'Vir aqui todas as quintas é um ato de amor', disse Hebe de Bonafini.
Ativistas marcham desde 1977 por memória, verdade e justiça para vítimas da ditadura
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As Mães da Praça de Maio, associação que reúne mães e familiares de desaparecidos da ditadura militar argentina (1976-1983), realizaram no dia 11/08, sua 2.000ª marcha semanal na praça de Buenos Aires que lhes dá nome.
As Mães foram acompanhadas por milhares de pessoas e pediram pela 2.000ª vez por memória, verdade e justiça para as vítimas da ditadura. “Vir aqui todas as quintas-feiras é um ato de amor”, disse Hebe de Bonafini, líder da associação, em discurso durante o evento.
"Este país deve aos desaparecidos uma explicação", continuou Bonafini. "Vamos ter que encher muitas praças para essa reivindicação". A ativista também destacou os governos de Néstor e Cristina Kirchner e afirmou que o kirchnerismo "nos deu 12 anos de felicidade".
Antes da marcha histórica, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner visitou a sede da associação e almoçou com as Mães. “Naquela época tão dura ninguém se animou a lutar mais do que elas”, disse Cristina, acrescentando que as ativistas “falam como se estivessem para completar 20 anos de idade e falam das quintas-feiras - as marchas passadas -, como se fosse ontem”.
A primeira marcha das Mães foi realizada no dia 30 de abril de 1977, ano seguinte à instauração do regime militar liderado por Jorge Videla. Desde então, elas se reúnem todas as quintas-feiras na Praça de Maio e marcham ao redor da Pirâmide de Maio, monumento do local.