Travessia, além de ser título da bela, porém triste, música de Milton Nascimento, para mim significa a capacidade de poder me transportar de um ponto a outro, distante, sem perder o elo de ligação com o ontem, o aqui e agora, e o amanhã.
Fazer esta Travessia é a finalidade deste Blog. Um abraço a todos (as).
Voltem sempre.
Beth Muniz
Considerada a melhor cantora do milênio pela BBC de Londres, ela nasceu em Vila Vintém (Rio de Janeiro) no dia 23 de junho de 1937. Cantora de samba com mais de dez álbuns lançados, ela foi casada com Mané Garrincha com quem teve um filho, que morreu em um acidente de carro com apenas nove anos de idade.
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a minha escolha é essa mulher incrível, com uma história de lutas, de perdas, de conquistas, uma guerreira, uma vitoriosa.
MULHER DO FIM DO MUNDO
(Romulo Fróes e Alice Coutinho)
Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé
Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor
Na avenida deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida deixei lá
A minha fala, minha opinião
A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do
Resto
Dessa
Vida,
Na avenida,
Dura
Até
O fim
Mulher
do fim
do mundo
Eu sou
Eu vou
Até o fim
Cantar
A intenção era usar os carros alegóricos para "civilizar" a festa; o uso destes veículos inaugurou os desfiles.
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No dia 28 de fevereiro de 1854, o carnaval de rua do Rio de Janeiro ganhava uma novidade. Era o desfile dos primeiros carros alegóricos movidos a tração animal. Puxados por burros, enfeitados, lotados de foliões, eles estrearam como vitória da elite carioca, que queria fazer uma festa elegante para substituir o entrudo, que chegou ao Brasil no século 17, introduzido pelos portugueses.
O entrudo era muito criticado, pois a brincadeira popular era jogar água suja e urina nas pessoas, entre outras coisas. A intenção era usar os carros alegóricos para civilizar a festa. De acordo com pesquisadores, o uso dos destes veículos também inaugurou os desfiles de carnaval. A ideia de usar carros ornamentados em cortejos, junto com as máscaras e fantasias, foi inspirada nos carnavais da época, em Paris, na França e em Veneza, na Itália.
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História Hoje: Radioagência Nacional sobre fatos históricos relacionados a cada dia do ano.
No ano em que se comemora o centenário do samba, ouvi-la é missão. Por sua história artística pessoal e pela riqueza de narrativas que testemunhou e protagonizou e personagens com quem conviveu. O Portal Vermelho compartilha com você, internauta, histórias de samba contadas por quem traz a herança do berço.
A conversa foi na Assembleia Legislativa de São Paulo no começo da tarde deste novembro, mês que mal consegue se manter em pé após um ano de tanto ebulição política. Leci conhece o parlamento também. Cumpre o segundo mandato como deputada estadual pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB-SP) em São Paulo. Gabinete aberto ao povo, generoso, como o seu samba.
Quando Leci surgiu para o Brasil trouxe com ela o universo comunitário, étnico e sonoro da população negra de uma parte do Rio de Janeiro. Um conhecimento que nasceu em casa no cotidiano da dona Lecy, mãe da cantora e da madrinha Lurdes Bolão.
“A minha família, minha mãe, a minha avó e a minha madrinha saíam na Mangueira. A irmã de dona Neuma, acho que era a Cecéia, trabalhava na fábrica de tecidos Confiança junto com a minha mãe. Hoje o local é um supermercado”, contou Leci.
A Companhia de Fiação e Tecidos Confiança Industrial funcionou em Vila Isabel de 1936 a 1960 e foi citada nos versos de Noel Rosa: “Quando o apito da fábrica de tecidos...”.
Leci era pequena no período a que se refere. “A Lurdes trabalhava com minha mãe na fábrica e morava no morro. O Jamelão trabalhava na fábrica junto com minha mãe. Conheci dona Zica quando ia almoçar na casa da Lurdes. Ela fazia feijão, matava porco. Eram todos mangueirenses. Não conheci dona Zica porque queria conhecer a mulher do Cartola. Era o ambiente natural”, contou Leci.
Dona Neuma, Jamelão, Cartola e Dona Zica são nomes conhecidos do brasileiro a despeito do desleixo e omissão das instituições do país com a memória da cultura negra e popular.
Adulta, Leci foi levada pelo sambista Zé Branco (descrito por ela como “branquinho de olhos azuis”) a uma reunião na ala de compositores da Mangueira. Ela tinha 29 anos. Cartola, Carlos Cachaça eram alguns dos bambas. Fez “estágio” (precisava apresentar os próprios sambas e passar pelo crivo dos veteranos) e um ano depois recebeu a carteira de compositora da Mangueira.
Miguel Couto é distrito de Belford Roxo. Fica pertinho de Nova Iguaçu, uma das cidades mais importantes da Baixada Fluminense. É lá que a minha família vive até hoje.
Foi lá que pela primeira vez ouvi falar em Jovelina Pérola Negra.
Mais tarde, ao frequentar as Quadras das Escolas de Samba Portela e Serrinha (Império serrano), tive o prazer de conhece-la e vê-la versar samba de terreiro - o verdadeiro pagode-, ou como queiram, samba de raiz.
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Jovelina Faria Belfot, conhecida como Jovelina Perola Negra, Carioca da Gema, nasceu em 1944, mas foi criada na Baixada. Era negra-forte e tinha uma poderosíssima voz. Foi empregada doméstica, lavadeira e vendedora de linguiça. Fã de Bezerra da Silva (também da Baixada), e inspirada nele, começou a fazer apresentações no Vegas Sport Clube acompanhada pelo amigo Dejalmir. Que lhe deu seu nome artístico, relacionando-a a cor da pele de Jovelina. Desfilou por anos na ala das baianas do Império Serrano, sua escola de coração.
Começou a cantar na quadra da escola, ao lado de artistas como Roberto Ribeiro e Jorginho do Império, aumentando o caixa para financiar os desfiles. O Brasil só teve o prazer de conhecer a artista, quando ela estreou em 1985 com sua participação na coletânea Raça Brasileira. Tempos depois a cantora gravou seu primeiro disco solo com músicas de sua autoria e de compositores como Arlindo Cruz, Nei Lopes, Serginho Meriti, entre outros.
Respeitada no mundo do samba, passou a ser considerada herdeira natural de Clementina de Jesus.
Na Dinamarca não existe verão, segundo muita gente acredita. É frio o tempo todo. Mas uma atriz dinamarquesa (não me lembro qual) disse sobre isso: “Existe sim. No ano passado até caiu num domingo”.
Sobre políticos, não só no Brasil, a pergunta é: existem honestos? Existem sim, e acho que, aqui, não tão raros como os verões na Dinamarca. Segundo a resposta dessa moça, o verão dinamarquês dura um dia, ou seja, é um em cada 365.
No Congresso Nacional existem 513 deputados e 81 senadores, além de um monte de suplentes cobiçando vagas. Quando o Lula era oposição, e não usava os “bons serviços” desses parlamentares, disse que na Câmara dos Deputados havia uns trezentos picaretas. Acho muito otimismo acreditar que tinham mais de duzentos lá que não eram picaretas. Mas também, como hoje, não chega a ser apenas um honesto em cada 365. Não duvido que achem lá uns dez ou quinze deputados e uns cinco ou seis senadores em que se pode confiar.
Mas os eleitores… Caramba! Nunca vi tanta gente cobrando honestidade como no ano passado e neste. Para falar dessa gente, terei que usar expressões de “antigamente”, já que quando se fala em caráter, retidão, honradez, honestidade e essas coisas todas, “antigamente” era sempre melhor. Então, são pessoas impolutas, de caráter sem jaça. Talvez possam responder à pergunta contida no samba de Noel Rosa: “O povo já pergunta com maldade / onde está a honestidade?”.
E certamente são indivíduos que não se encaixam naquele samba de Bezerra da Silva que diz assim:
Há 34 anos morria o compositor Silas de Oliveira, autor de sambas de enredo que se tornaram clássicos, como Aquarela Brasileira, Os Cinco Bailes da História do Rio, Glórias e Graças da Bahia e Heróis da Liberdade, em parceria com outros compositores, inclusive Dona Ivone Lara..
Silas era professor de português, e se apaixonou pela aluna Elaine dos Santos. Naquela época fez amizade também com o jornaleiro Mano Décio da Viola. Junto Mano Décio, Silas e Elaine começarem a frequentar as rodas de samba nos morros cariocas e nos tradicionais pagodes das tias baianas, na Praça Onze, regados a muita bebida, comida e batucada.
Em 1947, Silas de Oliveira ao lado de Mano Décioe outros compositores, fundou a Império Serrano e se tornou um dos grandes compositores da escola de samba de Madureira. Conquistaram o carnaval no ano seguinte.
Nos anos de 1949 e 1951, Silas e Mano venceram a disputa do melhor samba enredo da escola com as músicas Exaltação a Caxias e o Caçador de Esmeraldas.
Silas dedicou 28 anos de sua vida ao Império Serrano. Nesse período fez 16 sambas para a escola, das quais 14 foram apresentados no desfile oficial.
Quando o amigo Mano Décio foi para a Portela, a dupla se desfez. Mas Silas continuou compondo para a Verde-e-Branco de Madureira e muitos de seus sambas se tornaram clássicos do gênero.
Em 1968, com a volta de Mano Décio para a Império Serrano, os dois se enfrentam na disputa pelo melhor samba de enredo. Silas derrotou o antigo parceiro com a composição Pernambuco, Leão do Norte.
No ano seguinte, a dupla é refeita na última parceria e compõem o Heróis da Liberdade, em um ano em que o jeito de fazer samba-enredo passava por grandes modificações, sobretudo no andamento acelerado, lembrando marcha carnavalesca.
Em 1972, Silas de Oliveira foi a uma roda de samba, pensando arranjar dinheiro para matricular uma de suas filhas no vestibular. Quando cantava Os Cinco Bailes da História do Rio - parceria com a Dona Ivone Lara -, sofreu um infarto fulminante.
"Quem tem medo da Liberdade, detesta a Democracia. Um grupo de sambistas e atores se reuniu para cantar e dançar em defesa da democracia.
O samba A minha liberdade custou sangue foi composto por artistas de esquerda que protestam contra o governo de Michel Temer, instalado depois de um golpe de Estado, e suas manobras arbitrárias, como o fechamento do Ministério da Cultura.
A produtora Roda Mundo, da atriz Ana Petta e de Paulo Celestino realizaram o vídeo com a participação de atores e mestres do samba, entre eles Nelson Sargento e Seu Dadinho.
O vídeo foi produzido nas capitais paulista e fluminense e traz, entre outros nomes, Moacyr Luz, Herminio Belo de Carvalho, Ney Lopes, Wilson Moreira, José Trajano, Carlinhos Vergueiro, Leci Brandão e Railídia Carvalho.
A canção denuncia o golpe e exalta a coragem e a valentia do povo brasileiro que está pronto para resistir uma vez mais para barrar este atentado contra a democracia. “E veio o golpe, e um governo ilegítimo em menos de 24 toma de assalto muitas de nossas conquistas, fim do Ministério da Cultura, do Ministério das Mulheres, e da Igualdade Racial. Quem tem medo da liberdade detesta a democracia”, denuncia.
“A minha liberdade custou sangue, tantas lágrimas, a força, o filho, a sorte, viu a morte já esquálida. Mas seguiu juntando os pedaços de novo, prenhou-se de fé e pro povo pariu democracia”, diz a canção composta por Arthur Tirone, Bruno Ribeiro, Douglas Germano e Fernando Szegeri.
Marisa Monte e Tereza Cristina cantam Argemiro Patrocínio.
Portelense, compositor faria 93 em 2016.
A música popular brasileira tem compositores desconhecidos que são considerados verdadeiros mestres. Parece uma incoerência? Pode até ser, mas algumas vezes, aqueles que verdadeiramente tem talento, não são considerados comerciais, vendáveis e - por isso mesmo - são praticamente abandonados pelas grandes gravadoras.
Um bom exemplo é o sambista Argemiro Patrocínio, que aos 81 anos ganhou em 2002 seu primeiro CD. Uma façanha de Marisa Monte e sua gravadora. Argemiro morreu um ano depois, em 21 de maio de 2003, porém, feliz por ter realizado o sonho de ter gravado um disco.
Marisa, apaixonada pelo samba de raiz, vem resgatando a velha guarda e fez um documentário para o cinema. Ninguém sabe ao certo em que dia ou mês Argemiro nasceu porque ele nunca teve registro. Sabemos apenas que foi em 1923 e a gente não vai perder a oportunidade de comemorar.
Argemiro patrocínio e seu samba mais do que autêntico, é destaque em mais um Momento Três, da Nacional FM Brasília.
Ouça Fim de Romance com Tereza Cristina. Antes, Lágrimas e Tormentos com Marisa Monte e abrindo o bloco Solidão com o próprio Argemiro.
No rádio, esta edição vai ao ar às 10h e às 22h, desta sexta-feira (19), mas você já pode conferir o programa por aqui, no playerno topo desta matéria.
Toda vez que vou à minha cidade maravilhosa passo na rua do Lavradio.
Quando o tempo é curto, é só passagem mesmo, para me embriagar de cultura. A Lavradio é uma ruazinha de pequena em extensão e grande em arte e cultura. Fica ali nas cercanias dos Arcos da Lapa. E é la que fica o Scenarium.
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Pelo quarto ano consecutivo, a Rua do Lavradio, na Lapa, oferecerá aos foliões, durante o carnaval, uma opção de lazer diferente. Totalmente gratuita, a programação do Lavradio Fest Jazz começará sempre às 13h, estendendo-se até as 18h30, nos dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro.
As oito bandas que se apresentarão como opção aos blocos têm entre seus integrantes músicos estrangeiros. Um deles é o cantor, guitarrista e arranjador norte-americano Mark Lambert, que lidera o Quinteto Rádio Swing, formado por grandes instrumentistas brasileiros. As duas mais consagradas cantoras de jazz da noite carioca, a hondurenha Indiana Nomma e a americana Alma Thomas, se apresentam com o quinteto Dolls and Dames New Orleans Band. Juntas, elas prestam homenagem às cantoras nascidas em Nova Orleans, nos Estados Unidos, que fizeram parte do cenário musical durante os anos de 1930, 1940 e 1950.
O produtor musical do Grupo Scenarium, promotor do festival, Thiago Espósito, destacou que o jazz que se ouvirá no local é o mesmo tocado no Mardi Gras, carnaval de Nova Orleans, uma das festas populares mais famosas do mundo. “Tem tudo a ver. Também é uma programação com músicas de carnaval, só que o carnaval de Nova Orleans”.
A Rua do Lavradio costuma ficar lotada durante o festival. “O pessoal adora”, comentou Espósito. As bandas fazem dois shows gratuitos por dia em um palco montado na rua. Segundo o produtor, Nova Orleans é a cidade que mais se assemelha ao Rio de Janeiro no quesito carnaval e o festival é a oportunidade de apresentar o jazz de Nova Orleans a quem ainda não conhece esse tipo de música e acha que é uma coisa desanimada. Ele disse que quando a pessoa passa a conhecer, desmistifica crença de que o jazz é chato e vê que esse tipo de música é muito bom. "Muita gente fica na frente do palco dançando”.
Fazem parte também do repertório o jazz cigano, o charleston, o ragtime, o hot jazz.
Com informações da Agência Brasil. ***** Pessoal, faremos uma pausa. Voltaremos após o Carnaval. Até lá.
A data foi criada para que possamos refletir sobre a importância da cultura e da história do negro no Brasil. Neste dia, no ano de 1695, morreu Zumbi dos Palmares, um símbolo da resistência à escravidão.
Zumbi, que quer dizer “a força do espírito presente”, era filho de guerreiros angolanos. Ele nasceu em um povoado de escravos no Brasil chamado de quilombo. Foi capturado quando criança por soldados e entregue a um padre chamado Antonio Melo. Esse padre lhe ensinou o português e o latim. Batizado, recebeu o nome de Francisco. Apenas Francisco.
Aos quinze anos, ele fugiu e voltou para o Quilombo.
Lá, ele se tornou um líder e lutou contra a escravidão. Ficou conhecido como Zumbi dos Palmares.
Palmares foi o nome dado à região onde ficava o quilombo porque tinha muitas palmeiras. Hoje, é o estado de Alagoas.
Uma expedição militar foi designada para destruir o povoado. Cerca de nove mil homens armados com canhões derrotaram o movimento do quilombo. No dia 20 de novembro de 1695, encontraram e mataram Zumbi.
Em 2003, no primeiro governo do presidente Lula, por meio de uma lei, esse dia foi declarado como o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa mesma lei tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
O resultado é que hoje, em todas as escolas do país, os alunos estudam a história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
Inegável contribuição.
Saibam aqui, quais são os Estados e Municípios que Decretaram feriado no dia 20 de novembro.