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Mostrando postagens com marcador Comportamento - Sexo. Mostrar todas as postagens
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Resposta: porque acobertados pelo manto legal da impunidade que rege as práticas no Congresso Nacional, e estimulados pela imprensa que estimula em seus programas de baixaria à cultura do estupro, agem como covardes, machistas, misóginos, torturadores de mulheres, canalhas, ladrões, corruptos, bandidos, hipócritas, e sobretudo, aliciadores e manipuladores da fé alheia de uma camada da sociedade, que em nome de uma pretensa e pretérita palavra de Deus, também covardemente se omite. Além é claro, de agirem em causa própria, ao tentarem esconder os seus mais íntimos instintos e desejos sexuais-bestiais que muitos devem ter. 

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O meu sentimento é o da mais absoluta revolta ao constatar que o projeto dos golpistas da Bancada da Bala, do Boi e a Evangélica comandada pelo Eduardo Cunha – BBB, que cria o Estatuto do Nascituro disfarçado de Bolsa Estupro, avança na Câmara dos Deputados. 

Depois da aprovação do mérito, em 2010, a proposta foi aprovada na Comissão de Finanças e Tributação, em meio a manifestações a favor e contra a proposta. O texto define que a vida começa na concepção e prevê o pagamento de uma bolsa em dinheiro para as mulheres vítimas de estupro que optarem por não fazer o aborto, caso venha engravidar após ser submetida a essa violência imensurável. Pelo andar da carruagem, periga ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça antes da matéria seguir ao plenário.

De acordo com o projeto, a mulher que optar por não fazer o aborto legal terá assistência pré-natal, acompanhamento psicológico e ajuda financeira do governo até que o estuprador seja localizado e se comprometa a pagar a pensão pelo filho ou se a criança for adotada. Simples assim, para eles. 

A adoção da “bolsa estupro”, o mesmo que dizer que não tem problema a mulher ser estuprada. Querem pagar pelo estupro sofrido pelo mulher, criticou a deputada Erika Kokay (PT-DF). Em plenário, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) criticou o avanço da votação. "É algo inaceitável. Se tivessem uma filha vítima de estupro, aceitariam esse tratamento desrespeitoso?", cobrou.

O projeto tem o apoio dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica, capitaneado pelo deputado afastado por corrupção, Eduardo Cunha (PMDBRJ).

Em momento algum os “nobres” homens de Deus mencionaram a alteração da legislação, tipificando o estupro como crime hediondo e aumentando a pena para os que o praticaram/rem.

E o que pensar das “nobres deputadas, mulheres dos homens de Deus”, da bancada BBB que nada fazem para barrar esta aberração?

- A mesma coisa. 

Ambos são feitos da mesma massa podre que espalha alienação, usurpação, corrupção, enganação e violência contra as mulheres, meninas, negros, índios, LGBT’s, pobres e periféricos que não são considerados "Povo de Deus", por essa gente asquerosa e fundamentalista.

Beth Muniz

Childhood do Brasil: Escute as vozes das suas crianças. Escute o silêncio também

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Existe um jeito de evitar a história. 

O dia 18 de maio, foi o dia do combate à violência infantil. Entendo que esta data seja relevante para esclarecer sobre diversos tipos de crimes cometidos contra à infância, que vão dos maus tratos ao abuso sexual, passando pela exploração de menor e outras barbáries que eu, pessoal e particularmente, não posso deixar de confessar o queixo caído frente à triste realidade: se quando acontece algo desrespeitoso entre um adulto e outro já é difícil de entrar na minha cabeça como "possível". Contra crianças me dão um nó na caixola - pra mim, é a comprovação de um mundo onde a existência do mal é permitida, mesmo que para proporcionar o exercício da evolução e do livre arbítrio. 

Mas como, sim, tudo existe, como diz meu compadre, não dá mais pra ficar calada e aí que de todos os crimes que podem ser cometidos contra uma criança, ao meu ver, está o abuso sexual. Porque criança é criança, né, e quase que ponto final. Quase que, porque por mais que eu tenha escrito e reescrito este parágrafo tentando elencar dúvidas do tipo "como é que um adulto tem atração por criança?  "Ou ", como pode sentir prazer numa relação tão desigual?", simplesmente não consigo evoluir nesta temática porque é simples e rápido assim: criança é criança e tem que ser livre pra desenvolver a sexualidade naturalmente, e não sob ameaça.

Porque é assim, viu, que a arapuca funciona: o adulto vai, bulina, invade, deteriora e, pra se garantir, o covardão chantageia o silêncio. Se a coisa física já dói, a psicologia deste mini ser já virou bagunça. E virou mesmo, não tô dando palpite onde não fui chamada. Infelizmente, a estatística deste tipo de crime é enorme, chega a ser taxado de "cultura de abuso".

Cultura de abuso, de onde é que veio isso? Veio da sua avó que foi abusada e não falou nada, continuo na sua mãe que também foi mexida e nas suas tias e primas e, quem sabe, em você mesmo porque olha, isso acontece. Isso acontece. Um argumento tão imbecil que a gente nunca espera ouvir de alguém que deveria cuidar, não é mesmo? Mas, olha, só tem a cultura do abuso aí pra amenizar e dizer que não é só com você, não é só na sua família, não é só no seu contexto. 

Eu não mereço e não desejo ser encoxada

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Pesquisa divulgada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid nesta sexta-feira (20) mostra que 86% das mulheres brasileiras ouvidas sofreram assédio em público em suas cidades. 

O levantamento mostra que o assédio em espaços públicos é um problema global, já que, na Tailândia, também 86% das mulheres entrevistadas, 79% na Índia, e 75% na Inglaterra já vivenciaram o mesmo problema.

A pesquisa foi feita pelo Instituto YouGov no Brasil, na Índia, na Tailândia e no Reino Unido e ouviu 2.500 mulheres com idade acima de 16 anos nas principais cidades destes quatro países. No Brasil, foram pesquisadas 503 mulheres de todas as regiões do país, em uma amostragem que acompanhou o perfil da população brasileira feminina apontado pelo censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todas as estudantes afirmaram que já foram assediadas em suas cidades. Para a pesquisa, foram considerados assédio atos indesejados, ameaçadores e agressivos contra as mulheres, podendo configurar abuso verbal, físico, sexual ou emocional.

Formas de assédio

Em relação às formas de assédio sofridas em público pelas brasileiras, o assobio é o mais comum (77%), seguido por olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%). Metade das mulheres entrevistadas no Brasil disse que já foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços públicos.

Metrô SP
“É quase uma exceção raríssima que uma mulher não tenha sofrido assédio em um espaço público. É muito preocupante. A experiência de medo, de ser assediada, de sofrer xingamento, olhares, serem seguidas, até estupro e assassinato. Os dados são impressionantes se pensarmos que a metade das mulheres diz que foi seguida nas ruas, metade diz que teve o corpo tocado”, diz a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman.

Desigualdade de gêneros

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, os dados refletem a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade. “É uma questão de gênero, de entender que na sociedade, qualquer que seja, as mulheres não são consideradas iguais aos homens. A ideia é que a mulher está subordinada no lar, na casa, no trabalho. Dados [da Organização Mundial da Saúde] apontam que uma a cada três mulheres sofre violência doméstica. Para os homens, os corpos e as vidas das mulheres são uma propriedade, está para ser olhada, tocada, estuprada”, disse.

Segundo Nadine, é necessário implementar políticas públicas que garantam a segurança da mulher em espaços públicos, com políticas públicas específicas, como a iluminação adequada das ruas e transporte público exclusivo para mulheres.

“Quando se pensa que quase todas as mulheres têm a experiência com abusos, não se tem a ideia do assédio. Isso tem um impacto, isso limita de andar na rua com segurança e direitos como educação e trabalho”, diz.

Falta repressão

A professora de direito civil da Universidade de Brasília (UnB), Suzana Borges, avalia que não há repressão adequada ao assédio à mulher em espaços públicos.

“É uma questão social porque, em função de uma posição histórica inferiorizada, a mulher foi objeto de repressão, violência, não só nos espaços públicos, mas privados, dentro da família, em casa, no trabalho”, disse.

Suzana Borges diz que há necessidade das mulheres denunciarem as situações de assédio que vivenciam no cotidiano. “Por se tratar de uma questão de gênero, a denúncia é um mecanismo que reforça a proteção”.

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Fonte: UNB/Agência Brasil
Foto: 

12 livros feministas que você precisa conhecer – Parte I

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Para uma melhor reflexão, vou mencionar em cada post, apenas três.

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Fundamentos para uma leitura crítica do mundo social

As reflexões produzidas pelo feminismo – numa economia expressiva, já que se trata na realidade de feminismos, no plural – colocam questões fundamentais para a análise da opressão às mulheres nas sociedades contemporâneas. Mas não é só da posição relativa das mulheres que trata a crítica feminista.

O conjunto cada vez mais volumoso dos estudos feministas expõe os limites das democracias quando estas convivem com a exploração e a marginalização de amplos contingentes da população.

Analisam, assim, mecanismos que operam para silenciar alguns grupos e suspender a validade das suas experiências – eles operam de maneira específica sobre as mulheres, mas não se reduzem a uma questão de gênero. Tratam das conexões entre o mundo da política, o mundo do trabalho e a vida doméstica cotidiana. Na produção mais recente, sobretudo, apresentam contribuições incontornáveis para o entendimento de como diferentes formas de opressão e de dominação operam de forma cruzada e sobreposta. Cada vez mais, falar da posição das mulheres é falar de como gênero, classe, raça e sexualidade, para mencionar as variáveis mais mobilizadas, situam conjuntamente os indivíduos e conformam suas alternativas.

Em sua diversidade, a produção feminista questiona a subordinação e confronta, permanentemente, discursos que se fundam na “natureza” para justificar a opressão.

A lista que apresentamos traz um conjunto (entre muitos outros possíveis) de leituras feministas que colaboram para entender o mundo contemporâneo e os desafios que enfrentamos para a construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais livre. A ordem segue de maneira aproximada a data da publicação original das obras.

Dividir para somar!

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Nos últimos 10 anos, jornada feminina aumentou uma hora.

"A diferença persiste porque os homens não reconhecem que as responsabilidades devem ser compartilhadas de forma igualitária". 

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A mais recente pesquisa do IBGE comprova que a mulher, apesar de ser maioria na população e maioria no mundo do trabalho, continua ganhando menos e trabalhando mais.

Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita entre os anos de 2004 e 2014 com 150 mil famílias, a dupla jornada feminina aumentou uma hora. Agora as mulheres trabalham cinco horas a mais que os homens.

A estatística também mostra que, enquanto a jornada de trabalho masculina fora de casa caiu de 44 horas para 41 horas e 36 minutos por semana, a carga horária dedicada ao trabalho doméstico se manteve estável. Ou seja, o tempo livre não foi revertido em maior dedicação ao lar.

Nesse mesmo período de 10 anos, a mulher manteve uma média de jornada de trabalho fora de casa de 35 horas e meia, mas ainda continua ganhando 24% a menos que os homens – e acumulando tarefas domésticas.

Para a economista Marilane Teixeira, a diferença persiste porque os homens não reconhecem que as responsabilidades devem ser compartilhadas de forma igualitária. “A cultura enraizada naturaliza papéis sociais para homens e mulheres”, comentou. A dupla jornada é realidade da grande parte da população feminina no país.

A Garota Dinamarquesa: arte, amor e identidade de gênero

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Filme é baseado na história real de Lili Elbe, primeira mulher trans a passar pelos procedimentos de transição de gênero, em 1930, sempre acompanhada pela devoção de sua mulher, a pintora Gerda Weneger

O longa-metragem A Garota Dinamarquesa, dirigido por Tom Hooper, conta a história de Lili Elbe, uma mulher que nasceu em um corpo masculino e é considerada pioneira na realização de cirurgia de transição de gênero. Filme que estreou ontem, dia 11, nos cinemas brasileiros retrata a vida de Lili desde quando ela ainda era conhecida como Einar Mogens Weneger, um famoso artista dinamarquês casado com a pintora Gerda Weneger.

Baseado no livro homônimo de David Ebershoff (Editora Rocco, 368 págs.), o filme começa em 1926, em Copenhage, onde Einar (Eddie Redmayne) vive harmoniosamente com sua esposa Gerda (Alicia Vikander) em uma relação intensa e apaixonada. Ambos são artistas plásticos e assíduos frequentadores das festas e eventos sociais ligados à arte.

Um dia, a modelo de Gerda, a soprano Anna Fonsmark, se atrasa para uma sessão e a pintora pede um favor ao marido: que ele vista as meias de seda e os sapatos femininos para que ela possa começar a pintar e acaba colocando um vestido de festa sobre as roupas masculinas dele. O toque macio da seda e das rendas é o ponto de partida da crise de identidade de Einar no filme.

O espectador vai entender que o desconforto com o gênero sempre existiu na vida do protagonista, mas ele soube escondê-lo (até dele mesmo) para se proteger de uma sociedade preconceituosa e que ainda tratava as relações homoafetivas como crime. As roupas femininas sobre seu corpo são apenas o gatilho para o início de uma dolorida e profunda busca pela própria identidade.

Margaret Hamilton não deveria ter inventado o conceito moderno de software e ajudado a levar o homem à lua.

Era 1960, um momento, digamos, pouco propício para as mulheres. Elas definitivamente não eram encorajadas a procurar trabalhos altamente técnicos. Apesar disso, Margaret, com 24 anos e uma graduação em matemática, conseguiu um emprego como programadora no famoso MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

O plano, no entanto, era que ela trabalhasse apenas por três anos, para apoiar o marido enquanto ele cursava a Faculdade de Direito na Universidade de Harvard. Depois disso, seria a vez dela, que queria fazer uma pós-graduação em matemática.

Tudo mudou quando o programa espacial Apollo apareceu, e Margaret conduziu um feito épico de engenharia que ajudou a mudar completamente o futuro.

A indústria do software deve muito à Margaret.

Margaret levava sua filha Lauren ao laboratório nos fins de semana e à noite. Enquanto a garotinha de 4 anos dormia no escritório, sua mãe programava códigos que seriam adicionados ao computador de comando das missões Apollo.

Como é até hoje, naquela época “os caras” dominavam a área de tecnologia e engenharia. Margaret era uma exceção, mas ela afirma que, no laboratório, sentia que pertencia à “turma”. Ela costumava até mesmo sair com os colegas para beber.

Assim, pode ser surpreendente para os fabricantes de software de hoje descobrir que a fundadora do seu clube dos bolinhas foi, de fato, uma mãe.

No Laboratório de Instrumentação onde Margaret trabalhava, ela e seus colegas desenvolviam ideias centrais em programação a fim de escrever o código para o primeiro computador portátil do mundo.
A matemática tornou-se especialista em programação de sistemas e ganhou argumentos técnicos importantes. “Quando comecei a trabalhar, ninguém sabia o que era que estávamos fazendo. Não havia cursos sobre isso. Ninguém ensinava isso”, conta.



O olhar, o paladar, o olfato, o toque e a audição: os sentidos das desigualdades

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Acho sempre curioso quando escuto que as mulheres e @s negr@s precisam ter voz na política (e outros grupos excluídos). Não porque haja algo de estranho em uma reivindicação tão justa. Mas porque ela me lembra de uma teoria que criei um dia, e que chamei de os "sentidos das desigualdades".

A minha teoria consiste, basicamente, em acreditar que os preconceitos implicam uma experiência sensorial própria. Eles entram pelos sete buracos das nossas cabeças, como se pudéssemos ser racistas ou sexistas com os nossos cinco sentidos.

Isso é muito mais sutil do que o machismo que se manifesta por meio de uma frase como "essa mulher merece ser estuprada", ou através do xingamento de "macaco" dirigida a uma pessoa negra. Mas não significa menos perverso.

Para quem sofre os sentidos das desigualdades, é como se estivesse suspensa no ar uma agressão iminente, a todo momento. Para quem pratica, é como um gesto natural, instintivo. Como comer, ouvir, enxergar, sentir e cheirar.

1º sentido da desigualdade: o olhar

Uma vez uma amiga negra me disse que até o olhar pode ser racista. Ela argumentava que é comum que as pessoas brancas não se lembrem do rosto de pessoas negras, ou achem que elas são todas parecidas.

Eu fiquei chocada em perceber que ela tinha razão. O preconceito impregna de tal forma no que somos e como entendemos o mundo que ele molda a nossa capacidade de memorizar rostos e de distinguir entre eles.

Nós, mulheres, estamos acostumadas (o que não significa conformadas) com uma relação incômoda com o olhar. Em todos os espaços públicos, sejam eles políticos, de trabalho ou até mesmo de lazer. Olhares que percorrem o corpo todo e são encontrados, perdidos e incômodos, dentro de um decote.

Olhares gulosos que, mais do que uma atração entre iguais, afirmam uma posição submissa do objeto de desejo de outro. E a submissão é rapidamente reconhecida quando baixamos o olho, envergonhadas da condição de mulheres que atraem o desejo, mas que não possuem voz para dizer não.

2º sentido da desigualdade: o paladar

Eu costumo brincar que basta andar de casa até o ponto de ônibus para uma mulher se sentir comestível. Afinal, qualquer caminho corriqueiro pela rua é inundado de "gostosa", "delícia", "te chupava toda", "te comia todinha".

Já cheguei a pensar que tinham me confundido com uma mulher fruta. Mas não. A questão é que ocupar essa posição submissa de desejo de outro é vir ao mundo para satisfazer as necessidades fisiológicas de alguém. De forma compulsória. E, já dizia o cartaz de um filme brasileiro "o homem é sexo e estômago".

No caso das mulheres negras isso é ainda agravado pelo "sabor exótico", como se minhas amigas que trabalham, militam, sorriem e choram fossem apenas aperitivos besuntados de pimenta e dendê. O sabor exótico, contudo, ativa a libido. Inclusive o paladar internacional.

3º sentido da desigualdade: o olfato

Nós, mulheres, fomos criadas para propiciar ao mundo uma experiência sensorial agradável. Estarmos bonitas, alinhadas e com as unhas impecáveis. E, o mais importante, cheirosas. Até porque o paladar depende do olfato.

Mas o cheiro é, antes de tudo, um divisor de classe e raça. Há pouco mais de um ano uma ex-BBB declarou, ao vivo e em rede nacional, que ela tinha um pouco de negra. Porque se ela não usasse desodorante ficava com "cheiro de negrinha".

Cultura, nem tão inútil assim

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Pichação de paredes é coisa mais antiga do que imaginamos. Numa das poucas paredes que não caíram quando uma erupção do vulcão Vesúvio destruiu a cidade de Pompeia, no sul da Itália, estava escrito: “Gosto de mulheres com cabelos nos lugares certos, e não depilada e raspada. A gente pode então se abrigar do frio, como se fosse um casaco”. Enfim, a depilação da área genital feminina também é coisa antiga, assim como vontade de externar a preferência contra ela.

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A Rainha Vitória, que ocupou o trono durante 64 anos, nunca falou inglês com perfeição: sua mãe era filha de um duque alemão e só falava inglês em casa.

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Mark Twain, quem diria, poderia ter migrado para o Brasil quando jovem e será que faria aqui a fama que fez nos EUA? Ele se chamava, na verdade, Samuel Langhorne Clemens Nascido na Flórida, ele viveu de 1835-1910. Foi pintor, explorador de ouro e muitas outras coisas. Iniciou a carreira de jornalista (em que ele se revelou grande humorista) no “Missouri Courier”, de seu irmão, praticamente criança. Ele estava planejando vir para o Brasil, tentar a sorte aqui, quando conheceu um piloto de barco do Mississipi e adotou essa profissão também, entre 1857 e 1861.

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Goethe, considerado o mais importante escritor alemão, trabalhou em muitos serviços. Foi chefe de bombeiros, diretor de teatro, ator, pintor, cientista, ministro… E era também um grande conquistador de mulheres.

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Na Babilônia antiga havia um costume estranho: nas celebrações do Ano Novo, escolhia-se alguém do povo para ser “rei por um dia”. O problema é que no dia seguinte a essa glória ele era executado, sacrificado aos deuses. O jardineiro Enlil-Bani foi escolhido para essa glória inglória, mas o destino o ajudou: o rei de verdade, Erra-Imitti, morreu durante as comemorações e o jardineiro permaneceu no trono, governando (segundo a lenda, melhor do que outros reis) por mais de vinte anos.

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Complexo de Édipo, todo mundo sabe o que é. E muitos sabem da história de Édipo, filho do rei de Tebas. Um oráculo previu que ele mataria o pai e se casaria com a mãe, e o rei mandou abandonar o menino recém-nascido numa montanha, pendurado pelos pés em uma árvore, mas ele foi recolhido por um pastor e sobreviveu, e a previsão do oráculo acabou se realizando. O nome Édipo vem justamente do fato dele ter sido pendurado pelos pés: significa pés inchados. Já o nome de sua mãe, Jocasta, que se tornou sua mulher, significa “a que cura do veneno”.

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Mouzar Benedito, da Boitempo.

No fundo, nada pode ser desculpa. Nem o ciúmes, nem o álcool, nem as drogas

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"Perdeu a cabeça por amor e matou a esposa".

Instituto lança dossiê sobre diferentes tipos de violências contra mulheres

Proposta é auxiliar a cobertura jornalística e difundir orientações à sociedade sobre acesso a serviços e direitos.

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Contatos de especialistas, dados e pesquisas nacionais sobre os diferentes tipos de violência contra as mulheres estão agora disponíveis em uma plataforma multimídia on-line. Lançado pelo Instituto Patrícia Galvão, na quarta-feira (05), o Dossiê Violência contra as Mulheres  tem o objetivo de agregar e difundir informações à sociedade acerca do problema, bem como orientar a população quanto ao acesso a serviços e direitos.

A primeira versão da plataforma apresenta um vasto material sobre seis diferentes formas de violação à integridade das mulheres e aos direitos humanos: violência doméstica e familiar; sexual; associada ao racismo ou motivada por discriminação à identidade de gênero e/ou orientação sexual da vítima; e feminicídio. O acervo da plataforma, já vasto, pode receber novas contribuições - através email informado na página - e ampliar ainda mais a discussão e acesso à informações.

A expectativa do Instituto é que as pessoas cruzem fontes, pesquisas e conceitos para desnaturalizar alguns comportamentos já enraizados na sociedade e que dão vazão à situações de violência contra a mulher, que ajude a dar visibilidade à violência e às medidas que são necessárias, seja para atender alguém que está em situação de violência, em caso imediato, e, ao longo prazo, agir para a prevenção, e desfazer estas relações naturalizadas que autorizam violência", explica a jornalista Débora Prado, que coordenou a elaboração da ferramenta.

A proposta de compilação destes materiais sob a perspectiva de gênero também servirá para reduzir, ou mesmo transformar, a forma como muitos veículos de imprensa lidam com o problema. Segundo Débora, como parte da sociedade, muitos jornalistas tratam o problema de forma estereotipada e culpam a mulher pela situação vivida.

Existe amor tão forte a ponto de superar uma traição?

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Ela me empresta um livro do qual eu tinha ouvido falar com admiração. O Passado, romance de amor do argentino Alan Pauls. 

Eu tinha acabado de ler O Homem Comum, de Philip Roth, altamente depressivo. Gosto de Roth, gosto do erotismo requintado que brota de sua prosa, mas O Homem Comum é negativo demais.

Um cara de 71 anos vê seus amigos doentes, prestes a morrer ou já mortos, e ele mesmo reconhece o quanto sua vida foi patética. Mas gosto tanto de Roth que, ao contrário do que faria normalmente, fui até o fim.

Fui fisgado pelo Passado imediatamente. Primeiro pela edição caprichada da editora, e até antes disso pelo bom gosto literário de quem me emprestou. Depois pela citação de dois pintores que admiro, austríacos e iconoclastas os dois, quase da mesma época (final do século 19, início do 20), Schiele e Klimt.

Há em Schiele e Klimt um caos colorido, erótico, perturbador. Mulheres angulosas, despidas ou quase, sem vergonha dos pêlos, modelos que quase sempre foram amantes dos dois gênios, e que por meio deles alcançaram a imortalidade. Tenho uma reprodução de O Beijo, de Klimt, em meu quarto. Acordo com ela, e gosto disso.

Um trecho de O Passado me chama a atenção. O protagonista, apaixonado, não pensa na possibilidade de dormir com nenhuma outra mulher. Jamais fez isso. Ele conta isso para ela. Ela diz: “Eu fui pra cama com o Rafael”. Palavras do autor: “Então ele soube que, para algum dia deixar de amá-la, algo mais forte que outro homem, que outra mulher, algo tão desumano e cego quanto um desastre, uma queda de avião, um terremoto, teria de arrancá-la de seu lado e extirpá-la de sua alma”.

Reflito um momento. Existe amor assim tão generoso e permissivo? A traição gera ódio e desejo obsessivo de vingança. Muitas vezes a pessoa finge perdoar, mas fica no fundo de sua alma um ódio que, cedo ou tarde, explode alguma forma. Não sei se existe mesmo amor tão lindo quanto o descrito por Pauls.

Chuto que não.

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Fabio Hernandez

As mulheres conformistas atraem mais os homens?

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Parece que os tempos finalmente mudaram.

Aquele estereótipo de mulher submissa, conformista, sempre abaixo dos homens, é coisa do passado.

Se você acha que deve ser “obediente” para “arrumar marido”, melhor rever seus conceitos.

O que a ciência diz sobre isso

Experimentos feitos com perfis de namoro online sugerem que as mulheres independentes se saem melhor na busca pelo amor – o que nem os cientistas esperavam.

Isso porque existe uma crença socialmente estabelecida entre algumas mulheres de que elas precisam mudar alguma coisa para se encaixarem nas expectativas de outra pessoa.

De acordo com o professor Matthew Hornsey, da Escola de Psicologia da Universidade de Queensland, na Austrália, em particular há uma crença de que elas precisam ser conformistas para atraírem os homens. “Mas todos os nossos dados sugerem o contrário”, completa.

Hornsey e seus colegas se basearam em aplicativos e sites populares de namoro, relacionando pessoas com perfis potencialmente atraentes que se mostravam conformistas ou não. Os critério avaliados para determinar esses perfis eram coisas como vestuário, atitudes e gostos.

Em todos os casos, os homens preferiram as mulheres não conformistas.

Em outros estudos, as pessoas preencheram questionários de personalidade e avaliaram o sucesso que tinham em atrair pessoas para encontros.

O resultado foi que mulheres que disseram ser mais independentes conseguiram mais encontros.

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A psicologia do ciúme

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Uma situação curiosa que conta muito sobre ciúme obsessivo. 

Vejo Episodes, a nova série de Matt Leblanc, o Joey de Friends. Ele faz o papel dele mesmo numa série de tevê.

Uma série dentro de uma série, assim como A Noite Americana, de Truffaut. É cinema dentro do cinema.

A história gira em torno dele, Matt, e do casal inglês que criou a série.

A mulher tem ciúmes ferozes do marido - dele com Matt, porque viram grandes amigos, e dele com a atriz loira da série, por motivos óbvios.

Há uma situação curiosa que conta muito sobre ciúme obsessivo.

- Ele, o marido, submetido a uma situação limite, resiste. Não sai com a atriz.

- Ela, a ciumenta, submetida também a uma situação limite, não resiste. Cede.

A psicologia do ciúme é fascinante. 

O ciumento em geral enxerga a si mesmo no outro – sua fragilidade e vulnerabilidade diante de tentações. Acha que o outro vai fazer exatamente o que ele faria.

E então agride o parceiro porque a si próprio não dá.

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Fabio Hernandez. 
Cubano e escritor barato, como ele mesmo se define.
Prefeitura de São Paulo traz exposição contra homofobia.

Laerte, Marília Gabriela, Deborah Secco, Alexandre Borges, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, entre outras figuras públicas ergueram suas vozes contra a homofobia. Suas fotos acompanhadas de palavras e frases compõem a exposição A Homofobia É... 

A exposição promovida pelo site iGay, com fotos de André Giorgi, reúne 50 retratos que têm o intuito de desmoralizar e combater este preconceito.

A homofobia é “ignorância”, “incompreensível”, “covarde”, “demodê”, “arrepiante”, “o fim do mundo”, “estupidez”, “burra”, “coisa de imbecil”... Mas “infelizmente uma realidade”. 

Atores, cantores, apresentadores, jornalistas, escritores e políticos foram fotografados exibindo frases como estas, sobre o que pensam do preconceito homofóbico.

Fotografado junto à palavra 'obscurantismo', Haddad declarou que a cidade precisa se abrir às diferenças. “Eu escolhi a palavra obscurantismo porque considero a homofobia uma coisa meio sombria, que tem de ser afastada do nosso convívio em proveito de uma cidade mais aberta, mais generosa em que conviva a paz com a diferença. É o que todos nós queremos. Ninguém pode ser discriminado por razões de raça, gênero, cor ou orientação sexual no Brasil”, declarou o prefeito durante o evento de lançamento da exposição, na última segunda-feira (30).

No dia 10 de abril, a mostra será levada para o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, onde fica em cartaz até 27 abril. No dia 11 deste mês, o iGay deve lançar uma campanha online contra a homofobia.

Para participar desta ação, basta escolher uma palavra ou a ideia que melhor complete a frase "A Homofobia é...", depois publicar uma foto sua com a palavra nas redes sociais utilizando a hashtag #ahomofobiaé. As imagens serão publicadas pelo site iGay.

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Quando: até 9 de abril
Onde: Prefeitura de São Paulo
Viaduto do Chá, 15
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Quando: de 10 a 27 de abril
Onde: Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073, térreo
Quanto: grátis.

Confúcio e os 10 aforismos para um relacionamento perfeito

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Três sílabas explicam o fenômeno da China: Con-fú-cio

Os chineses seguem os ensinamentos de Confúcio há 2500 anos. 

Confúcio é um semideus na China. Nunca escreveu um livro, mas discípulos atentos registraram o que viram e ouviram num pequeno livro chamado Os Analectos.

É fácil, prático, simples de entender. Não tem abstrações, não tem metafísica, não tem a enrolação pseudoerudita tão comum nos filósofos ocidentais, sobretudo os modernos e franceses. A China seguiu Confúcio e deu no que deu.

Pode dar certo com você também, por que não?

Adaptei alguns ensinamentos do Mestre, como o chamavam seus seguidores, às coisas do coração. Apenas para facilitar, vou escrever sob a perspectiva masculina, mas é claro que tudo serve também para as mulheres. Basta trocar o gênero nos aforismos.

Para ambos serve também uma frase específica de Confúcio, tão grande em estatura moral que seus contemporâneos lhe atribuíam fisicamente a altura improvável de 2 metros e 30, algo que 25 séculos depois faria o sábio chinês olhar de cima para baixo os grandalhões da NBA: “Nunca conheci ninguém que preferisse a sabedoria ao sexo.” Se sua altura parece francamente exagerada, é fato que Confúcio conheceu muita gente na China em que viveu.

1) Não lamente não ter uma mulher interessante e sim não se tornar digno dela; não sofra porque ela não reconhece você e sim porque não merece ser reconhecido;

Darma, Artha e Kamadeva: O Kama Sutra não é um manual de sexo

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As 14 características do Homem Perfeito segundo o sábio indiano Vatsayana

Bem, você definitivamente não é o primeiro a se formular essa questão tão complexa, nem será o último. Um sábio indiano, Vatsayana, que viveu numa época que não se sabe precisamente, mas que estudiosos chutam em algum ponto entre os séculos IV e VI AC, se deteve na pergunta fundamental, a mãe de todas, da vida de um homem. Ele é o autor, ou pelo menos se imagina que seja, do Kama Sutra, que está longe de ser o manual erótico que muitos pensam que é sem ter lido, depois de ver apenas algumas ilustrações e ouvir de orelha dizerem que é.

Para facilitar a minha vida e a sua, vou colar um trecho da Wikipedia sobre o Kama Sutra e Vatsayana:

“Ao contrário do que muitos pensam, o Kama Sutra não é um manual de sexo, nem um trabalho sagrado ou religioso. Ele também não é, certamente, um texto tântrico. Na abertura de um debate sobre os três objetivos da antiga vida hindu – Darma, Artha e Kamadeva – a finalidade do Vatsyayana é estabelecer kama, ou gozo dos sentidos, no contexto. Assim, Darma (ou vida virtuosa) é o maior objetivo, Artha, o acúmulo de riqueza é a próxima, e Kama é o menor dos três.”

Bem, de volta ao Planeta Terra. Vatsayana, de cujo Kama Sutra recomendo vivamente a leitura, elaborou uma lista de atributos do homem a quem elas entregam o coração, a alma e as demais coisas menos elevadas espiritualmente que, francamente, também interessam a nós. São 14. Aos homens, sugiro que vejam em quantos se enquadram. Caso se dêem bem serão o objeto invejado e admirado de desejáveis fêmeas angustiadas.

Se não pontuarem bem, têm uma boa lição de casa, desde que persistentes e, mais que tudo, humildes para reconhecer fraquezas. Às mulheres, recomendo que verifiquem o grau de acerto ou não do velho indiano que investigou os mistérios metafísicos e físicos do amor.

Os homens ideais, segundo ele, são:

Verão de 42

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Quando o sexo é a única resposta para o desespero.

Olho para minha estante e apanho um livro antigo. É um livro de um escritor barato, e está no meio de romances de escritores nada baratos. Dostoievski e Tolstoi, Balzac e Flaubert, Hemingway e Fitzgerald, Machado e Eça, Roth e Updike, Chandler e Hammett, Garcia Marques e Vargas Llosa.

É um livro simples, banal, tolo, como as coisas que escrevo. Mas eu o amo, e ele sobrevive ás limpezas periódicas de livros em minha biblioteca. O nome é Verão de 42, escrito por um certo Herman Raucher, e inspirou um filme tão bonito quanto o livro, e isso é raro. A trilha sonora, um piano lírico, melodioso, lento, triste, é uma das mais belas do cinema. Um cara retorna ao lugar em que passou o verão de sua vida, uma praia. Essa a história. O narrador lembra aqueles dias ensolarados, aqueles tempos de descobertas e transformação que a gente vive apenas aos quinze anos.

Vou direto ao final. Quero reler as últimas linhas ainda uma vez. O garoto se apaixona por uma mulher mais velha, com quem faz sexo pela primeira vez. Ela fora movida pelo desespero, depois de saber que o marido morrera, e o garoto pela paixão deslumbrada. Depois ela vai embora, e deixa uma carta para ele na qual diz esperar que ele seja poupado de todas as tragédias sem sentido. Mas ninguém é, ninguém é. O garoto cresceu, virou homem, e jamais perdeu a carta.

A autenticidade é afrodisíaca

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Há quem diga que está faltando homem. 

Parece-me que quanto mais essa ideia toma forma diante de nossos olhos, mais o desespero feminino se torna latente. Essa é uma constatação tão provável quanto lamentável: estamos perdendo o jogo pra nós mesmas.

Ao passo em que a máxima de que toda mulher, pra ser mulher, precisa de um homem ao lado se solidifica, traz consigo a ideia de que (quase) todo defeito masculino é aceitável: Ele te trai, mas tá faltando homem; Ele te subjuga, mas tá faltando homem. Te trata mal, te expõe ao ridículo e não te faz feliz, mas é melhor – sempre melhor – do que não ter um homem ao lado. Ele é namorado da sua melhor amiga, da sua irmã, da sua mãe ou da sua prima, mas se ele der mole é melhor aproveitar: Não é em qualquer esquina que se encontra um homem (tão valioso que dá em cima da melhor amiga/filha/irmã/prima da própria companheira).

Passamos a nos trair e nos comportar – digo “nós” enquanto mulher, mas, sem hipocrisia, nem de longe compactuo com este comportamento e nem posso generalizar – como se estivéssemos numa guerra permanente em que o prêmio é ter um homem pra chamar de seu.

O pior de tudo isso – sim, ainda pior do que nos trair e nos submeter a comportamentos masculinos inaceitáveis – é que algumas mulheres estão simplesmente deixando de ser quem são: tudo isso em nome de um relacionamento amoroso, ainda que capenga, inútil e infeliz – porque antes mal acompanhada do que só.

Toda mulher precisa enlouquecer de vez em quando, ou acaba por enlouquecer de vez

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Curiosamente, um mundo loucamente imperfeito nos exige perfeição o tempo todo. 

De todos nós, de fato, mas, em se tratando de mulheres, as exigências são ainda mais exorbitantes e cruéis. O mundo espera de nós o que, talvez, sequer saibamos se é possível – e que muito provavelmente não é.

O mundo espera que sejamos bonitas, acima de tudo. Lindas, se possível. Bem cuidadas, magras, torneadas, gostosas e sexys. E tenta nos convencer que não somos bonitas se não vamos ao salão de beleza semanalmente.

Uma mulher ‘perfeita’ para o mundo atual tem que trabalhar o dia inteiro – porque precisa ser independente – estudar – porque precisa ser culta – fazer dieta, ir à academia e manter os cabelos com um brilho espetacular. Ir à manicure, sorrir para a sogra e, depois de tudo isso, ter disposição para fazer um sexo memorável a qualquer hora, para que o mundo – e, em alguns casos, excepcionalmente o seu companheiro – a considere uma mulher que vale a pena.

E ainda é preciso encontrar tempo pra rezar pra não ser trocada por outra – por que, como já ouvi incontáveis vezes: homens disponíveis estão mesmo difíceis de encontrar. E depois de nos aterrorizar com toda essa história de que precisamos agradar nossos homens, muito mais, até mesmo, do que sermos nós mesmas, ele nos cobra lucidez. Segurança. Serenidade.

A mulher vulgar

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Por que me orgulho de ser uma mulher vulgar.

“Vulgar: De procedência ruim; de natureza baixa; grosseiro, rude.” Quando empregado como adjetivo para uma mulher, vulgar é aquela despudorada, sem o comportamento requintado de uma dama e que exibe sua sexualidade.

*****

Na infância, a mulher vulgar era algo completamente definido para mim: a mulher de roupas curtas, de batom vermelho, de gargalhadas altas, dada a um comportamento sensual e indiscreto. Era – embora eu ainda não compreendesse – a mulher livre. E é exatamente esta mulher que o moralismo sempre denominou vulgar: a mulher que não se apega às amarras que o pudor lhe impõe.

O mito da mulher vulgar não é apenas proveniente da mais lastimável ignorância: é cruel. A vulgaridade – enquanto adjetivo pejorativo – é uma espécie de condenação social generalizada à mulher que se assume dona de si. À mulher que se nega ao pudor e à hipocrisia. Por isso mesmo, e não por acaso, é tão incomum ouvirmos falar em “homens vulgares”. Aos homens, damos o direito à promiscuidade, ao despudor, ao que é imoral. Para a mulher, isto é chulo, pobre, desprezível.

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