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Honrados, dignos e virtuosos

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Cadê eles? Estão no governo? No Congresso? No Judiciário? Nas redações de jornais e revistas? Nas emissoras de rádio e TV? Nas igrejas?

Nesses lugares todos tem gente posando como se tivessem essas qualidades e exigindo-as dos outros.

Na política, uma mesma coisa pode ser considerada “qualidade” e elogiada como virtude, se seu detentor for do seu partido, ou excomungada como grande defeito se for seu adversário. Por exemplo: se o cara é do tipo exigente e centralizador, para seus seguidores é um bom político, de pulso firme; para seus adversários, é autoritário, ditador. Se o político ouve outras pessoas antes de tomar uma decisão, é um democrata, segundo seus seguidores, ou um frouxo vacilante, segundo os opositores.

Nas tais “mídias sociais” isso é cotidiano. Manipulam, vociferam defendendo honra, dignidade e virtudes que os próprios vociferadores não têm. E fechando os olhos para os desmandos de seus partidários…

Um bom exemplo desses “virtuosos” está numa historinha contada pelo Barão de Itararé:

O Dr. Lins estava danado da vida porque lhe haviam passado uma nota falsa de dois cruzeiros.

-  Não se pode mais ter confiança em ninguém! — dizia ele. - Foi o trocador do ônibus que me deu a nota. Que ladrão!

- Quer me mostrar a pelega? — pergunta um amigo.

- Já não a tenho mais. Passei-a adiante.

Lembro-me de um sujeito que periodicamente aparecia na minha terra e pedia comida, cada dia numa casa. Era o Barbino, com um conceito muito especial que até hoje não entendi. Ele só aceitava comida se tivesse carne. Se não tivesse, devolvia o prato, falando bravo: 

- “Cumê sem carne, Deus num põe virtude”. Quem puder, que me explique.

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Mouzar Benedito é jornalista barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar(2000), em co-autoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996) e Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia). Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

“Eu vim para trazer a divisão”, disse… Jesus

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“Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a Terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão” (Lc, 12, 51-52).

“Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas a espada” (Mt, 10, 34-35). 

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Uma das coisas que mais me perturbam na atual situação brasileira é a ilusão de certos setores de que o PT “inventou” a divisão entre ricos e pobres, entre negros e brancos, entre esquerda e direita, entre mulheres e homens, entre hetero e homossexuais. O chamado “Fla-Flu”. Tem gente que fica chateado porque brigou com amigos, colegas e familiares por causa de política e isso é “culpa do PT”. Será?


O primeiro ponto a se perguntar é: a divergência é mesmo algo ruim? Balela. Se o embate fosse entre brancos e brancos, ricos e ricos, direitistas e direitistas aposto como seria visto com mais normalidade: uma disputa entre iguais. O que incomoda é que a tal “divisão” é, na verdade, uma reação dos historicamente oprimidos, dos “de baixo”, às injustiças. Incomoda que as chamadas “minorias” estejam divergindo com mais força, em alto e bom som.

Os negros estão denunciando o racismo; as mulheres estão denunciando o machismo; os pobres estão denunciando o preconceito de classe; os gays estão denunciando a homofobia. Antes, todas estas cidadãs e cidadãos hoje em processo célere de empoderamento estavam mudas, resignadas com sua situação. A esquerda tampouco tinha acesso aos meios de comunicação para conscientizar a população – e hoje temos a internet.

Esta divisão é positiva para evoluirmos enquanto sociedade. Não acredite quando dizem que é ruim. Fiquei impressionada ao conhecer trechos do Novo Testamento onde Jesus Cristo fala justamente de divisão e não de união. “Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a Terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão” (Lc, 12, 51-52). Na Bíblia utilizada pelos protestantes, é ainda mais veemente: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas a espada” (Mt, 10, 34-35). 

Isenção de IPTU a templos custa 22 creches por ano em São Paulo

O que daria para fazer com esse dinheiro:

- 75% do hospital que está sendo construído em Parelheiros (zona sul), com 250 leitos
- 22 creches
- 3 CEUs (Centro Educacional Unificado)
- 28 UBSs (Unidades Básicas de Saúde)
- 1.500 apartamentos populares

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A Prefeitura de São Paulo deixa de arrecadar com o IPTU de templos religiosos –todos beneficiários de imunidade tributária - cerca de R$ 110 milhões por ano. Esse montante, calculado pela Folha a partir do cadastro de imóveis, seria suficiente para construir um hospital ou 22 creches. A prefeitura recolhe cerca de R$ 6,5 bilhões com o imposto. Além do IPTU, templos têm isenção de outros tributos, como o ISS (sobre serviços). A imunidade fiscal de IPTU é prevista na Constituição desde 1946 e, atualmente, o tema é debatido no Congresso.

A bancada religiosa na Câmara quer ampliar a isenção de IPTU para todo o país, incluindo o caso de imóveis alugados pelas entidades religiosas  - na capital paulistana, isso já é realidade para os 5.734 templos da cidade. Há também grupos contrários, que defendem o fim de todas as isenções aos templos.

Na lista de entidades religiosas com mais templos, também aparece a Universal (foto), como a 14ª maior proprietária de locais de culto, com 21. A colocação se deve ao fato de, ao contrário de outras evangélicas, a Universal adotar a prática de alugar os locais onde faz seus cultos. Amparada por lei municipal, não paga IPTU desses imóveis.

A igreja mais beneficiada pelo não pagamento de tributos é a Católica. Segundo o levantamento, ela tem 730 imóveis cadastrados como templos na cidade  - renderiam R$ 17 milhões ao ano em IPTU.

O valor de R$ 110 milhões calculado pela Folha considera o imposto que seria cobrado dos templos com base no valor dos imóveis e nas alíquotas básicas do IPTU e não inclui características dos terrenos que podem influenciar o valor final. Segundo a estimativa da prefeitura, a isenção fiscal aos templos está na casa dos R$ 90 milhões.

Para efeito de comparação, um hospital com cerca de 250 leitos em construção em Parelheiros (zona sul) tem custo estimado de R$ 148 milhões. Na educação, os R$ 110 milhões poderiam erguer 22 creches.

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Matéria completa com gráficos e números no site da Folha.

Em nome da civilidade. Ou, “Eles querem matar a gente em vida”

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Quais os limites éticos da polarização político-ideológica do atual contexto brasileiro? 

Qual a importância do diálogo em tempos de intensa proliferação de ódio nas redes sociais? 

Como a difamação via internet afeta a vida prática de quem é vítima do problema? 

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Brasília - Essas e outras reflexões são o substrato do novo livro do jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto, que esteve em Brasília nessa quinta-feira (30) para o lançamento da obra.

“O que aprendi sendo xingado na internet” (Ed. Leya, 2016) é resultado da própria experiência do autor, uma das figuras públicas brasileiras que hoje são vítimas da intolerância e da difamação gratuita no mundo virtual. As agressões sofridas nos últimos tempos deram a tônica pra que ele organizasse as reflexões no livro, que, mais do que lançar luz sobre o tema, constitui uma espécie de guia com orientações sobre como trocar a beligerância pela tolerância no espaço virtual.

Ao discorrer sobre a questão, Sakamoto reflete sobre diversos pontos que atravessam a temática do discurso de ódio nas redes, incluindo a necessidade de não classificar a internet a partir de uma ótica maniqueísta. “Ela não é boa nem má. É uma plataforma de construção da realidade. O que ocorre é que algumas plataformas podem levar a uma desumanização se você não tomar cuidado, porque elas têm ferramentas que muitas vezes impedem a geração de empatia entre as pessoas”, disse.

No tatame das disputas político-ideológicas, tem sido frequente a confusão entre discurso de ódio e liberdade de expressão. “Tanto nos Estados Unidos como aqui se vendeu a ideia de que a liberdade de expressão é um direito absoluto, e isso não é verdade. Ela tem limites, que é justamente quando ataca outros direitos, como as liberdades individuais, por exemplo. Aqui no Brasil ainda tem o fato de isso se confundir com liberdade de imprensa, que também se confunde com liberdade de empresa, mas nenhuma dessas liberdades existe absolutamente. Todas elas são limitadas pelo dano que podem causar a outros direitos”, analisou o jornalista.

Outro ponto salientado durante o debate foi a capilaridade das informações falsas na internet e a consequente dificuldade de reparar o dano causado às vítimas, fazendo com que as difamações sejam dolorosas.

O Ano Novo Aymara

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No Brasil começou apenas o inverno, na Bolívia, o Ano Novo Aymara.

Enquanto no Brasil alguns comemoram – outros nem tanto – a chegada oficial do Inverno, no dia 20 de junho. No dia seguinte, 21, os bolivianos celebram a chegada do Ano Novo Aymara. Com rituais e bailes sagrados em reverência ao sol e à Mãe Terra a população agradece e pede boa sorte para o período que se inicia no cultivo e na colheita de alimentos. Depois de uma longa vigília, as pessoas recebem os primeiros raios de sol com os braços para o alto.


O ano é 2016, mas no calendário Aymara é o 5524. Com diversos rituais ancestrais, os povos das culturas andinas e amazônicas da Bolívia celebraram a chegada do novo ano em diferentes partes do país onde se reuniram em cerimônias para receber os primeiros raios de sol. 

Com fogueiras, oferendas à Pachamama (Mãe Terra), músicas e bebidas de vários grupos tradicionais, os bolivianos esperaram em vigília a chegada do 21 de junho, a data, na simbologia andina, marca um novo ciclo de vida. Em aimara chama-se Willka Kuti

A festa coincide com o solstício do inverno. O ponto alto é a chegada dos primeiros raios de sol da nova estação que são recebidos de braços abertos, para o alto, em reverência ao novo ciclo.

As cerimônias aconteceram em muitos lugares do país, e a maior foi em Tiahuanaco, no departamento de La Paz. Esta contou com a presença do vice-presidente Álvaro García Linera, que tradicionalmente participa das festas e ritos dos povos ancestrais. 

As festividades do Ano Novo Aymara foram declaradas Patrimônio Inatingível, Histórico e Cultural em 2005. O ritual é considerado um reflexo da identidade boliviana. Em 2009 o presidente Evo Morales decretou feriado nacional. 

O ano novo andino, iniciado em 21 de junho, coincide com o solstício de inverno e o novo ciclo agrícola. A festa é celebrada pelos povos indígenas da Bolívia, Chile e Peru em meio às oferendas ao sol e à Mãe Terra. 

De acordo com a tradição, nestas festividades se sacrificam lhamas para oferecer o sangue do animal ao sol e à terra para pedir prosperidade nos cultivos e alimentos para todo o povo. 

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Mariana Serafini, do Portal Vermelho.

'Em defesa da família'

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O Museu Nacional de Brasília convida para um Bate-papo seguido da exibição do Curta ‘Em defesa da Família’.

O filme acompanha um lar formado por duas mães e três filhos cujo cotidiano é "invadido" por discursos de intolerância vindos do Congresso Nacional. 

O filme aborda temas como a homofobia e a própria definição de família dentro de um contexto de luta por direitos civis. Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados busca definir o conceito de família como a união entre um homem e uma mulher, "por meio do casamento ou união estável". O chamado Estatuto da Família, aprovado em comissão especial, é uma das ameaças à comunidade LGBT, representada no documentário por Marília e Vanessa.

Casadas há 13 anos, elas são mães de Samuel, Felipe e Mateus. Entre tarefas diárias, piqueniques e eventos escolares, a família precisa lidar com o preconceito que as cerca. Na ótica do filme, discursos de parlamentares que buscam "defender a família brasileira" com palavras e projetos de lei conservadores agridem e criam "monstros inexistentes", segundo a diretora do curta, Daniella Cronemberger. "O que o filme diz é: precisamos focar o olhar nas pessoas. As pessoas são mais importantes, o amor é mais importante", diz ela.

O curta foi produzido pela produtora brasiliense Olho de Gato Filmes, com verba arrecadada, em parte, via financiamento coletivo na internet. Mais de 300 pessoas doaram cerca de R$ 38 mil.

A produção de Brasília entrou na programação do Short Film Corner, espaço do Festival de Cannes. que aconteceu em maio.

- Quando e onde: Museu da República, Esplanada dos Ministérios.
- Dia 21/6, Terça, 19 horas.

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Cultura inútil: Onde está a honestidade? Parte II

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Bom, já que temos o tema honestidade na ordem do dia, selecionei pensamentos sobre ele, mas, antes de entrar neles, cito uma fala de Rui Barbosa (antiquíssima, portanto), muito lembrada: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.


Barão de Itararé: “Deve haver honestidade entre os ladrões”.

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Barão de Itararé, de novo: “A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele”.

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Barão de Itararé, mais uma vez: “Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados”.

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Anton Thekov: “Eles são honestos: não mentem sem necessidade”.

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Tchekov, de novo: “Todos nós sabemos o que é uma ação desonesta, mas o que é a honestidade nisso, ninguém sabe”.

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Bocage: “A quem torpe nasceu, nenhum defeito adorna”.

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Capistrano de Abreu: “O termômetro da dignidade poucos graus vai acima do zero; mas abaixo a graduação não tem fim”.


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Émile Zola: “Que patifes, as pessoas honestas”.
Resposta: porque acobertados pelo manto legal da impunidade que rege as práticas no Congresso Nacional, e estimulados pela imprensa que estimula em seus programas de baixaria à cultura do estupro, agem como covardes, machistas, misóginos, torturadores de mulheres, canalhas, ladrões, corruptos, bandidos, hipócritas, e sobretudo, aliciadores e manipuladores da fé alheia de uma camada da sociedade, que em nome de uma pretensa e pretérita palavra de Deus, também covardemente se omite. Além é claro, de agirem em causa própria, ao tentarem esconder os seus mais íntimos instintos e desejos sexuais-bestiais que muitos devem ter. 

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O meu sentimento é o da mais absoluta revolta ao constatar que o projeto dos golpistas da Bancada da Bala, do Boi e a Evangélica comandada pelo Eduardo Cunha – BBB, que cria o Estatuto do Nascituro disfarçado de Bolsa Estupro, avança na Câmara dos Deputados. 

Depois da aprovação do mérito, em 2010, a proposta foi aprovada na Comissão de Finanças e Tributação, em meio a manifestações a favor e contra a proposta. O texto define que a vida começa na concepção e prevê o pagamento de uma bolsa em dinheiro para as mulheres vítimas de estupro que optarem por não fazer o aborto, caso venha engravidar após ser submetida a essa violência imensurável. Pelo andar da carruagem, periga ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça antes da matéria seguir ao plenário.

De acordo com o projeto, a mulher que optar por não fazer o aborto legal terá assistência pré-natal, acompanhamento psicológico e ajuda financeira do governo até que o estuprador seja localizado e se comprometa a pagar a pensão pelo filho ou se a criança for adotada. Simples assim, para eles. 

A adoção da “bolsa estupro”, o mesmo que dizer que não tem problema a mulher ser estuprada. Querem pagar pelo estupro sofrido pelo mulher, criticou a deputada Erika Kokay (PT-DF). Em plenário, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) criticou o avanço da votação. "É algo inaceitável. Se tivessem uma filha vítima de estupro, aceitariam esse tratamento desrespeitoso?", cobrou.

O projeto tem o apoio dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica, capitaneado pelo deputado afastado por corrupção, Eduardo Cunha (PMDBRJ).

Em momento algum os “nobres” homens de Deus mencionaram a alteração da legislação, tipificando o estupro como crime hediondo e aumentando a pena para os que o praticaram/rem.

E o que pensar das “nobres deputadas, mulheres dos homens de Deus”, da bancada BBB que nada fazem para barrar esta aberração?

- A mesma coisa. 

Ambos são feitos da mesma massa podre que espalha alienação, usurpação, corrupção, enganação e violência contra as mulheres, meninas, negros, índios, LGBT’s, pobres e periféricos que não são considerados "Povo de Deus", por essa gente asquerosa e fundamentalista.

Beth Muniz

Trancados na Noite

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- Trancados na noite, milênios afora,
forçamos agora
as portas do dia.

Faremos um povo de igual rebeldia.

Faremos um povo de bantus iguais
no só Casa Grande do Pai.

Os Negros da África,
os Afros da América,
Os Negros do Mundo,

na aliança com todos os Povos da Terra.

(Pedro Tierra e Robertinho Silva)

Missa dos Quilombos, 1981.

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Coleção Milton Nascimento, 1982.





Um anjo desgarrado decide reunir narrativas bíblicas perdidas.

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A Bíblia segundo Beliel.

– Preciso fazer algo, Ele disse a Gabriel.

E fez. Esperou que Adão adormecesse, e praticou a primeira cirurgia da história ocidental. Extraiu do peito de Adão uma costela a mais que ali pusera just in case e, a partir dela, moldou uma mulher.

– Agora ele vai ter com que se ocupar, exclamou Jeová num tom vingativo, que Gabriel não entendeu.”

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Mas os narradores são, na maioria, como ele: desgarrados. São os coadjuvantes da história, como a pomba que Noé soltou da arca para ver se as águas do dilúvio tinham baixado; ou o demônio Misgodeu, que trabalha como porteiro do Inferno, um faz-tudo que toca os mecanismos daquele fim de mundo, sem o qual nada funciona no reino de Lúcifer; ou ainda o escravo de Jó, que assiste, completamente surpreso, à desgraça e às tentações de seu amo.

Lemos também sobre a luxúria e a hecatombe de Sodoma e Gomorra contada por um dos anjos enviados para averiguar o que por lá se passava (e como se passavam coisas!).

Assim como fala do passado, a narrativa de Beliel, ele mesmo um faz-tudo nos céus, se dirige ao futuro, nos levando a uma versão absolutamente fantástica do fim dos tempos e do destino da Criação.

A Bíblia segundo Beliel glosa as teorias e previsões sobre a proximidade do fim do mundo, como acontece no Apocalipse de São João Evangelista. Só que com alguns detalhes que São João não previu nem talvez pudesse prever. Afinal, o autor leva uma vantagem: está quase dois mil anos mais perto do fim do mundo do que ele estava. No livro, Flávio traça não apenas as previsões de origem religiosa, mas também aquelas de natureza científica ou histórica. Sua geração cresceu sob o temor de que a Guerra Fria – depois das hecatombes da Segunda e da Primeira Guerra Mundial – os levasse diretamente ao fim do mundo. O risco de uma catástrofe atômica diminuiu, mas não está descartado. Agora se fala também no aquecimento global, no efeito estufa, e vive-se em meio a furacões tropicais que invadem as regiões mais temperadas. A Bíblia segundo Beliel, portanto, é um livro perfeitamente realista: uma leitura do nosso tempo.

Em tom de paródia, mas solidamente ancorada nas tradições bíblicas – que Flávio Aguiar, pesquisador e professor de literatura da USP, conhece como poucos –, A Bíblia segundo Beliel combina a leveza da chanchada com reflexões profundas e ousadas sobre temas como a religião, o fanatismo, a crença e a descrença, a opressão e a liberdade, a desigualdade e a justiça e, last but not least, o amor, como objetivo e possibilidade de redenção da humanidade.

Eu não mereço e não desejo ser encoxada

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Pesquisa divulgada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid nesta sexta-feira (20) mostra que 86% das mulheres brasileiras ouvidas sofreram assédio em público em suas cidades. 

O levantamento mostra que o assédio em espaços públicos é um problema global, já que, na Tailândia, também 86% das mulheres entrevistadas, 79% na Índia, e 75% na Inglaterra já vivenciaram o mesmo problema.

A pesquisa foi feita pelo Instituto YouGov no Brasil, na Índia, na Tailândia e no Reino Unido e ouviu 2.500 mulheres com idade acima de 16 anos nas principais cidades destes quatro países. No Brasil, foram pesquisadas 503 mulheres de todas as regiões do país, em uma amostragem que acompanhou o perfil da população brasileira feminina apontado pelo censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todas as estudantes afirmaram que já foram assediadas em suas cidades. Para a pesquisa, foram considerados assédio atos indesejados, ameaçadores e agressivos contra as mulheres, podendo configurar abuso verbal, físico, sexual ou emocional.

Formas de assédio

Em relação às formas de assédio sofridas em público pelas brasileiras, o assobio é o mais comum (77%), seguido por olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%). Metade das mulheres entrevistadas no Brasil disse que já foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços públicos.

Metrô SP
“É quase uma exceção raríssima que uma mulher não tenha sofrido assédio em um espaço público. É muito preocupante. A experiência de medo, de ser assediada, de sofrer xingamento, olhares, serem seguidas, até estupro e assassinato. Os dados são impressionantes se pensarmos que a metade das mulheres diz que foi seguida nas ruas, metade diz que teve o corpo tocado”, diz a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman.

Desigualdade de gêneros

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, os dados refletem a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade. “É uma questão de gênero, de entender que na sociedade, qualquer que seja, as mulheres não são consideradas iguais aos homens. A ideia é que a mulher está subordinada no lar, na casa, no trabalho. Dados [da Organização Mundial da Saúde] apontam que uma a cada três mulheres sofre violência doméstica. Para os homens, os corpos e as vidas das mulheres são uma propriedade, está para ser olhada, tocada, estuprada”, disse.

Segundo Nadine, é necessário implementar políticas públicas que garantam a segurança da mulher em espaços públicos, com políticas públicas específicas, como a iluminação adequada das ruas e transporte público exclusivo para mulheres.

“Quando se pensa que quase todas as mulheres têm a experiência com abusos, não se tem a ideia do assédio. Isso tem um impacto, isso limita de andar na rua com segurança e direitos como educação e trabalho”, diz.

Falta repressão

A professora de direito civil da Universidade de Brasília (UnB), Suzana Borges, avalia que não há repressão adequada ao assédio à mulher em espaços públicos.

“É uma questão social porque, em função de uma posição histórica inferiorizada, a mulher foi objeto de repressão, violência, não só nos espaços públicos, mas privados, dentro da família, em casa, no trabalho”, disse.

Suzana Borges diz que há necessidade das mulheres denunciarem as situações de assédio que vivenciam no cotidiano. “Por se tratar de uma questão de gênero, a denúncia é um mecanismo que reforça a proteção”.

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Fonte: UNB/Agência Brasil
Foto: 
“Prosperidade e bem-estar requerem que as pessoas coexistam em respeito pleno à sua diversidade”.

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Estados-membros e dirigentes da ONU debateram papel das religiões na busca pela paz. Líderes religiosos devem lutar contra distorções das crenças que alimentam terrorismo e extremismo violento.

A harmonia entre diferentes credos e culturas é um “desafio enorme” e talvez seja mais importantes atualmente do que em qualquer momento no passado recente, alertou o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Mogens Lykketoft, dia 6/5, durante evento que debateu o papel das religiões na busca pela paz.

Em encontro com Estados-membros e outros representantes da ONU, o dirigente destacou que o entendimento e a tolerância são pré-requisitos para que a humanidade alcance objetivos almejados tanto pelas pessoas, quanto pelas Nações Unidas.

Lykketoft chamou atenção ainda para os ataques terroristas que ocorrem em todo o mundo. Segundo o presidente do plenário da ONU, o extremismo violento é motivo de grave preocupação e deixa clara a necessidade de a comunidade internacional se unir em resposta a tais ameaças.

Também presente no evento, o representante da Aliança de Civilizações da ONU (UNAOC), Nassir Abdulaziz Al-Nasser, enfatizou que “o respeito mútuo entre diferentes religiões e culturas é o alicerce para um mundo em paz e entendimento e aceitação são os fundamentos do desenvolvimento sustentável em longo prazo”.


O pior ainda está por vir

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"Escrevi essa resposta-texto para jornalistas do Estado e da Zero Hora que queriam minha opinião sobre a extinção do Minc. O Zero Hora vai dar. O Estado se recusou", disse o ator

Por Wagner Moura

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A extinção do Minc é só a primeira demonstração de obscurantismo e ignorância dada por esse Governo ilegítimo. O pior ainda está por vir. 

Vem aí a pacoteira de desmonte de leis trabalhistas, a começar pela mudança de nossa definição de trabalho escravo, para a alegria do sorridente pato da FIESP, que pagou a conta do golpe.

Começaram transformando a Secretaria de Direitos Humanos num puxadinho do Ministério da Justiça. Igualdade Racial e Secretaria da Mulher também: tudo será comandado pelo cara que no Governo Alckmin mandou descer a porrada nos estudantes que ocuparam as escolas e nos manifestantes de 2013. Sob sua gestão, a PM de São Paulo matou 61% a mais. Sabe tudo de direitos humanos o ex-advogado de Eduardo Cunha, o senhor Alexandre de Moraes.

Mas claro, a faxina Não estaria completa se não acabassem com o Ministério da Cultura, que segundo o genial entendimento dos golpistas, era um covil de artistas comunistas pagos pelo PT para dar opiniões políticas a seu favor (?!!!). Conseguiram difundir essa imbecilidade e ainda a ideia de que as leis de incentivo tiravam dinheiro de hospitais e escolas e que os impostos de brasileiros honestos sustentavam artistas vagabundos. Os pró-impeachment compraram rapidamente essa falácia conveniente e absurda sem ter a menor noção de como funcionam as leis (criadas no Governo Collor!) e da importância do Minc e do investimento em Cultura para o desenvolvimento de um país. É muito triste tudo. Ontem vi um post em que Silas Malafaia comemorava a extinção "do antro de esquerdopatas", referindo-se ao Minc. Um negócio tão ignóbil que não dá pra sentir nada além de tristeza. Predominou a desinformação, a desonestidade e o obscurantismo.

Equede, a Mãe de todos

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'Equede – a Mãe de todos' conta história de Gersonice Azevedo Brandão, uma das principais sacerdotisas do Ilé Àṣẹ Ìyá Nasò Oká. Evento organizado pelo Grupo Ìkórítá traz apresentação do Afoxé Ilú Egbá

Obra também trata da importância de mães e mulheres negras na formação da cultura e identidade afro-brasileiras.

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Na semana em que se comemorou o dia das mães, a Editora Barabô lançou o livro Equede – A Mãe de Todos, na Biblioteca Mário de Andrade, no Centro de São Paulo. A obra é um testemunho de Gersonice Azevedo Brandão, nacionalmente conhecida como Equede Sinha, uma das principais sacerdotisas do Ilé Àṣẹ Ìyá Nasò Oká, "a venerável Casa Branca do Engenho Velho", em Salvador. Fundado em 1830 na capital baiana, o terreiro é a primeira casa de Candomblé oficial no Brasil.

Na religião de origem africana, "equede" é a função de quem concentra os poderes maternais do acolhimento, do zelo e da educação. A palavra com origem no yorubá, "èkejì", representa a função do braço direito da mãe de santo, aquela que zela tanto pelos orixás quanto pelos seus filhos. "Eu sou uma equede. E uma equede é uma mãe. Então, não me vejo em outra função dentro do axé. Porque eu sou mãe. E não sei mais separar a mãe genética da mãe religiosa", afirma Equede Sinha no livro organizado por Alexandre Lyrio e Dadá Jaques.


Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber

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Lapidar minha procura toda trama
Lapidar o que o coração com toda inspiração
Achou de nomear gritando... alma

Recriar cada momento belo já vivido e mais,
Atravessar fronteiras do amanhecer,
E ao entardecer olhar com calma e então

Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber
Casa cheia de coragem, vida tira a mancha que há no meu ser
Te quero ver, te quero ser

Alma!

Os habitantes da Terra estão abusando...

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Saco Cheio

Os habitantes da Terra
Estão abusando
Ao nosso Supremo Divino
Sobrecarregando
Fazendo o quê?
Fazendo mil besteiras
E o mal sem ter motivo
E só se lembram de Deus
Quando estão no perigo...

Deus lhe pague!...

Deus lhe pague!
Deus lhe crie!
Deus lhe abençoe!
Deus, é vosso pai
É vosso guia...



Tudo que se faz na Terra
Se coloca Deus no meio
Deus já deve estar
De saco cheio...

E muitas delas ainda acreditam neles

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Hoje é o Dia Internacional da Mulher.

E... Ao longo da história, vários pensadores, humanos e divinos, todos machos, "cuidaram" da mulher, por várias razões:

* Pela sua anatomia

- Aristóteles: A mulher é um homem incompleto.
- São Tomás de Aquino: A mulher é um erro da natureza, nasce de um esperma em mau estado.
- Martinho Lutero: Os homens têm ombros largos e cadeiras estreitas. São dotados de inteligência. As mulheres têm ombros estreitos e cadeiras largas, para ter filhos e ficar em casa.

Pela sua natureza

- Francisco Quevedo: As galinhas botam ovos e as mulheres, chifres.
São João Damasceno: A mulher é uma jumenta teimosa.
- Arthur Schopenhauer: A mulher é um animal de cabelos longos e pensamentos curtos.

* Pelo seu destino

- Disse Yahvé à mulher, segundo a Bíblia: Teu marido te dominará.
- Disse Alá a Maomé, segundo o Corão: As boas mulheres são obedientes.

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Os Filhos dos Dias
Eduardo Galeano


A dívida alheia

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A caça aos judeus e a conta palestina.

Em 1948 nasceu o Estado de Israel.

Poucos meses depois já havia mais de oitocentos mil palestinos expulsos, e mais de quinhentas aldeias demolidas.

Essas aldeias,onde cresciam as oliveiras, as figueiras, as amendoeiras e as árvores frutíferas, jazem sepultadas debaixo de autoestradas, centros comerciais e parques de diversões.

São mortas sem nomes.

O Comitê de nomes das novas autoridades rebatizou o mapa.

O que resta é pouca Palestina.

A implacável devoração do mapa invoca títulos de propriedade , generosamente outorgados pela Bíblia, e se justifica pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu.

A caça aos judeus foi, sempre, um costume europeu.

Mas, os palestinos pagam essa conta, que não é deles.

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Os Filhos dos Dias
Eduardo Galeano

Finalmente, Tito

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Ministério Público denuncia dois por tortura a Frei Tito.

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou dois agentes da ditadura, Homero César Machado e Maurício Lopes Limpa, por tortura contra o dominicano Tito de Alencar Lima, o Frei Tito, em 1970. 

O religioso foi banido do Brasil no ano seguinte, passou pelo Chile e pela Itália, até se fixar na França. Foi ali, em uma cidade do interior, que ele se suicidou, enforcando-se em uma árvore, em 10 de agosto de 1974, a um mês de completar 29 anos.

À época, Homero era capitão de artilharia do Exército e Maurício, capitão de infantaria. Segundo a denúncia, eles chefiavam equipes de interrogatório na Operação Bandeirante (Oban), que resultaria no DOI-Codi. "Além de serem responsáveis por emitir as ordens aos demais agentes da unidade, ambos participaram diretamente das sessões de tortura a que foi submetida a vítima", afirma o Ministério Público.

Tito foi preso em 1969, em operação da polícia paulista contra dominicanos acusados de apoiar Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN). Depois de passar pelo Deops e pelo Presídio Tiradentes, foi levado para a Oban, onde permaneceu de 17 a 27 de fevereiro de 1970. "Durante esse período, o religioso foi vítima de vários tipos de suplícios físicos e psicológicos para que fornecesse informações sobre membros do clero católico que se solidarizavam com opositores políticos do regime militar", diz o MPF.

"Mãe, cujos filhos são como peixes"

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Hoje é dia de festa no Mar.

No dia 2 de fevereiro acontece em Salvador, capital do estado da Bahia, a maior festa popular dedicada a Iemanjá. 

Milhares de pessoas trajadas de branco fazem uma procissão até ao templo de Iemanjá, localizado na praia do Rio Vermelho, onde deixam os presentes em pequenos barcos artesanais que os levam para o mar. 

No mesmo dia acontece a festa católica em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia na Cidade Baixa.

Considerada a rainha do mar no Brasil, Iemajá é um orixá feminino – divindade africana das religiões Candomblé e Umbanda. Seu nome tem origem nos termos do idioma africano Yorubá “Yèyé omo ejá”, que significa “Mãe cujos filhos são como peixes”. É o orixá das águas doces e salgados dos Egbá, nação Iorubá.


A figura de Iemanjá foi associada ao ambiente marítimo devido à sua penetração na região Norte do Brasil, onde é considerada a padroeira dos pescadores. Em sua origem afriacana entre os Iorubatanos no Daomé, a mãe dágua tinha origem fluvial. A divindade é conhecida por diferentes nomes no Brasil: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, entre outros.

No sincretismo religioso - associação entre a cultura religiosa africana e os ritos católicos realizados no Brasil - Iemanjá corresponde a Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.

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Com informações da EBC

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