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Marisa Monte reúne sua obra e sua história no espaço Cinephonia

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RBA)))
A Cantora passou os últimos quatro anos resgatando de fitas cassete a cifras de músicas, de reportagens a vídeos e agora, “nas nuvens”, exibe Inclusive canções inéditas.

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Em 1988, Marisa Monte gravava seu primeiro álbum, ao vivo, no Rio de Janeiro. De lá para cá, foram 15 discos, centenas de composições e mais de 10 milhões de cópias vendidas. Toda essa trajetória está reunida agora num espaço, “nas nuvens”, como diz MM: é o Cinephonia. O projeto foi anunciado pela cantora em suas redes sociais na quinta-feira (11).

“Queridos,
Espero que estejam todos bem
As saudades são enormes por aqui, mas por ora sigo em casa em quarentena, como deve ser. Apesar das microferas que surgiram no mundo e colocaram os planos de todo mundo em suspenso, trabalhei do meu casulo para entregar pra vocês este conjunto de canções que batizei de Cinephonia.
São 30 músicas, fragmentos dos meus registros audiovisuais que não estavam disponíveis em áudio streaming até hoje. Tomara que curtam os textos, os vídeos e as músicas.
Agradeço a todos os parceiros, amigos, músicos e cineastas que colaboraram comigo, especialmente pela presença luminosa do nosso amado Moraes Moreira.
Sei que não está sendo fácil pra ninguém, mas espero que a arte possa ajudar a dar suporte para suportar o insuportável.
Um beijo grande pra todos, se cuidem pra que a gente possa se encontrar em breve novamente.”

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Som das imagens
No vídeo em que apresenta o projeto Cinephonia, Marisa Monte explica que Cine (movimento/imagem) e Phonia (som) “são fragmentos de trilhas sonoras dos meus dvds que foram lançadas nos meus registros audiovisuais, mas que nunca tinham sido lançadas em discos”. É o som das imagens. 

Fãs mais perto da musa
Explorar o Cinephonia é intuitivo e uma viagem pela obra e também pela história de Marisa Monte. Sobre a imagem de um estúdio de música, esferas pulsam sobre instrumentos, capas de discos, a decoração. Basta clicar para ser remetido a um dos álbuns da cantora ou à informação de que MM estudou bateria dos 9 aos 12 anos e que gostava de acompanhar com as baquetas os LPs que ouvia em casa.

Tocar na imagem de um mural permite aos fãs deixar mensagens para a musa. Vale contar uma história, registro de fotos ou vídeos de shows, imagens de ingressos. As imagens que forem selecionadas farão parte de um novo videoclipe da música Tempos Modernos, a ser lançado em 19 de junho. “Uma homenagem da Marisa aos fãs e dos fãs à Marisa”.


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A verdadeira Noite dos Cristais

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A Noite dos Cristais foi um grande pogrom organizado pelo governo nazista contra os judeus na Alemanha entre 9 de novembro e 10 de novembro de 1938. A palavra pogrom é utilizada para se referir a um ataque violento organizado contra determinado grupo. O pogrom Noite dos Cristais foi realizado pelo governo alemão contra a população judia que residia no país.

Esse evento é visto de maneira simbólica por muitos historiadores, pois consolidou a guinada de violência na Alemanha contra os judeus e deu, de fato, abertura ao processo de encarceramento de judeus em campos de concentração. Até então, as ações contra judeus eram realizadas nos campos político e jurídico (apesar de ataques violentos também acontecerem). Com a Noite dos Cristais, a mensagem dada para os judeus era de que a violência contra eles aumentaria consideravelmente.




Os falsos Cristais de um "judeu" nazista

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Que sente ódio dos índios, ciganos, pobres, negros, quilombolas e pessoas despossuídas de acesso ao mínimo direito à sobrevivência, por mais precário que este direito seja.
Abraham Weintraub, o atual ministro da (dese) Educação é um judeu-nazista, perfilado na primeira fila da tropa de elite do Capitão que governa o Brasil, e não foi escolhido por ser conhecedor do Posto institucional que ocupa. Mas, pela a sua capacidade de operar maldades e agir com a soberba própria dos exterminadores de gente. 

O que poucos sabem é que ele enquanto servidor público foi punido, justa e legalmente, por tirar notas péssimas e por sofrer um processo interno (PAD) por desrespeitar o contrato de tempo integral e dedicação exclusiva na universidade que o empregava.

Como Hannah Arendt escreveu, "ele é mais um daqueles seres humanos miseráveis que faz da destruição sua cotidianidade respeitando somente a hierarquia que cega nossa humanidade". 

Ele  é, em síntese, como define bem Marcos Cesar Danhoni Neves, professor titular da Universidade Estadual de Maringá, autor do livro “O Labirinto do Conhecimento”, uma besta-fera, um grande mentecapto e, como tal, deverá ser julgado pelos seus crimes de destruição das Universidades Públicas e do conhecimento nelas construído!

A Noite dos Cristais foi um grande pogrom organizado pelo governo nazista contra os judeus na Alemanha entre 9 de novembro e 10 de novembro de 1938. A palavra pogrom é utilizada para se referir a um ataque violento organizado contra determinado grupo. O pogrom Noite dos Cristais foi realizado pelo governo alemão contra a população judia que residia no país.

Esse evento é visto de maneira simbólica por muitos historiadores, pois consolidou a guinada de violência na Alemanha contra os judeus e deu, de fato, abertura ao processo de encarceramento de judeus em campos de concentração. Até então, as ações contra judeus eram realizadas nos campos político e jurídico (apesar de ataques violentos também acontecerem). Com a Noite dos Cristais, a mensagem dada para os judeus era de que a violência contra eles aumentaria consideravelmente.

O nome “Noite dos Cristais” dado a esse pogrom faz menção aos cacos de vidros que se espalharam pelas grandes cidades alemãs, decorrentes da destruição de vidraças de lojas que pertenciam a judeus.

Enfim, Abraham Weintraub é um grande Mentecapto. Mentalmente desordenado, alienado, louco, destituído de bom senso, tolo, néscio, idiota e nazista.

Últimas notícias sobre o clitóris

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Grande desconhecido. Ignorado. Inclusive mutilado. O único órgão humano destinado exclusivamente ao prazer simboliza a sexualidade das mulheres. Uma viagem de exploração ao centro do gozo erótico.
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Escudada em sua boina e seu celular, Lorena, de 38 anos, atravessa um parque de Madri, na Espanha, entre as árvores que, salpicadas de branco e rosa, ensaiam a explosão da primavera. Ao lhe mostrar uma imagem —uma cabecinha rosada com quatro extremidades -, o que ela arrisca como resposta faz total sentido.

– Isso é uma flor, né? De amendoeira?

Duas atendentes telefônicas passam ao seu lado, a caminho do metrô. Uma delas também acredita ver uma flor. Carregam marmitas, cansaço, pressa e mais de 40 anos. “Somos mães. Agora começamos a outra jornada”, despedem-se ao descer as escadas. A suas costas, um rapaz loiro, câmera no pescoço, sentencia: “Sei lá, é tipo um cara esparramado, com tudo balançando!”. Seus três colegas de classe  - estudam Comunicação Audiovisual - riem. Só Candela, de cabelo crespo e piercing no nariz, não hesita:

– É o clitóris.

A universitária de 19 anos o reconhece apesar de nunca ter visto essa espécie de forquilha dupla em nenhuma aula do colégio. “Pesquisei por aí”, diz, olhando para frente, talvez com pudor na frente da outra garota, que não tem nem ideia. Onde quer que você pergunte, os jovens na faixa dos 20 anos sempre respondem que no máximo lhes contaram como se faz um bebê (e como não fazê-lo). Sua escola sexual foi o pornô, os amigos e as redes sociais. Ponto.

Meu primeiro encontro com o clitóris ocorreu aos quatro anos. Com minha irmã, brincava de cavalinho sobre as portas dos armários da cozinha. Abrir, fechar. Cento e oitenta graus de movimento e de repente… uma sensação sublime. Talvez eu não devesse estar contando isto. De tanto cavalgar, o imenso móvel, repleto de vasilhas, louças e cristais, caiu em cima da gente. Quebrou tudo, menos nós. Minha mãe ameaçou nos levar para o hospício. E isso que não sabia do meu eureca lúbrico. Naturalmente, na minha casa - a casa de um urologista - esse órgão nunca foi mencionado.

Fala com certo acanhamento uma mulher magra. Óculos dourados sobre olhos grandes, que arregala muito ao falar. Miúda e com o cabelo ondulado, veste jeans largo e casaco escuro. Poderia ser professora? Parece beirar os 50 e tem ar jovial:

– Quando me masturbo chego ao orgasmo sempre. Mas com meu parceiro me custa. Não desconecto.


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Dividindo os negros para dominar suas consciências

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20 de Novembro: A Consciência de Todos
O escravismo no Brasil e o colonialismo na África usaram, como estratégia de dominação, fragmentar as populações negras, tanto por etnias e linhagens quanto por categorias sociais. “Dividir para dominar” era a regra. Que, embora verbalizada no sentido contrário, ecoou na atualidade brasileira em setembro último, quando o titular do Ministério da Educação afirmou que no Brasil “não existe povo negro”, e sim “brasileiros de pele escura”.

Ney Lopes

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A moderna classificação dos afro-brasileiros como “negros” - mesmo subdivididos em “pretos e pardos” – é uma conquista política e um avanço estatístico: a vasta terminologia antes usada dificultava o mapeamento científico do lugar ocupado pelo segmento afro no conjunto da população, em prejuízo do atendimento às suas necessidades especificas.

Nos mais de três séculos de escravismo, a presença africana no Brasil foi ampla e importante. Até que, inviabilizado o sistema, o Império o aboliu; não sem antes promulgar uma lei, em 1850, negando a ex-escravizados o direito à posse e à propriedade de terras e alargando portas à imigração de colonos vindos do exterior. Assim, com um ato abolicionista vazio, desacompanhado de medidas complementares em favor dos emancipados, reforçou-se a exclusão.




O senso comum negou essa realidade, iludido pelo argumento da mestiçagem, com o qual ainda se busca provar que no país não existe racismo e, sim, casos eventuais de preconceito. Mas a mestiçagem, conforme o saudoso Clóvis Moura, sociólogo afromestiço, é um fato biológico que não se reflete no campo politico da democratização das oportunidades.

E a desigualdade se comprova na rara presença de pessoas negras nas principais esferas de decisão, por circunstâncias quase nunca percebidas em suas razões, as quais se devem ao racismo estrutural, nascido com a nação, e em cujo contexto a posição subalterna do indivíduo negro é tida como natural, normal e até mesmo inerente às suas origens.

Em outra linha de pensamento vemos que, já no século 20, as estruturas dominantes desenvolveram ações táticas, partindo do pressuposto de que, com a imigração europeia, a miscigenação da população iria fatalmente levá-la a um “branqueamento”. Alguns cientistas e intelectuais de renome de­ram sus­ten­ta­ção a es­sa ideia que, avalizada por teses eugênicas, de “aperfeiçoamento” da espécie e higiene, ganhou status de ideologia e forma de política pública.

A velhinha de Taubaté, Paulo Guedes, a Mídia e os Pobres...

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Duvivier ironiza a Folha: é uma velhinha de Taubaté que crê em Paulo Guedes.


Em artigo publicado nesta quarta-feira 6, o escritor Gregório Duvivier ironiza a Folha de S. Paulo por defender ardorosamente a política econômica de Jair Bolsonaro, representada pela figura de Paulo Guedes. "A cúpula do jornal continua acreditando no governo até debaixo d’água. O que é um naufrágio pra quem vive no aquário? A velhinha de Taubaté que escreveu o editorial segue confiante e esperançosa de que o governo está 'na direção certa'. Faltou dizer pra onde. Pro quinto dos infernos, talvez", diz ele.


"Paulo Guedes não se aliou a Amoêdo, Alckmin, Marina, ou qualquer liberal 'republicano' e tem um motivo pra isso: ele sabe que não se cortam direitos sem um projeto autoritário e moralista. Não à toa, o modelo de Paulo Guedes pra “modernizar o Estado” é o Chile de Pinochet. 

Ninguém nunca conseguiu tirar direitos sem prender oposição e matar pobre. 

Quando os direitos somem, logo logo começa a sumir gente", escreve ainda Duvivier.






Quando você, me ouvir Cantar

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Um Clássico dos Clássicos, com Anna Ratto.

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Faremos uma Pausa no Travessia, 

Para um merecido descanso, após um longo período de turbulência política, que não passa. A tendência é que se transforme em um Tornado,  Furacão  e Destruição das coisas construídas no longo processo de reconstrução democrática de um País chamado Brasil. Que me parece, já não é mais De Todos que exercem a diversidade como naturalidade e leveza! 

Voltaremos a caminhar juntos há qualquer momento.

Deixo vocês com algumas sugestões de leitura, e com a bela Voz de Anna Ratto. Lançamento/sugestão da Biscoito Fino.

Um abraço.

Beth Muniz.

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Carolina

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Celebração à Vida.



O livro "Quarto de despejo" foi traduzido para 13 línguas e vendido em 80 países. Política, história e sociologia se fundem na obra de Carolina de Jesus

Um “enigma” e um “poço sem fundo”. Assim a atriz, dramaturga e arte-educadora Dirce Thomaz define Maria Carolina de Jesus, a catadora de papel descoberta pelo jornalista Audálio Dantas na favela do Canindé, em São Paulo, e autora do livro Quarto de despejo, lançado em 1960 e que logo se transformou em estrondoso sucesso.

Para Dirce Thomaz, o diário de Carolina de Jesus é “forte, real e visceral”. A atriz está em cartaz com a peça Eu e Ela: visita a Carolina de Jesus, espetáculo em que interpreta Carolina e no qual é também a diretora. A peça, baseada no diário de Carolina de Jesus, está em cartaz na Funarte, em São Paulo, até o dia 10 de agosto.

Poeta, compositora e feminista, Carolina de Jesus ainda cantava e dançava. “Uma mulher além do seu tempo. Quando falo que ela era um poço, agora estão descobrindo que Carolina também escreveu para teatro. A cada dia se descobre alguma coisa de Carolina”, afirma Dirce, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

A atriz conta estar mergulhada no universo desde 1988. Atuou no curta-metragem O papel e o Mar e, em 2009, interpretou Carolina de Jesus no cinema. “E daí não teve mais jeito, foi um mergulho nessa mulher incrível que é Maria Carolina de Jesus, esse universo incrível.” Dirce lembra que, ao ser lançado, Quarto de despejo vendeu mais que Jorge Amado. “Foi um best seller, foi uma fama, uma coisa muito louca.”

Carolina de Jesus aprendeu a ler aos 7 anos de idade, a idade correta para uma criança ser alfabetizada, mesmo ela sendo uma criança muito pobre vivendo na cidade grande. “Ela saia na rua lendo tudo, ela se encontrou ali. Fazia crítica à política, à história e à sociedade. A obra de Carolina não é só o diário do que ela passava na favela, é uma obra política e social de peso”, afirma a dramaturga. Quarto de despejo foi traduzido para 13 línguas, em 80 países.

“Ela só não é muito respeitada no Brasil. A Academia Brasileira de Letras não a reconhece como poeta, porque fala que ela teve só o segundo ano primário. Ela estudou muito. O Brasil sempre não quer falar das suas mazelas”, reclama Dirce. “Como vamos ficar falando da história das favelas, história de mulher negra favelada?”, ironiza.

Após o sucesso de Quarto de despejo, Carolina de Jesus não conseguiu mais espaço para editar novos trabalhos, e decidiu então editar a própria obra. “A gente (o povo negro) esperneia desde o período colonial, para sobreviver, para chegar em algum lugar, para estudar, para trabalhar. E a Carolina é um espelho muito grande para as mulheres negras sobre tudo o que acontece com a população negra. Carolina foi e é um marco na história do Brasil, uma referência forte para as mulheres negras.”


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Eu e Ela: visita a Carolina de Jesus
Até o dia 10 de agosto
Funarte - Alameda Nothmann, 1.058, Campos Elíseos, São Paulo
Sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h 
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Do Portal RBA)))

Menino Jesus. Eu vi... Jesus Cristo descer à Terra...

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Foto: Revista Bula
Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.

Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva. A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a ouvir-se de longe. Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.

Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.

Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras. Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança bonita, de riso natural. Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece. Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães.

Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia. A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.

Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda. Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.



Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios. Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu. Ele dorme dentro da minha alma. 

Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos.

Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar.

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Fernando Pessoa, Codificado como Alberto Caiero.

Monumentum. Meminí. Monere

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Para lembrar o passado: conheça 12 monumentos de memória da escravidão.

Jacques Le Goff, no texto Documento/Monumento, lembra que a palavra latina monumentum remete à meminí (memória) e monere (fazer recordar). 

Assim, monumentum é um sinal do passado. É tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação: uma obra comemorativa de arquitetura ou de escultura, um monumento funerário ou um documento escrito. Trata-se de um legado à memória coletiva que detêm o poder de perpetuar a recordação do passado.

Já a palavra latina documentum, derivada de docere (ensinar, daí o termo docente), evoluiu para o significado de “prova”. Mas ele está longe de ser imparcial, objetivo, inócuo. O documento resulta de uma produção/montagem, consciente ou inconsciente da história por uma determinada época e sociedade que o produziu; é um esforço das sociedades para impor, ao futuro, determinada imagem de si mesma. Documento é uma coisa que fica. É monumento.

Por outro lado, considerando o sentido lato desses termos, há diferenças significativas entre eles quanto a visibilidade e acessibilidade. Enquanto o documento está guardado nos arquivos e bibliotecas para uso (às vezes, exclusivo) dos especialistas, o monumento – entendido como construção – é visitado pela população, fotografado, tocado, reproduzido como souvenirs para turistas.

Enquanto construções, os monumentos são representações materiais que fortalecem uma determinada identidade social. Sendo, contudo, construções sociais, politicamente concebidos, os monumentos são portadores de ambiguidades: podem celebrar e glorificar o passado, ou contestar e denunciar esse mesmo passado.

À luz dessas reflexões, listamos abaixo 12 lugares de memória da escravidão que incluem monumentos erguidos, no presente, com essa finalidade e construções históricas que, no passado, serviram para comércio escravo destinado às colônias europeias. Localizados na África e na América (Caribe e Brasil), esses lugares contam uma história trágica cujos desdobramentos ainda se fazem sentir.

Círculo de Crianças
Quais são? Descubra aqui.

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Por Joelza Ester Domingues.

Na Paz de Senhor!

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Eu
Mas, ainda é cedo pro nosso Inventário...

O sambista não precisa ser membro da academia
Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal

O sambista não precisa ser membro da academia
Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal

E se houver tristeza que seja bonita, na paz do Senhor
Pois tristeza feia o poeta não gosta, na paz do Senhor

Um surdo marcando no som da cuíca, na paz do Senhor
A viola pergunta mais não tem resposta, na paz do Senhor

Quem rezar por mim que o faça sambando, na paz do Senhor
Porque um bom samba é forma de oração, na paz do Senhor

Um bom partideiro só chora versando, na paz do Senhor
Tomando com a mão a batida de limão, na paz do Senhor

Bom Domingo,

Na Paz do Senhor!


DESLEMBRO, PARA RELEMBRAR

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Filme "Deslembro" mostra como era o regime que torturava e matava: O Regime Militar que o atual presidente da República tanto defende.

Em 'Deslembro', a cineasta Flávia Castro conta história familiar e os sofrimentos impostos pela ditadura. O filme é uma ficção, mas tem fundo autobiográfico: a diretora experimentou o exílio com os pais durante infância e adolescência. 

O processo de filmagem começou há dez anos, mas Deslembro, que estreou nesta quinta, 20/6, revela ecos que ganharam nova relevância nos últimos meses. O cenário principal é o Brasil do ano de 1979, pós Anistia. Mas o filme começa na França, onde Joana (a estreia de Jeanne Boudier), sua mãe (Sara Antunes) e irmãos vivem exilados, depois que o Estado brasileiro sumiu com o pai da família, militante contra a ditadura. A volta do grupo ao Brasil, então, coincide com um retorno de Joana ao lugar onde nasceu, mas que, na verdade, nunca conheceu - e a resistência enorme que ela exerce é fruto da imagem de um país que, nas suas palavras, "torturava e matava".

O filme é uma ficção, mas tem fundo autobiográfico: Flávia experimentou o exílio com os pais durante infância e adolescência, e a angústia da volta também esteve presente na sua história. "O lugar do filho (de militantes exilados) é um lugar de experiência, e o que me interessa como cineasta é a subjetividade, não a ação, o sequestro, o assalto ao banco. No meu caso, quero tentar dar conta do que os personagens estavam sentindo", explica. O ponto de vista da adolescente, então, se torna uma história "pequena" inserida no contexto mais abrangente, porque mostra o preço do autoritarismo na vida das pessoas e das famílias.

Na opinião da diretora, o cinema brasileiro já tem alguma tradição de pensar os processos históricos do País. "Filmamos no final de 2017, então o filme já absorve todo um clima", comenta a diretora sobre o espírito da época em que o filme chega - alguém grita um "vai pra Cuba!". "Mas os filmes se inscrevem no presente da sua realização. Ele é o que é hoje, nesse dia de estreia. Ele nasce dessa relação com o que está fora. Se ele se inscrever num trabalho de memória, que nós não fizemos no Brasil e é urgente num momento de negacionismo histórico avassalador, já seria uma coisa imensa", projeta.

Na sua volta ao Brasil, a personagem Joana encontra sua avó paterna (Eliane Giardini), e com sua ajuda tenta desvendar o pouco que se lembra do pai.


Outra camada do filme é a troca de idiomas, que ocorre muitas vezes no mesmo diálogo - além do português e do francês, o castelhano aparece na figura de Luis (Julián Marras), companheiro da mãe. Essa troca de linguagens, como definido pela crítica argentina Sylvia Molloy, "abala a fundação da casa".

Elisa e Marcela no NETFLIX

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No ano de 1901, Elisa Sánchez e Marcela Gracia contraíram matrimônio na igreja de São Jorge, na cidade galega de La Corunha.

Elisa e Marcela se amavam às escondidas. Para normalizar a situação, com boda, sacerdote, certidão e foto, foi preciso inventar um marido: Elisa se transformou em Mario, vestiu roupa de cavalheiro, cortou os cabelos e falou com outra voz.

Depois, quando ficaram sabendo, os jornais da Espanha inteira puseram a boca no mundo diante daquele escândalo asquerosíssimo, essa imoralidade desavergonhada, e aproveitaram aquela tão lamentável ocasião para vender como nunca, enquanto a Igreja, enganada em sua boa-fé, denunciava para a polícia o sacrilégio cometido.

- E desatou a caçada.

Elisa e Marcela fugiram para Portugal. Caíram presas na cidade do Porto.

Quando escaparam da cadeia, trocaram de nomes e foram mar afora...

- Na cidade de Buenos Aires perdeu-se a pista das fugitivas.


(Do Livro Os Filhos e Os Dias)

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Agora o NETFLIX lança essa história: Elisa Sánchez Loriga adota Uma Identidade masculina para Poder se casar com uma mulher Que ama, Marcela Gracia Ibeas, na Espanha de 1901. Baseado NUMA História real. 


Quadrinhos da Marielle da Maré

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Italianos homenageiam Marielle Franco em HQ: 'Como Angela Davis'.

A vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), executada na região central do Rio no último 14 de março, virou personagem de uma história em quadrinhos publicada no jornal italiano "Il Manifesto". 

Os autores Assia Petricelli e Sergio Riccardi decidiram começar o gibi com cinco frases que ajudam a definir a vida e o trabalho da parlamentar: "Eu sou cria da Maré. Sou mulher negra. Sou anticapitalista. Sou militante política. Sou mãe".



Publicação de quatro páginas foi no jornal 'Il Manifesto'.

Divulgação, O Globo.

16 filmes essenciais para entender o que foi a ditadura no Brasil - Nº 1

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Histórias de dor, superação e muita luta. Uma lista para ver e não esquecer.

31  de março de 1964, a data que iniciou no Brasil uma época em que os militares ficaram no poder, de forma ditatorial, durante 21 anos. O período é conhecido por historiadores como a “era do chumbo”.

Com a eleição de Jair Bolsonaro, há uma tentativa de desqualificar o golpe de 64, recriando ficcionalmente a história e transformando o período em revolução para salvar o país do comunismo.

Bolsonaro chegou a dar uma entrevista dizendo que não tivemos uma ditadura, apenas um período com alguns “probleminhas”.

Para não esquecermos o que significou esse período, para lembrarmos os mais de 400 mortos, listamos 16 filmes essenciais para se entender o período.

1- Tropicália 

Um dos maiores movimentos artísticos do Brasil ganha vida nesse documentário. Numa época em que a liberdade de expressão perdia força, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Arnaldo Baptista, Rita Lee, Tom Zé, entre outros, misturaram desde velhas tradições populares a muitas das novidades artísticas ocorridas pelo mundo e criaram o Tropicalismo, abalando as estruturas da sociedade brasileira e influenciando a várias gerações.

Com depoimentos reveladores, raras imagens de arquivo e embalado pelas mais belas canções do período, Tropicália mostra um panorama definitivo de um dos mais fascinantes movimentos culturais do Brasil.

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No centro da fogueira: gênero, raça e diversidade sexual nas eleições

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Agendas atacadas por grupos ultraconservadores, a promoção da igualdade de gênero e raça e o reconhecimento da diversidade sexual na educação marcam a polarização da disputa eleitoral

Da apologia ao estupro à desqualificação de famílias chefiadas por mulheres (mães e avós); dos ataques à lei Maria da Penha, passando por discursos explicitamente racistas e homofóbicos que renderam denúncias no Supremo Tribunal Federal (STF), das quais surpreendentemente foi absolvido em 11 de setembro, a candidatura do líder das pesquisas na corrida eleitoral 2018 para presidente da República, o ex-deputado Jair Bolsonaro (PSL), representa o que há de mais autoritário e excludente da realidade brasileira.  

Representa grupos ultraconservadores – como o movimento Escola Sem Partido articulado com grupos religiosos fundamentalistas - que têm priorizado a educação como grande arena de disputa, muitas vezes em aliança política com grupos ultraliberais que atacam as políticas públicas e defendem a educação como mercadoria e não como direito humano.

Com base em um discurso hipócrita em defesa dos costumes, da família tradicional e de uma ordem hierárquica, discriminadora e violenta, esses grupos têm como uma de suas principais agendas o ataque aos marcos normativos e às políticas educacionais comprometidas com a promoção da igualdade de gênero e raça, com o reconhecimento da diversidade sexual e com a defesa da laicidade na escola pública.

Enquanto Bolsonaro representa explicitamente o polo contrário a essas agendas, defendendo inclusive “expurgar a ideologia de Paulo Freire, sem doutrinação e sexualização precoce”, assim como o candidato Eymael (PSDC) que defende ressuscitar a disciplina Educação Moral e Cívica, um absurdo dos tempos da ditadura militar, outros candidatos se omitem com relação a gênero, raça e diversidade sexual de olho no eleitorado conservador.  

É o caso de Henrique Meirelles (MDB), de Álvaro Dias (Podemos) e de João Amoedo (Novo), com candidaturas caracterizadas pela defesa de uma maior atuação de grupos privados na educação. 

Vale destacar que, em seu programa de governo, Meirelles reforça o movimento Escola sem Partido, quando adota a defesa de uma escola contrária à “ideologização do ensino”, compreendida por esse movimento como uma educação crítica às desigualdades brasileiras.

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Algumas curiosidades sobre eleições: Final

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Apreciador de comícios (muitos eram divertidos), coisa que praticamente deixou de existir durante a ditadura e voltaram depois, vi perderem a força com as campanhas televisivas, a não ser nas eleições municipais em cidades sem emissoras de TV. Passou-se a ignorar programas partidários, ideologias, ética, tudo, para ganhar uns minutos televisivos.

Agora, continua a briga por “minutos de TV”, e continua-se também a colocar no mesmo saco todo tipo de gente. Continuam não valendo questões éticas, programáticas ou ideológicas.

Mas tudo isso deve ser superado pelas campanhas em “mídias sociais” cheias de notícias falsas.
Acantonados em seus mocós, os políticos não precisarão mais mostrar a cara nas praças, fazer comícios, ter que encarar o eleitorado. Escapam, por exemplo, do bêbado de comício.

Já escrevi sobre bêbado de comício: ele fala alto durante os discursos, faz piada sobre as falas dos candidatos, desmente informações que eles dão, duvida da honestidade deles e das promessas que eles fazem.

Ulysses Guimarães dizia que o mais chato dos chatos era o bêbado de comício. Já Miguel Arrais, media a popularidade dos candidatos pela presença de bêbados e malucos em comícios. “Para ganhar”, dizia ele, “tem que ter bêbado e maluco no comício”.

Muitos mineiros concordavam com ele. Diziam: “Se o seu comício não tiver bêbado nem maluco, demonstra que você não tem prestígio”. Existe até um ditado sobre isso: “Não tem campanha sem comício nem comício sem bêbado”.

Isso parece ter se esgotado. Nas próximas eleições teremos provavelmente campanhas sem comícios. E daí já não vale também a ideia de que não tem comício sem bêbado.

Bem… A direita parece ter muito mais competência que a esquerda para manipular informações via mídias sociais, generalizar opiniões imbecis em cima dessas informações, influenciar ideias, movimentos e eleições.

Pode ser que meu pessimismo seja superado, não sei. Nossas esperanças podem variar conforme os acontecimentos. Eu mesmo já escrevi frases mais ou menos “positivas” e outras muito “negativas” sobre eleições. Lá pelo fim do século passado, escrevi algo talvez possa repetir agora: “Chega de intermediários: Satanás para presidente.

E já brinquei com certos candidatos: “Urna funerária, para o político perdedor, é aquela em que ele não tem nenhum voto (ou quase nenhum). Cada urna dessas representa a morte para ele”.

*****
Mouzar Benedito é jornalista. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). É autor de vários publicados pela Boitempo, onde colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

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