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Mostrando postagens com marcador Direitos Humanos - Ditadura. Mostrar todas as postagens
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Na segunda tudo muda, quem não me mata me beija...

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Segunda é dia de branco, vou arrastar meu tamanco...
Quem não tem dinheiro em banco, madruga e Deus não ajuda.

Sexta-feira eu dou o arranco,
no sábado aguento o tranco,
chega no domingo estanco,
Na segunda tudo muda...

Digo isso com alegria, não vejo o nascer do dia...
Mas pela Virgem Maria, tenho dinheiro e patrão.

Eu mesmo sou "mei" galego,
O meu chefe no emprego...
É que é mulato pra nego: 
- Só ecos da escravidão.
Se conhece pela bunda, pela tristeza profunda, mas é só dele a segunda.

Eu foi que herdei a senzala, mas agora a minha sala,
Tem geladeira de gala, à dele quase se iguala...

Muda o mundo em barafunda,
vou arrastar meu tamanco...
Que amanhã volto à peleja, quem não me mata me beija...

Mas ninguém morre de inveja.
Essa é a última cerveja, bendigo quem vai à igreja...

Quem não vai, louvado seja,
Segunda é dia de branco!





Pela 1ª vez, Brasil concede anistia a índio perseguido pela ditadura

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Tiuré Potiguara.

Pela primeira vez, o Estado brasileiro concedeu anistia política a um índio perseguido, preso e brutalmente torturado pela ditadura militar. José Humberto Costa do Nascimento, o Tiuré Potiguara, 64 anos, lutou contra a exploração e extinção dos povos indígenas, entre 1970 e 1983, período em que o imperativo da ditadura era, segundo ele, vender a falsa ideia de um projeto desenvolvimentista para espoliar ainda mais os territórios indígenas. Acabou tendo que fugir para o Canadá, onde foi reconhecido como refugiado político. De volta ao Brasil, há três anos, decidiu recuperar sua história.

Apesar da farta documentação que levantou sobre sua trajetória política, teve muitas dificuldades de convencer a Comissão da Anistia da procedência do seu pedido de reparação. As especificidades de seu caso fugiam completamente ao modelo tradicional de perseguido político para o qual o Estado, hoje, está preparado para lidar. O primeiro julgamento, em abril, foi suspenso quando Tiuré, antevendo uma derrota, se declarou em greve de fome no meio do plenário. A segunda sessão, há dez dias, o surpreendeu com o reconhecimento de sua condição de anistiado, embora apenas por um período de três anos, cuja documentação era taxativa.

A título de reparação, Tiuré irá receber uma indenização de 90 salários-mínimos, que já definiu em que empregar: dar o pontapé inicial na criação de uma espécie de Comissão Nacional da Verdade Indígena, com o propósito de levantar os crimes cometidos pela ditadura contra os povos originários do país. “Eu quero começar a pesquisa pelos locais onde passei e vi muita coisa, mas pretendo também estimular outras aldeias e outros povos a aderirem a esta luta”, afirma ele que, no momento, vive em casa de amigos na Aldeia Santuário dos Pajés, no coração de Brasília.

São Travessias

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Mesmo que sejam Travessias Torturadas

O jornalista Dermi Azevedo, ex-preso político e um dos fundadores do Movimento Nacional de Direitos Humanos/MNDH, lançou em São Paulo, no sábado (13), no Memorial da Resistência, antigo Deops, no Largo General Osório, o seu livro "Travessias Torturadas: Direitos Humanos e Ditadura no Brasil".

O livro, com 168 páginas, foi publicado pelo Comitê Estadual pela Verdade, Memória e Justiça do Rio Grande do Norte. Resultante de mais de 40 anos de militância de seu autor nessa área, o livro de Azevedo traz informações inéditas sobre a repressão do regime militar contra todos os setores sociais democráticos, entre 1964 e 1985.

Luis Fernando Verissimo: Fiesp e empresários, por motivos diferentes, foram coniventes

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Luis Fernando Verissimo pede punição aos convenientes com a tortura

-Luis Fernando Veríssimo: “Pode-se punir militares torturadores, mas o papel conivente da Oban e da Fiesp permanecerá esquecido no passado”. 

-A analogia só é falha porque não há comparação entre o empresário que goza vendo tortura ou julga estar salvando a pátria com sua cumplicidade na repressão selvagem e o empresário que quer apenas fazer bons negócios e se submete ao esquema de corrupção vigente. Mas a impunidade é comparável: o Collor foi derrubado, o P. C. Farias foi assassinado, mas nunca se ficou sabendo o nome dos empresários que participaram do esquema.

-O escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo pede, em artigo publicado no jornal O Globo na quinta-feira (28), punição a quem foi conivente com a tortura praticada durante a ditadura militar. E não apenas nesse episódio, mas também no esquema montado por PC Farias para canalizar todos os negócios com o governo através de sua firma, o que acabou derrubando o ex-presidente Fernando Collor. 

-Nos dois casos, o mesmo silêncio do empresariado. A analogia, diz Veríssimo, só é falha porque não se compara empresários que gozam vendo tortura e os que querem apenas fazer bons negócios, se submetendo ao esquema de corrupção vigente. 

Militares ordenaram silêncio sobre tortura de Paiva

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Rubens
Já que torturaram, agora deveriam no mínimo, assumir  institucionalmente, as crueldades praticadas "em nome do povo". 
(Beth Muniz) 

"O ataque particular à OAB devia-se principalmente a um pedido de  esclarecimentos sobre a situação dos presos políticos, feita em novembro de 1975". 

A Comissão da Verdade revelou na segunda-feira (05) que o governo militar determinou a todos os agentes públicos no Brasil e no exterior, a partir de 1972, que não atendessem a nenhum pedido de esclarecimento de organizações nacionais e internacionais sobre mortos e desaparecidos em consequência da repressão. A determinação foi feita por escrito: saiu do gabinete do presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici, e foi assinada pelo secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, o também general João Baptista de Oliveira Figueiredo, que viria a ser o último presidente do regime anos depois.

O ato foi uma reação específica às ações da Anistia Internacional, que vinha denunciando e cobrando esclarecimentos sobre violações de direitos humanos, como torturas, desaparecimentos e assassinatos de opositores. O documento se tornou uma espécie de orientação geral que vigorou ainda no governo posterior, do general Ernesto Geisel.

O amigo do mar

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João, lendo o Manifesto
"Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Pelas pontas das chibatas
Inundando o coração
De toda tripulação
Que a exemplo do marinheiro
Gritava não"

João Cândido, morto em 1969 aos 89 anos, virou o “navegante negro” da música O Mestre-Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc. Originalmente, seria o “almirante negro”A letra original (1975) foi modificada pela ditadura miliar.

Líder da Revolta da Chibata, inocentado há 100 anos, teve sua anistia reconhecida apenas em 2008.

Soledad, a Neta.

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Soledad, executada
A neta de Rafael Barrett, costumava recordar uma frase do avô:

- Se o Bem não existe, é preciso inventá-lo.

Rafael, paraguaio por escolha própria, revolucionário por vocação, passou mais tempo na cadeia que em casa, e morreu no exílio.

A neta foi crivada de balas no Brasil, no dia de hoje de 1973.

O cabo Anselmo, marinheiro insurgente, chefe “revolucionário” foi quem a entregou.
Cansado de ser perdedor, arrependido de tudo o que acreditava e gostava, ele delatou um por um seus companheiros de luta contra a ditadura militar brasileira, e os despachou para o suplício ou matadouro.

Soledad que era sua mulher, ele deixou para o fim.

Anselmo, hoje, vivo
O cabo Anselmo apontou o lugar onde ela se escondia e foi-se embora.
Já estava no aeroporto quando ouviram-se os primeiros tiros.

Do livro Os Filhos dos Dias.

Leilão do ar

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Carlos Drummond de Andrade.

Uma crítica ao desmonte feito pela ditadura militar à Panair do Brasil e à aviação brasileira.

Nos últimos tempos, vem acontecendo leilões de navios e leilões de ilhas, não sei se de montanhas. O leiloeiro, diante de um público restrito, mas de alto poder econômico (não há por aí gente em condições de arrematar uma ilha ou um navio inteiro), faz se exatamente como se se tratasse de um aparelho de chá ou de um lote de miudezas. Só que é estranho ver uma ilha leiloada, com suas águas, plantas, bichos, minerais, caminhos, casas e outras benfeotirias.  Quem dá mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... De repente, ao entardecer, a ilha aparece no salão escuro, cercada de dívida; emerge da papelada do espólio, ocupa a rua, caminhamos por ela através dos lances do leilão, de gritos martelados.

Com o navio sucede a mesma coisa. É um velho barco desmoralizado, mas como viajou! Se tardar um pouco o leilão, êle se reduzirá a sucata. Vai afundando... mas tudo que foi susto ou alegria de navegação vem a tona, e a sala se enche de gíria da marujada, cabeludas histórias de bordo, ventos, tempestades, tatuagens, o diabo sôlto no mar. Mesmo em ruínas, que nobre é o navio, inclusive os cargueiros!

Agora o leilão é outro: banal na aparência: pequenos objetos, bôlsa de viagem, cristais, saboneteiras, latas, xícaras, taças de sorvete, poltronas. Muitas poltronas. Muitas poltronas, em que os presentes podem sentar-se, testando-lhes a comodidade. No entanto, êste é também um leilão raro, o primeiro no gênero, de que tenho notícia no país: o de uma empresa de aviação. Na loja da Avenida Graça Aranha, expõem-se os tristes trastes da panair do Brasil. Coisas que escaparam de acidentes aéreos, para vir sofrer o desastre em terra, com o esfacelamento da companhia, que serviu a tanta gente por tantos anos.

Nem Vem que Não Tem, ele cantava...

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Ele cantava e encantava...

E enquanto a voz cantava, o dedo apontava

Não se pode negar o grande potencial artístico que tinha o Wilson Simonal, que era de uma outra vertente da Bossa Nova, movimento musical iniciado por João Gilberto. A vertente a que pertencia era a enquadrada pela Rede Globo, a mesma que conhecemos hoje, com uma roupagem democrática.

Depois de lotar o ginásio do Maracanãzinho (RJ) e conseguir dominar milhares de pessoas alheias ao que estava acontecendo no país, em shows promovidos e patrocinados pela emissora, foi banido do movimento após a descoberta de que ele era "dedo duro" da ditadura militar. Até a Globo o abandonou.

Entre os artistas que Simonal dedurou, portanto, entregou ao regime militar foram Chico Buarque, Caetano, Gil, Geraldo Vandré (que até hoje nega, mas não explica),  Elke Maravilha, o maestro Erlon Chaves, entre outros.

Até hoje a família, especialmente os filhos tentam apagar essa imagem do pai.
Mas, há coisas que a memória e a história não deixam que se apaguem.



Nem o guerreiro da sala de aula, escapou do fosso

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A morte do educador Anísio Teixeira, cassado pelo golpe militar de 1964, no Rio de Janeiro, em 1971, foi tema ontem (6/11) de uma audiência pública, em Brasília. A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão da Verdade da Universidade de Brasília (UnB) que debateram as circunstâncias de morte da Teixeira.
O objetivo é investigar a forma como Teixeira morreu.

Também há a ideia de sensibilizar a sociedade em busca da verdade sobre os impactos do regime militar na educação do país. A estimativa é que aproximadamente 300 estudantes e professores universitários tenham morrido ou desaparecido durante a ditadura, além daqueles que foram monitorados e perseguidos. Reitores de 81 universidades se comprometeram a colaborar com as investigações sobre o tema.

O Holocausto praticado por Israel

Pesquisa feita em Israel aponta que a maioria da população do país é antipalestina, racista e compartilha a visão da extrema-direita ultranacionalista.

Eis a resposta
Feita um dia antes do Rosh Hashaná - o ano-novo judaico, a pesquisa é uma triste indicação do resultado de anos de lavagem cerebral efetuada pelo movimento sionista que governa o Estado israelense, e controla quase por completo a Palestina ocupada. Segundo o levantamento, 58% dos israelenses reconhecem que Israel pratica uma política de segregação em relação aos palestinos e apóiam a mesma.

Dados da pesquisa apontam que a maioria da população de Israel, é antipalestina, ultranacionalista, racista e defende posições muito próximas do fascismo, conforme escreveu em seu site, o Tikun Olan,  Richard Silverstein: “um vasto número de judeus israelenses compartilha explicitamente a visão da extrema direita ultranacionalista de Israel, que é semelhante à das Leis Racistas de Nuremberg”.

Para eles, só teria sentido se fosse “Com Dor”, muita dor...

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Eram seis e uma mesma Operação.

Passados alguns anos, esses mesmos países (Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile e Brasil) se unem para tentar cicatrizar as feridas políticas e humanas abertas pelo regime de ditadura militar, que assolou o continente.

A operação conhecida mundial como Operação Condor, criada oficialmente em uma reunião na capital chilena em 1975, e visava a reprimir grupos de esquerda que contestavam as ditaduras do Cone Sul.
O primeiro passo dessa articulada ação conjunta foi à troca de informações entre os serviços de inteligência, sobre militantes políticos que moravam em outros países. Depois, não tardou em se transformar em operações conjuntas para reprimir, prender, torturar e trocar prisioneiros. Além de ameaçar a integridade física de qualquer pessoa que verbalizasse uma crítica, por mais banal que fosse, contra o regime.

Os três que se recusaram a repetir a história

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Zapata
Os Três

Em 1967, mil e setecentos soldados encurralaram Che Guevara e seus porquinhos guerrilheiros na Bolívia, na Quebrada de Yuro. Che, prisioneiro, foi assassinado no dia seguinte.

Em 1919, Emiliano Zapata tinha sido crivado de balas no México.

Em 1934, mataram Augusto César Sandino na Nicarágua.

Os três tinham a mesma idade, estavam a ponto de fazer quarenta anos.
Os três caíram a tiros, a traição, em emboscadas.
Os três, latino-americanos do século XX, compartilharam o mapa e o tempo.

E os três foram castigados por se recusarem a repetir a história.

Do livro Os Filhos dos Dias
Eduardo Galeano

Um dia para ficar na história

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Ustra, o torturador
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou na terça-feira (14) o recurso do coronel reformado do Exército Carlos Brilhante Ustra contra a sentença que o declarou torturador de três integrantes da família Teles.

Foi ele quem torturou entre outras pessoas a atriz Bete Mendes, quando comandava o DOI-Codi (Destacamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), entre 1969 e 1973.

Foi a primeira vez que um torturador foi condenado em segunda instância. Por meio da sentença declaratória, a Justiça reconhece fatos do período ditatorial antes relegados ao obscurantismo.

“O que importa é que o Estado Brasileiro assuma que houve tortura. Fatos estão sendo revelados, está se construindo uma sociedade mais justa”, disse Adriano Diogo, presidente da Comissão da Verdade de São Paulo.


TOPBLOG 2012

Tribos indígenas inteiras foram dizimadas durante a Ditadura Militar no Brasil.

A pergunta é: Qual o motivo, já que não eram guerrilheiros?

Então, está explicado porque os milicos de pijamas se opunham à criação da Comissão da Verdade.

Casos como o massacre de duas tribos Pataxó na Bahia, pelo então coordenador do Serviço de Proteção ao Índio, Major da Aeronáutica Luiz Vinhas Neves, por inoculação do vírus da varíola, ou dos Cinta-Larga, no Mato Grosso, mortos a dinamites e metralhadoras, devem voltar a tona com o auxílio de grupos organizados da sociedade civil que solicitaram, recentemente, à Comissão Nacional da Verdade que investigue crimes cometidos contra populações indígenas, entre 1948 e 1988, a mando do Estado.

Em qualquer situação, o conhecimento é o melhor caminho para a libertação

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“Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento, Mas ninguém chama violenta às margens que o comprimem”.
(Brecht)

A Lei de Acesso à Informação está mudando a forma como o brasileiro se relaciona com sua própria história.

Em vigor desde 17/5, a lei já proporcionou o acesso a registros históricos, e apenas no primeiro mês de vigência da lei o governo recebeu 10,4 mil pedidos de informações, de acordo com balanço da Controladoria Geral da União (CGU).

Encontram-se no Arquivo Nacional, à disposição de qualquer interessado os documentos secretos e ultrassecretos do extinto Sistema Nacional de Informações e Contrainformação (SISNI), incluindo os serviços de inteligências da Forças Armadas, da Polícia Federal, de ministérios e outros órgãos do governo, como o Itamaraty.

Ninguém me contou: eu assisti, com olhos e ouvidos bem abertos

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Aos poucos eles vão deixando as catacumbas e porões da repressão, com as informações. Vão abrindo a boca e contando a verdade. O motivo? Consciência pesada, no mínimo. "Não existe dor que doa mais, do que a dor de consciência, me segredou uma vez um militar torturador..."

Em entrevista à Globonews, Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo entre 1975 e 1979 afirmou que suicídio do jornalista Vladmir Herzog foi maquiado e que, de fato, ele foi assassinado dentro das dependências do II Exército, na rua Tutóia, em São Paulo. Paulo Egydio Martins também afirmou que está disposto a depor à Comissão da Verdade.

É a primeira vez que uma autoridade da época admite o assassinato, indo de encontro a versão oficial do regime, segundo a qual Herzog havia sido "encontrado enforcado com o cinto de sua própria roupa". 

Paulo Egydio Martins disse que solicitou ao serviço de inteligência do Estado o levantamento da ficha do jornalista e, dias depois, recebeu um “nada consta” como resposta. A resposta teria sido repassada ao então Secretário de Cultura, porém foi insuficiente para evitar a tragédia. “Após esse incidente, houve a determinação dele comparecer ao DOI-CODI, onde acabou assassinado”, disse o ex-governador. 

Outros dois jornalistas presos com Herzog, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, já haviam confirmado que o depoimento aconteceu sob tortura.

Segundo Paulo Egydio, ele avisou pessoalmente o então ditador, Ernesto Geisel, do erro cometido com Herzog. O ex-governador também disse ter presenciado o ditador exonerar o comandante do II Exército, Ednardo D`Ávila Melo. Geisel teria dito: “Não vou admitir que fatos como esses que ocorreram aqui no II Exército se repitam. Quero que você saiba que vou tomar medidas. Você vai tomar conhecimento pelo seu ministro do Exército e pelo Diário Oficial. Vou tornar isso um decreto: proibir que alguém seja preso antes de uma comunicação ao meu gabinete – ao gabinete militar, ao SNI ou a mim, pessoalmente. Só depois dessa comunicação é que posso admitir que um preso político seja levado ao recinto de um quartel do Exército.”

Durante a entrevista concedida ao canal de TV paga, Paulo Egydio também confirmou que está disposto a depor à Comissão da Verdade:

“Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de temer nada. É hora de botar para fora tudo o que for para botar para fora. Vivemos numa democracia”.

Como dizem os ingleses: Vida longa apoiador do regime militar. Que ele compareça, conte tudo e tente dormir em paz.

Texto: Vinicius Mansur - Carta Capital
Beth Muniz - Travessia

Dois tempos, e um avanço histórico em defesa da cidadania

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Anselmo
1-Comissão da Verdade
A Comissão da Anistia do Ministério da Justiça negou na noite de ontem (22) o pedido de reparação e ao ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, de 70 anos, conhecido como Cabo Anselmo. Dos 60 mil casos analisados, este foi o primeiro que tratou de um agente duplo, que atuou tanto como colaborador do regime militar quanto na resistência à ditadura.

O assunto aguardava decisão desde 2004, quando Anselmo protocolou o pedido de anistia no ministério, alegando que, antes de colaborar com o regime, na década de 1970, foi perseguido, preso e exilado na década de 1960. Ele pediu à Comissão de Anistia uma reparação de R$ 100 mil.

O relator do caso, o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e atual presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, votou, no entanto, pelo indeferimento do pedido, avaliando que, além das dúvidas de que Anselmo era agente infiltrado desde o início do regime militar, “não cabe ao Estado, em nenhuma hipótese, reconhecer anistia a pessoa que participou em atos de repressão ilícita e, portanto, não cabe discutir sobre eventuais reparações”.

Segundo o Ministério da Justiça, há registros de que informações fornecidas por ele contribuíram para a morte de mais de 200 opositores ao regime, incluindo militares e a mulher dele, a paraguaia Soledad Viedma, na época, grávida de sete meses.

2-Lei de acesso à informação
A lei de acesso à informação começa a produzir os primeiros frutos
Por unanimidade de votos, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram ontem (22), em Sessão Administrativa, divulgar na internet a remuneração paga a cada um dos ministros (ativos e aposentados) bem como de seus servidores, ativos e inativos, além de pensionistas. A decisão atende ao comando da nova Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), que entrou em vigor no último dia 16.
De acordo com o presidente do STF, ministro Ayres Britto, a folha de pagamento será divulgada integralmente, com os nomes dos servidores, os cargos que ocupam e a remuneração bruta mensal que recebem. “Como nosso empregador, o contribuinte tem o direito de saber quanto nos paga”, afirmou o ministro Ayres Britto durante a sessão.
A questão da divulgação pela internet da remuneração bruta mensal de servidores públicos já foi analisada pela Corte, no julgamento de Agravo Regimental na Suspensão de Segurança (SS) 3902, interposto por um sindicato e uma associação de servidores do Município de São Paulo (SP) contra decisão do então presidente do STF, ministro Gilmar.

Finalmente a Caixa Preta dos salários do Judiciário será aberta.
Falta a do Legislativo.
Fonte STF/Agência Brasil

Finalmente o algoz ficará de frente com a verdade

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O algoz no Roda Viva
Nesta terça-feira, dia 22, a Comissão da Anistia julgará um dos casos mais desconcertantes do ciclo da ditadura militar brasileira: o Cabo Anselmo (veja aqui). José Anselmo dos Santos foi um dos líderes da mobilização dos marinheiros nos anos 60. Em 25 de março de 1964 emprestou sua voz a um dos discursos mais inflamados da crise que levaria ao golpe de 64. Depois tornou-se um traidor convicto; um membro do aparato repressivo que admite ter sido responsável pela prisão ou morte de cerca de 200 militantes políticos, inclusive a morte da própria companheira, Soledad Barrett Viedma -que denunciou ao delegado torturador Sergio Fleury, grávida de sete meses. Soledad seria executada então com mais cinco militantes em Pernambuco, em janeiro de 1973. O braço-auxiliar de Fleury quer agora uma reparação do Estado brasileiro. 

Anselmo reivindica o direito à aposentadoria militar pela Marinha. No momento em que o governo instala uma Comissão da Verdade e algumas vozes na mídia - e na própria comissão - tentam vaporizar a história brasileira, dissolvendo-a em uma fornalha de suposta equivalência entre opressão e resistência nos marcos de uma ditadura militar, esse pode ser um julgamento referencial. 

A Comissão de Anistia tem a responsabilidade de delimitar claramente o campo histórico e dentro dele distinguir as forças que perfilaram como algozes, daquelas que tombaram como vítimas, na resistência à opressão e à injustiça. 

Órgãos de imprensa que cederam viaturas à repressão nos anos de chumbo ecoam a tese da diluição em causa própria. Infelizmente, não foram os únicos a acolchoar a infra-estrutura dentro da qual gritos foram sufocados, corpos foram moídos e a democracia asfixiada. 

Em entrevista ao programa Roda-Viva, da TV Cultura, em outubro de 2011, Anselmo afirmou que não se arrepende de nada. Mas reclamou da situação financeira, só mitigada, disse, pela ajuda que recebe até hoje de um grupo de empresários - solidariedade espontânea ou compra de silêncio de outros elos da mesma engrenagem? 

Não. O algoz permanece até hoje recebendo apoio de empresários que financiaram o golpe.
Os donos da empresas à época podem ter morrido. Mas a linha de atuação destas, continua a mesma.

Acesse o link abaixo e assista a entrevista ao Roda-Viva.
http://www.youtube.com/watch?v=iNf2M8c4gXs&list=PLF0D2EE2C06F1B3CF&feature=plpp_play_all
Fonte: Jornal Local

O melhor caminho é o da Verdade. Quem se esconde da Verdade, esconde-se de si mesmo!

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Instalação da Comissão
 “O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual daqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.

-É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la”.

 “Ao instalar a Comissão da Verdade não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu, mas nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem camuflagens, sem vetos e sem proibições”.

 “Ao convidar os setes brasileiros que aqui estão e que integrarão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios pessoais nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos, de cidadãs, de reconhecida sabedoria e competência. Sensatos, ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e, acima de tudo, capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar. Trabalho que vão executar – faço questão de dizer – com toda a liberdade, sem qualquer interferência do governo, mas com todo apoio que de necessitarem”, disse a presidenta.

 “A nova lei representa um grande aprimoramento institucional para o Brasil, expressão da transparência do Estado, garantia básica de segurança e proteção para o cidadão. Por essa lei, nunca mais os dados relativos à violações de direitos humanos poderão ser reservados, secretos ou ultrassecretos”.

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de instalação da Comissão Nacional da Verdade, no Palácio do Planalto.

Brasília, 16.05.12.

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