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Estupros: A Tolerância deve ser Zero

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Nota pública da ONU Mulheres Brasil sobre estupros coletivos

A ONU Mulheres Brasil se solidariza com as duas adolescentes vítimas de estupro coletivo: uma, no Rio de Janeiro, violada por mais de 30 homens, e outra, em Bom Jesus (PI), vitimada por cinco homens. Além de serem mulheres jovens, tais casos bárbaros se assemelham pelo fato de as duas adolescentes teriam sido atraídas pelos algozes em tramas premeditadas e terem sido violentamente atacadas num contexto de uso de drogas ilícitas.

Nesse sentido, a ONU Mulheres solicita, aos poderes públicos dos estados do Rio de Janeiro e do Piauí, que seja incorporada a perspectiva de gênero na investigação, processo e julgamento de tais casos, para acesso à justiça e reparação às vítimas, evitando a sua revitimização. Alerta, ainda, que uma das formas com que a revitimização acontece é pela exposição social da vítima e dos crimes, incluindo imagens e vídeos em redes sociais e demais meios de comunicação, em ações de violação do respeito e da dignidade das vítimas, entre eles a falta de privacidade, a culpabilização e os julgamentos morais baseados em preconceitos e discriminações sexistas.

Como crime hediondo, o estupro e suas consequências não podem ser tolerados nem justificados sob pena do comprometimento da saúde física, mental e emocional das mulheres, as quais devem dispor de todas as condições para evitar a extensão do sofrimento das violências perpetradas. Deste modo, urge a plena aplicação da Lei 12.845/2013 de atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual, com profilaxia de gravidez e antirretrovirais, em consonância com normativas internacionais a exemplo da Declaração sobre a Eliminação das Nações Unidas sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres

Por fim, a ONU Mulheres reforça a necessidade de garantia e fortalecimento da rede de atendimento a mulheres em situação de violência e de órgãos de políticas para as mulheres e profissionais especializadas e especializados em gênero em todas as esferas governamentais, para o pleno acolhimento às vítimas, primando pelo cumprimento de protocolos, pela celeridade e pela humanização nos procedimentos de saúde, assistência psicossocial e justiça em todas as etapas do atendimento às vítimas e seus familiares, assim como a rigorosa punição dos agressores. À sociedade brasileira, a ONU Mulheres pede a tolerância zero a todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização.

Nadine Gasman
Representante da ONU Mulheres Brasil

Enquanto isto, na Temerlândia…

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Eu, Temerlão I, no uso de minhas atribuições usurpacionais, decreto provisoriamente o seguinte, ad sæcula sæaculorum:

Para aprimorar a agenda social de nossa amada Temerlândia, ficam instituídos os seguintes programas, que suspendem todos os demais anteriores:

1. O Bolsa Elite. Como se sabe, dinheiro para pobre é gasto, dinheiro para rico é investimento. Todos as famílias que pertençam ao 1% mais rico da nação receberão um auxílio-investimento no valor anual de 1% de sua riqueza para ajuda-los a gerir seu capital em prol de criar mais riqueza ainda. A bolsa será dada sempre através dos membros machos destas famílias.

2. O Mais Pobres. O corte dos outros programas anteriores visa incrementar em número, grau e qualidade a pobreza no país. Como se sabe, nosso programa educacional já em curso, Bíblia para todos, precisa  mais e mais de adeptos fervorosos. Assim os cada vez mais pobres poderão rezar mais e efusivamente para garantir uma melhoria. Na outra vida, é claro.

3. O Menos Médicos e Mais Doenças. Os grandes economistas da amada Temerlândia, reunidos no Instituto Malignum, garantem que ter muita gente com saúde é mau para o país, pois faz o PIB cair. Ao contrário, o incremento do número de doenças, doentes, epidemias, pandemias, desnutrição e outras bem-vindas mazelas faz o PIB aumentar, pelos gastos e desgastes que provoca.

4. O Minha Miséria, Minha Vida. Viver ao ar livre é ótimo. Assim, cortando investimentos habitacionais, propiciaremos o aumento dos sem teto em nossa querida Temerlândia, que, ao ar livre, além de gozarem da natureza, poderão ficar doentes, incrementando também, em efeito cascata, o Menos Médicos e Mais Doenças.

5. O Trevas para Todos. Os melhores oftalmologistas, psicólogos e filósofos do Instituto Malignum garantem que viver na escuridão estimula o pensamento e aguça a reflexão introjetada ao invés da intrometida. Assim suprimiremos o fornecimento de energia elétrica para pelo menos 15% das famílias que fizerem parte do incremento promovido pelo Mais Pobres. Os mais atingidos pelo Trevas para Todos poderão ficar deprimidos, incrementando assim o Menos Médicos e Mais Doenças e o Minha Miséria, Minha Vida.

Como se vê, a sinergia e a integração entre nossos programas são totais.

Mas tem mais.

Trancados na Noite

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- Trancados na noite, milênios afora,
forçamos agora
as portas do dia.

Faremos um povo de igual rebeldia.

Faremos um povo de bantus iguais
no só Casa Grande do Pai.

Os Negros da África,
os Afros da América,
Os Negros do Mundo,

na aliança com todos os Povos da Terra.

(Pedro Tierra e Robertinho Silva)

Missa dos Quilombos, 1981.

*****
Coleção Milton Nascimento, 1982.





Childhood do Brasil: Escute as vozes das suas crianças. Escute o silêncio também

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Existe um jeito de evitar a história. 

O dia 18 de maio, foi o dia do combate à violência infantil. Entendo que esta data seja relevante para esclarecer sobre diversos tipos de crimes cometidos contra à infância, que vão dos maus tratos ao abuso sexual, passando pela exploração de menor e outras barbáries que eu, pessoal e particularmente, não posso deixar de confessar o queixo caído frente à triste realidade: se quando acontece algo desrespeitoso entre um adulto e outro já é difícil de entrar na minha cabeça como "possível". Contra crianças me dão um nó na caixola - pra mim, é a comprovação de um mundo onde a existência do mal é permitida, mesmo que para proporcionar o exercício da evolução e do livre arbítrio. 

Mas como, sim, tudo existe, como diz meu compadre, não dá mais pra ficar calada e aí que de todos os crimes que podem ser cometidos contra uma criança, ao meu ver, está o abuso sexual. Porque criança é criança, né, e quase que ponto final. Quase que, porque por mais que eu tenha escrito e reescrito este parágrafo tentando elencar dúvidas do tipo "como é que um adulto tem atração por criança?  "Ou ", como pode sentir prazer numa relação tão desigual?", simplesmente não consigo evoluir nesta temática porque é simples e rápido assim: criança é criança e tem que ser livre pra desenvolver a sexualidade naturalmente, e não sob ameaça.

Porque é assim, viu, que a arapuca funciona: o adulto vai, bulina, invade, deteriora e, pra se garantir, o covardão chantageia o silêncio. Se a coisa física já dói, a psicologia deste mini ser já virou bagunça. E virou mesmo, não tô dando palpite onde não fui chamada. Infelizmente, a estatística deste tipo de crime é enorme, chega a ser taxado de "cultura de abuso".

Cultura de abuso, de onde é que veio isso? Veio da sua avó que foi abusada e não falou nada, continuo na sua mãe que também foi mexida e nas suas tias e primas e, quem sabe, em você mesmo porque olha, isso acontece. Isso acontece. Um argumento tão imbecil que a gente nunca espera ouvir de alguém que deveria cuidar, não é mesmo? Mas, olha, só tem a cultura do abuso aí pra amenizar e dizer que não é só com você, não é só na sua família, não é só no seu contexto. 

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