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Mostrando postagens com marcador Cultura e Arte - Cinema. Mostrar todas as postagens
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Havia Um Limite no Oscar

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Que, agora, Viola Davis quebrou.

Ela é a 1ª negra a ganhar a "tríplice coroa da atuação": Oscar, Emmy e Tony.

Portanto, Viola faz parte de um grupo restrito que inclui Jessica Lange, Helen Mirren, Al Pacino e Ingrid Bergman.

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Quando Viola Davis subiu ao palco do 89º Academy Awards no domingo (26) para receber seu Oscar de melhor atriz coadjuvante, ela também passou a fazer parte de um dos clubes de atuação mais prestigiados do mundo. Ela é a primeira mulher negra a alcançar este feito.

Com o reconhecimento de seu trabalho no filme "Um Limite Entre Nós" (do título original "Fences", de 2016), ela se tornou a 23ª pessoa a obter a "tríplice coroa" de atuação, que é o termo usado para descrever atores e atrizes que ganham o prêmio de atuação pelo Oscar, pelo Emmy e pelo Tony.

Em 2015, Davis ganhou um Emmy de Melhor Atriz Principal na categoria "Série de Drama" por seu trabalho em "How to Get Away with Murder". Anteriormente, a atriz ganhou dois prêmios Tony: o primeiro em 2001, por seu trabalho em "King Hedley II", e o segundo em 2010, por sua atuação na versão da Broadway de "Um Limite Entre Nós" (Fences).

Davis se junta a um grupo de atuação que inclui lendas como Jessica Lange, Helen Mirren, Al Pacino e Ingrid Bergman.

Vale ressaltar que que Whoopi Goldberg, também negra, tem uma "tríplice coroa". Mas seu prêmio Tony não é pela atuação mas pela produção do musical da Broadway “Thoroughly Modern Millie”.

Notícia de pouca relevância para a mídia tupiniquim, que só se importa em noticiar a gafe do envelope na premiação do melhor filme de 2017, como se fosse a coisa mais importante do evento.

E a Massa, agindo como massa de manobra, não se vê refletida na Viola e compra a notícia como importante.

Triste realidade...

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Com informações do Huffington Post e Brasil de Fato

Elis: Na troca, a gente aprende mais que no isolamento

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“Se a gente conversar a fundo mesmo com o jardineiro que está lá arrumando nosso jardim, a gente aprende mais do que lendo O Capital (de Karl Marx)”.



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Embora valorizasse muito o estudo e o conhecimento, em uma das muitas entrevistas que concedeu, deixou-nos a extraordinária afirmação que transcrevo acima.

- Há 35 anos o Brasil despertou com uma notícia furacão: Elis Regina estava morta!

Uma das mais amadas cantoras do país, foi a precursora do que viria a ser conhecida como Música Popular Brasileira - MPB.

Partindo de uma Vila Operária em Porto Alegre, a Pimentinha – como era chamada -, conquistou o Brasil e mundo com sua voz e seu comportamento irreverente.

Como um furacão de talento, Elis chegou e abalou o mundo da música.  Não apenas pela voz e capacidade ímpar de interpretação, mas por ser uma das poucas de sua época que questionou o mercado da música e o poder das gravadoras sobre os artistas.

A “Pimentinha” se foi jovem e no auge da carreira - tinha apenas 36 anos -, mas sua obra é sempre revisitada pelas novas gerações, e sua voz ainda hoje serve como referência para as cantoras iniciantes.

Sua extensa obra é composta de canções intimistas à “hinos”, como é o caso de O Bêbado e a Equilibrista, composta por Jão Bosco e Aldir Blanc, considerada à época o “Hino da Anistia”.

A verdade é que mesmo em meio a tantos modismos musicais, Elis ainda continua nos emocionando, como no filme Elis – O Filme, que está em cartaz.




Não escondo: Sou Fã!

Afronauts e A Noite da Verdade

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Mostra exibe filmes de diretoras negras.

Produções promovem reflexões sobre a presença e a representatividade da mulher negra no cinema. Além da exibição de oito filmes, evento terá sessão de bate-papo com cineastas.

Imagem do Afronauts
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São Paulo – A Mostra Motumbá – Memórias e Existências Negras começou em novembro e promove até março, no Sesc Belenzinho, zona leste de São Paulo, várias atividades que valorizam a representatividade de matrizes africanas e/ou periféricas na contemporaneidade. Entre sexta (20) e domingo (22), a programação reúne quatro curtas e quatro longas-metragens de diretoras negras de diferentes nacionalidades, na mostra A Magia da Mulher Negra, que tem curadoria de Kênia Freitas.

O primeiro filme a ser exibido, nesta sexta-feira, às 16h, é Cores e Botas, de Juliana Vicente, curta-metragem de ficção que conta a história de Joana, uma menina negra que, nos anos 1980, sonha em ser Paquita no show da Xuxa. Na sequência, o longa norte-americano Pariah, de Dee Rees, narra a saga da adolescente Alike, uma garota de 17 anos que é lésbica e vive no distrito do Bronx, em Nova York. Além de sofrer de baixa auto-estima, a adolescente passa por uma crise de identidade e precisa decidir entre expressar abertamente sua orientação sexual ou obedecer aos planos que os pais têm para ela.

No mesmo dia, às 20h, será exibido o documentário Caixa d'Água: Qui-Lombo é Esse?, de Everlane Moraes, que reúne depoimentos de antigos moradores do bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, e apresenta os costumes quilombolas herdados dos antigos escravos. Por meio de 55 entrevistas, o curta resgata a resistência da comunidade em meio à urbanização desenfreada da cidade e a tentativa de preservar a oralidade e valorizar a cultura negra sergipana. Em seguida, é a vez do documentário Família Alcântara, de Daniel e Lilian Sola Santiago, sobre a resistência de uma família cujas origens remetem à bacia do Rio Congo e a preservação de suas raízes durante séculos de tradição oral, práticas e costumes tradicionais.

Axé, Canto do Povo de Um Lugar

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Com muito Axé, 

O Documentário O Canto do Povo de Um Lugar estreia hoje no Cinema.

Considerado um dos movimentos musicais mais globalizados do mundo, o Axé é um ritmo musical que carrega em sua essência boa parte de todo o sincretismo musical e cultural baiano. O documentário reúne entrevistas e imagens de arquivo com objetivo de traçar um ponto inicial do nascimento deste gênero.

♫♫♫Seleção Oficial 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo♫♫♫

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Brasil, 2016 | Direção: Chico Kertész | Elenco: Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, entre outros | Duração: 1h47min | Gênero: Documentário | Classificação: 12 anos 




Esperança

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"Saúdo-te, esperança, tu que vens de longe, inundas com teu canto os tristes corações, tu que dás novas asas aos sonhos mais antigos, tu que nos enches a alma de brancas ilusões.

Saúdo-te, Esperança. Tu forjarás os sonhos naquelas solitárias desenganadas vidas, carentes do possível de um futuro risonho, naquelas que inda sangram as recentes feridas.

Ao teu sopro divino fugirão as dores como tímido bando de ninho despojado, e uma aurora radiante, com suas belas cores, anunciará às almas que o amor é chegado".

Pablo Neruda, poeta chileno

(1904-1973)

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Chile, 1948. A chamada Lei Maldita do governo de Gabriel González Videla está a todo vapor para prender os militantes comunistas. Entre eles, o poeta Prêmio Nobel, Pablo Neruda, que começa a ser perseguido incansavelmente pelo inspetor Óscar Peluchonneau.

Data de lançamento: 15 de dezembro de 2016 (Brasil).

1903: Primeiro faroeste no cinema

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O inventor americano Thomas Alva Edison foi o primeiro a fazer experimentos com imagens em movimento. Na Europa, os irmãos Auguste e Louis Lumière criaram a câmera de vídeo e, em dezembro de 1895, promoveram a primeira sessão pública, em Paris, com a exibição de dez filmes. A sucessão de imagens projetadas na tela contava histórias: era o nascimento do cinema.

Por serem mudos, os primeiros filmes podiam ser vistos em qualquer parte do mundo. Em pouco tempo, a invenção europeia conquistou o Novo Mundo.

Enredo rudimentar

As cópias eram feitas no laboratório de Thomas Edison, onde trabalhava um certo Edwin S. Porter. O assistente de laboratório sabia editar fitas e manejar câmeras. Além disso, e o mais importante, possuía talento. Sua ambição era produzir um filme próprio, um filme norte-americano. No começo de dezembro de 1903, estreou, então, The Great Train Robbery (O Grande Roubo do Trem).

Sabine Gottgetreu, do Instituto de Ciências de Teatro, Cinema e Televisão de Colônia, conta que o filme tem entre nove e onze minutos, dependendo da versão. Apesar de rudimentar, narra uma história.

Porter retratou um acontecimento que todo americano podia entender naquela época. A ferrovia, que estava se instalando de leste a oeste do país, era uma questão de honra dos Estados Unidos no final do século 19. Não só transportava tudo o que fosse importante, mas também era o alvo preferido dos gângsteres. Ladrões como Jesse James, Sam Bass e Bill Doolin foram os personagens da história criminal na década de 1870.

"Happy end"

Agora, o público podia ver o que antes lia no jornal. Um bando de ladrões domina um chefe de estação, para o trem, rouba os passageiros e some. Mas não podia faltar um final feliz. A gangue foi cercada num bosque e presa.

Já nos seus primórdios, o faroeste incluiu personagens e elementos inconfundíveis: caubóis, cavalos, mulheres de saloon e muita natureza. Os nomes dos atores deste novo gênero que aí se iniciou, entretanto, não foram mais resgatados, pois o filme não tinha legenda nem caracteres. O cinema em si fascinava tanto que não precisava de estrelas, conclui Sabine Gottgetreu.

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Fonte: Ópera Mundi

O Nascimento de uma Nação

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Com certeza, a grande maioria dos brasileiros não conhece o significado deste termo. Não conhece e não dá a devida importância. Deveriam. Se dessem, talvez compreendessem melhor muitas coisas que os atingem diretamente, mesmo nos dias atuais. Até porque, os acontecimentos que levaram à criação da “grande Nação” em questão, continuam atuais hoje em dia. A diferença é que hoje, as armas utilizadas são: A manipulação do voto, a indução à chamada parcialidade da mídia, ao consumo desenfreado, ao fundamentalismo religioso, ao preconceito racial e étnico, e a opressão das mulheres. Já que o feminicídio e a violência sexual continuam igual. 

Todas as “grandes” nações brancas nasceram a partir da submissão econômica, humana, material, cultural e ancestral de uma outra. Todas grandes nações, de uma forma ou de outra, escravizam ou escravizaram outras nações. Foi, e continua sendo assim. Seja na Europa ou América do Norte, em relação à África e à América Latino Americana. É o que nos revela o filme o Nascimento de Uma Grande Nação - em cartaz -, baseado em uma história real.

Nat Turner, um escravo americano do Norte, letrado e pregador, é usado pelo seu proprietário Samuel Turner para acalmar os escravos rebeldes. Depois de testemunhar inúmeras atrocidades, no entanto, ele decide elaborar um plano e liderar o movimento de libertação do seu povo. Como “arma” Net usa a Bíblia. Não a Bíblia fantasiosa dos fundamentalistas religiosos que só prega a existência de um Deus de Amor. Net lê e relê o “Livro Sagrado” e descobre a outra face. A do Deus da Ira que afirma:



- “Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a Terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão” (Lucas 12, 51-52).

- “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas a espada” (Mateus 10, 34-35).

O final da história é surpreendente, mas não único.

Recomendo.

É um soco no estomago dos homens brancos, conservadores, intolerantes e preconceituosos, que elegeram Trump nos Estados Unidos, e os do Parlamento brasileiro que ajudaram a dar o Golpe e estão ajudando a retirar os direitos sociais dos escravos modernos, do Brasil. E de quebra, negam a história exatamente como ela aconteceu.

Trotsky: a revolução começa na escola

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Vocês acreditam em sincronicidade? Eu acredito muito. E eis que estava pesquisando no youtube uns filminhos para a seção Cine Morena do blog, quando me deparo com esta comédia canadense de 2009, cujo título parece incrivelmente profético no Brasil atual. É a hilária vida do garoto Leon Bronstein, de 17 anos, no último ano do colegial em Montreal. Leon acredita ser a reencarnação do revolucionário russo de quem é homônimo: ninguém menos que o comandante do Exército Vermelho, Leon Trotsky.


Filho de industrial, a primeira ação de Leon é organizar uma greve de fome dos trabalhadores da fábrica do pai, a quem chama “fascista”. Mas é um filme canadense, né? Ninguém espere que o pai do menino seja tão reaça assim: ele passa a ler a autobiografia de Trotsky para compreender melhor o filho, que segue esquematicamente todos os passos do revolucionário. Enquanto procura, um por um, os Vladimir Ulyanov que aparecem nas listas telefônicas do Canadá, para encontrar o seu Lenin.

Bem, como “castigo” pela agitação política, o pai de Leon o manda para a escola pública. Castigo que ele, é claro, adora. Na escola pública, o desafio de Leon Bronstein é descobrir se sua geração é vítima do tédio ou da apatia. Se for tédio, ele diz que ainda há cura…

Tem muitas citações, desde o livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, até a clássica cena da escadaria de O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein. Muito bom, assistam. Só achei a versão dublada. 

Será que alguém exibiu para os garotos/as nas ocupações?


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“Era o Hotel Cambridge”

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Emocionante e imperdível programa para quem quer entender as desigualdades sociais a que estamos submetidos e a força de quem luta por direitos, com um dos movimentos sociais mais importantes e atuantes da capital paulista.

O Longa retrata o cotidiano de trabalhadores brasileiros e refugiados que vivem numa das maiores ocupações do País.


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No começo deste ano, a Prefeitura de São Paulo identificou 1.320 imóveis sem função social na capital, ou seja, que não cumprem com interesses da cidade e da sociedade. São cerca de 2 milhões de m2 de casas e edifícios ociosos que não pagam impostos, estão vazios e abandonados. Esses são os estabelecimentos escolhidos pelos movimentos de trabalhadores sem teto para ocupar e transformar em moradia.

Foi o que ocorreu com o Hotel Cambridge, na Avenida 9 de Julho, uma das mais importantes vias de São Paulo, em novembro de 2012. Abandonado, com focos de dengue e acúmulo de lixo, a Frente de Luta por Moradia (FLM) ocupou o hotel, que abriga hoje 170 famílias. Gerido pelo Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), o imóvel foi recuperado e é lar para trabalhadores brasileiros e refugiados, revelando uma rara mistura de idiomas, costumes, culturas e comidas nos corredores do prédio.

Para retratar o cotidiano dos moradores, a cineasta Eliane Caffé frequentou a ocupação ao longo de dois anos. Criou uma história de ficção (muito real) que narra a trajetória dos refugiados recém-chegados a São Paulo, que não cabem nos abrigos oferecidos pelo Estado, e seu convívio com brasileiros dos movimentos de sem teto. “Somos todos refugiados. Refugiados da falta de nossos direitos”, afirma Carmen Silva Ferreira, dirigente da FLM, que comanda o MSTC e, com dedicação, força e delicadeza, organiza a convivência no Cambridge e outros edifícios do centro da capital paulista.

Bruto, duro e cru. Assim é o ‘Precisamos falar do assédio’

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Filmado dentro de uma van-estúdio, documentário da diretora Paula Sacchetta apresenta 26 depoimentos de mulheres vítimas de algum tipo de violência sexual. As mulheres escolheram entre dar o depoimento mostrando o rosto ou com máscara.

São Paulo – Entrou em cartaz ontem (29), no Cine Belas Artes, na região central de São Paulo, o documentário Precisamos falar do assédio, da diretora Paula Sacchetta, que o define como “bruto, duro, cru”. São 26 depoimentos de mulheres contando casos de violência sexual sofrida, em grande parte, durante a infância ou adolescência.

A força dos depoimentos tem ainda mais vitalidade em função da estética adotada pela diretora. Com um fundo escuro, os depoimentos são colhidos com apenas uma câmera parada e a mulher, em close, contando sua história. O filme tem a particularidade de ter sido um projeto-rodante, com as falas sendo tomados dentro de uma van-estúdio, uma espécie de confessionário, que percorreu cinco endereços da cidade de São Paulo e quatro do Rio de Janeiro durante a semana da mulher, em março deste ano.

Ao todo, foram 140 mulheres, entre 14 e 85 anos de idade, vítimas de qualquer tipo de assédio, que decidiram expor sua história. Os depoimentos são puros, sem qualquer tipo de interlocução ou entrevista, e podiam ser feitos mostrando o rosto ou usando máscaras. “No primeiro dia na rua, as mulheres foram tímidas, tentando entender o que estava acontecendo. Isso mudou a partir do segundo dia, quando, após o projeto ter aparecido na mídia, começou a haver uma mobilização das mulheres para encontrar a van e dar seu depoimento”, diz Paula, também diretora do documentário Verdade 12.528, sobre a criação da Comissão Nacional da Verdade.

“Falo das coisas mais tristes e feias do mundo, para tentar mudá-las”, afirma Paula. Ela explica que a ideia do filme surgiu após a grande repercussão nas redes sociais das campanhas #meuprimeiroassédio, #meuamigosecreto e #agoraéquesãoelas. Para a diretora, a partir do momento em que as mulheres se sentem parte de um problema maior, que envolve também milhares de outras mulheres, há mais coragem para falar sobre a violência sofrida.



Diálogo no coração do sistema

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Jacques e a Revolução

“Jacques e a Revolução”, breve em cartaz no Rio, debate, em tempos de democracia golpeada pelas elites, a dialética da relação entre empresário e empregado

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Escrita num momento diverso, porém igualmente perturbador, ao final dos anos 1980, no início do processo de democratização do país, à época da queda do muro de Berlim, “Jacques e a Revolução” ou “Como o criado aprendeu as lições de Diderot”, de Ronaldo Lima Lins, dialoga intensamente com os tempos que correm, como se estivéssemos diante de uma espécie de expressão premonitória das sucessivas crises hegemônicas e representativas dos poderes. Para examinar um conjunto de ideias delineadas pelo iluminista francês, a peça reinaugura questões antigas na dinâmica dos últimos séculos de modernidade. Não há lugar geográfico específico. O mundo está em foco. Tudo se passa através do diálogo entre dois personagens: O patrão, um empresário e seu empregado, Jacques.


A conversa entre os dois personagens centrais – Jacques e o Empresário – é amigável e informal, porém, às vezes resvala para conflituosa – colocando-os em confrontos bem humorados. O “tema da viagem”, conforme aparece em Diderot, aqui se concentra num único eixo, no coração de um império econômico, metáfora do próprio sistema. Não se trata, no entanto, de uma situação onde tudo parece indiferenciado. Um comentário descuidado, no conjunto das situações, aponta para algo profundo, como se as ações humanas permanecessem além da nossa compreensão. Constrói-se então uma reflexão que, sem tirar o sabor do riso, atribui ao mesmo um caráter sério, como se nos movêssemos sobre armadilhas.

“Somos colocados diante de uma dialética envolvendo dominador e dominado, como se fosse um destino, no qual há trânsito e alternância de posições. Quem estava por baixo vê-se por cima e vice-versa”, reflete Ronaldo Lima Lins, autor da peça.

Brasil de Fato: São Paulo recebe Bienal de Cinema Indígena

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São 57 produções realizadas exclusivamente por indígenas; apresentações ocorrem no CCSP e em CEUs

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A partir do dia 7 de outubro acontece a segunda edição da Bienal de Cinema Indígena São Paulo. São mais de 57 produções cinematográficas feitas por indígenas, que relatam temas como protesto, retomadas de terras tradicionais e a vida dos indígenas no Brasil.

Outras produções como programas televisivos e animações fazem parte da coleção. São dezenas de coletivos e realizadores que pertencem a alguns dos 305 povos originários no Brasil.


As exibições ocorrem no Centro de Cultura de São Paulo (CCSP) e, a partir do dia 10, nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) espalhados pela capital. Estão confirmadas sessões nas unidades Alto Alegre, Aricanduva, Butantã, Casa Blanca, Inácio Monteiro, Parque Anhanguera, Parque Bristol, Pera Marmelo e Vila Atlântica.

Na abertura do evento, no dia 7 às 16h, acontecerá uma apresentação de um coral de crianças guarani e uma roda de conversa com a participação de Ailton Krenakm, idealizador da Aldeia SP e sessões de exibição do filme convidado O Abraço da Serpente (2015), de Ciro Guerra.

O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, o documentarista Vincent Carelli e o ambientalista João Augusto Fortes às 20h, também estarão presentes. 

A afirmação da coletividade é urgente para os produtores indígenas que acreditam mais na cooperação do que na competição. Por esta razão, aliás, coletivos dos Guarani Kaiowá não participam de festivais de cinema tradicionais. Outro ponto importante, é a presença de produções femininas, com protagonismo na direção e elenco dos 11 filmes produzidos por mulheres.  

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O que: Bienal de Cinema Indígena

Quando: de 7 a 12 de outubro

Onde: Centro de Cultura de São Paulo (CCSP - rua Vergueiro, 1.000) e Centro Educacionais Unificados (CEUs)

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Com informações do site Outras Palavras e o Brasil de Fato.

A energia para continuar a lutar

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Aquarius.

Apesar do revanchismo político com gosto de vingança infantil, Aquarius já pode prescindir da benção de um Oscar. Ganhou prêmios nos festivais de Amsterdã, no Transatlantyk, da Polônia, em Lima, no Peru e em Sidney, na Austrália. Fez furor na Europa e esta semana está sendo mostrado no Festival de Cinema de Toronto – isto, por enquanto.

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Quando um evento gera imensa expectativa antes de se concretizar, é frequente a decepção quando ele acontece. O objeto da espera invade a imaginação dos que aguardam  e inflaciona, na fantasia, a versão do acontecimento. Perde-se a dimensão do real. A data da partida, o dia da chegada, a noite da grande festa, do encontro decisivo. Da estreia de um filme muito badalado.

Não é o caso de Aquarius, cujo autor, de 48 anos, é um dos mais competentes cineastas brasileiros da sua geração, o pernambucano Kléber Mendonça Filho, de Recife, de formação jornalística. Aquarius não desaponta. Pelo contrário. Eletriza milhares de espectadores e é consagrado, durante e no final das sessões dos cinemas onde é exibido, como ocorreu no último fim de semana.

Depois de quatro meses aguardando para estrear no Brasil, desde o histórico fora-temer da sua equipe, nas escadarias do Festival de Cinema de Cannes, em maio passado, o filme protagonizado por Sonia Braga atinge uma marca rara de bilheteria - duzentos mil espectadores nos seus dez primeiros dias; sessões lotadas, calorosos aplausos e gritos de protesto das plateias contra o mordomo e o golpe de estado.


Aquarius se firma além da sua dimensão estritamente cinematográfica, que é admirável, e se torna um filme/ícone. É o totem da resistência permanente dos brasileiros contra o esbulho dos meliantes usurpadores do governo e da energia da qual precisamos para botá-los para fora.

Neste começo de carreira a sua trajetória é notável embora acabe de ter sido golpeado pelo governo através de uma comissão, sem representatividade e sem ética (um dos membros é daquela crítica mal cheirosa do não-vi-e-não-gostei de certos filmes), que tradicionalmente aponta as produções brasileiras a serem escolhidos por Hollywood como candidatas ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Apesar do revanchismo político com gosto de vingança infantil, Aquarius já pode prescindir da benção de um Oscar. Ganhou prêmios nos festivais de Amsterdã, no Transatlantyk, da Polônia, em Lima, no Peru e em Sidney, na Austrália. Fez furor na Europa e esta semana está sendo mostrado no Festival de Cinema de Toronto – isto, por enquanto.

Os 25 melhores filmes do século XXI

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Uma seleção feita pela BBC Mundo elencou os 25 melhores filmes dos Estados Unidos do século XXI, segundo críticos do cinema. 

"Mullholland Drive"
Alguns dizem que os filmes de hoje não são tão bons quanto antes. Os editores de cultura da BBC perceberam que essa crença era comum entre os críticos de cinema, quando foram consultadas no ano passado sobre o que foram os 100 melhores filmes americanos de todos os tempos. Destes, apenas seis tinham sido gravados a partir de 2000.

Então, a BBC decidiu pedir este ano para 177 críticos de todo o mundo sobre quais seriam os 100 melhores filmes deste século, que, em sua opinião, irão sobreviver ao longo do tempo.

Cada crítico poderia escolher 10 filmes, resultando em um total de 599, a partir do qual uma lista final foi elaborada. O vencedor foi "Mulholland Drive" (Cidade dos Sonhos), dirigido por David Lynch americano indicado quatro vezes ao Oscar.

O filme, lançado em 2001, arrecadou apenas US$ 5 milhões a mais do que o custo para fazer (US$ 15 milhões), mas conquistou os críticos. "É um sonho de sexo, suicídio e 'silêncio'. É também norte-americano, belo e bizarro, com romantismo, disfunção, crueldade e absurdo", disse Kim Morgan crítica de cinema à BBC.

Ao contrário do que se poderia pensar, apenas dois vencedores do Oscar de melhor filme entrou no top 100. Estes são "No Country for Old Men" (Onde os Fracos Não Têm Vez) classificou como o décimo e "12 Years a Slave" (12 Anos de Escravidão) em 44ª.

Veja a lista:

São Luiz, o templo do cinema pernambucano

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A primeira visita ao Cinema São Luiz foi criança e recém-chegado ao Recife. Quem o levou foi a prima. Vestindo seu paletó, entrou na sessão já iniciada e com o cinema às escuras. Ao acender as luzes, Geraldo pode ver a beleza da decoração, dos vitrais, do mármore e ficou encantado com tudo aquilo. “Guardo essa primeira sessão com muito carinho. Foi uma das viagens mais fortes que fiz dentro de um cinema”, relembra Geraldo Pinho, que é programador do São Luiz desde 2011. As sessões “Bossa Jovem”, que aconteciam aos sábados pela manhã, e as sessões da meia-noite, que traziam grandes sucessos também estão na memória do programador.


Antes de se tornar cinema, o local que abriga o São Luiz era um templo protestante. Havia sido construído em 1838, numa das extremidades da antiga Rua Formosa, atual Avenida Conde da Boa Vista. O Edifício Duarte Coelho é imponente e tem 13 andares, dos quais quatro são ocupados pelo cinema e outros estabelecimentos. A inauguração do São Luiz, com suas instalações requintadas e equipamentos modernos, foi um dos maiores eventos sociais da década de 1950. A sessão inaugural aconteceu no dia 6 de setembro de 1952 e exibiu a produção norte – americana “O Falcão dos Mares”. Para circular pelos corredores luxuosos do maior cinema pernambucano, na época, era precisa estar muito bem vestido.

O Faroeste Vermelho

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A mostra O Faroeste Vermelho exibe 17 filmes de western produzidos na União Soviética, na Ásia Central e na Alemanha Oriental ao longo do século XX. 


A filmografia rara e inédita no Brasil pode ser vista até domingo (17), na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. São 17 filmes produzidos ao longo do século 20 em países do então bloco soviético, com as mesmas características do  western, gênero clássico do cinema norte-americano.

Com a colaboração de Ludmila Cvikova e Melissa van der Schoor, do Festival Internacional de Roterdã, a retrospectiva está organizada em torno das produções soviéticas da Mosfilm, os Indianerfilms da DEFA na Alemanha Oriental, e os longa-metragens da Ásia Central.

Inéditas em mostras no Brasil, entre as películas mais singulares e desconhecidas pelo público, destacam-se “O sol branco do deserto’ (Белое солнце пустыни), 1969, de Vladimir Motyl, que inverte ideologicamente a figura do cowboy do Velho Oeste para o soldado bolchevique do Leste Europeu; “Os Filhos do Grande Urso” (Die Söhne der großen Bärin), 1966, de Josef Mach, que coloca o indígena como protagonista em sua luta contra o avanço imperialista e desenvolvimentista norte-americano; além de “As papoilas vermelhas” do Issyk-Koul (Alye maki Issyk-Kulya), 1971, de Bolotbek Shamshiev; e “A sétima bala” (Sedmaya pulya), 1972, de Ali Khamraev.

Confira a programação completa e como chegar aqui.

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Caixa Cultural/EBC

Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil

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Lançamento Nacional, 07 de Julho.

Uma fazenda no interior do Brasil com tijolos marcados pela suástica revelam um fato assustador: a história de meninos órfãos e negros, vítimas de um projeto criminoso de eugenia. 

Lá, eles eram identificados por números e trabalhavam como escravos. Aluizio Silva, o menino 23, sobreviveu para contar. 





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E ainda há quem afirme que o Brasil não é um país racista.


'Em defesa da família'

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O Museu Nacional de Brasília convida para um Bate-papo seguido da exibição do Curta ‘Em defesa da Família’.

O filme acompanha um lar formado por duas mães e três filhos cujo cotidiano é "invadido" por discursos de intolerância vindos do Congresso Nacional. 

O filme aborda temas como a homofobia e a própria definição de família dentro de um contexto de luta por direitos civis. Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados busca definir o conceito de família como a união entre um homem e uma mulher, "por meio do casamento ou união estável". O chamado Estatuto da Família, aprovado em comissão especial, é uma das ameaças à comunidade LGBT, representada no documentário por Marília e Vanessa.

Casadas há 13 anos, elas são mães de Samuel, Felipe e Mateus. Entre tarefas diárias, piqueniques e eventos escolares, a família precisa lidar com o preconceito que as cerca. Na ótica do filme, discursos de parlamentares que buscam "defender a família brasileira" com palavras e projetos de lei conservadores agridem e criam "monstros inexistentes", segundo a diretora do curta, Daniella Cronemberger. "O que o filme diz é: precisamos focar o olhar nas pessoas. As pessoas são mais importantes, o amor é mais importante", diz ela.

O curta foi produzido pela produtora brasiliense Olho de Gato Filmes, com verba arrecadada, em parte, via financiamento coletivo na internet. Mais de 300 pessoas doaram cerca de R$ 38 mil.

A produção de Brasília entrou na programação do Short Film Corner, espaço do Festival de Cannes. que aconteceu em maio.

- Quando e onde: Museu da República, Esplanada dos Ministérios.
- Dia 21/6, Terça, 19 horas.

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"Trago Comigo"

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O longa-metragem "Trago Comigo" estreia nesta quinta-feira, dia 16 de junho.

Uma produção da Pandora Filmes, traz à discussão memórias sobre a ditadura civil-militar que assolou o país por tantos anos. Na estreia, um debate traz o momento atual à luz do período que maltratou tanto o país.

Eugênia Augusta Gonzaga, procuradora do MPF em São Paulo, debate com Tata Amaral, a diretora do longa.

“Não esqueçamos que o Brasil é um país que, ao contrário da Argentina e do Chile, por exemplo, nunca puniu os crimes de tortura. Em diferentes níveis, até hoje a sociedade brasileira aceita que se pratique a tortura”, disse Tata, explicando assim a necessidade e ótima oportunidade para um debate aberto ao público na estreia do filme. 

A sessão das 20h20, no Caixa Belas Artes, será seguida desta conversa-debate entre Tata e Eugênia Gonzaga, que é Procuradora Regional da República e Presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. A mediação será feita por Reinaldo Cardenuto, doutor em Ciências pela ECA-USP.

O convite feito à Eugênia tem tempo e tem espaço. Eugênia é uma das autoras do pedido de cassação do mandato do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), por quebra de decoro parlamentar por apologia a autor de crime, ao homenagear o torturador da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra.

“O filme joga luz no desconhecimento dos jovens sobre o que foi a ditadura no País. Esse conteúdo que criamos para o lançamento foi editado a partir de relatos reais, pois queremos sensibilizar a população para olhar de novo essa ferida ainda aberta”, diz Tata Amaral.

“Trago Comigo” conta a história de Telmo (Carlos Alberto Riccelli), um diretor de teatro que resolve resgatar uma história de amor que viveu na juventude e acaba por encenar no teatro a tortura que sofreu durante a ditadura no Brasil. O elenco da peça é formado por jovens atores que desconhecem o passado do país.

Mais informações: Caixa Belas Artes



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Fonte: GGN, O Jornal de todos Brasis

O Outro Lado do Paraíso

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A política pelo olhar de uma criança.

Em 1963, quando o Brasil vivia uma turbulência política que culminaria com o golpe, Antonio Trindade (Eduardo Moscovis) se encantou com as propostas de reforma do presidente João Goulart e saiu em busca da terra bíblica de Evilath, o paraíso na terra. Com a promessa de que a construção de Brasília possibilitaria uma vida melhor, com trabalho e dignidade, Antonio saiu de Minas Gerais com a mulher, Nancy Emediato (Simone Iliescu), e os três filhos para tentar a sorte e realizar o sonho de, finalmente, viver bem.

Esta é a trama de O Outro Lado do Paraíso, filme de André Ristum que estreia nesta quinta-feira (2) nos cinemas. Baseado no livro homônimo e autobiográfico do jornalista mineiro Luiz Fernando Emediato, a história é narrada por Nando (Davi Galdeano), o filho de 12 anos que é obrigado a acompanhar os pais nesta aventura. Cheio de amor, admiração, orgulho e, muitas vezes, tristeza, o menino relata a busca alucinada do pai por um futuro melhor, os laços de solidariedade que se costuraram entre os trabalhadores e dentro da comunidade de Taguatinga, onde moraram.

Antes de decidir que se mudariam para a capital nacional, Antonio Trindade vivia na estrada à procura de trabalho, e sua mulher se sentia muito solitária. Em Brasília, Nancy tem a impressão que, enfim, tinha encontrado seu porto seguro, um lugar seguro que traria tranquilidade para toda a sua família. A vida ali seria simples porém feliz, onde sempre poderiam contar com a ajuda dos vizinhos, da igreja e dos companheiros de trabalho de Antonio.

A filha adolescente, Suely (Camila Márdila, de Que Horas Ela Volta) logo se apaixonou por Ricardo (Iuri Saraiva), um jovem soldado que se encantou pela moça. Já Nando, ainda contrariado com a mudança, continuava a sofrer a ausência de seu primeiro amor, que havia deixado em Minas. Mas quando o menino conhece Iara (Maju Souza), filha de sua professora Iolanda (Adriana Lodi), sua vida também começa a ganhar outras cores. Brota no garoto dois novos amores: a paixão pelos livros e pela atrevida Iara. É exatamente aí que nasce seu desejo (futuramente realizado) de tornar-se escritor.



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