz minha companheira, é um bombardeio sem limites, todas as noites. Não sei se eu mesmo não teria sucumbido, se assistisse jornal toda noite. E isso, independentemente da classe social, porque a mensagem que é passada a quem tem TV por assinatura é a mesma.

No rádio, é a mesma coisa. Um colega me conta que só ouve a Jovem Pan porque ela fica malhando o governo municipal ininterruptamente, sem dó nem piedade. Por que esse prazer de se lambuzar de ódio, de raiva? Detalhe: esse cara vai ser pai em breve! O que será que ele vai ensinar ao filho dele? Imaginem agora isso transplantado pros pais das crianças que frequentam a escola - não só a de meu filho, mas também todas as outras. Isso é bom para as crianças? Isso é bom para as famílias? Pois o que acontece com isso é que o niilismo acaba por ser instilado em crianças de 7, 8 anos de idade. É isso que a mídia quer? Que as crianças cresçam completamente descrentes do futuro e se transformem em meros consumidores, ao invés de cidadãos?

E os pais?

*****
Zarastro/DCM

WIDGETS QUE ABREM COM A BARRA DO FOOTER

Acompanhe o Feed

Fechar

ou receba as novidades em seu email

Digite seu email:

Entregue por FeedBurner

BARRA DO FOOTER

Blog desenvolvido por

Site Desenvolvido por Agência Charme
Bookmark and Share

Traduzir este Blog

Visitas

Assine o Feed

Curtir

Minimizar