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Argentina: Mulheres saem às ruas contra a violência sexual e o feminicídio

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Ontem a Argentina amanheceu de luto.  

Convocadas pelas redes sociais, milhares de mulheres vestiram roupas pretas e, durante uma hora, pararam suas atividades em uma greve simbólica contra o feminicidio, a violência de gênero e a discriminação no trabalho. 

No final da tarde, uma multidão reuniu-se em frente ao Obelisco - principal cartão-postal de Buenos Aires - e marcharam com guarda-chuvas até a Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial.  


A manifestação, convocada pelas redes sociais, é a terceira contra o femenicidio feita na Argentina. Dessa vez, as mulheres também fizeram greve e marcharam pela igualdade de direitos no mercado de trabalho.

Graciela Gonzalez, uma das participantes, afirmou que ficou sabendo da marcha pelo Facebook, e se sentiu identificada porque tem uma irmã que é vítima de abuso do marido. “Ela apanhou várias vezes e prestou depoimento na polícia. Se separou, mas continua ameaçada pelo ex-marido, sem qualquer proteção”.

O estopim do protesto foi a violência contra Lucia Perez, de 16 anos. Ela foi violentamente estuprada, torturada e morta na cidade balneária de Mar del Plata. Os assassinos lavaram, vestiram e levaram a vítima a uma clínica de reabilitação, na esperança de que a morte dela fosse atribuída ao excesso de drogas.

Os Princípios de Yogyakarta

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ONU nomeia especialista para defender direitos humanos de pessoas LGBT.

Professor de Direito Vitit Muntarbhorn (foto) vai acompanhar e defender os direitos de gays, lésbicas e transgêneros que sofrem perseguições em todo o mundo. Vitit Muntarbhorn será o perito internacional de orientação sexual e identidade de gênero da ONU.

A indicação foi aprovada pela maioria dos 47 membros do conselho, que se reuniu na sexta-feira (30), em Genebra, Suíça, e foi anunciada no sábado, 1/10, para todos os órgãos do sistema das Nações Unidas, responsáveis pela promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo.

Muntarbhorn é professor de Direito internacional na Universidade Chulalongkorn, em Bangcoc, na Tailândia, e membro da Comissão Internacional Independente da ONU de Inquérito sobre a Síria.

“Estamos realmente ansiosos para trabalhar com o professor Muntarbhorn”, disse o diretor executivo da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (Ilga), Renato Sabbadini. A organização reúne 1.200 entidades que atuam em defesa de pessoas perseguidas por questões sexuais ou de gênero em 131 países.

Segundo Sabbadini, milhares de pessoas enfrentam violência em vários países em razão de sua orientação sexual, o que requer a medidas de “salvaguarda dos direitos humanos das pessoas LGBT em todo o mundo”.

“Vemos o professor Muntarbhorn com a experiência e as habilidades necessárias para este papel desafiador. Ele não só tem trabalhado com as comissões nacionais de direitos humanos, com o ministério tailandês da Justiça e ONGs (organizações não governamentais) sobre esta questão, como também tem colocado no sistema das Nações Unidas muitas outras questões humanitárias”, disse André du Plessis, que representa na ONU as reivindicações apresentadas pela Ilga.

Princípios de Yogyakarta

Bruto, duro e cru. Assim é o ‘Precisamos falar do assédio’

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Filmado dentro de uma van-estúdio, documentário da diretora Paula Sacchetta apresenta 26 depoimentos de mulheres vítimas de algum tipo de violência sexual. As mulheres escolheram entre dar o depoimento mostrando o rosto ou com máscara.

São Paulo – Entrou em cartaz ontem (29), no Cine Belas Artes, na região central de São Paulo, o documentário Precisamos falar do assédio, da diretora Paula Sacchetta, que o define como “bruto, duro, cru”. São 26 depoimentos de mulheres contando casos de violência sexual sofrida, em grande parte, durante a infância ou adolescência.

A força dos depoimentos tem ainda mais vitalidade em função da estética adotada pela diretora. Com um fundo escuro, os depoimentos são colhidos com apenas uma câmera parada e a mulher, em close, contando sua história. O filme tem a particularidade de ter sido um projeto-rodante, com as falas sendo tomados dentro de uma van-estúdio, uma espécie de confessionário, que percorreu cinco endereços da cidade de São Paulo e quatro do Rio de Janeiro durante a semana da mulher, em março deste ano.

Ao todo, foram 140 mulheres, entre 14 e 85 anos de idade, vítimas de qualquer tipo de assédio, que decidiram expor sua história. Os depoimentos são puros, sem qualquer tipo de interlocução ou entrevista, e podiam ser feitos mostrando o rosto ou usando máscaras. “No primeiro dia na rua, as mulheres foram tímidas, tentando entender o que estava acontecendo. Isso mudou a partir do segundo dia, quando, após o projeto ter aparecido na mídia, começou a haver uma mobilização das mulheres para encontrar a van e dar seu depoimento”, diz Paula, também diretora do documentário Verdade 12.528, sobre a criação da Comissão Nacional da Verdade.

“Falo das coisas mais tristes e feias do mundo, para tentar mudá-las”, afirma Paula. Ela explica que a ideia do filme surgiu após a grande repercussão nas redes sociais das campanhas #meuprimeiroassédio, #meuamigosecreto e #agoraéquesãoelas. Para a diretora, a partir do momento em que as mulheres se sentem parte de um problema maior, que envolve também milhares de outras mulheres, há mais coragem para falar sobre a violência sofrida.



Lei Maria da Penha completa 10 anos sob mira dos Golpistas e das Recatadas do Lar

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Com o argumento de aumentar a celeridade no atendimento às vítimas de violência, o PLC 7 incorre em dois erros: ignorar a consulta às mulheres para qualquer alteração e transformar um problema estrutural em caso de polícia.

A tendência é que o atendimento à vítima de violência seja ainda mais prejudicado. Se nas delegacias de mulheres, que são preparadas para esse atendimento, há problemas, imagina na comum?!

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Uma das medidas mais avançadas do mundo corre o risco de retrocesso por falta de diálogo e desejo de transformar a legislação em caso de polícia.

Amanhã, domingo (7), a Lei Maria da Penha (11.340/2006) completa 10 anos sob o risco de sofrer um retrocesso pelas mãos de parlamentares que apoiaram o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e que agora miram direitos sociais e trabalhistas.


Após ser aprovado no dia 29 de junho na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, o PLC 7/2016 (Projeto de Lei da Câmara), que permite ao delegado de polícia conceder medidas protetivas de urgência a mulheres vítimas de violência doméstica, deve ser votado em breve no plenário da Casa.

O parecer favorável à alteração foi apresentado pelo relator do PLC, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos parlamentares que apoiam o golpe.

Ciência & Mulher: SBPC lança site para enaltecer o papel de mulheres cientistas

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A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC -, lança um novo portal de divulgação científica, o Ciência & Mulher, voltado para as conquistas e descobertas de mulheres das diversas áreas da ciência. O novo Ciência & Mulher.


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Quando abordamos algum tema sobre a importância do reconhecimento do papel da mulher e sua contribuição para sociedade brasileira, somos taxadas de feministas, mal amadas e mal resolvidas sexualmente. A reação, para alguns, pode até ser “compreensível”. Contudo, jamais poderá ser banalmente aceitável. Se o Mundo tem a face masculina que de fato tem, é porque os machos que historicamente o dominou, assim a cunhou. Não por competência ou segurança intelectual ou moral. Mas, pela necessidade cultural e doentia de subjugar as mulheres, condenando-as a desempenhar o papel de ser inferior, nos espaços públicos e privados. Isso tem nome: insegurança sexual e intelectual.

Marie Curie (1867 - 1934) - física e química polonesa, ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1903 e o Prêmio Nobel de Química de 1911, tornando-se a primeira pessoa a conquistar o Nobel duas vezes e em duas áreas diferentes. Ficou conhecida por suas contribuições sobre radioatividade e tornou-se a primeira mulher - e pessoa -, a conquistar o Nobel duas vezes e em duas áreas diferentes. Mas, quantas mulheres sabem disso? Quantas revistas ou publicações científicas divulgam esse feito? Quanto estudos foram escritos e publicados por homens cientistas tendo como base os seus trabalhos sem ao menos mencionar o seu nome? Provavelmente uma infinidade. 

Lady’s Comics: “Aninha e suas pedras”

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Trecho do poema “Aninha e suas pedras” de Cora Coralina.





Lady’s Comics
HQ não é só pro seu namorado

Leia mais em : http://ladyscomics.com.br/

A mulher BRANCA e o feminismo NEGRO

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“Aquele homem ali diz que é preciso ajudar as mulheres a subir numa carruagem, é preciso carregá-las quando atravessam um lamaçal e que devem ocupar sempre os melhores lugares. Nunca ninguém me ajuda a subir numa carruagem, a passar por cima da lama ou me cede o melhor lugar! E não sou uma mulher? (…)” 

(Sojourney Truth)

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O feminismo negro surgiu no Brasil entre o fim da década de 70 e o início da década de 80, com o intuito de pautar as necessidades específicas da mulher negra, que não eram presentes no movimento feminista já existente. De uma forma geral, o movimento tinha uma identidade exclusivamente voltada ao gênero e não via como indispensável a prática de fazer recortes, como por exemplo etnia e classe social.   

Sojourney Truth, que fora escravizada e se tornou oradora, em seu discurso na Convenção de Direito das mulheres em Ohio, no ano de 1851, questionou se ela, enquanto negra, não era mulher, em um discurso que evidenciava o privilégio branco em detrimento ao negro, especificamente, mulheres.  

Partindo da premissa na qual no machismo a opressão se dá do homem estruturalmente opressor para a mulher estruturalmente oprimida, podemos aplicar esses mesmos preceitos dentro da questão de gênero, onde os privilégios das mulheres brancas são interpretados como ferramentas de opressão às mulheres negras. Mas quais privilégios são esses? O privilégio de estampar as capas das revistas, de interpretar majoritariamente os personagens das novelas, de estar nas passarelas ou de simplesmente ser preferida numa disputa por vaga de emprego. 

Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe

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Mulher, sua força pode mudar o mundo!

O dia 25 de julho, escolhido em 1992 para marcar a luta da mulher negra latina é mais uma data que deve ser utilizada para impulsionar a luta cotidiana das mulheres.

Apesar dos pequenos avanços conquistados no Brasil e no mundo através da luta das mulheres, o dia “25 de julho” ainda é um dia de reflexão e “luto” em memória de tantos milhões de mulheres que tiveram suas vidas violentamente marcadas ou simplesmente ceifadas.

Mulheres cujas histórias de sofrimento e lutas tiveram início quando nossas primeiras ancestrais foram sequestradas da África e se viram presas aos grilhões físicos, morais, emocionais, políticos, econômicos e também sexuais. É lamentável que este tipo de coisa ainda aconteça na América Latina e no Caribe.

Uma situação que, para ser compreendida de fato, precisa sempre considerar a profundidade do que significa ser “duplamente oprimida”, como mulher e como negra.

Significa, dentre muitas outras coisas, ser vista como um “objeto”, como os machistas vêm todas as mulheres; mas, também, ter um passado como “escrava”, ou seja, ser vista, pelos “donos do mundo”, como “objeto” desde sempre, feita para servir, “disponível” a qualquer hora e para qualquer coisa, mas ainda indigna de se postular a ser gente.


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Foram mais de 8,5 mil casamentos

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Homoafetivos foram realizados até 2014.

A maioria dos casamentos homoafetivos realizados em 2014 foram de casais formados por mulheres. 

Elas representaram 50,3% dos mais de 4,8 mil casamentos realizados.

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Mais de 8,5 mil casamentos homoafetivos foram realizados em todo o país até o fim de 2014, após a entrada em vigor de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe os cartórios de se recusarem a converter uniões estáveis homoafetivas em casamento civil. 

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“Desde a vigência da resolução [maio de 2013] até o final de 2014, 8.555 casamentos entre cônjuges do mesmo sexo já foram registrados em cartórios em todo o país”, informou nesta quarta-feira (13) o CNJ. Os dados referentes a 2015 devem ser divulgados pelo IBGE até o fim deste ano.

Em 2016, a resolução completou três anos e, de acordo com o CNJ, vem dando impulso para que casais homoafetivos oficializem as uniões.

Mais mulheres: Na divisão por regiões, o Sudeste teve maior percentual de uniões homoafetivas registradas. Foram 60,7% sendo que a maioria deles aconteceu no estado de São Paulo. Logo depois está a região Sul com 15,4%, seguida do Nordeste, com 13,6%; Centro-Oeste (6,9%) e Norte (3,4%).

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Fonte: Agência Brasil

Nem Pelé nem Maradona, nem Neymar e nem Messi

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A melhor é Marta!

- Com quinze gols, contra doze do Pelé.

O melhor jogador que já existiu na América Latina e no mundo é jogadora

Quando olhamos para as grandes disputas do futebol, detemos nosso olhar apenas em conquistas masculinas. Gastamos muito tempo discutindo a disputa histórica entre Maradona e Pelé ou, nos dias atuais, entre Neymar e Messi.

Para quem não conhece, o melhor jogador que já existiu na América Latina e no mundo é jogadora.  Uma mulher, seu nome é Marta.  A brasileira foi convocada em 2002 para jogar na seleção feminina, foi medalha de ouro em 2002, assim como nos jogos Pan-americanos de 2003 e 2007, e prata nos jogos Olímpicos de 2004 e 2008.

Com apenas trinta anos, ela já é a maior artilheira da história das copas do mundo, com quinze gols, contra doze do Pelé. E foi escolhida como a melhor futebolista do mundo, cinco vezes consecutivas, de 2006 a 2010. 

Ela sim é um fenômeno entre mulheres e homens.

Nessa disputa, Marta já deixou os homens para trás. E joga como uma verdadeira mulher!

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Fonte: Júlia Louzada, do Brasil de Fato

Paulina: O Filme aborda cultura do estupro, respeito às vítimas e (in) justiça

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Em 'Paulina', do diretor argentino Santiago Mitre, protagonista escolhe caminho incompreensível para superar o trauma e a dor da violência sexual.

'Quando há pobres envolvidos, a polícia não busca a verdade, busca culpados'

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Já nos primeiros minutos de Paulina é possível sentir que as convicções políticas e sociais são os verdadeiros protagonistas do novo filme de Santiago Mitre, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros. O longa-metragem argentino conta a história de Paulina (Dolores Fonzi) que, depois de estudar direito em Buenos Aires, decide voltar para Posadas, no interior do país, para se dedicar à formação política em uma comunidade carente na sua cidade, na fronteira entre a Argentina e o Paraguai. Um dia, quando volta da casa de uma amiga, ela é estuprada por um grupo de rapazes.

A história é uma releitura de La Patota, dirigido por Daniel Tinayre em 1961. Sem o tom religioso do original, o novo filme se debruça prioritariamente sobre questões sociais e a origem da violência, assim como o respeito integral à vítima. Uma das frases mais marcantes do longa é quando Paulina argumenta com seu pai (Oscar Martínez), o juiz Fernando, que não quer que seu caso seja investigado: “Quando há pobres envolvidos, a polícia não busca a verdade, busca culpados”.

“Não tinha assistido à versão original até que eles me disseram para trabalhar em sua adaptação. Vi o filme uma vez e decidi nunca mais assisti-lo: uma vez fora o suficiente. Havia algo no personagem de Paulina que me deu um estalo, me colocou em apuros. No início, tentei compreendê-la, e logo percebi que era impossível, que não tinha que entender Paulina, e que justamente aí estava o que me interessava nessa história. Paulina é movida por uma força de sobrevivência que beira o irracional e essa força é o que move o filme, que nos arrasta junto com ele”, afirma Santiago Mitre.

As diferenças entre o Netflix e o Afroflix

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Seis mulheres selecionam audiovisuais em que pelo menos um afrodescentente participe da direção, roteiro ou atuação.


Cerca de 100 filmes de dez estados que contam com a participação de negros em pelo menos uma área técnica da produção estão disponíveis no Afroflix, plataforma de pesquisa online. Os filmes são enviados por seus autores e passam por uma curadoria da equipe do projeto, composta por seis mulheres afrodescendentes.

Apesar do nome, o site tem muitas diferenças em relação ao Netflix. Uma delas é que, enquanto a plataforma internacional disponibiliza filmes via streaming, esta iniciativa não armazena os vídeos, mas os linka para sua fonte original (seja o YouTube, o Vimeo ou o site do filme, por exemplo). A plataforma reúne filmes que já estão na internet, organizados de forma a facilitar a busca de referências.

"A gente não baixa o vídeo. Não gera visualizações para nós. Todo play que é dado vai para o próprio realizador. E já estamos recebendo retornos de que as visualizações aumentaram. Tem sido bem legal", afirma a cineasta Yasmin Thayná, idealizadora do projeto e diretora e roteirista de Kbela - O Filme, lançado em 2015.

O site também indica vlogs, programas, séries e videoclipes e não conta com nenhum tipo de financiamento. Todo ele foi produzido por meio da cooperação das participantes do coletivo. "É uma ideia para o futuro, um sonho nosso para que possamos ter conteúdos originais. Séries originais, filmes. A ideia é trabalhar no campo da produção, difusão e formação. Mas para isso precisamos de investimento", pondera Yasmin. 
Houve estupro ou não? O simbolismo do episódio e os fatos

Não é fácil abrir mão de um simbolismo tão grande quanto o que se converteu o episódio. A mídia teme ir contra o senso comum. Até o Presidente interino, Ministros do Supremo, políticos aproveitaram para tirar sua casquinha, tentando embarcar na unanimidade criada pela divulgação do episódio.

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Vamos avançar um pouco mais na análise das notícias do estupro coletivo que teria ocorrido no Rio. 

Independentemente da veracidade ou não dos fatos, a divulgação do episódio trouxe um bem enorme ao país, ao escancarar o tema, expor a dose de preconceito que o cerca, desmascarar as diversas formas de minimizar os crimes – colocando a culpa na vítima – e dando visibilidade a um novo feminismo, que nasce arrebatador no coração das jovens.

Por tudo o que provocou, o episódio é um marco na luta pelos direitos das mulheres.

Mas há uma probabilidade de que o episódio não tenha ocorrido da maneira relatada pela vítima.

Primeiro, vamos definir claramente o que é estupro:

Qualquer relação não consentida é estupro, independentemente de ser um ou trinta estupradores. Se foi um estuprador expondo o estupro a uma plateia de machos, mesmo que as demais pessoas apenas assistiram, é crime no qual todos estão incursos.

Como, por definição, a vítima de estupro é vulnerável, qualquer tentativa de coagi-la nos depoimentos policiais é sinal de misoginia e de direcionamento das investigações,  que deveria provocar o afastamento e a punição dos interrogadores. É o caso do delegado tentando arrancar da jovem se ela praticava sexo grupal e que, devido à reação geral, acabou afastado das investigações. Aliás, é justamente porque esse sentimento é generalizado na polícia (e na sociedade), é que foram criadas as delegacias de mulheres e de crianças e adolescentes.

Eu não mereço e não desejo ser encoxada

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Pesquisa divulgada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid nesta sexta-feira (20) mostra que 86% das mulheres brasileiras ouvidas sofreram assédio em público em suas cidades. 

O levantamento mostra que o assédio em espaços públicos é um problema global, já que, na Tailândia, também 86% das mulheres entrevistadas, 79% na Índia, e 75% na Inglaterra já vivenciaram o mesmo problema.

A pesquisa foi feita pelo Instituto YouGov no Brasil, na Índia, na Tailândia e no Reino Unido e ouviu 2.500 mulheres com idade acima de 16 anos nas principais cidades destes quatro países. No Brasil, foram pesquisadas 503 mulheres de todas as regiões do país, em uma amostragem que acompanhou o perfil da população brasileira feminina apontado pelo censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todas as estudantes afirmaram que já foram assediadas em suas cidades. Para a pesquisa, foram considerados assédio atos indesejados, ameaçadores e agressivos contra as mulheres, podendo configurar abuso verbal, físico, sexual ou emocional.

Formas de assédio

Em relação às formas de assédio sofridas em público pelas brasileiras, o assobio é o mais comum (77%), seguido por olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%). Metade das mulheres entrevistadas no Brasil disse que já foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços públicos.

Metrô SP
“É quase uma exceção raríssima que uma mulher não tenha sofrido assédio em um espaço público. É muito preocupante. A experiência de medo, de ser assediada, de sofrer xingamento, olhares, serem seguidas, até estupro e assassinato. Os dados são impressionantes se pensarmos que a metade das mulheres diz que foi seguida nas ruas, metade diz que teve o corpo tocado”, diz a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman.

Desigualdade de gêneros

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, os dados refletem a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade. “É uma questão de gênero, de entender que na sociedade, qualquer que seja, as mulheres não são consideradas iguais aos homens. A ideia é que a mulher está subordinada no lar, na casa, no trabalho. Dados [da Organização Mundial da Saúde] apontam que uma a cada três mulheres sofre violência doméstica. Para os homens, os corpos e as vidas das mulheres são uma propriedade, está para ser olhada, tocada, estuprada”, disse.

Segundo Nadine, é necessário implementar políticas públicas que garantam a segurança da mulher em espaços públicos, com políticas públicas específicas, como a iluminação adequada das ruas e transporte público exclusivo para mulheres.

“Quando se pensa que quase todas as mulheres têm a experiência com abusos, não se tem a ideia do assédio. Isso tem um impacto, isso limita de andar na rua com segurança e direitos como educação e trabalho”, diz.

Falta repressão

A professora de direito civil da Universidade de Brasília (UnB), Suzana Borges, avalia que não há repressão adequada ao assédio à mulher em espaços públicos.

“É uma questão social porque, em função de uma posição histórica inferiorizada, a mulher foi objeto de repressão, violência, não só nos espaços públicos, mas privados, dentro da família, em casa, no trabalho”, disse.

Suzana Borges diz que há necessidade das mulheres denunciarem as situações de assédio que vivenciam no cotidiano. “Por se tratar de uma questão de gênero, a denúncia é um mecanismo que reforça a proteção”.

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Fonte: UNB/Agência Brasil
Foto: 

Conferência sobre a mulher discute mais direitos e participação na política

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“As mulheres podem estar e devem estar em todos os lugares de poder, em qualquer área da sociedade e desenvolver qualquer tarefa".

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Brasília - A luta por mais direitos e espaços na política brasileira é uma das pautas da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que começa hoje (10) em Brasília. Para a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, é inaceitável que menos de 10% do Congresso Nacional seja formado por parlamentares mulheres.


“É importante lembrar que se nós mulheres somos 52% da população, é lamentável que só tenhamos 9% de representação no Congresso. Isso não pode continuar acontecendo.”, disse à Agência Brasil. Com o tema Mais direitos, participação e poder para as mulheres, a conferência quer assegurar a democracia e a consolidação das políticas já colocadas em prática.

“As mulheres – me lembro bem do que disse a presidenta Dilma em seu primeiro discurso, no início do mandato – podem estar e devem estar em todos os lugares de poder, em qualquer área da sociedade e desenvolver qualquer tarefa.”, afirma.

Seis consultas nacionais deram voz aos vários segmentos, grupos e etnias - foram ouvidas mulheres transexuais, ciganas, mulheres com deficiência, indígenas, quilombolas e de religião de matriz africana. Cerca de 3 mil pessoas representarão todos os estados do país na conferência, que vai até quinta-feira (11). Como resultado, serão feitas recomendações para o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.

4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

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Mulheres perderam o medo de denunciar a violência, afirma Ministra.

Começa amanhã em Brasília e ocorre até o dia 18, a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, convocada pela  presidenta Dilma.

Coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, a Conferência tem como  objetivo o fortalecimento d a Política Nacional para as Mulheres. 

As Etapas Estaduais, Municipais e as Conferências Livres ocorreram no período de Março à Dezembro de 2015, em todo o Brasil, e remeteram as suas conclusões para a apreciação da 4ª Conferência Nacional.

Eu estarei lá.

Terminada a Conferência, prometo a vocês que escreverei um artigo sobre os seus resultados.

Para saber mais, acesse aqui.

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http://www.spm.gov.br/4cnpm/

ONU Mulheres: Nota pública sobre a situação política do Brasil

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A ONU Mulheres observa com preocupação o contexto político brasileiro e apela publicamente à salvaguarda do Estado Democrático e de Direito.

Aos poderes da República, a ONU Mulheres conclama a preservação da legalidade, como condição máxima das garantias estabelecidas na Constituição Federal de 1988 e nos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário.

À sociedade brasileira, a ONU Mulheres pede serenidade nas manifestações e não-violência frente aos debates públicos necessários para a condução democrática dos rumos políticos do país. O debate saudável entre opiniões divergentes deve ser parte intrínseca da prática cidadã em uma democracia.

Nos últimos 30 anos, a democracia e a estabilidade política no Brasil tornaram reais direitos humanos, individuais e coletivos. São, sobretudo, base para políticas públicas – entre elas as de eliminação das desigualdades de gênero e raça – determinantes para a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa.

Como defensora dos direitos de mulheres e meninas no mundo, a ONU Mulheres condena todas as formas de violência contra as mulheres, inclusive a violência política de ordem sexista contra a Presidenta da República, Dilma Rousseff. Nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou justificar a banalização da violência de gênero – prática patriarcal e misógina que invalida a dignidade humana.

Que o legado da democracia brasileira, considerado referência no mundo e especialmente na América Latina e Caribe, seja guia para as soluções da crise política.

Nadine Gasman
Março, 24.2016

Última Parte: 12 livros feministas que você precisa conhecer

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Para uma melhor reflexão, vou mencionar em cada post, apenas três.

Para ler o post anterior clique aqui.

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Fundamentos para uma leitura crítica do mundo social

As reflexões produzidas pelo feminismo – numa economia expressiva, já que se trata na realidade de feminismos, no plural – colocam questões fundamentais para a análise da opressão às mulheres nas sociedades contemporâneas. Mas não é só da posição relativa das mulheres que trata a crítica feminista.

O conjunto cada vez mais volumoso dos estudos feministas expõe os limites das democracias quando estas convivem com a exploração e a marginalização de amplos contingentes da população.

Analisam, assim, mecanismos que operam para silenciar alguns grupos e suspender a validade das suas experiências – eles operam de maneira específica sobre as mulheres, mas não se reduzem a uma questão de gênero. Tratam das conexões entre o mundo da política, o mundo do trabalho e a vida doméstica cotidiana. Na produção mais recente, sobretudo, apresentam contribuições incontornáveis para o entendimento de como diferentes formas de opressão e de dominação operam de forma cruzada e sobreposta. Cada vez mais, falar da posição das mulheres é falar de como gênero, classe, raça e sexualidade, para mencionar as variáveis mais mobilizadas, situam conjuntamente os indivíduos e conformam suas alternativas.

Em sua diversidade, a produção feminista questiona a subordinação e confronta, permanentemente, discursos que se fundam na “natureza” para justificar a opressão.

A lista que apresentamos traz um conjunto (entre muitos outros possíveis) de leituras feministas que colaboram para entender o mundo contemporâneo e os desafios que enfrentamos para a construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais livre. A ordem segue de maneira aproximada a data da publicação original das obras.

Huda Shaarawi: a primeira feminista do Egito

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“Homens destacam mulheres de mérito excepcional e as colocam em um pedestal para não terem que reconhecer as capacidades de todas as mulheres” - Huda Shaarawi.

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Huda Shaarawi foi uma pioneira no feminismo egípcio e influenciou mulheres em todo o mundo árabe. Nascida em uma família de alta classe, Huda foi criada dentro do sistema de haréns, espaços de convívio exclusivo de mulheres em uma sociedade profundamente patriarcal e segregacionista. Em seu livro The Harem Years, publicado em 1897, Huda conta detalhes desta época, bem como as suas percepções sobre como a sociedade egípcia negava direitos civis e educação às mulheres. 

“Entrei em depressão e comecei a negligenciar meus estudos, odiando ser uma menina porque isso me impedia de ter a educação que eu buscava. Mais tarde, ser uma mulher se tornou uma barreira entre mim e a liberdade pela qual eu ansiava”.  - The Harem Years

Ainda que já houvesse publicações de escritoras egípcias pensando a condição das mulheres desde pelo menos 1890, foi só a partir dos anos 1920, com Huda Shaarawi, que o termo Feminismo passou a ser formalmente empregado e a participação política de mulheres tomou forma concreta oficialmente no país. Essa foi a primeira fase do feminismo egípcio (1920-1940), tido como feminismo liberal radical de orientação francesa, marcado por aspirações nacionalistas e anti coloniais.

Huda recebeu uma educação privilegiada, sendo fluente em árabe, francês e turco. Aos treze anos se casou com seu primo, Ali Pasha Shaarawi, um ativista político, na época com trinta anos de idade. Ele violou uma cláusula contratual na qual se comprometia a largar sua concubina, e por isso eles se separaram no ano seguinte. Permaneceram separados durante sete anos, durante os quais Huda aprofundou seus estudos se envolveu com militância política. Mais tarde retomaria a relação com seu marido, que a envolveu em suas reuniões políticas e apoiou sua militância até o fim da vida.

Hoje é o Dia das Marujas

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O Dia do Trabalhador/a Doméstico.

Maruja não tinha idade.

De seus anos de antes, nada contava. De seus anos de depois, nada esperava.

Não era bonita, nem feia, nem mais ou menos. 

Caminhava arrastando os pés, empunhando o espanador, ou a vassoura, ou a caçarola.

Acordada, afundava a cabeça entre os ombros.

Dormindo, afundava a cabeça entre os joelhos.

Quando falavam com ela, olhava para o chão, como quem conta formigas.

Havia trabalhado em casas alheias desde que tinha memória.

Nunca havia saído da cidade de Lima.

Fez muita faxina, de casa em casa, e não se achava em nenhuma delas.

Finalmente, encontrou um lugar onde foi tratada como se fosse uma pessoas.

Poucos dias depois, foi-se embora.

O carinho estava virando costume.

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Os Filhos dos Dias,
Eduardo Galeano

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Para Maria,
Uma mulher lutadora e nordestina, que ajudou a construir São Paulo, como tantas outras.


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