Menu Principal

Até tu Finlândia?

1
A Finlândia fez a maior greve geral das últimas duas décadas. 

Portanto, ao contrario do que muitos de bico grande teimam em afirmar, pode-se concluir que a crise Econômica Mundial é mesmo global. 

Para os "economistas" de plantão na imprensa tupiniquim, que gostam de comparar um Condado (Finlândia), com um Continente (Brasil), deve ser desesperador saber que até na Finlândia os trabalhadores também fazem greve geral. Deve ser doído perder referência... Já que patriotismo e nacionalismo perderam faz tempo.

Neste 19 de setembro, dezenas de milhares de finlandeses manifestaram-se no centro de Helsinque, paralisando a capital finlandesa, contra um pacote de medidas de austeridade anunciado pelo governo de centro-direita.

Portos, aeroportos, transportes urbanos, correios, fábricas de papel, comércio e serviços públicos foram dos setores mais afetados pela paralisação. O protesto foi convocado pelas três centrais sindicais do país – SAK, STTK e Akava –, que representam 80% da população ativa (2,2 milhões). 

Na semana passada, depois de fracassarem as negociações com patrões e sindicatos para um "contrato social" que reduzisse os custos de produção, o governo dirigido por Juha Sipila anunciou medidas para reduzir a despesa pública e o custo do trabalho.

E... Tome austeridade...

Entre estas medidas estão a redução dos dias de férias dos trabalhadores - dos atuais 38 para 30, com a qual o governo prevê poupar 640 milhões de euros. A redução do pagamento de horas extraordinárias e a redução do pagamento do primeiro dia de baixa por doença de 100% para 75% do salário.

Outra medida é a redução de 1,72% da prestação paga pelas empresas à Segurança Social por cada trabalhador e transformar dois feriados em dias livres não-remunerados.

As três centrais sindicais opõem-se unanimemente ao pacote de cortes, argumentando que eles afetam sobretudo os funcionários públicos e os trabalhadores com empregos precários. "O corte das horas extra é uma tesourada nos nossos rendimentos, que pode chegar a um quarto dos nossos salários”, disse a enfermeira Sirkku Alsthed, que completou: “Se todos temos de contribuir para sair desta situação, também os empregadores deviam contribuir com a sua parte.”

A recessão em que a Finlândia está mergulhada entra no quarto ano consecutivo. O seu PIB está 4,5% abaixo do valor registado em 2007. A dívida pública duplicou para 63% do PIB e o desemprego já atinge 11%.

O atual governo, formado em maio, é composto pelo Partido do Centro, de Sipila, pelos Verdadeiros Finlandeses, um partido eurocético de direita, e pelo Partido da Aliança Nacional (NCP, conservador). O governo finlandês foi um dos mais duros em relação à Grécia na maratona de reuniões do Eurogrupo, defendendo a austeridade extrema para o país e opondo-se a um novo resgate, e manifestando-se a favor da expulsão da Grécia do Euro.

*****

Agora que a "mídia baixa estima" não tem mais como fazer comparações desconexas entre o Brasil e a Finlândia  sobre "qualidade de vida e felicidade", vamos ver o que irão inventar para exibir no JN, que se afunda cada vez mais mais a cada dia que passa,

A conferir...

Arrepare não...

1
Mas enquanto engomo a calça,
Eu vou lhe contar...

Uma história bem curtinha,
Fácil de cantar...

Se você jurar...

0
Há 110 anos, nascia Ismael Silva, 

um dos principais nomes do samba e o fundador da primeira escola de samba do país. 

Vinícius de Moraes dizia que Ismael era um dos três maiores sambistas de todos os tempos. 

Chico Buarque de Holanda reconhece que se inspirou, e muito, em Ismael.

Milton de Oliveira Ismael Silva, conhecido como Ismael Silva, nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 14 de setembro de 1905.

Saiba mais sobre o sambista na matéria da TV Brasil, no vídeo abaixo.


A que horas ela volta? e os patrões que não querem pagar o FGTS a quem cria seus filhos

0
Na tarde do dia em que iria assistir Que Horas Ela Volta?, fui ao supermercado. Na fila do caixa, observei que a moça que ia me atender conversava com uma senhora parecida com ela, ao mesmo tempo que fechava a conta de outro freguês. A caixa era uma jovem negra linda, de coque no cabelo, que chamou a minha atenção. A senhora com quem falava também tinha traços bonitos, embora mais velha e com aparência castigada. Reparei que a menina tratava a mulher pelo nome, mas achei que pareciam parentes. Tia e sobrinha, talvez?

Quando chegou a minha vez de pagar, perguntei: “Aquela senhora com quem você estava conversando era sua tia?” Ela respondeu: “Não, é minha mãe. É que ela trabalha como babá a semana toda, só vai para casa domingo de manhã. E a gente só se vê quando ela vem aqui no supermercado comprar alguma coisa.” Achei tão triste… “Puxa, que duro, né? Ela cuida dos filhos dos outros e mal vê os dela.” A mocinha concordou: “É, sim, uma vida difícil.”

Foi muito curioso ter vivido esta cena justo horas antes de ir ao cinema, porque o filme de Anna Muylaert trata exatamente disso: de uma babá que cuida, com todo amor e dedicação do mundo, do filho de outras pessoas em São Paulo enquanto a própria filha está sendo cuidada por parentes em um Nordeste distante. Conto essa história não porque tenha sido uma tremenda coincidência: as Val (a empregada vivida brilhantemente por Regina Casé) estão em toda parte Brasil afora, de preferência usando uniforme branquinho.

Esta, aliás, foi a primeira coisa que pensei ao assistir ao filme: o que será que um estrangeiro vai pensar ao descobrir este “segredo” brasileiro, o de que até hoje existe empregada doméstica vivendo em um quartinho dos fundos nas casas da burguesia? Que, em pleno século 21, mantemos este resquício da escravidão? Que ainda há doméstica sem o direito de nem mesmo ter sua própria casa, sua própria família e de poder cuidar dos próprios filhos?

O olhar, o paladar, o olfato, o toque e a audição: os sentidos das desigualdades

0
Acho sempre curioso quando escuto que as mulheres e @s negr@s precisam ter voz na política (e outros grupos excluídos). Não porque haja algo de estranho em uma reivindicação tão justa. Mas porque ela me lembra de uma teoria que criei um dia, e que chamei de os "sentidos das desigualdades".

A minha teoria consiste, basicamente, em acreditar que os preconceitos implicam uma experiência sensorial própria. Eles entram pelos sete buracos das nossas cabeças, como se pudéssemos ser racistas ou sexistas com os nossos cinco sentidos.

Isso é muito mais sutil do que o machismo que se manifesta por meio de uma frase como "essa mulher merece ser estuprada", ou através do xingamento de "macaco" dirigida a uma pessoa negra. Mas não significa menos perverso.

Para quem sofre os sentidos das desigualdades, é como se estivesse suspensa no ar uma agressão iminente, a todo momento. Para quem pratica, é como um gesto natural, instintivo. Como comer, ouvir, enxergar, sentir e cheirar.

1º sentido da desigualdade: o olhar

Uma vez uma amiga negra me disse que até o olhar pode ser racista. Ela argumentava que é comum que as pessoas brancas não se lembrem do rosto de pessoas negras, ou achem que elas são todas parecidas.

Eu fiquei chocada em perceber que ela tinha razão. O preconceito impregna de tal forma no que somos e como entendemos o mundo que ele molda a nossa capacidade de memorizar rostos e de distinguir entre eles.

Nós, mulheres, estamos acostumadas (o que não significa conformadas) com uma relação incômoda com o olhar. Em todos os espaços públicos, sejam eles políticos, de trabalho ou até mesmo de lazer. Olhares que percorrem o corpo todo e são encontrados, perdidos e incômodos, dentro de um decote.

Olhares gulosos que, mais do que uma atração entre iguais, afirmam uma posição submissa do objeto de desejo de outro. E a submissão é rapidamente reconhecida quando baixamos o olho, envergonhadas da condição de mulheres que atraem o desejo, mas que não possuem voz para dizer não.

2º sentido da desigualdade: o paladar

Eu costumo brincar que basta andar de casa até o ponto de ônibus para uma mulher se sentir comestível. Afinal, qualquer caminho corriqueiro pela rua é inundado de "gostosa", "delícia", "te chupava toda", "te comia todinha".

Já cheguei a pensar que tinham me confundido com uma mulher fruta. Mas não. A questão é que ocupar essa posição submissa de desejo de outro é vir ao mundo para satisfazer as necessidades fisiológicas de alguém. De forma compulsória. E, já dizia o cartaz de um filme brasileiro "o homem é sexo e estômago".

No caso das mulheres negras isso é ainda agravado pelo "sabor exótico", como se minhas amigas que trabalham, militam, sorriem e choram fossem apenas aperitivos besuntados de pimenta e dendê. O sabor exótico, contudo, ativa a libido. Inclusive o paladar internacional.

3º sentido da desigualdade: o olfato

Nós, mulheres, fomos criadas para propiciar ao mundo uma experiência sensorial agradável. Estarmos bonitas, alinhadas e com as unhas impecáveis. E, o mais importante, cheirosas. Até porque o paladar depende do olfato.

Mas o cheiro é, antes de tudo, um divisor de classe e raça. Há pouco mais de um ano uma ex-BBB declarou, ao vivo e em rede nacional, que ela tinha um pouco de negra. Porque se ela não usasse desodorante ficava com "cheiro de negrinha".

WIDGETS QUE ABREM COM A BARRA DO FOOTER

Acompanhe o Feed

Fechar

ou receba as novidades em seu email

Digite seu email:

Entregue por FeedBurner

BARRA DO FOOTER

Blog desenvolvido por

Site Desenvolvido por Agência Charme
Bookmark and Share

Traduzir este Blog

Visitas

Assine o Feed

Curtir

Minimizar