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Era ilusão pensar “que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”

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Na Praça São Pedro completamente vazia, chefe da Igreja Católica fala em esperança contra o sofrimento e diz que todos estão no mesmo barco

Era ilusão pensar “que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, disse nesta sexta-feira (27/3) o papa Francisco, em uma impressionante cena: a Praça São Pedro completamente vazia. No momento de sofrimento e medo, em que “o mundo cai de joelhos pela pandemia”, diz o Vaticano, o chefe da Igreja Católica propõe “fé e esperança”.

“Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, afirmou o papa.

Na oração aos fiéis, ele escolheu um trecho do Evangelho segundo Marcos, que fala sobre uma tempestade. “Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.” Mas, ao mesmo tempo, lembrou, isso faz lembrar que estão todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”, enquanto se questiona o atual modo de vida. “Sozinhos afundamos”, afirmou o papa.


O Brasil sabe onde está o dinheiro para proteger as pessoas e a economia. Falta governo
Solidariedade.

“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”, prossegue o papa. Segundo ele, “o Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança”.

Ele também destacou as pessoas que, neste momento, estão arriscando suas vidas. “Médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos -  mas muitos - outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.”

No final, Francisco concedeu a bênção Urbi et Orbi (“À cidade [de Roma] e ao mundo”), que só é dada em duas ocasiões, na Páscoa e no Natal. Fora isso, apenas quando é eleito um novo papa. Desta vez, a bênção foi concedida em caráter extraordinário.

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Papa marca encontro com jovens economistas em março de 2020

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O ideal de Francisco.

Lembrando o nome do encontro - “Economia de Francisco” - que evoca claramente o Santo Homem de Assis e o Evangelho que ele viveu em completa coerência, o Papa revela que tendo assumido seu nome, é uma fonte constante de inspiração:

“São Francisco nos oferece um ideal e, em certo sentido, um programa”.

Evento de Assis se chamará “Economia de Francisco” e reunirá jovens interessados em cultivar sonho de um novo humanismo, que responda às expectativas dos homens e mulheres e ao projeto de Deus.

Em maio de 2019, foi divulgada uma carta escrita pelo Papa Francisco em que ele convida jovens economistas e empresários de todo o mundo a participarem com ele de um evento e de uma ‘aliança’ a ser consolidada em Assis, de 26 a 28 de março de 2020.

Assis, segundo o Pontífice, é o lugar apropriado para inspirar uma nova economia, pois foi ali que Francisco se despojou de toda a mundanidade para escolher Deus como bússola da sua vida, tornando-se pobre com os pobres e irmão de todos. Sua decisão de abraçar a pobreza também deu origem a uma visão econômica que permanece atual. 

Uma visão que pode dar esperança ao nosso futuro e beneficiar toda a nossa família humana. É uma visão necessária também para o destino de todo o planeta, nossa Casa Comum, "nossa irmã Mãe Terra", nas palavras de São Francisco em seu Cântico do Irmão Sol.

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Raiou, Resplandeceu, Iluminou

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“Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!” (Mensagem Urbi et Orbi de 2014).

“A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quando nos damos conta de que Deus Se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo Se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de lhe abrir o nosso coração.” (Papa Francisco – Missa do Natal, 2014)

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Assim, desejo a todos e todas,

Feliz Navidad. Merry Christimas. Feliz Natal!

Economia de Francisco no Tucarena

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O Encontro Nacional da Economia de Francisco*, o primeiro no Brasil, ocorreu nos dias 18 e 19 de novembro de 2019, no Tucarena, o acolhedor anfiteatro circular da PUC/São Paulo, palco de tantos acontecimentos em prol da emancipação popular. Foram muitas mesas com convidados e convidadas de muita qualificação teórica e prática militante. Mas, acima disso, o mais energizante foi o clima que exalava muita confiança e determinação por mudanças na Economia e, acima de tudo, a serenidade da qual nos encharcou a justa razão e a possibilidade concreta do que almejamos. Ao longo da minha vida, já nada curta, participei de dezenas de seminários e congressos sobre os mais variados temas. Nenhum me ensinou e emocionou tanto e me deu tantas esperanças como este, de que podemos fazer uma nova economia, centrada na justiça social, oposta a que vem sendo aplicada na maioria dos países do mundo, Brasil à frente.
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O Movimento da Economia de Francisco está sendo gestado e impulsionado pelo Papa Francisco, mas estavam lá, além de Católicos, também Evangélicos, Mães de Santo, agnósticos etc. O nome de Francisco a essa nova Economia remete diretamente a São Francisco de Assis, o Santo dos pobres motivo, aliás, que levou o Papa a assumir esse codinome.

O entusiasmo do Papa por uma nova economia, parte do princípio, verdadeiro, de que o mundo está num estágio em que seria possível proporcionar bom padrão de vida a todos os habitantes da Terra. Em termos mundiais, como demonstra o Prof. Ladislau Dowbor, a produção de bens e serviços, o PIB, equivale a uma renda mensal de R$ 15.000,00 para uma família de quatro pessoas. No entanto, 800 milhões de pessoas passam fome, a mais degradante das condições de vida. No Brasil, a renda familiar média é semelhante, algo como R$ 12.000,00/mês. Convenhamos, é um valor que pode oferecer vida digna para todos. Todavia, o IBGE informa que metade da população ocupada, 45 milhões de trabalhadores, ganha, em média, R$ 820,00/mês ou, para aquela família de quatro pessoas, R$ 205,00/mês per capita. Ao mesmo tempo, o presidente da Vale do Rio Doce, ganha R$ 1,5 milhão/mês. O trabalhador (um daqueles 45 milhões), se não gastasse absolutamente nada dos R$ 820,00, levaria 145 anos para acumular o salário que o executivo ganha em um único mês. E, na hora de pagar impostos, o pobre paga muito mais, relativamente, do que os ricos. Mais: ao devolver, o sistema o faz, em parte, como juros para 1% das famílias mais ricas.

O problema, portanto, não é de falta de recursos, não é econômico. É única e simplesmente político. Mas economistas como Paulo Guedes, o Ministro da Economia, teimam em defender teorias e aplicam planos econômicos que justificam e fortalecem o absurdo político. O pior, é que é muito difícil cortar esse ciclo porque quem elege os políticos é justamente o poder econômico que, depois, lhes cobra a “doação” de campanha.

É essa situação de injustiça social que o Papa, por um lado, está denunciando e, por outro, procura romper, com o movimento Economia de Francisco, para levar, como dizia a saudosa Irmã Dolores, “vida em abundância para todos”, que a Terra, desde que respeitada, e a inteligência, desde que orientada para o bem comum, nos possibilitam.

Para isso, o Papa vai levar à cidade italiana de Assis, a do Santo, jovens de até 35 anos de idade, preferencialmente economistas, para que comecem a pensar uma nova economia e disseminem a crença de que ela é viável para todo o Planeta. O Encontro da PUC São Paulo foi uma preparação para Assis, a exemplo do que está ocorrendo em várias partes do mundo.

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*José Pascoal Vaz é Economista Social, doutor em História Econômica, com a tese “Desigualdade social e produtividade sistêmica no Brasil, 1960 a 2000”/USP-FFLCH, 2004.

Confira também o site da Economia de Francisco.



UM RECADO DIRETO A MORO

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Papa Francisco: juízes devem seguir exemplo de Jesus, que nunca negocia a verdade.

Em vídeo divulgado pelo Vaticano, pontífice diz em intenção de oração que juízes não deveriam ceder a pressões e interesses que contaminem suas decisões

"Rezemos para que todos aqueles que administram a justiça operem com integridade e para que a injustiça que atravessa o mundo não tenha a última palavra", intencionou o Papa em vídeo.

São Paulo – As violações por parte de operadores do Direito foram alvo de críticas do Papa Francisco. Em um vídeo divulgado pelo Vaticano mundialmente na quarta-feira (4/7), o pontífice cobrou o exercício da independência do Judiciário para que “a injustiça que atravessa o mundo não tenha a última palavra”.

Pelo Twitter, usuários consideraram a mensagem de intenção, que integra a iniciativa da Rede Mundial de Oração do Papa, um recado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que, de acordo com conversas divulgadas pelo site jornalístico The Intercept Brasil, teria rompido com o princípio de imparcialidade como juiz, para atuar em conluio com procuradores da operação Lava Jato, que condenou à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Frente à essa exposição e ao risco do ruptura do papel do judiciário, o pontífice ressaltou que os juízes devem ser “isentos de favoritismos e de pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar”. De acordo com o papa, os magistrados “devem seguir o exemplo de Jesus, que nunca negocia a verdade”.

Confira a mensagem publicada no canal Vatican News.

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Do RBA)))

Sinceramente...

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Obra que conta os bastidores da política argentina esgotou no dia do lançamento e vendeu mais de 200 mil cópias em duas semanas, e é fenônimo literário na Argentina. 

São Paulo – O livro Sinceramente (Sudamericana), escrito pela ex-presidenta Cristina Kirchner já é um fenômeno político e literário. Em sua quinta edição, vendeu mais de 200 mil cópias em duas semanas. A primeira tiragem, de 20 mil exemplares, esgotou no mesmo dia do lançamento nas livrarias, em 25 de abril. E a seção "Biografias e historias reais em espanhol", na Amazon, já tem a edição em primeiro lugar.

Na noite de quinta-feira (9), Cristina Kirchner apresenta a obra na 45ª edição da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, o evento literário mas importante do país. A apresentação – que poderá ser vista pelo canal da autora no Youtube, Facebook e Twitter – deve reunir políticos de oposição ao atual presidente, Maurício Macri, sindicalistas, além de representantes de organizações sociais, da cultura e das ciências argentinas. A expectativa é que milhares de argentinos acompanhem a fala de Cristina em dois telões colocados do lado de fora do Prédio de La Rural, que recebe o evento. Haverá também transmissão online.

Primeira mulher a presidir a Fundação El Libro – que realiza a feira – María Teresa Carbano, diz que o evento ganha ares políticos em função das eleições presidenciais argentinas, em outubro. "Presentación de Cristina Fernández de Kirchner es la principal atracción por comprensibles motivos políticos: ex presidenta, atual senadora e não se sabe se candidata... Eu vou saudá-la e dar-la as boas vindas" afirmou ao jornal Página 12.

Em pesquisa da consultoria Isonomia, divulgada também em abril, antes do lançamento do livro, Cristina aparece com 45% das intenções de voto num eventual segundo turno contra atual presidente, que teria 36%.

O sucesso do livro de Cristina é ainda maior num contexto de queda geral na venda de livros na Argentina, com redução de tiragens, configurando uma crise no setor editorial, que acompanha a crise geral da economia argentina. "Hoje, quando o país está em completo declínio político, econômico, social e cultural, espero que lendo essas páginas possamos pensar e discutir sem ódio, sem mentiras e sem queixas", diz ela em Sinceramente.

Sobre Macri, ela diz que "poderia ter sido um capitalista bem sucedido, disciplinar o setor agroexportador com taxas escalonadas e diferenciadas, mas preferiu ser o capataz do sistema financeiro", dentre outras críticas.

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), também aparece no livro, quando Cristina lembra dos avanços conquistados pela população LGBT, na Argentina, durante o seu governo. "Escrevo estas linhas em tempos de Bolsonaro, o novo presidente do Brasil que abjura das minorias e quer persegui-las... Que mundo, meu Deus!".

Na Trilha do Caminho de Francisco

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Em eleição crucial, CNBB escolhe trilhar os caminhos do Papa Francisco.

Os discípulos de Francisco combatem a promessa de guinada conservadora da instituição.

Motivo de tensão entre a ala social da Igreja Católica, a ensaiada guinada reacionária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) naufragou. Ao menos pelos próximos quatro anos, o setor do episcopado que torce o nariz para as ideias do papa Francisco continuará a atuar nas franjas da estrutura eclesiástica.

Imagem: UOL
É o que mostram os resultados da 57ª Assembleia-Geral da entidade, que elegeu o novo presidente, dois vice-presidentes, um secretário-geral e representantes de vários organismos e pastorais. A parelha principal não poderia ser mais simpática aos ideais do papa argentino, e deve abraçar seus planos para o futuro da Igreja Católica em um mundo no qual a pobreza, a desigualdade e a violência crescem sob a batuta de falsos profetas do populismo.

A presidência e a primeira vice-presidência ficaram com os moderados dom Walmor Azevedo, arcebispo regional de Belo Horizonte, e dom Jaime Spengler, de Porto Alegre. Um dos postulantes ao comando da CNBB, o antirreformista dom Odilo Scherer, de São Paulo, acabou preterido.

Os bispos também decidiram mandar um recado àqueles que atacaram a Igreja no debate sobre o meio ambiente. O segundo vice-presidente será dom Mário Antônio da Silva, bispo em Roraima. 

O grupo pan-amazônico, que reúne cerca de 90 bispos latino-americanos, teme pelo futuro dos povos indígenas e pela biodiversidade enquanto Bolsonaro ocupar o Palácio do Planalto. Os riscos advêm, na avaliação do grupo, da postura permissiva em relação ao avanço do agronegócio, ao uso indiscriminado de pesticidas, ao aumento da violência rural e à autorização para exploração farmacêutica e megaempreendimentos de turismo na floresta.

A Viagem De Théo

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Me foi apresentado pela minha Mãe.

A viagem que o Théo fez, em minha opinião, é uma viagem que todos os humanos deveriam fazer nestes tempos tão conturbados e recheados de fanatismo religioso.

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A Viagem de Theo conta a história de um adolescente, vítima de uma doença grave a ameaçar sua vida, que faz uma viagem pelos lugares sagrados e cidades santas das diversas religiões. 

No contato com o misticismo, as religiões e seus rituais, Theo vai encontrando forças que desconhecia e vai melhorando seu estado de saúde. 

Por meio da viagem de Theo vamos conhecendo, de maneira sucinta e agradável, a história das religiões: judaísmo, cristianismo, islamismo, passando pelas crenças de povos primitivos até a reforma protestante, do panteísmo às seitas mais radicais, dos pensamentos mais ecléticos e tolerantes aos fanatismos mais exacerbados. 

Na viagem, Theo visita em Jerusalém o Muro das Lamentações, o Túmulo de Jesus e a Cúpula do Rochedo, símbolos do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo, que convivem nessa cidade três vezes santa?. 

No Egito visita as pirâmides e aprende sobre a religião dos faraós e sobre o faraó Akhenaton, criador da primeira religião monoteísta. 

Na Índia, confunde-se com a mistura de várias crenças: Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Islamismo, a antiga fé de Zoroastro, vinda do Irã e toma contato com os Sirkhis. 

A Yoga, o Taoísmo e o Xintoísmo são também abordados neste livro, através da luta de Théo com sua doença, mostrando também o sincretismo das religiões africanas influenciadas pela catequese cristã no Brasil e no Caribe.

Além dessa face didática, de ensinamento sobre as religiões, o livro mostra o que todas elas têm em comum, acima de suas divergências: a procura do Homem por algo superior, que explique e justifique a existência; a necessidade humana de transcendência. 

As religiões são mostradas como ramos de uma mesma árvore, cujas raízes estão no mais profundo âmago da natureza humana. 

As seitas fanáticas são mostradas como ervas daninhas à sombra dessa árvore, necessitando ser periodicamente arrancadas. 

É também mostrado como as organizações religiosas podem ser usadas como formas de dominação pelas classes sociais mais favorecidas sobre as economicamente mais carentes. 

Fica, no leitor, a sensação de que o sentimento místico, a transcendência, é uma necessidade natural do ser humano; que as religiões têm um mesmo núcleo central: a procura filosófica de um sentido para a vida, de uma orientação ética e moral para a organização social da vida humana. 

Que tal fazer esta viagem com o Théo?

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Resumo extraído de indicações na  Internet.

O Cisma que cisma com Francisco

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Disputa pela CNBB tem guinada conservadora e combate a fake news.

Depois de muitos anos em disputa silenciosa, os campos conservador e progressista da Igreja Católica voltarão a se enfrentar na 57ª Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil, que vai acontecer em maio. Não são apenas questões espirituais em jogo. Também está em curso uma disputa pelo poder e que une organizações laicas e religiosas. Tudo bem material.

E são as reviravoltas políticas dentro e fora dos muros eclesiais que tornam esse conclave na CNBB tão importante.

Do ponto de vista político (afinal, a igreja romana é uma instituição milenar e está baseada em crenças e princípios rígidos que devem ser resguardados), a ala conservadora defende uma atuação interna, clericarista, baseada nas normas e centralizada na liturgia e na caridade. Já o campo reformista quer uma igreja que atue extramuros, crítica à desigualdade social e que lute efetivamente contra a pobreza, por meio das pastorais e comunidades eclesiais de base.

A CNBB foi fundada em 1952. Na mesma época, a cúria romana convocava o Concílio Vaticano II, que promoveu uma renovação espiritual inédita depois de duas guerras mundiais, do surgimento do nazifascismo e de décadas de diálogo com o pensamento de esquerda.

Essa mudança foi especialmente importante na América Latina, pois despertou em vários sacerdotes o desejo de atuar em favor dos pobres. Um deles era Dom Hélder Câmara, fundador da CNBB. O bispo se tornaria o grande defensor do enfrentamento do chamado “pecado estrutural”. Há uma frase atribuída a ele que resume essa ideia: “Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão; se falo das causas da fome, me chamam de comunista”.

Aqui e no mundo, esse movimento perdeu força a partir dos anos 80. Ao longo do pontificado de João Paulo II, a cúria romana monitorou e afastou de funções importantes sacerdotes alinhados à teologia da libertação. Esse movimento persistiu com seu sucessor Joseph Ratzinger, o Bento XVI. Foi Ratzinger, então cardeal, que puniu entre outros o teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos formuladores da teoria.

A CNBB também se distanciou desse passado e, a partir de 2001, passou a ter um perfil mais discreto, atuando como um “sindicato” dos bispos. Nessa época, foi aprovado um estatuto que concentrou poder nos bispos e deu menos autonomia às entidades ligadas à conferência.

Francisco em xeque

O futuro da CNBB também é importantes para a continuidade do papado de Francisco. Afinal, estamos falando da maior Conferência Episcopal do mundo: são 480 bispos em todo o país, dos quais 307 formam o corpo ativo da CNBB. O País também lidera em número de fiéis, com 123 milhões de brasileiros identificados como católicos.

O jesuíta Francisco foi formado pela teologia do povo, uma vertente similar à Teologia da Libertação. Desde o início do papado, ele tem atuado para reaproximar a Igreja Católica dos mais pobres e vulneráveis, defendendo o chamado “Catolicismo do Século XXI”. Não é exagero dizer que é o grande estadista do nosso tempo e que, por isso, é visto com olhos atentos pela direita populista no mundo todo.

Na semana passada, o Guardian resgatou uma reunião na qual Steve Bannon teria aconselhado o ministro italiano Matteo Salvini a atacar Francisco, especialmente na questão da imigração. No Brasil, a realização do Sínodo da Amazônia causou arrepios nos generais que controlam a Abin. A Conferência não faz oposição frontal ao governo de Jair Bolsonaro, mas bispos-membros já se manifestaram publicamente contra a reforma da Previdência, a possível exploração de minério em terras indígenas e a violência policial. 

Golpe suave, autoridades suspeitas

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O papa Francisco declarou, a 20 de maio, que "pode estar ocorrendo um golpe de Estado suave em algum país”. Para bom entendedor meia palavra basta. Como latino-americano, Francisco entende de golpes de Estado, tantos foram os que ocorreram em nosso continente.

Outrora os golpistas se apropriavam do Estado à ponta do fuzil. Agora, por meio de artimanhas parlamentares. No Brasil, de fevereiro a abril, o caldo de cultura propício a favorecê-lo se temperou à base de nobres ingredientes: reduzir os gastos públicos e instaurar um novo governo integrado por autoridades acima de qualquer suspeita.

Temer queria que a Câmara dos Deputados aprovasse a criação de 14.419 novos cargos públicos, quase quatro vezes mais os 4 mil postos que prometera eliminar em nome do enxugamento das finanças do Estado. Isso custaria R$ 58 bilhões aos cofres da nação. Devido à reação popular, Temer recuou.

No país da saúde pública inoperante, o que obriga 50 milhões de brasileiros a dependerem de planos de saúde privados, a Agência Nacional de Saúde Suplementar acaba de fixar em até 13,57% o índice de reajuste dos planos individuais e familiares. É de matar de infarto qualquer um.

O ministério "da ética” carece de atestado de bons antecedentes. Dois ministros já foram demitidos, acusados de corrupção e tentativa de obstrução da Justiça: Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência e Fiscalização.

Três papas em Cuba, o povo americano que mais reparte solidariedade 'o pão da vida'

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Frei Betto destaca o papel desempenhado pelo papa Francisco em estabelecer pontes que possibilitaram a reaproximação entre Cuba e EUA.

O Papa Francisco fez a ponte – daí o nome pontífice: aquele que faz a ponte – para Cuba e EUA se reaproximar, como admitiram Raúl e Obama, nos discursos de retomada da boa vizinhança, em 17 de dezembro de 2014. A visita à ilha foi definida após encontro de Raúl Castro com o papa Francisco, no Vaticano.

O Vaticano acaba de anunciar que, a caminho dos EUA, no final do mês de setembro próximo, o papa Francisco vai visitar Cuba. O único país socialista da história do ocidente divide com o Brasil o privilégio de ter merecido a visita dos três últimos pontífices.

Assessorei o governo cubano no decorrer das viagens de João Paulo II, em janeiro de 1998, e de Bento XVI, que ocorreu em março de 2012, e testemunhei o entusiasmo com que esses dois papas foram acolhidos pela população cubana.

Quando Bento XVI anunciou que iria à ilha revolucionária, os bispos da América Latina se queixaram, pois, dentre os países do continente americano, ele havia visitado apenas o Brasil, e não reservara agenda para outros países majoritariamente católicos, como o México, Colômbia e Argentina. Essa queixa obrigou Bento XVI a fazer escala no México, onde, então, ele esteve com vários bispos que vieram de diversos países da América Latina.

Em Cuba, apenas 5% da população de quase 12 milhões de habitantes se declara católica. A Casa Branca, na época de George W. Bush pressionou João Paulo II, de todas as maneiras, para que ele não visitasse Cuba. Se visitasse, que condenasse o regime revolucionário. João Paulo II foi, permaneceu ali por 5 dias, mais do que o tempo habitual dedicado a outros países, estreitou seus laços de amizade com Fidel Castro e, ainda, elogiou os avanços sociais da revolução, como a saúde e a educação. Bento XVI esteve em Cuba por apenas 3 dias. E, também, nada expressou que contrariasse as autoridades do país.

O esmoleiro do Papa Francisco.

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Mais uma de Francisco: mandar instalar chuveiros para os sem-teto

Um exército de um homem só

“Padre, eu não posso ir com você ao restaurante, porque eu estou fedendo…” Franco é um sem-teto natural da Sardenha, com a barba seca e cinza, e a pele danificada pelo sol. Foi ele que, nos primeiros dias de outubro, explicou ao bispo que o convidava para jantar, para comemorar o seu aniversário, qual é a maior necessidade para os desabrigados de Roma: “Aqui, ninguém morre de fome, sempre se consegue um sanduíche todos os dias. Mas não há lugares para ir ao banheiro e para se lavar”.

Aquele bispo era Konrad Krajewski, 

A mensagem é imediatamente implementada: nesta segunda-feira, 17 de novembro, começarão os trabalhos para instalar três chuveiros dentro dos banheiros para os peregrinos que se encontram debaixo da colunata de São Pedro.

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