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O viajante imóvel
Publicado por Beth Muniz
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Se não me engano, no dia de hoje, em 1883, nasceu Sandokan, príncipe e pirata, tigre da Malásia.
Sandokan brotou da mão de Emilio Salgari, como outros personagens que acompanharam a minha infância.
O pai, Emilio Salgari, havia nascido em Verona, e nunca navegou além da costa italiana.
Nunca esteve no golfo de Maracaibo, nem na selva de Iucatã, nem nos portos de escravos da Costa do Marfim, nem conheceu os pescadores de pérolas das ilhas Filipinas, nem os sultões do Oriente, nem os piratas do mar, nem as girafas da África, nem os búfalos do Velho Oeste.
Mas graças a ele, eu sim, estive, eu sim, conheci.
Quando a minha mãe não me deixava ir além da esquina de casa, os romances de Salgari me levavaram a navegar os sete mares do mundo e outros mares mais.
Salgari me apresentou a Sandokan e a lady Mariana, seu amor impossível. A Yáñez, o navegador. Ao Corsário Negro e a Honorata, filha de seu inimigo, e a tantos amigos que ele havia inventado...
... para que o salvassem da fome e o acompanhassem na solidão.
*****
Eduardo Galeano, Os Filhos dos Dias.
4 comentários:
E esse cara etá com toda a razão, viajamos e conhecemos muitos dos nossos "amigos" imaginários através da leitura sim. E como aprendemos muitas coisas que nem sabíamos que existia.
Maravilha de compartilhamento.
Abraço
— Boa noite Beth Muniz,
os romances nos levam mesmo a lugares de fato espetaculares.
Sabores e delícias que jamais esqueceremos.
Foi um prazer apreciar esta leitura!
Obrigado querida!
Até mais...
Interessante isso, Beth. Não conhecia mas deve ser muito bom. Os romances devem ser incríveis msm. bjs
Muito interessante a história! Incluindo o realismo que muita das vezes vivemos em nossa sociedade.