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Sobre as lendas sociais que perdoam o assédio

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Pagú, 1920, RJ - Wikipédia
A mais usada e visada: “Homem não se controla”.

Denúncias de assédio sexual feitas por mulheres tomaram o debate nos últimos meses. Desde o caso Harvey Weinstein, em Hollywood, e ainda os episódios de abuso no transporte público, no Brasil, parece não haver outro assunto que toque tanto as mulheres e alcance tantas.

Porém, a primeira semana de 2018 trouxe respostas inesperadas para o grito de basta das vítimas: Catherine Deneuve e mais 99 francesas assinaram uma espécie de manifesto a favor da “liberdade de incomodar” como algo “indispensável para a liberdade sexual”, enquanto por aqui, um texto de Danuza Leão, publicado pelo jornal “O Globo”, dizia que “toda mulher deveria ser assediada, pelo menos, três vezes por semana para ser feliz”.

Os posicionamentos incomodaram feministas, ainda mais por terem partido de mulheres, e levantaram questionamentos sobre a naturalidade permissiva do assédio. “É apenas instinto masculino”, “homem é assim mesmo, não se controla”, “Já dizia minha avó: prendam suas cabras porque meu bode está solto”, “Mulher gosta mesmo é de ser cantada” são apenas algumas das máximas difundidas nas redes.

Mas, afinal, de onde vêm essas lendas sociais que insistem em justificar o assédio? E mais: por que as reproduzimos para perdoar casos de abusos?

Heloísa Buarque de Almeida, professora de antropologia da USP (Universidade de São Paulo) e parte da Rede Não Cala USP (de professoras pelo fim da violência sexual e de gênero na universidade), responde essas perguntas e ainda fala sobre gênero e violência sexual no Brasil. Ela conversou com o UOL.

UOL: Sobre as lendas sociais que cercam os gêneros feminino e masculino, por exemplo, a de que homens não se controlam: de onde elas vêm?

Heloísa: Assédio não tem a ver apenas com gênero, mas também com concepções de sexualidade. Durante muito tempo, foi naturalizado, no Brasil, o fato de os homens se comportarem como predadores sexuais, e isso seria positivo, um sinal de masculinidade, de virilidade e de força. Essas lendas vêm dessa naturalização.


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“Uma Maranhense”

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Conheça Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra do Brasil.

“Mesquinho e humilde é este livro que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim dou à lume. (…) Sei que pouco vale esse romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem trato e a conversação dos homens ilustrados”.
(Firmina)

PIONEIRA

Maranhense também compôs o Hino de Libertação dos Escravos e foi primeira mulher a passar em um concurso público.

O livro "Úrsula" da escritora ficou esquecido no porão de uma biblioteca pública durante muitos anos Experimente pesquisar na internet o nome da escritora Maria Firmina dos Reis. O resultado mostra uma jovem branca com vestimentas nobres. Mas, a imagem é bem diferente da verdadeira fisionomia da primeira romancista negra do Brasil. 

"Rosto arredondado, cabelo crespo, grisalho, fino, curto e amarrado na altura da nuca. Olhos castanhos escuros, nariz curto e grosso, lábios finos, mãos e pés pequenos. A Firmina era uma escritora negra, do século XIX. Então, porque a representação imagética dela é de uma escritora branca?", questiona o pesquisador de literatura abolicionista Rafael Balseiro Zin. A situação, segundo ele, evidencia o esquecimento da vida e obra da maranhense. 

“Mesquinho e humilde é este livro que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim dou à lume. (…) Sei que pouco vale esse romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem trato e a conversação dos homens ilustrados”.

Posso sempre

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Mudar o ângulo de cada palavra, alterar a rota da disposição carnal para o bem maior, limpar ingerências autoritárias e transportá-las ao tom das árvores, criar campos verdes de solidão acompanhada. 

Posso transformar-me em ser mais feroz que toda moral.

Andar pelas chuvas torrenciais e burocráticas das salas de decisão política. Posso, e de repente, frutos e suspiros passeiam em meus seios – nos seios de uma mulher escorrega o mundo. Posso recuperar alguns mortos, algumas montanhas de passado e margaridas de pintores. Também dar adeus à realidade e pisar nos sonhos de um gato mosaico, muito mais que sete vidas. Posso deter o olhar aos prazeres como para a felicidade, nunca sem esquecer aos pobres mortos de todos os dias.

Esmiuçar o coração de todas as coisas e observar o cair das mãos sobre mim. Voltar ao estado da variação solar-lunar, fazer girar os pés em cima da cadeira e daqui de cima cuidar das flores e ventanias, alcançar estrelas com golpes de mãos elásticas, depois abrir a porta de casa e espelhar ao mundo isso que caço todas as manhãs. Posso fazer voar todas essas recolhidas flores e estrelas e ser mais rápida que a violência. Conhecer as almas que se esmorecem e se entregam para falar a vida. 

Posso engolir mariposas e soprar todas essas intempéries.  

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por Maíra Vasconcelos
GGN - O Jornal de Todos os Brasis

Inauguração popular

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Ocupação promove 'inauguração popular' da Casa da Mulher Brasileira em São Paulo.

Projeto teve R$ 13,5 milhões liberados pelo governo Dilma em 2013, está pronto desde novembro de 2016 e até agora é mantido fechado pela prefeitura.
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São Paulo – Movimento de Mulheres de São Paulo ocupou na manhã deste domingo a sede da Casa da Mulher Brasileira, em São Paulo. A iniciativa é tratada pelas mulheres como “inauguração popular” do projeto. A Casa da Mulher Brasileira é um equipamento público destinado ao atendimento das mulheres em situação de violência. O prédio no bairro do Cambuci está pronto desde novembro de 2016, sua inauguração estava prevista para o início deste ano, mas até agora é mantido fechado pelo prefeito João Doria (PSDB). A estrutura foi financiada pelo governo federal em 2013 - governo Dilma -, para concentrar serviços de atendimento à mulher vítima de violência em um só espaço.

Há boatos de que equipamento poderia ser desviado para outros fins, mas todo projeto foi pensado para mulheres em situação de violência.

Se nós criamos o viés de gênero,

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Podemos também dar um fim a ele.

Faça parte do movimento de solidariedade #ElesPorElas #HeForShe pela igualdade de gênero.

Assine o compromisso: www.ElesPorElas.org



ONU Brasil
Publicado hoje, 13 de out de 2017

Fechando o cerco, mesmo com a cerca furada

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O Senado aprovou ontem (10), em votação simbólica, projeto que altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para permitir ao delegado de polícia conceder medidas protetivas de urgência a mulheres que sofreram violência doméstica e a seus dependentes. Pela legislação atual, essa é uma prerrogativa exclusiva dos juízes. O PLC 7/2016 segue agora para sanção presidencial.



De acordo com o projeto, a concessão de medidas protetivas de urgência pelo delegado só será admitida em caso de risco real – mas, não define o que seja risco real - deixando para o agente público a interpretação do termo. Aí sim: um risco real, legal e institucional difícil de se reverter-, ou iminente à vida ou à integridade física e psicológica da mulher e de seus dependentes. Nessa hipótese, depois de aplicar as medidas, a autoridade policial terá de comunicar a decisão ao juiz em até 24 horas, para que ele possa manter ou rever essa intervenção.

O Ministério Público também deverá ser consultado sobre a questão no mesmo prazo. Providências complementares para proteção da vítima - chegando até mesmo à prisão do suposto agressor - poderão ser pedidas pelo delegado ao juiz. A condicionante “até mesmo” é outro risco real do agressor não ser preso.

O também inclui o direito a atendimento policial especializado e ininterrupto, realizado preferencialmente por profissionais do sexo feminino e reforça a necessidade de que os estados e o Distrito Federal priorizem, no âmbito de suas políticas públicas, a criação de delegacias especializadas no atendimento à mulher e de núcleos de investigação voltados ao crime de feminicídio.

Um dos objetivos do projeto é assegurar, nas delegacias de polícia, o atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar por servidor habilitado, preferencialmente do sexo feminino, visto que há relatos de mulheres que são ridicularizadas por policiais quanto tentam registrar a ocorrência. Uma situação recorrente.

Era uma vez...

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... Um joelho ralado dói bem menos que um coração partido...

Era uma vez...



O Feminino e o Negro

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Bibliotecária cria livraria especializada em protagonismo feminino negro.

Loja virtual e itinerante Africanidades, de Ketty Valêncio, amplia acesso à literatura feita por mulheres negras e reúne quase 80 títulos, entre eles, obras de autoras independentes

'Sentia uma angústia por ser mulher negra. Esta angústia foi motivada pela ausência de representatividade negra'


A bibliotecária Ketty Valêncio, que mora na zona norte de São Paulo, decidiu investir em um negócio e numa causa. Ela acaba de lançar a livraria virtual e itinerante Africanidades, especializada em autoras negras. Sua intenção é promover o protagonismo das mulheres negras na literatura mundial. Além de títulos de autoras conhecidas como Angela Davis, Alice Walker, Teresa Cárdena e Edwidge Danticat, a livraria tem obras de escritoras independentes, pouco conhecidas e/ou pouco acessadas.

“A ideia de criar a livraria veio da minha própria história de vida. Sentia uma angústia por ser uma mulher negra. Esta angústia foi motivada pela ausência de representatividade negra em todos os espaços de saberes que circulei, isso sem comentar a diminuição de pessoas afrodescendentes como estudantes no decorrer do tempo. Na escola, não aprendemos a literatura negra de homens ou mulheres. Na faculdade, também não. E a literatura reporta ainda mais a realidade que não aprendemos e colocamos a menina como protagonista da própria história ao ser uma criadora”, afirma Ketty, que também é pesquisadora pós-graduada em gênero e diversidade sexual, com um MBA em Bens Culturais: Cultura, Gestão e Economia.

Entre os quase 80 títulos disponíveis na loja, estão obras de Antonieta de Barros, Bell Hooks, Futhi Ntshingila, Jarid Arraes, Maria Firmina, Noémia de Sousa, Virgínia Bicudo, entre outras autoras. 

Por enquanto, a livraria divide as obras em 11 sessões: Ciências Sociais, feminismo, ficção, não-ficção, obras de referência, quadrinhos, poesia, religião, infanto-juvenil, biografias e artes, tudo voltado à cultura negra.

Para saber como e onde comprar, visite o site Africanidades.

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Da RBA)))

Aplicativo ajuda mulheres a evitar estupro e se deslocarem com segurança

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Criado por arquiteta mineira, app Malalai permite a familiares e amigos monitorarem o deslocamento e emite aviso de emergência em casos de iminência de abuso sexual e outros perigos

Outra novidade que deverá ser anunciada em breve é o lançamento de um hardware, um colar com um pingente que esconderá um botão de emergência. Inicialmente, 20 usuárias irão recebê-lo gratuitamente.

Com o objetivo de prevenir a violência sexual, diversas mulheres estão encontrando no aplicativo Malalai um aliado para efetuar deslocamentos com mais segurança. Criado pela arquiteta mineira Priscila Gama, ele oferece informações que ajudam na escolha da melhor rota, além de possibilitar que amigos ou parentes monitorem o trajeto e sejam acionados em caso de emergência.

As usuárias do aplicativo têm acesso a um mapa onde é possível consultar informações como iluminação da via, movimentação, existência de ponto comercial aberto, presença de porteiros ou de segurança privada, presença de posto policial e ocorrência anterior de assédio.

"São características muito específicas, que o Google Maps, por exemplo, não informa", diz Priscila. 

Ao mesmo tempo, é possível eleger uma companhia virtual para seguir o trajeto, ou seja, uma pessoa que irá receber mensagens informando detalhes do deslocamento até o destino final.

Há, na ferramenta, um botão de emergência, que permite pedir socorro de forma ágil. Ao ser acionado, um alerta com a localização é enviado para até três pessoas escolhidas. É possível ainda criar um atalho deste botão na tela inicial do celular, para que se possa recorrer a ele mais rapidamente.

Por enquanto, a tecnologia só está disponível para Android. O aplicativo ainda está na fase de testes, mas já é bem avaliado. Na Play Store, onde é possível fazer seu download, a média das notas concedidas pelas usuárias é de 4,6, em uma escala que vai de 0 a 5.

CNJ resgatou minha honra e deu recado à Justiça, diz juíza censurada

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Censura. 

Foi isso o que sofreu a juíza Kenarik Boujikian Felippe, 57, ao ser processada e condenada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo depois de expedir alvará de soltura de 11 presos provisórios que, segundo os autos, já haviam cumprido suas sentenças mas ainda estavam atrás das grades.


Foi a própria presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Cármen Lúcia, que evocou o termo durante sessão que revogou, por 10 votos contra 1, a sanção aplicada pelo TJ-SP à juíza, ironicamente chamada de “pena de censura”, em que o juiz fica impossibilitado de receber promoções.

“Me parece […] que tenha havido não uma imposição de pena de censura, […] mas que tenha sido censurada a própria magistrada pela sua conduta e pela sua compreensão de mundo, incidindo sobre os fatos por ela examinados e julgados. E isso é grave”, declarou a ministra do Supremo.

A punição de Kenarik, cofundadora da Associação Juízes para a Democracia, havia mobilizado instituições ligadas à Justiça e aos direitos humanos, como IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Pastoral Carcerária, Conectas e Sou da Paz.

Elas criticavam o Judiciário paulista que, em vez de se preocupar com prisões provisórias excessivas e superlotação das prisões, punia a magistrada que agiu neste sentido –o TJ não comentou a decisão.
Segundo o último relatório do Departamento Penitenciário, o Estado de São Paulo tem 130 mil vagas prisionais e 219 mil presos. Destes, 15% são presos são provisórios.

RAIO-X de Kenarik:

ORIGEM
Descendente de armênios, nasceu na Síria e veio para o Brasil aos 3 anos.

FORMAÇÃO
Direito pela PUC São Paulo.

CARGO
Juíza desembargadora do Tribunal de Justiça-SP.

CARREIRA
Já trabalhou na Procuradoria Geral do Estado de SP e é cofundadora da Associação Juízes para a Democracia (AJD) e do Grupo de Estudos e Trabalhos Mulheres Encarceradas. Ficou conhecida ao atuar no caso do ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 39 mulheres.
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Literatura de cordel: instrumento de formação popular

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Gênero típico do Nordeste contribui para a conscientização política

Wikipedia.

“A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capa - cidade crítica do povo brasileiro”. Foi assim que esse ramo literário foi definido por Carlos Drummond de Andrade, um dos mais reconhecidos poetas e cronistas brasileiros do século 20.

Gênero típico do Nordeste brasileiro, a literatura de cordel – batizada pela forma como os folhetos são expostos – é uma herança portuguesa. Sua marca é o registro de relatos orais para serem re - citados. Além da diversão, são também um instrumento de formação política do povo, definem cordelistas.

Um deles é Tarciso Moraes, trabalhador aposentado da Petrobras e poeta de Juazeiro, na Bahia. Para ele, o cordel é uma forma de retratar as agruras do povo nordestino e projetar a sua formação. “O cordel contribuiu muito para a conscientização de nós, nordestinos. Juntando com o sofrimento de tantos anos, contribuiu para hoje a região se sobressair como progressista”.

A obra de Moraes é pautada por temas sociais. Um de seus folhetos, por exemplo, relata o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido contra trabalhadores rurais sem-terra em 1996, no Pará. Uma de suas últimas produções é atenta ao clima político atual – “Diretas Já, Lula lá” –, na qual ele critica a condenação do petista pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro.

O formato é também assumido por jovens, como a escritora cearense Jarrid Arraes, que lançou em 2017 a obra “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”. Antonieta de Barros, Carolina de Jesus e Dandara dos Palmares são algumas das celebradas por sua poesia.

“Escrever sobre feminismo e direitos humanos foi algo que me encorajou a escrever de outras formas também, escrever cordel, prosa, poesia e compartilhar com as pessoas. E os temas do machismo e do racismo são muito presentes, porque eu sou uma mulher negra e a minha visão de mundo, minhas experiências, são perpassadas por isso”, explica.

Arraes resume como o cordel pode ser uma ferramenta de crítica da realidade: “Cordel engajado é um tipo de cordel que fala de questões sociais, políticas, de reivindicações, coisas que estão em evidência no momento”.
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Do Brasil de Fato.

CNJ adia julgamento da juíza Kenarik Boujikian

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Ela foi censurada após libertar presos que já haviam cumprido sentença. AJD aponta machismo na decisão

Punição à juíza Kenarik Boujikian causou comoção na comunidade jurídica.

São Paulo – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) adiou o julgamento da pena de censura aplicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) à juíza Kenarik Boujikian, marcado para ocorrer nesta terça-feira (1º). A juíza foi punida após ter posto em liberdade 11 presos provisórios que seguiam encarcerados mesmo após terem cumprido o prazo fixado em suas sentenças. 

A punição se deu a pedido do desembargador Amaro Thomé Filho, porque a decisão de libertar os presos foi tomada monocraticamente pela juíza Kenarik. Segundo Thomé Filho, deveria ter sido apreciada por órgão colegiado, composto por mais de um juiz.  

A juíza recorreu, então, ao CNJ pedindo a revisão da decisão e a anulação da punição, que contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que entendeu a decisão de Kenarik como legítima. Entre outras decisões de grande repercussão, Kenarik foi responsável pela condenação do médico Roger Abdelmassih por ter violentado 56 mulheres que eram suas pacientes. 

Para a presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD), Laura Rodrigues Benda, o adiamento da decisão prolonga o sofrimento a que Kenarik vem sendo submetida. Ela também identificou indícios de machismo na censura imposta à juíza. "Jamais a situação seria a mesma se fosse um juiz homem. Todas nós, juízas, percebemos que somos tratadas de forma diferente", afirmou à Rádio Brasil Atual nesta quarta-feira (2). 


Divinas Divas

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Leandra Leal dirige longa-metragem sobre 1ª geração de divas travestis brasileiras.

Documentário 'Divinas Divas' resgata a memória afetiva da atriz que cresceu entre mulheres que esbanjam talento

"As divas fazem parte do meu mundo e eu do delas. Elas nunca foram estranhas para mim. Meu avô tinha um teatro, minha mãe é atriz e eu também sou atriz. Nós herdamos esse teatro Rival, onde vivi as memórias mais fortes da minha infância, nos bastidores, na beira do palco". É assim que a atriz Leandra Leal começa o filme Divinas Divas, seu primeiro longa-metragem como diretora, que estreou quinta-feira (22/6) nos cinemas.

Enquanto Nelson Gonçalves canta Escultura, sobre o sonho de uma mulher perfeita, fotos de homens vão se transmutando em glamurosas mulheres – "Cansado de tanto amar/ eu quis um dia criar/ na minha imaginação/ uma mulher diferente/ de olhar e voz envolvente/ que atingisse a perfeição". Surgem na tela elas que que compõem a primeira geração de artistas transformistas brasileiras: Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios.

O fio condutor do filme é a memória afetiva da diretora, neta do dono do Teatro Rival, que foi um dos primeiros palcos no Brasil a apresentar homens vestidos de mulher, ainda em plena ditadura militar. Leandra cresceu nas coxias, entre plumas, paetês, brilho, roupas e maquiagens deslumbrantes. "Esse tema fala sobre o que me constitui, sobre a minha história, sobre a minha família. E, ao mesmo tempo, pela relação que tinha com elas, sempre acreditei que só eu poderia fazer esse filme", afirma.
"Quando eu tinha apenas um mês, uma peça escrita pela minha mãe estava em cartaz. A atriz teve problemas de saúde e ela foi convocada às pressas para o papel. Eu ia bebezinho no colo dela para o teatro toda noite e ficava na coxia, com a camareira, quando ela entrava em cena. Fizeram uma roupa de mini-vedete para mim e no final do espetáculo, minha mãe me levava ao palco. Foi aqui que eu estreiei, neste mesmo palco em que hoje as divas encenam suas trajetórias para serem eternizadas", declara a diretora durante o filme.



Mas não se trata de um filme sobre Leandra Leal. Ao contrário. Sua voz pontua apenas algumas passagens do longa-metragem, com pouquíssimas e efêmeras aparições. As estrelas do documentário são estas outras mulheres, artistas que representam a história da arte performática no país.

"Não as matem"

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Homenageado da Flip, Lima Barreto escreveu crônica contra o feminicídio em 1915

O texto "Não as matem" é parte da obra Vida Urbana, uma coletânea do autor publicada em 1953
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São Paulo – "Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes". Esse trecho é de uma crônica de 1915 escrita por Lima Barreto, o homenageado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, provando que feminicídio não é um problema dos nossos tempos.

Confira a íntegra:

Não as matem

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, quand même, sobre a mulher.

O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.

Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.

Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.

Braços Dados

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Pelo Celular!

Aplicativo aciona contatos de confiança de mulheres em situação de violência
Disponível para Android, o serviço é gratuito e funciona com uma mensagem de alerta e a geolocalização da usuária.

A ideia do aplicativo é servir também como uma forma de mapear lugares em que as mulheres se sentem desconfortáveis ou vulneráveis, visto que diferentes pesquisas de opinião e sobre violência apontam que o uso de espaços públicos ainda é um grande problema para as mulheres.

Atividades simples do dia a dia, como andar de transporte público ou caminhar pela rua ainda são os locais com grande risco de assédio ou violência sexual.


Para lutar contra essa triste realidade, a iniciativa independente de jornalismo “Gênero e Número” lançou recentemente um aplicativo.

Disponível apenas para Android, o aplicativo chamado Braços Dados - que é gratuito - oferece um serviço prático para acionar até cinco contatos de confiança que podem receber, com apenas um clique, um SMS (o torpedo) com uma mensagem de alerta e a geolocalização da usuária que está sob situação de assédio ou outro tipo de violência.


A ideia do aplicativo é, além de ser uma ferramenta de apoio para pessoas em risco, servir também como uma forma de mapear os diferentes lugares e situações em que as mulheres se sentem desconfortáveis ou vulneráveis em espaços públicos. Tudo isso por meio da coleta de dados de forma anônima. Por exemplo, mapear as situações em que as usuárias se sentiram inseguras e as regiões onde o aplicativo foi mais acionado para compor um banco de dados e, a partir destas informações, gerar debates e direcionar políticas públicas de planejamento urbano com o recorte de gênero.

O registro no aplicativo requer nome e e-mail, além de gênero e cidade. Mas, segundo a entidade “Gênero e Número”, que considera a privacidade como um direito fundamental a ser preservado, esses dados não serão utilizados nas análises.

Pelo aplicativo, também é possível consultar em um mapa uma lista de organizações de apoio à mulher.

A “Gênero e Número” alerta para o fato de que o aplicativo Braços Dados não deve ser usado em substituição a serviços de emergência oficiais e não é projetado para substituir o atendimento policial a vítimas de qualquer tipo de violência ou abuso. Os serviços prestados pelo aplicativo consistem unicamente em facilitar o contato de redes de pessoas.
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Edição: Brasil de Fato

Declaração de Juliana Paes

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Defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, sobre feminismos e direitos das mulheres.


“Eu defendo os direitos das mulheres, sobretudo o direito de viver sem violência. Esta é uma causa que eu tenho me dedicado publicamente há mais de um ano e meio, quando me voluntariei na ONU Mulheres e fui acolhida como Defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Precisamos falar de feminismos no plural, com diálogo e aprendizado. Este é um movimento por equidade, respeitando as conquistas das mulheres e colocando fim às desigualdades de gênero, raça e etnia. Estamos falando sobre feminismos e todas as suas frentes mais do que nunca. Desejo me somar ao debate de forma positiva, com respeito e franqueza. A visibilidade da minha profissão me proporciona certos desconfortos, como ser mal-interpretada e ter discursos descontextualizados. Acredito que todas temos contribuições a dar para que nós, mulheres, possamos ter os nossos direitos assegurados e decidir sobre a nossa própria vida. A independência tem sido um valor na minha trajetória e, nos últimos tempos, tenho me envolvido na ação coletiva em favor do fim da violência contra as mulheres. Homens e meninos precisam se somar. Mas o protagonismo continua a ser das mulheres. É isso o que eu tenho defendido quando liderei a campanha de contagem regressiva dos 10 anos da Lei Maria da Penha, eventos esportivos sem violência contra as mulheres, carnaval com respeito aos direitos das mulheres e, mais recentemente, nas campanhas do Dia Laranja por #EscolaSemMachismo, por educação com igualdade de gênero, e no Dia Internacional das Mulheres, quando me somei aos esforços da ONU Mulheres de construir um Planeta 50-50 por meio do empoderamento das mulheres. Finalmente, junto a minha voz com as vozes das minhas colegas da Globo na campanha #MexeuComUmaMexeuComTodas, impulsionada por mulheres de coragem. #ChegaDeAssédio. #UnaSePeloFimDaViolênciaDasMulheres”.


Defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil
Declaração de Juliana Paes, defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, sobre feminismos e direitos das mulheres/
Juliana Paes, na campanha #MeuNúmeroÉ180, no carnaval 2016.

Em, 05 de abril de 2017.

'A principal causa de morte dos homens é o machismo'

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Documentário 'Precisamos Falar com os Homens? Uma Jornada pela Igualdade de Gênero' trata da necessidade urgente de homens e mulheres se unirem pela construção de uma sociedade mais igualitária.

'A igualdade de gênero é um caminho para que masculinidades nocivas deixem de existir'.


"A remuneração das mulheres é 30% menor do que a dos homens no Brasil. E a diferença de salários entre uma mulher negra e um homem branco é ainda maior: elas recebem 61% a menos do que eles. Em casa, as mulheres ainda realizam o dobro ou mais que o dobro do trabalho doméstico realizado pelos homens. A representação delas no Congresso do nosso país ainda é de apenas 10%. E no mundo, uma em cada três mulheres sofre violência em algum momento de sua vida." Estas são algumas das estatísticas apresentadas pelo documentário Precisamos Falar com os Homens? Uma Jornada pela Igualdade de Gênero, disponível gratuitamente na internet e que pode ser assistido na íntegra ao fim desta matéria.

Dirigido por Luiza de Castro e Ian Leite, o longa-metragem de 51 minutos é uma iniciativa da ONU Mulheres e do portal PapodeHomem, que realizaram em 2016 uma pesquisa qualitativa em várias regiões do país e uma pesquisa on-line, com mais de 20 mil participantes, abordando temas como relacionamentos, violência e comportamento.

O objetivo era entender como os homens podem participar do diálogo pela igualdade de gênero e o resultado é uma profunda reflexão sobre os males que o machismo exerce na vida das mulheres e também na dos homens, além de propostas para promover mudanças efetivas neste sentido.

MINUTO A MINUTO: JORNADA DE LUTAS DAS MULHERES

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Contra a reforma da Previdência, o feminicídio e a desigualdade de gênero

Linha do tempo: Conheça as greves de mulheres ao longo da história


Trabalhadoras da Ford em Dagenham, Reino Unido
Por liberdade, por igualdade de gênero e por autonomia, a luta das mulheres está presente em diversos locais no mundo.

Nesta quarta-feira (18), milhões de mulheres vestidas de preto realizaram uma paralisação histórica na Argentina, com o objetivo de dizer “chega” à violência de gênero e repudiar as políticas de precarização e ajuste que atinge as mulheres com mais intensidade.

A convocatória foi realizada por coletivos de mulheres, sindicatos, partidos políticos e organizações situadas de norte a sul do país vizinho. Sob a hashtag #NosotrasParamos, o chamado à greve também teve repercussões em outros países da América Latina e do mundo: mulheres do Chile, Uruguai, México, França e Espanha sairão às ruas, demonstrando a solidariedade internacionalista.

Ainda se trate da primeira greve de mulheres na história da Argentina e da América Latina, não é a primeira vez que as mulheres protagonizam processo de luta que mudaram a história.

Fonte: Brasil de Fato



No dia Internacional da Mulher, a Mulher do Fim do Mundo

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Elza Soares.

Considerada a melhor cantora do milênio pela BBC de Londres, ela nasceu em Vila Vintém (Rio de Janeiro) no dia 23 de junho de 1937. Cantora de samba com mais de dez álbuns lançados, ela foi casada com Mané Garrincha com quem teve um filho, que morreu em um acidente de carro com apenas nove anos de idade.

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a minha escolha é essa mulher incrível, com uma história de lutas, de perdas, de conquistas, uma guerreira, uma vitoriosa.



MULHER DO FIM DO MUNDO
(Romulo Fróes e Alice Coutinho)

Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé

Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor

Na avenida deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida deixei lá
A minha fala, minha opinião
A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do
Resto
Dessa
Vida,
Na avenida,
Dura
Até
O fim

Mulher
do fim
do mundo
Eu sou
Eu vou
Até o fim
Cantar

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

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Iniciativa da Procuradoria da Mulher no Senado Federal.

A agenda começou na terça-feira (22), com um debate sobre a Semana da Consciência Negra, e se estende até 15 de dezembro, com eventos organizados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Para a deputada Ana Perugini (PT-SP), coordenadora-geral da Frente dos Direitos Humanos das Mulheres, os 16 Dias de Ativismo são uma oportunidade para avaliar as conquistas femininas, os avanços nas políticas públicas e discutir ações de enfrentamento à violência e aos retrocessos.


“Pensamos numa agenda abrangente, com temas presentes na realidade da mulher brasileira. Em cada atividade, estaremos plantando sementes, fazendo um chamamento para que as mulheres reivindiquem seus direitos e busquem seu espaço na sociedade”, disse Ana.

O destaque da programação é a Sessão Solene de entrega do Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós, no dia 1º de dezembro, às 9 horas, na Câmara dos Deputados, a sessão especial: sobre os 16 Dias de Ativismo e apresentação das pesquisas do Observatório da Mulher contra a Violência, no dia 7 de dezembro, às 11h, no Senado e, encerrando a programação, o Seminário “Mulher: Diálogos sobre Empoderamento Político, Econômico e Social e Enfrentamento à Violência”, de 13 a 15 de dezembro, das oito às 1 horas, também no Senado. 

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De Brasília, com agências e Portal Vermelho

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