Documentário trata sobre amor que move mulheres apaixonadas por detentos
'Cativas – Presas pelo Coração', de Joana Nin, não aborda questões ligadas ao sistema penal, os crimes cometidos pelos presos nem faz juízo de valor. O que importa são os sentimentos que elas vivem
Camila: "Eu sempre vou estar do lado dele. Vou dar todo o amor que sinto por ele. O amor vence qualquer coisa".
“A gente não escolhe quem a gente ama.” Se fosse para escolher uma frase que resumisse o filme Cativas – Presas pelo Coração, esta frase de Malu sintetizaria bem o que a diretora Joana Nin apresenta em seu primeiro longa-metragem, que estreou a no Cine Belas Artes, em São Paulo, dia 24/9.
O documentário que também está em cartaz em outros estados, apresenta a história de sete mulheres livres que se mantêm cativas em nome do amor. Apaixonadas por presidiários, elas vivem as limitações do relacionamento e a esperança de um dia constituir uma família do lado de fora das grades.
Não vá ao cinema esperando análises de psicólogos que provavelmente diriam, “certeiros”: “estas mulheres procuram o amor dentro dos presídios porque vivenciaram relacionamentos pouco afetivos, foram abandonadas ou porque têm baixa autoestima. Pode ser que sim, pode ser que não: o filme não dá nenhum tipo de resposta pronta nem digerida, muito menos explora o senso comum. Vá aberto(a) para ouvir depoimentos singelos e profundos das próprias mulheres explicando o inexplicável. Como diria o filófofo francês Blaise Pascal, “o coração tem suas razões, que a própria razão desconhece”.
Elas contam de maneira intensa e aberta como são seus casamentos e deixam aflorar toda a subjetividade de seus amores e como, objetivamente, suas relações influenciam suas vidas. Solidão, preconceito, inseguranças, a responsabilidade de criar os filhos e cuidar de tudo sozinha, a humilhação das (curtas) visitas íntimas, a ansiedade com a espera das cartas… Joana acompanha intimamente o cotidiano de sete mulheres de presidiários da Penitenciária Central do Estado (PCE), no interior do Paraná.
Andrea: 'Imagine ter uma pessoa que não dorme com você, que não paga tuas contas e você ama? É teu marido e manda em você mesmo vendo só uma vez por semana'
O que importa é o amor