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Algumas curiosidades sobre eleições: Parte II

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Em 27 de outubro de 1965, depois que os candidatos apoiados pelo ditador Castelo Branco perderam as eleições para governador em Minas e na Guanabara (a cidade do Rio de Janeiro, que era um estado), baixou-se o Ato Institucional número 2, extinguindo os 13 partidos existentes e criando a Arena – Aliança Renovadora Nacional (partido da ditadura) e o MDB – Movimento Democrático Brasileiro (de oposição “consentida”).
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Em 1966 haveria eleições para governador, deputados e senadores em vários estados, mas com a derrota do governo ditatorial em Minas e na Guanabara no ano anterior, Castello Branco editou o AI-3 acabando com o “sufrágio universal” para escolha dos governadores, que passaram a ser escolhidos pelo presidente-ditador, e referendados pelas Assembleias Legislativas – mas se nelas houvesse oposição ao escolhido, cassava-se mandatos de deputados oposicionistas até garantir o número de votos a favor. Deixaram de ser eleitos prefeitos de capitais e de municípios considerados estratégicos, como portuários, e estâncias hidrominerais.
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Em 1974, prevendo a derrota ampla da Arena, Ernesto Geisel criou a figura do “senador biônico” – nomeado pelo governo. Nesse ano, deveriam ser eleitos dois senadores por estado, mas as eleições foram só para um (com ampla vitória da oposição) e os outros 22 (eram 22 estados) foram escolhidos pelo governo. O apelido “senador biônico” foi inspirado numa série de TV, chamada “O homem de 6 milhões de dólares” em que um homem é salvo da morte com implantes cibernéticos (tornou-se “homem biônico”) que lhe deram superpoderes, e ele tornou-se agente do governo dos EUA.
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Em 13 de novembro de 1980, o Congresso aprovou a volta do voto secreto para governadores e acabou com os senadores biônicos (nomeados pelo presidente).
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Em 25 de abril de 1984, votação da emenda das Diretas, no Congresso, que deu 298 votos a favor, 65 contra e 113 parlamentares ausentes, mas quem ganhou foi o contra: os votos a favor das diretas não atingiram o necessário, dois terços do total de parlamentares. Alguns políticos famosos participaram dos comícios pró-diretas, mas por baixo do pano trabalharam contra a sua aprovação, porque achavam que se houvesse eleição direta Leonel Brizola seria eleito.
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Em 21 de abril de 1997, o governo FHC conseguiu a aprovação da emenda da reeleição, com acusações de compra de votos de parlamentares. O próprio Fernando Henrique Cardoso foi o maior beneficiário… Pela tradição republicana decisões como essa não valiam para as eleições próximas, só as seguintes… Bom, alguns deputados confessaram ter recebido R$ 200 mil (quanto seria em valores atualizados?) para votar com o governo.
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Os primeiros países do mundo em que as mulheres adquiriram o direito de votar foram a Nova Zelândia (1893), a Austrália (1902) e a Finlândia (1906). Na Dinamarca e na Islândia, o voto feminino foi conquistado em 1915. Na Alemanha e no Reino Unido em 1918, nos Estados Unidos em 1920 e na Suécia em 1921. Na França, as mulheres só conquistaram o direito de votar e serem votadas no pós-guerra, em 1945.

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Mouzar Benedito é jornalista. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). É autor de vários publicados pela Boitempo, onde colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

Algumas curiosidades sobre eleições: Parte I

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A primeira eleição direta para presidente do Brasil foi em 1o de março de 1894. O eleito foi Prudente de Morais, com 270 mil votos – o que representava 2% da população brasileira.
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Rui Barbosa candidatou-se a presidente do Brasil, em 1919. Foi derrotado por Epitácio Pessoa.
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Em 9 de agosto de 1922, Berta Lutz fundou a Federação Brasileiro pelo Progresso Feminino, para lutar pelo direito de voto.
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Em 24 de fevereiro de 1932, foi publicado o novo Código Eleitoral, do governo Getúlio Vargas, instituindo o voto secreto e o direito de voto às mulheres.
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Em 1933, teve uma eleição da Constituinte, e Carlota Queirós foi a primeira mulher deputada.
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Em 1937 três candidatos se apresentaram para as eleições presidenciais: o paraibano José Américo de Almeida e os paulistas Armando Salles de Oliveira e Plínio Salgado. Mas Getúlio Vargas, com base num documento chamado “Plano Cohen”, segundo o qual o PCB e organizações comunistas internacionais preparavam a tomada do poder, cancelou as eleições, outorgou uma nova Constituição apelidada “A Polaca”, e instaurou o “Estado Novo”, que radicalizou a ditadura. O “Plano Cohen” era uma farsa, feita oito anos antes para, se preciso, ser usado para manutenção de Getúlio no poder. Seu autor foi o então capitão Olímpio Mourão Filho que, já como general, foi um dos executores do golpe de 1964.
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Em 1947, o jornalista e humorista Aparicio Torelly, que usava o pseudônimo Barão de Itararé, foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo PCB. Sua campanha tinha como lema – numa época em que faltava leite e água na cidade – “Mais água e mais leite, mas menos água no leite”. Seus discursos faziam não só a Câmara rir, mas também lavadeiras e os trabalhadores. Ouviam as sessões da Câmara que eram transmitidas pelo rádio. O registro do PCB foi cancelado em 1947, pelo presidente Dutra, submisso aos EUA. Em janeiro de 1948, o Congresso aprovou o projeto de Lei Ivo d’Aquino, que cassava os políticos eleitos pelo PCB. E os parlamentares do PCB foram todos cassados. Entre eles, o Barão, que discursou pela última vez na tribuna da Câmara: “Neste momento, saio da vida pública para entrar na privada”. Segundo consta, ele entrou mesmo na privada.
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Em 1955, Carlos Lacerda, querendo impedir a realização das eleições, leu num programa de TV a “Carta Brandi”, um documento falso criado para incriminar João Goulart, candidato a vice-presidente na chapa de Juscelino. A carta forjada acusa Jango de querer instalar uma república sindicalista
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Em 3 de outubro de 1959, o rinoceronte Cacareco teve cem mil votos de paulistanos decepcionados com seus políticos e foi o mais votado para vereador, para a Câmara Municipal de São Paulo.

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Mouzar Benedito é jornalista. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). É autor de vários publicados pela Boitempo, onde colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

Fora do Ar

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Bom dia.

Por razões estritamente pessoal o Travessia fará uma Pausa por Tempo Indeterminado.

Se possível for, voltaremos a caminhar juntos há qualquer momento.

Um abraço.

Tudo de bom!

Beth Muniz.

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O preto que falava iídiche

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O compositor, escritor e pesquisador Nei Lopes, com seu novo livro, O preto que falava iídiche ,(Record, 255 págs.), lançado nesta quinta-feira (7) em São Paulo, busca fazer "um paralelo entre duas sociedades marcadas pelo racismo". É a história de Nozinho na Praça Onze carioca, um lugar marcado pela presença de várias comunidades, não só a negra, como lembra Nei, autor de várias obras dedicadas à cultura africana e à música, como o Dicionário da história social do samba. 

Ele entrou no universo do samba "a contragosto da minha família", recorda. "Minha mãe dizia: eles lá e nós aqui", conta Nei Lopes, 76 anos completados em maio, criado em Irajá, área suburbana da zona norte do Rio de Janeiro, onde o pai comprou um terreno em 1927 – Nei foi o último de 13 filhos. "Hoje, só tem eu na prole". Pequeno, conheceu uma senhora que era "banqueteira", como se dizia antigamente, trabalhando para casas abastadas do Rio, e ligada à Portela. "Esse ambiente me fascinou muito cedo", diz Nei, que anos depois se aproximaria do Salgueiro, participando pela primeira vez do carnaval em 1963, justamente quando a escola de samba da Tijuca, também na zona norte, provocou uma pequena revolução no desfile com o enredo Xica da Silva.

Nesta nova obra – já são 35 –, o samba "não está presente, mas ele se anuncia", diz o autor. A Praça Onze é conhecida como um berço do samba carioca. Lá, "havia um rapazinho que trabalhava para um pequeno industrial da comunidade judaica, que não conseguia falar uma palavra de português". 

"Do relacionamento apaixonado, fortuito e proibido do preto inteligentíssimo Nozinho, que falava até iídiche, com a bela e branca judia Rachel, ele (Nei) nos conduz do ambiente de uma Praça Onze que testemunhava a invenção do samba a uma África que viu desde os judeus se libertarem da escravidão no Egito até a escravização dos povos negros e o mítico amor da rainha de Sabá e de Salomão, antecipando, na Etiópia, Rachel e Nozinho no Rio", escreve, na introdução, o jornalista Hugo Sukman.

"Evidentemente que são duas histórias muito diversas", observa Nei Lopes, referindo-se aos povos negro e judaico. Para ele, "a autoestima do povo afrodescendente é mínima, por conta de uma abolição irresponsável, enquanto a comunidade judaica tem outra percepção de si mesma", mantendo seus costumes. Nei aponta uma desunião entre os negros "que já veio da época (da escravidão) e foi insuflada pelos europeus".

"Já não basta esse nariz ranhento escorrendo?"

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Histórias da ditadura militar – parte I

Morador do Jabaquara, na periferia de São Paulo, o menino vendia para um ferro velho papelão e cobre (não existia latinha de alumínio à época), carregava sacola de madame na feira e engraxava sapatos para fazer algum trocado.

Eram meados dos anos 80 e a ditadura militar já agonizava, mas ainda dava as cartas.

Para os meninos pobres da Zona Sul de São Paulo, uma das poucas alternativas de diversões disponíveis era o CEEI - Centro Educacional e Esportivo do Ibirapuera, cujo principal atrativo era sua piscina pública, disputadíssima.

Havia regras rigorosas para acessar aquela piscina, e uma das regras determinava o tipo de calção que o banhista tinha de usar.

Quem controlava seu acesso era um militar da reserva, um senhor de aparência rude, muito grosseiro, que não fazia a menor questão de esconder sua antipatia pelos meninos que frequentavam a piscina nos finais de semana, todos pobres e em sua maioria, negros.

Qualquer motivo era motivo suficiente para o militar barrar o acesso a única piscina pública da região, e ele tinha seus próprios motivos para fazer valer sua autoridade.

Certa vez o militar barrou um menino, alegando que o calção que ele usava era inadequado, que “iria cair, mostrar a bunda para todo mundo ver”.

“Quer brincar na piscina tem de estar com shorts decente. Já não basta esse nariz ranhento escorrendo? Estou te fazendo um favor, caralh. !!!”, disse, em tom agressivo.

O militar guardava numa sala vários calções, que ALUGAVA para os meninos.

Ou alugava um calção, ou não entrava na piscina.

O preço do aluguel, ouso dizer, devia ser a quantia necessária para pagar um sanduíche e uma Coca Cola, vendidos pelo ambulante que ficava em frente ao clube.

Naquele sábado o menino brincou na piscina, mas voltou para casa com fome, sem comer o sanduíche e tomar a Coca Cola pelos quais havia juntado dinheiro a semana toda para comprar.

Eu jamais me esqueci daquele sábado, um sábado de de sol, porque aquele menino se chamava Diógenes.

Aquele menino era eu.

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Assessor de Comunicação Social, acadêmico em História, ativista pelos Direitos Humanos, pai do Fidel.

Exposição conta história do Samba no Rio de Janeiro

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“O Rio do samba: resistência e reinvenção" em cartaz no MAR até o fim do mês.

A exposição “O Rio do samba: resistência e reinvenção” está em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) até o final do mês de maio, com visitação gratuita. A mostra expõe os aspectos sociais, culturais e políticos da história do samba feito no Rio de Janeiro desde o século XIX até os dias de hoje por meio de pinturas, fotografias, documentos, objetos, vídeos e instalações.


A exposição está dividida em três momentos espalhados entre os espaços de visitação do museu: “Da herança africana ao Rio negro”, “Da Praça XI às zonas de contato” e “O Samba Carioca, um patrimônio”. O espaço principal está no terceiro andar, onde está localizada uma área dedicada a investigar a história do Rio de Janeiro.

A curadoria é de Nei Lopes, Evandro Salles, Clarissa Diniz e Marcelo Campos. Na mostra, eles reuniram obras de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres e outros artistas. Fotografias de Marcel Gautherot, Evandro Teixeira, Bruno Veiga e Wilton Montenegro, além de gravuras de Debret e Lasar Segall. O prato de porcelana tocado por João da Baiana e joias originais de Carmem Miranda são algumas das raridades em exibição. A mostra ainda apresenta cinco obras criadas especialmente para a ocasião.

Serviço:

O Rio do samba: resistência e reinvenção
Museu de Arte do Rio (MAR)
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro.
Em cartaz até 31 de maio, com entrada gratuita.
Do Brasil de Fato RJ







Galeano: Como os EUA apagaram a memória do 1º de Maio

Chicago está cheia de fábricas. Existem fábricas até no centro da cidade, ao redor de um dos edifícios mais altos do mundo. Chicago está cheia de fábricas, Chicago está cheia de operários.

Ao chegar ao bairro de Heymarket, peço aos meus amigos que me mostrem o lugar onde foram enforcados, em 1886, aqueles operários que o mundo inteiro saúda a cada primeiro de maio.

– Deve ser por aqui – me dizem. Mas ninguém sabe. Não foi erguida nenhuma estátua em memória dos mártires de Chicago nem na cidade de Chicago. Nem estátua, nem monolito, nem placa de bronze, nem nada.

O primeiro de maio é o único dia verdadeiramente universal da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as religiões e as culturas do mundo; mas nos Estados Unidos o primeiro de maio é um dia como qualquer outro. Nesse dia, as pessoas trabalham normalmente, e ninguém, ou quase ninguém, recorda que os direitos da classe operária não brotaram do vento, ou da mão de Deus ou do amo.

Após a inútil exploração de Heymarket, meus amigos me levam para conhecer a melhor livraria da cidade. E lá, por pura curiosidade, por pura casualidade, descubro um velho cartaz que está como que esperando por mim, metido entre muitos outros cartazes de música, rock e cinema.

O cartaz reproduz um provérbio da África: Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.

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Por Eduardo Galeano, em O Livro dos Abraços.
Imagem: Os oito mártires de Chicago.

Em apoio à UNB, universidades públicas oferecem cursos sobre o golpe de 2016

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Em defesa da Universidade de Brasília, que vai ministrar a matéria 'O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil', ao menos 10 instituições ofertarão conteúdo semelhante.

São Paulo – Ao menos 10 universidades públicas possuem interesse em ministrar cursos sobre o golpe de 2016, que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) sem haver crime de responsabilidade, deixando o vice, Michel Temer (MDB), em seu lugar no Palácio do Planalto. A pioneira foi a Universidade de Brasília (UnB). A tentativa de censura por parte do ministro da Educação, Mendonça Filho, fez a comunidade acadêmica se mobilizar em apoio à instituição da capital federal.

O Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi o primeiro que saiu em defesa da UnB. A instituição, em nota, afirmou “irrestrita solidariedade ao professor e pesquisador Luís Felipe Miguel, da UnB, que ministrará neste semestre a disciplina ‘O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil’”. A universidade no interior de São Paulo oferecerá a mesma matéria para os alunos interessados.

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ministrará uma disciplina similar, com outro nome "Golpes de Estado, autoritarismo e repressão no Brasil republicano”. “Vivemos sob tempos sombrios. O avanço das forças conservadoras sobre o conjunto de direitos que haviam sido conquistados pelos trabalhadores se faz constante”, afirmou, ao portal Manaus de Fato, o professor do Departamento de História da Ufam César Augusto Bulbolz.

“Tentativas de cerceamento das atividades artísticas e acadêmicas estão virando rotina. A exposição cancelada no Santander, a performance no MAM, os protestos contra a visita de Judith Butler e, agora, a ameaça do Ministério da Educação (MEC) de proibição da disciplina ofertada demonstram que a democracia está em risco e que devemos reagir de forma enérgica contra essas constantes tentativas de censura e aos ataques à autonomia intelectual e às artes”, completou.

Vai ficar aí, Parado, com os braços abertos e imóvel?

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Nesse Rio 40 Graus de violência praticada pelos "Donos" do Poder do Formal e Marginal, contra  a sua Gente mais pobre, por mais de 453 anos ?!

Mesmo assim, te desejo um Feliz Aniversário!!!!




Alemanha: Filme expõe bastidores do impeachment de Dilma em Festival de Berlim

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O que a mídia tupiniquim esconde por aqui, o Mundo mostra.

Dilma Rousseff perdeu a Faixa Presidencial, mas poderá levar pra casa o cobiçado Urso de Ouro (prêmio de melhor filme do Festival de Berlim). Retratando os bastidores de seu impeachment, o filme O Processo, de Maria Augusta Ramos, foi selecionado para a mostra Panorama, do Festival de Berlim, um dos principais do mundo, de 15 a 25 de fevereiro, na Alemanha.



A diretora já confirmou a presença na exibição do longa, marcada para 21 de fevereiro, na Alemanha. Dilma Rousseff, ainda não se sabe se irá.

As possibilidades de premiação não são pequenas, Maria Augusta costuma levar todas as glórias, nas competições que disputa.

Com seu filme Desi, emplacou o mais importante prêmio do cinema holandês, o Bezerro de Ouro, e o Prêmio de Público no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado o Cannes do cinema não-ficcional.

Quatro anos depois, em 2004, Justiça recebeu nove prêmios, entre eles o Grand Prix de melhor filme, no Festival Internacional de Cinema Visions du Réel, na Suíça; o Grand Prize no Festival Int. de Documentários de Taiwan; o La Vague d’Or de melhor filme, no Festival Internacional de Cinema de Bordeaux, França; o Prêmio da Anistia Internacional no CPH Dok – Festival Int. de Documentários de Copenhagen, e o Prêmio de Melhor Filme no Play-Doc – Festival Internacional de Documentários de Tui, Espanha.

Seu filme Juízo, de 2013, recebeu da crítica o Prêmio Melhor Filme, no DOK Leipzig – Festival Internacional de Documentário na Alemanha e os Prêmios de Melhor Filme no One World Internationbal Documentary Festival, em Praga, e no Watch Docs Internarional Film Festival, em Varsóvia.

Morro dos Prazeres abiscoitou os prêmios de melhor direção, melhor fotografia e melhor som no 46º Festival de Cinema de Brasília, em 2013.

No VIII Janela Internacional de Cinema de Recife, Futuro Junho mereceu o Prêmio de Melhor Filme, e no Festival de Cinema do Rio, o de Melhor Direção, em 2015.

Mesmo ano em que Seca, o sétimo longa da diretora, foi exibido na Competição Internacional do Festival Internacional Visions du Reel, na Suíça, e recebeu o Merit Prize – Prêmio especial do Júri no Festival Internacional de Documentários de Taiwan.

Mais do que um documentário sobre os bastidores do julgamento que culminou no impeachment de Dilma, em 31 de agosto de 2016, O Processo poderá se tornar um extraordinário instrumento político para informação à opinião pública internacional da profunda crise política que o Brasil atravessa e do colapso das instituições democráticas em nosso país. 

Os filmes de Maria Augusta Ramos costumam bater recorde de participação em festivais pelo mundo. Só o documentário Justiça foi exibido em mais de 50 festivais internacionais.

O longa é produzido por NoFoco Filmes, co-produzido por Canal Brasil e tem distribuição de Bretz Filmes. 

Por Hildegard Angel

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Os Algozes da Casa Grande
Foto: Agência Senado
Fonte: Rede Brasil Atual - RBA)))

Se essa onda pega, Vá pegar em outro lugar...

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Em 1988, a São Clemente já avisava...

Quem avisa amigo é

Desponta na avenida "nova mente"
Mais uma vez vou cantar com altivez
Ora, tenha a santa paciência
Por que tanta violência
Nosso mundo está sofrendo
A fauna e a flora em extinção

Ainda temos esperança
De encontrar a solução
Nosso índio perde e terra
E é massacrado

Negro sofreu com a escravidão (bis)
Sonhava chegar o dia da libertação


(Re)Significa

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Artista de Londrina ressignifica retratos de negros do século 19.

"Fiquei pensando como seria a vida dessas pessoas se elas não estivessem em estado de escravidão".

Luiza Braga

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A musicista, artista e designer Luiza Braga é a autora do projeto (Re)Significa, lançado dia 9 de dezembro em Londrina, norte do Paraná. Trata-se de uma coleção de arte cujas peças são constituídas por intervenções coloridas e visuais em retratos de negros do século 19. Inicialmente, são 10 trabalhos lançados, com fotografias de jovens, idosos e mulheres.

“Me deparei com um catálogo fotográfico de domínio público sobre negros e negras, onde eram retratados como ‘tipos’, como ‘escrava da Bahia’, ‘escravo de Pernambuco’ ‘negra doméstica’, sem quaisquer outras informações. Claro que não eram pessoas conhecidas, mas essa falta de profundidade me incomodou muito”, conta Luiza.

De acordo com a artista, o projeto fortalece a narrativa dos negros e das minorias em geral, na medida em que ressignifica e dá outro sentido para esses retratos. “Nós, como indivíduos negros, como povo, temos muito mais profundidade. Muito mais história do que contam. Precisamos dar foco a essas histórias que estão ao nosso redor, às narrativas das nossas comunidades, seus hábitos e vivências. Ressignificar para fora, mostrando toda a profundidade que vem de dentro”, completa Braga.

Projeto (Re)Significa tem dez peças disponíveis na internet.



Anoiteceu... o sino gemeu...

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A única música natalina brasileira que sobrevive à passagem do tempo é "Boas Festas", de Assis Valente, lançada em 1933.

Assis Valente ficou e ficará na história musical para sempre.

Compositor singular, deixou-nos um legado memorável como "Camisa Listrada", "Brasil Pandeiro", "Boneca de Pano", "Uva de Caminhão", "Cai, Cai, Balão", "E o Mundo Não se Acabou", "Fez Bobagem".

E ele fez de fato bobagem...

Suicidou-se em 1958, depois de duas frustradas tentativas.

A Canção "Boas Festas" é sem dúvida o seu maior legado, que mesmo sem se saber quem é o autor/compositor. É do tipo que nos faz ficar desejosos de um futuro repleto de paz e amor. É uma obra-prima, que permanece atualíssima - afinal, quantas crianças ainda existem neste Brasil para as quais Papai Noel não passa de uma figura tão distante e inatingível tanto quanto as estrelas no céu? 

Belas canções são assim, eternas como os sonhos que sonhamos, dormindo ou acordados.

Então... Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem

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Assis Valente, 1933.

FELIZ NATAL!

O Campo é o Corpo

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Sócrates Brasileiro: o jogador de futebol que ousou sonhar com um mundo sem misérias.

Amanhã, 23/12, o MST inaugura campo de futebol batizado em homenagem a Magrão, que levou a política para dentro dos campos.

"Com destino e elegância dançarino pensador 
Sócio da filosofia da cerveja e do suor 
Ao tocar de calcanhar o nosso fraco a nossa dor  
Viu um lance no vazio herói civilizador 
O Doutor! "  

O trecho acima é da música "Sócrates Brasileiro", de José Miguel Wisnik, e reflete bem o espírito do jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, o Dr. Sócrates, ou Magro, como era conhecido.

Considerado um dos maiores jogadores brasileiros, Sócrates iniciou sua carreira no futebol aos 17 anos, passando por times como o Botafogo de Ribeirão Preto, Corinthians, Seleção Brasileira, entre outros.  

Famoso pelo "chute de calcanhar" que demonstrava toda a sua genialidade em campo, Sócrates atuou pra além do futebol, como relembra o jornalista e amigo Juca Kfouri

“Eu acho que é um legado de um jogador de futebol que foi muito mais do que um jogador de futebol. Um jogador de futebol que soube fazer da prática, do ofício dele, da missão dele como atleta muito mais do que isso. Como ser político, como alguém participante da vida pública brasileira. Como alguém que queria um Brasil mais justo, um Brasil menos desigual, um país mais democrático, um Brasil sem fome, sem racismo, sem homofobia, mais tolerante, tudo aquilo que ele sempre encarnou”. 

Ouça a música feita pelos músicos Lira e Dan Maia para homenagear a inauguração do Campo:


O MST construiu coletivamente um campo de futebol em homenagem ao legado de Sócrates Brasileiro. O campo, localizado em Guararema, a 80 km de São Paulo, fica dentro da Escola Nacional Florestan Fernandes, espaço de formação política do movimento.  

Educação: A transformação Permanente

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"A Educação não transforma o Mundo.
A Educação muda as pessoas.
Pessoas Mudam o Mundo".

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Senado rejeita sugestão para retirar de Paulo Freire título de Patrono da Educação.

Parlamentares consideraram a proposta como resultado da ignorância sobre o legado do educador
São Paulo – A sugestão legislativa (SUG 47/2017), que propunha retirar o título de Patrono da Educação Brasileira de Paulo Freire, foi rejeitada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado na tarde de quinta-feira, 14/12.

Apresentada via portal e-Cidadania, a sugestão justificava a retirada do título do educador por ele ser considerado "filósofo de esquerda", não sendo "possível manter como patrono da nossa educação o responsável pelo método que levou a educação brasileira para o buraco".

Os senadores consideraram a proposta resultado da ignorância sobre o legado de Freire. A relatora, Fátima Bezerra (PT-RN), mencionou em seu parecer contrário um manifesto em defesa do educador enviado por diversas entidades. De acordo com ela, a tentativa de revogação do título é uma censura ideológica.

"Faz-se necessário resgatar o legado de Paulo Freire, destacando aspectos relevantes de sua vida e obra, de modo a evitar que, em pleno século XXI, o seu pensamento seja alvo de censura ideológica a exemplo do ocorrido durante a ditadura civil-militar".

A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) também criticou a proposta. "O Brasil está assim mesmo. Vemos ações completamente sem pé nem cabeça, fechando museus, e agora esse movimento do atraso que quer retirar o nome mais importante da educação brasileira de patrono da educação", disse.

Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação considerou a decisão da CDH uma "importante vitória". "A derrota deles representa uma enorme vitória de todos/as aqueles/as que defendem e lutam por uma educação pública, de boa qualidade, laica e socialmente referenciada, em especial nesses tempos de obscurantismo em que o país foi jogado. 


diz o documento.

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Com informações da Agência Senado

Aa maior figura da Igreja no século 20

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É Dom Paulo Evaristo Arns foi, diz biógrafa.

Um ano após morte do arcebispo, livro lembra trajetória do religioso que salvou diversas vidas durante ditadura militar.

No dia 14 de dezembro é lembrado um ano da morte do arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), que ficou conhecido como "homem do povo". Ele foi de extrema importância na resistência contra violações de direitos humanos e na ajuda aos presos políticos e perseguidos na Ditadura Militar brasileira  (1964-1985).

A história de lutas do arcebispo inspirou as jornalistas Evanize Sidow e Marilda Ferri a escreverem uma biografia sobre ele quando ainda estavam na faculdade, em 1999. Intitulado "Dom Paulo, um homem amado e perseguido", o livro traça a trajetória de Dom Paulo, como conta Sidow: "Hoje talvez a gente ainda não tenha essa noção do quanto Dom Paulo foi importante e do quanto a nossa democracia hoje deve a ele. Ele realmente é uma personalidade fundamental da Igreja no século 20, talvez o maior de todos os personagens na América Latina".

Dom Paulo ingressou na Ordem Franciscana em 1939, foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos de 1960 e 1970. Sua vida foi dedicada aos mais pobres e à Justiça.

Dom Paulo Evaristo Arns, durante homenagem, no ano passado, no TUCA, em São Paulo

"Não há de ser inutilmente..."

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Que a resistência em torno do Memorial seja um marco da luta contra a nova ditadura.

As violências cometidas contra a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal de Minas Gerais e o Memorial da Anistia, podem ter uma resposta à altura: a campanha para ampliar o escopo do memorial, incluindo no prédio anexo um Memorial das Músicas em Favor das Liberdades Civis, uma maneira de juntar as lembranças da ditadura com o papel inestimável da música popular, em uma cidade fundamentalmente musical, como Belo Horizonte.

Seria a maneira retumbante, musical, de responder aos desaforos da Polícia Federal, de batizar a operação com pedaço da letra de uma das músicas símbolos da anistia.

Todo país que passou por ditadura militar tratou de celebrar os mortos, montar memoriais, museus, como maneira de registrar a violência, impedindo sua repetição. Faltava um memorial no Brasil.

O Memorial da Anistia, em Belo Horizonte, foi pensado dessa maneira. No início, o espaço a ser ocupado era o Coleginho, construção antiga que simbolizava a resistência dos estudantes contra a ditadura. Constatou-se que as fundações não suportariam as obras. Decidiu-se por um prédio maior, bancado pelo Ministério da Justiça, mas que ficaria sob a responsabilidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A nova concepção obviamente encareceu o projeto. E as sucessivas interrupções no envio de verbas federais, com o posterior desinteresse do MJ, gerou despesas adicionais, como a manutenção de equipes de segurança, guardando o local antes das obras serem completadas.

É possível que haja desvios. E, constatados, que os responsáveis sejam punidos.

Mas a operação deflagrada pela Polícia Federal, Advocacia Geral da União, Controladoria Geral da União, com a cumplicidade de uma juíza irresponsável, tem alvo maior: a desmoralização da ideia de Memorial da Anistia.



A vida agora está completa

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ARGENTINA.


A vida agora está completa", diz neta 126 após encontrar família.

Na Argentina, Avós da Praça de Maio conseguiram localizar mais uma das crianças sequestradas durante ditadura militar.
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Vanesa, ao lado dos familiares biológicos
A Associação Avós da Praça de Maio anunciou, na segunda-feira (4), o encontro da neta número 126. A informação foi divulgada no site da associação que, desde 1977 se dedica a localizar as crianças sequestradas e desaparecidas durante a ditadura militar na Argentina (1976 a 1983).

Durante entrevista coletiva concedida à imprensa ontem, terça-feira (5), Adriana, a neta recuperada, afirmou: "tenho uma família linda. Tenho uma avó e ontem pude falar com ela. Ela é incrível, já a adoro. Percebe-se que ela é linda por fora e por dentro". Entre lágrimas, acrescentou: "esta vez não conseguiram. O amor é mais forte que o ódio. Sempre". E concluiu dizendo que o "quebra-cabeças foi montado" e agora sua vida "está completa".

Os pais de Adriana eram Edgardo Garnier e Violeta Ortolani, militantes do grupo Montoneros. Ela era chamada por eles de Vanesa e é neta de Blanca Díaz de Garnier, uma das fundadoras da Associação das Avós da Praça de Maio.

As avós estimam que cerca de 400 crianças foram tomadas da família durante a ditadura militar.
A notícia do encontro de Adriana, ou Vanesa, a neta 126, ocorre uma semana após a condenação de 29 militares argentinos à prisão perpétua por crimes contra a humanidade, entre eles, os responsáveis pela maternidade na Esma, a Escola de Mecânica da Armada, durante a ditadura, o mais famoso centro de detenção clandestino do período, onde as mulheres grávidas foram torturadas e tiveram seus filhos sequestrados após o nascimento.

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Vanessa Martina Silva, do Brasil de Fato

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