Contra onda conservadora, Marina Lima lança funk debochado 'Só os coxinhas', e apresenta seu 21º disco na carreira, 'Nova Família'.
São Paula – A nova onda conservadora que assola o mundo foi inspiração do último lançamento da compositora carioca Marina Lima, com o funk Só os Coxinhas. Composição inédita em cima do chamado batidão, a música retomou a parceira com Antonio Cícero, irmão, poeta, filósofo e membro da Academia Brasileira de Letras.
Em entrevista à jornalista Fabiana Ferraz, da Rádio Brasil Atual, na última terça-feira (27), Marina falou sobre o não limite para compor e seu novo trabalho Nova Família, seu 21º disco, que foi lançado no dia 16. Segundo ela, a inspiração do título são as novas formas de amor presentes na sociedade.
"As famílias novas de hoje não são só homem e mulher, são pessoas que se amam e querem morar juntas. Novas Famílias é um mundo abrindo espaço para todos que estão dentro", explica.
De acordo com ela, o funk lançado mostra que sempre foi livre no método de criar e produzir, mesmo com a onda conservadora no país. "Não existe limite, não tem música vulgar. Eu achei que a hora era oportuna, porque existe de novo uma coisa cíclica, uma caretice enorme no mundo, que é a direita ditando regras contra tudo, sem consciência social. Coxinha é isso, é chato, careta, sem noção", afirma a artista.
Nos anos 1980, momento em que o país passava por muitas mudanças e por um processo de transição democrática, Marina Lima cantava a liberdade, a dor e o amor, sempre com muita atitude. Ela sempre foi protagonista de suas canções – uma postura inovadora para a época, quando as cantoras brasileiras eram só interpretes.