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Algumas curiosidades sobre eleições: Final

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Apreciador de comícios (muitos eram divertidos), coisa que praticamente deixou de existir durante a ditadura e voltaram depois, vi perderem a força com as campanhas televisivas, a não ser nas eleições municipais em cidades sem emissoras de TV. Passou-se a ignorar programas partidários, ideologias, ética, tudo, para ganhar uns minutos televisivos.

Agora, continua a briga por “minutos de TV”, e continua-se também a colocar no mesmo saco todo tipo de gente. Continuam não valendo questões éticas, programáticas ou ideológicas.

Mas tudo isso deve ser superado pelas campanhas em “mídias sociais” cheias de notícias falsas.
Acantonados em seus mocós, os políticos não precisarão mais mostrar a cara nas praças, fazer comícios, ter que encarar o eleitorado. Escapam, por exemplo, do bêbado de comício.

Já escrevi sobre bêbado de comício: ele fala alto durante os discursos, faz piada sobre as falas dos candidatos, desmente informações que eles dão, duvida da honestidade deles e das promessas que eles fazem.

Ulysses Guimarães dizia que o mais chato dos chatos era o bêbado de comício. Já Miguel Arrais, media a popularidade dos candidatos pela presença de bêbados e malucos em comícios. “Para ganhar”, dizia ele, “tem que ter bêbado e maluco no comício”.

Muitos mineiros concordavam com ele. Diziam: “Se o seu comício não tiver bêbado nem maluco, demonstra que você não tem prestígio”. Existe até um ditado sobre isso: “Não tem campanha sem comício nem comício sem bêbado”.

Isso parece ter se esgotado. Nas próximas eleições teremos provavelmente campanhas sem comícios. E daí já não vale também a ideia de que não tem comício sem bêbado.

Bem… A direita parece ter muito mais competência que a esquerda para manipular informações via mídias sociais, generalizar opiniões imbecis em cima dessas informações, influenciar ideias, movimentos e eleições.

Pode ser que meu pessimismo seja superado, não sei. Nossas esperanças podem variar conforme os acontecimentos. Eu mesmo já escrevi frases mais ou menos “positivas” e outras muito “negativas” sobre eleições. Lá pelo fim do século passado, escrevi algo talvez possa repetir agora: “Chega de intermediários: Satanás para presidente.

E já brinquei com certos candidatos: “Urna funerária, para o político perdedor, é aquela em que ele não tem nenhum voto (ou quase nenhum). Cada urna dessas representa a morte para ele”.

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Mouzar Benedito é jornalista. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). É autor de vários publicados pela Boitempo, onde colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças. 

É por isso que a Globo Patina

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Se ATACAR FORTE, perde DINHEIRO.

Se DEFENDER demais, perde a CREDIBILIDADE, que já anda ESCASSA.

Assim, de passo em passo, vai no DESCOMPASSO apoiando os sucessivos Golpes, não importando as suas CONFIGURAÇÕES:

- Foi assim em 1964, no Golpe Militar,

- Assim foi em 2014 no Golpe "Civil Judiciário".

E agora não sabe o que fazer em relação as Eleições de 2018?

Sabe sim: Você é que não sabe, nem supõe saber, do que o PIG é capaz de fazer para continuar MAMANDO nas TETAS DOS COFRES PÚBLICOS, em nome da chamada FRÁGIL DEMOCRACIA BRASILEIRA.

E para se justificar, junto com a QUADRILHA DO PLANALTO, inventou um tal de "loucate" de empresários, quando se viu encurralada pelos caminhoneiros.

PLIN PLIN!

Total embolsado até agora: R$ 463.772.474.690,91



A Esquerda é Violenta

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PRESENTE!

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Marielle Franco e Nadir Kfouri: separadas pelo tempo, unidas pela História.

A ex-reitora da PUC-SP, que enfrentou a ditadura civil-militar, foi homenageada com a vereadora carioca, executada há quase um mês. Ambas dedicaram a vida à democracia. Homenagem no Tucarena teve tom de resistência diante do grave momento político do Brasil.

São Paulo – Dois banners são colocados no histórico palco do Tucarena, anfiteatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Lado a lado, as imagens de Nadir Kfouri e Marielle Franco, duas mulheres que apesar de nunca terem se conhecido, a história se encarregou de unir na noite desta terça-feira (10).

Nadir Kfouri (1913-2011), primeira mulher do mundo a tornar-se reitora de uma universidade católica, entrou para a história do Brasil pela postura firme com que defendeu a universidade durante a invasão policial de 1977, em plena ditadura civil-militar, na noite em que jovens se reuniram para tentar efetivar a reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE). Diante do então temido secretário de Segurança Pública de São Paulo, coronel Erasmo Dias, dona Nadir, como era conhecida, se negou a cumprimentá-lo. “Não dou a mão a assassinos”, disse, e virou-lhe as costas.

Planejado em 2017, o ato no Tucarena tinha o objetivo inicial de conceder a Nadir Kfouri o título de cidadã paulistana post mortem, homenagem idealizada pelo mandato da vereadora-suplente Isa Penna e do vereador Toninho Vespoli, ambos do Psol. A trágica execução da vereadora carioca Marielle Franco, no último dia 14 de março, alterou o rumo da solenidade. Diante do choque da morte da companheira de partido, os organizadores da homenagem à ex-reitora da PUC-SP decidiram unir, no mesmo ato, estas duas mulheres defensoras intransigentes da democracia.

“Duas grandes brasileiras. Uma viveu quase 100 anos, a outra foi executada antes dos 40. De Nadir Kfouri temos um passado que fazemos questão de honrar. De Marielle Franco temos o futuro que ela não viveu, mas que nós temos a obrigação de levar como bandeira”, afirmou o jornalista Juca Kfouri, sobrinho da ex-reitora da PUC e apresentador do programa Entre Vistas, da TVT. Primeiro a discursar na solenidade, ele lembrou de Dom Paulo Evaristo Arns, e disse sentir saudade do amigo neste momento grave da democracia brasileira, “golpeada por todos os lados”.

ENTRE HAMBÚRGUERES E GENTE DE VERDADE

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Vamos aos fatos: ontem entrevistamos cerca de 5000 mil pessoas para 70 vagas de emprego.

E o porquê fizemos isso ao invés de pedir para enviar por email?

Simples: 80% dos e-mails que chegavam, não tinham nenhuma experiência ou pouquíssima instrução. 


Com quase nenhum detalhe, currículos simples de pessoas que precisam de uma oportunidade.

Se levassemos em conta apenas os currículos enviados por email, contratariamos apenas quem tem experiência ou qualificações.

E esse nunca foi o nosso intuito.
Contratamos pessoas que enviaram email sim, mas nosso objetivo sempre foi quem não tem oportunidade de trabalhar exatamente por não ter qualificação e experiência.
Por esse motivo ficamos mais de 15 horas entrevistando e atendemos todos os que foram levar seu currículo.

Do rapazinho que fez em uma folha de caderno por não ter dinheiro para imprimir seu currículo, à senhora que se encontra há 5 anos sem trabalhar porque segundo ela, ninguém a contrata porque perdeu os dentes.

Todos foram entrevistados.
Poderíamos fazer uma mega entrevista com cada um? Sim.
Mas me diga, será que todos ali teriam condições emocionais de passar por um processo seletivo de dias, com provas, dinâmicas e afins?
Aonde apenas os ” melhores” passariam.
Não queremos os melhores, eu quero gente de verdade.

Gay, lésbicas, ex presidiários, idosos , gordinhos, altos, baixos todo mundo é igual e bem vindo aqui.
Deprimente é entrevistar uma menina simpática e linda, que começou a chorar porque não consegue seu primeiro emprego porque segundo ela: falaram que ela é “gorda demais para usar o uniforme da empresa”.

Esse é o mundo corporativo babaca que não quero e não serei.
O sorriso no rosto foi para cada pessoa do início ao fim, cara a cara com os responsáveis da empresa.
Seria mais fácil ter terceirizado para um RH fazer esse processo e só ter os candidatos com o perfil que definimos.

Mas nós não somos assim e se Deus permitir nunca seremos.
Não podemos mudar o mundo, mas 70 realidades vamos sim.

Quer ficar indignado?
Fique com os políticos que vocês escolheram, um aeroporto de ridículos 15 anos para se entregue, com um rombo de mais de 43 milhões.

Para o pastor Ariovaldo Ramos, a mídia brasileira é uma 'escola de fake news'

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Integrante de comunidade evangélica defende Estado laico e critica uso da religião como instrumento para “ganhos particulares”. Ele vê o racismo como “a maior agressão que se pode fazer a Deus”.

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O pastor evangélico Ariovaldo Ramos, convidado de Juca Kfouri no programa Entre Vistas, às 21h desta terça-feira (3), na TVT, é voz pouco usual no meio religioso televisivo. Aliás, Ariovaldo é absolutamente contrário a que instituições religiosas usufruam de concessões de rádio ou televisão. “Uma concessão pública, como a que a Record tem, me parece que só é possível numa perda total da noção da laicidade do Estado”, diz, lembrando que cabe ao Estado a outorga de concessões.

“Todos os meios de comunicação precisam construir um código de ética, baseado na laicidade do Estado e no direito que o cidadão tem à informação”, ensina o pastor. Com a simplicidade de uma tese só, o religioso acerta em três alvos.

Ariovaldo, Juca Kfouri, Juliana Gonçalves e a mãe de santo Graça de Oyá

Nos fundamentalistas que abundam na mídia, usando-a como meio de convencimento de que sua religião ou tese política é melhor do que as outras. Em políticos e funcionários públicos que se escoram em suposta religiosidade para fazer com que o Estado (poderes executivos, legislativos e judiciários) interfira em leis ou na vida das pessoas. E na imprensa comercial, que desvirtua o direito dos cidadãos à informação.

“A mídia brasileira tem feito escola no sentido de adulterar a verdade e a construir narrativas factoides. Um dia ainda vão estudar a mídia brasileira e ela ainda vai ser apontada com a escola das fake news. Porque é assustador”, diz o teólogo, escritor e conferencista, cada vez mais requisitado por suas posições humanistas. “Você não pode usar o poder para provocar julgamentos. A comunicação é um poder, a informação é um poder.”

Ariovaldo Ramos é integrante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. E considera que o “movimento golpista” iniciado em 2015 tem ferido de morte a democracia brasileira. Para ele, a mídia tem muito a ver com isso.

Conheça plataformas gratuitas de filmes para 'fugir' da Netflix

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Plataformas independentes de vídeos reúnem filmes que tiveram os direitos autorais cedidos para livre-exibição

São Paulo – Após a insatisfação criada pela recém-lançada série O Mecanismo, que escancara uma tentativa de manipulação dos fatos históricos, cresce o movimento para se buscar alternativas àquela plataforma para o streaming de filmes, séries e documentários. Uma rápida busca pela internet oferece diversos resultados – gratuitos – para todos os gostos. Confira algumas:

Libreflix

A Libreflix, criada em outubro de 2017, é uma plataforma brasileira de vídeo que oferece longas, curtas-metragens e séries, de documentários e ficção, para serem assistidos online gratuitamente. "Aberta" e "colaborativa", a plataforma de streaming reúne produções audiovisuais independentes que "fazem pensar", segundo descrevem os criadores. 

Em meio às obras que tiveram seus direitos autorais cedidos – que os produtores classificam como "livre-exibição" – , o usuário encontra, por exemplo, documentários que abordam temas ligados ao combate ao racismo, sobre o poder das grandes corporações, o fim da privacidade e a luta por uma internet livre, o poder da mídia ou ainda sobre o uso sem controle de veneno nas lavouras do agronegócio, além de títulos conhecidos como Human - O que faz de nós humanos?, Quebrando o Tabu e Zeitgeist. 

Entre os filmes ficcionais, destaque para o clássico Metrópolis, – do cineastra austríaco Fritz Lang, uma das obras fundamentais da ficção científica – e o nacional Antes que Ela Vá, que conta a história de um jovem casal prestes a se separar, porque ela planeja estudar em Paris. 
Há ainda a badalada série brasileira de ficção científica 3%, que conta a história de jovens que ao completar 20 anos disputam uma vaga em um "novo mundo" livre de privações, além dos episódios de Castelo Rá-Tim-Bum.

Butter

Intervozes: Seus Dados São Você

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Todos os dias, ao fazer pesquisas na internet, compras, usar aplicativos, preencher cadastros de serviços e até utilizar o transporte público, geramos e compartilhamos centena de milhares de dados pessoais. Você sabe o que é feito com estes dados? Concorda em ser discriminado/a a partir do que faz nas redes sociais ou dos conteúdos que visita, produz e compartilha na Internet? Considera válido que empresas vendam as informações que você confiou somente a elas? Acha normal que usem seus dados para fins que você não consentiu? Você se sente seguro sem ter qualquer proteção legal ou a quem recorrer em caso de usos ilegais ou abusos?

Preocupadas com essas questões, entidades da sociedade civil, organizações de defesa do consumidor, pesquisadoras e pesquisadores reunidos na Coalizão Direitos na Rede lançam a campanha Seus Dados São Você: liberdade, proteção e regulação.

A campanha quer alertar as cidadãs e os cidadãos para os riscos do uso feito por empresas e instituições públicas das informações pessoais e chamar sua atenção para a necessidade da aprovação de uma lei que garanta a proteção dos dados pessoais das brasileiras e brasileiros. O tema já está em discussão no Congresso Nacional através de alguns projetos de lei. A Câmara dos Deputados criou uma comissão especial voltada a analisar o PL 5276/2016. A proposta já foi amplamente discutida em consultas públicas ao longo de 2015 e 2016 e agora vem novamente motivando diversos debates.

O que está em jogo?

Os dados pessoais são chamados de “novo petróleo” da economia mundial por serem um recurso valiosíssimo. É como no dito popular: não há almoço grátis. E neste caso, a oferta aparentemente gratuita de diversas tecnologias importantes no nosso dia-a-dia (como o acesso a websites, redes sociais e outros tipos de aplicativos) é estimulada pela busca desse recurso. Para manter este tipo de negócios, é de interesse das empresas coletar o máximo de informações pessoais e fazer o que quiser com elas.



A National Geographic buscou marcas de racismo em seu passado. O que encontrou?

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Capa de Abril 2018 - Nexus
A revista americana convidou um historiador para analisar criticamente o conteúdo publicado por ela desde sua criação em 1888 Não é difícil reconhecer uma capa de revista da National Geographic. 

Como é de praxe, há bordas amarelas enquadrando uma foto marcante. Nas páginas internas, relatos e imagens de lugares incríveis do mundo, por vezes retratando uma cultura desconhecida da maior parte do seu público leitor, urbano e ocidental. Há 130 anos a revista, com sede na capital federal dos Estados Unidos, cumpre essa tarefa: a de apresentar o mundo a seus leitores. O modo como isso foi feito no passado para o país – de histórico escravocrata até o século 19 e segregacionista até meados do século 20 –, no entanto, está sendo alvo de escrutínio pela própria revista na sua edição de abril, que marca os 50 anos da morte do ativista que é símbolo da luta por direitos civis, Martin Luther King Jr. e, por isso, o início de uma série de reportagens da revista sobre raça e racismo que se estenderão até o fim do ano.

Para isso, a revista convidou um professor de história e fotografia africana da Universidade de Virginia chamado John Edwin Mason. Seu objetivo era apontar todos os traços de racismo presentes nas edições da revista diante do contexto histórico em que se deram. À frente da iniciativa está a atual editora da National Geographic, Susan Goldberg. Embora seja a 10ª a ocupar o cargo desde a criação da revista em 1888 pela Sociedade Nacional de Geografia americana, a jornalista é a primeira mulher e a primeira judia no posto. “Dois grupos que também foram discriminados por aqui”, escreveu ela no editorial desta edição especial, intitulado “Por décadas, nossa cobertura foi racista. Para superar nosso passado, precisamos reconhecer isso” - em tradução livre. 

“Dói compartilhar tais reportagens terríveis feitas no passado pela revista. Mas quando decidimos dedicar nossa edição de abril ao tema da raça, pensamos que deveríamos examinar nossa própria história antes de dedicar nosso olhar jornalístico a outras”. 
(Susan Goldeberg Editora da National Geographic)

Selvagens, burros e clichês

De acordo com o professor John Edwin Mason, pelo menos até a década de 1970, a revista reproduziu em texto e imagens “uma hierarquia racial com pessoas pretas e pardas na base, e pessoas brancas no topo”. “A fotografia, como as matérias, não simplesmente enfatizavam a diferença, mas tornavam a diferença algo muito exótico, estranho, e a manifestava como algo hierárquico”, disse o historiador à rádio NPR. “O que Mason descobriu em resumo é que até 1970, a National Geographic ignorou as pessoas negras que viviam nos EUA e raramente as reconheceu como algo além de trabalhadores ou empregados domésticos”, disse Goldberg.

Leia a matéria completa no site de origem: 

O presente de Sofia

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​Hoje faz 26 anos que Alceni Guerra foi indiciado por prevaricação no chamado "Escândalo das Bicicletas". Um caso de pre-julgamento midiático que destruiu não só a imagem pública do ex-ministro da saúde, mas criou sérios problemas para seu filho que na época tinha apenas 12 anos.

A denúncia foi feita pelo Correio Brasiliense, que em letras garrafais publicou: "Saúde compra 22 mil bicicletas superfaturadas." As bicicletas, compradas numa licitação, seriam utilizadas como transporte de agentes comunitários no combate a epidemia de cólera que se alastrava pelo país.

Como uma bola de neve as denúncias foram crescendo em reportagens feitas pelos grandes veículos de comunicação, culminando com uma foto de primeira pagina em um jornalão do Rio mostrando o ministro andando de bicicleta com seu filho Guilherme. A foto vinha acompanhada das manchetes: "Devassa geral na Saúde começa hoje", "Ministro diz que não pede demissão".

No dia seguinte o jornal publica uma charge que entraria para a história da imprensa escrita, Alceni guiando uma bicicleta dupla e seu filho atrás com uma tarja preta nos olhos como se ele fosse um delinquente.


O ministro foi exonerado do cargo, e uma semana depois, no Dia dos Pais Alceni chegou à escola da filha, Ana Sofia, então com 4 anos, e teve um choque: a menina carregava um cartaz com as mais pesadas acusações publicadas contra Alceni na imprensa. Era o "presente" de Sofia, preparado pelas próprias professoras do colégio.

O Samba da Volta do JB

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O Jornal do Brasil voltou, e o de amanhã já vai pras bancas.

Três dias depois de sua morte, Jesus Cristo, cumprindo a promessa, voltou. Após ressuscitar, subiu aos céus, anunciando que retornaria. E nós, com fé, aguardamos. Os Tribalistas voltaram no ano passado, 15 anos depois do primeiro e único álbum de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown. A banda Led Zeppelin também ressurgiu das cinzas, após seu fim em 1980, e mais de 20 milhões de pessoas se inscreveram para concorrer aos ingressos de seu último show em 2007. O gato cantor Felipe Dylon voltou! Desde o hit A Musa do Verão, de 2007, à nova Vai Ver o Sol Nascer, com que pretende voltar a bombar na meca musical. Silvio Caldas, o cantor famoso das serenatas, que JK adorava escutar, anunciou várias vezes o fim da carreira, e não conseguia parar. O mesmo acontecia com a cantora Elizeth Cardoso, a divina. Anunciava o último show e, em seguida, vinha o show do próximo anúncio. Para alegria dos fãs, estavam permanentemente de volta.

Agora, o exemplo mais expressivo de volta bem-sucedida foi o de Frank Sinatra. Depois de fase péssima, com baixas vendas de discos e plateias pela metade, anunciou a aposentadoria aos 56 de idade, com um show em Los Angeles. Mas só conseguiu segurar o gogó por dois anos, voltando glorioso com um dos maiores sucessos de sua carreira, New York/New York, quando então The Voice, como era chamado, viveu fase extraordinária.

Pois é, meus amores, este é o plano: o Jornal do Brasil voltar como Sinatra, ao som da melódica cidade do Rio de Janeiro/Rio de Janeiro, soltando a voz por ela e para ela, a favor dela, e não contra ela, sendo noticioso, e não tendencioso, com um jornalismo independente, empenhado em que o Estado do Rio de Janeiro retome seu natural posto de tambor de ressonância do país, de lançador de tendências, irradiador de alegria, modismos, estilos, sua vocação desde sempre, pelo próprio temperamento contagiante, irreverente e descontraído de seus cidadãos.

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Do Blog da Hildegarde Angel, em 24/02/2018.


Fale Sem Medo

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“A voz das redes: o que elas podem fazer pelo enfrentamento à violência contra a mulher?”.

Que diálogos são possíveis nas plataformas digitais? De que forma a rede e suas plataformas têm dado voz às mulheres vítimas de violência? Essa nova arena de debate têm criado oportunidades de escuta e acolhimento para essas mulheres? Qual é o lugar do ativismo online diante da complexidade estrutural das sociedades contemporâneas? São estas e outras respostas que o Fórum pretende obter.


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O Fórum Fale Sem Medo tem se consolidado, ao longo dos anos, como um dos principais eventos brasileiros para discutir as violências contra as mulheres. Desde a primeira edição, em 2013, se estabeleceu como um espaço importante de diálogo, articulação de atores e apresentação de experiências inovadoras no enfrentamento das violências contra as mulheres.

Como acontece todos os anos, o Fórum contará com a presença de especialistas, pesquisadores, ativistas, representantes da sociedade civil e do poder público (em especial agentes do sistema de justiça e saúde), além de formadores de opinião e personalidades brasileiras e internacionais ligadas aos direitos humanos.

Em sua 5ª edição, o evento abordará os diálogos na internet por meio do tema “A voz das redes: o que elas podem fazer pelo enfrentamento à violência contra a mulher?”. Os debatedores trarão à luz como o ambiente digital têm ajudado a enfrentar as violências contra a mulher e possibilitado a criação de ambientes seguros de acolhimento e cuidado, mas, também, como esse mesmo ambiente tem sido responsável por perpetuar muitas das violências sofridas por elas.

A exemplo do que acontece em todas as edições do Fórum, também em 2018, o debate partirá dos dados de uma pesquisa exclusiva do Instituto Avon sobre o tema. Com o título “A voz das redes: o que elas podem fazer pelo enfrentamento à violência contra a mulher”, a pesquisa do Instituto Avon, em parceria com a Folks Netnográfica, busca identificar os desafios e possibilidades das discussões em ambiente digital, bem como apontar caminhos para aumentar o engajamento das pessoas na causa.

O evento tem confirmada a participação do canadense Adam Kahane, referência internacional na construção e implementação de soluções para desafios complexos. Também estarão presentes a modelo e embaixadora do Instituto Avon, Luiza Brunet, a curadora do blog #AgoraÉQueSãoElas e ativista, Alessandra Orofino, a youtuber Nátaly Neri e diversos outros convidados.

Realizado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no Centro Cultural São Paulo, o Fórum Fale sem Medo terá entrada livre e gratuita.

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Mais informações no site do Instituto Avon

Sobre as lendas sociais que perdoam o assédio

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Pagú, 1920, RJ - Wikipédia
A mais usada e visada: “Homem não se controla”.

Denúncias de assédio sexual feitas por mulheres tomaram o debate nos últimos meses. Desde o caso Harvey Weinstein, em Hollywood, e ainda os episódios de abuso no transporte público, no Brasil, parece não haver outro assunto que toque tanto as mulheres e alcance tantas.

Porém, a primeira semana de 2018 trouxe respostas inesperadas para o grito de basta das vítimas: Catherine Deneuve e mais 99 francesas assinaram uma espécie de manifesto a favor da “liberdade de incomodar” como algo “indispensável para a liberdade sexual”, enquanto por aqui, um texto de Danuza Leão, publicado pelo jornal “O Globo”, dizia que “toda mulher deveria ser assediada, pelo menos, três vezes por semana para ser feliz”.

Os posicionamentos incomodaram feministas, ainda mais por terem partido de mulheres, e levantaram questionamentos sobre a naturalidade permissiva do assédio. “É apenas instinto masculino”, “homem é assim mesmo, não se controla”, “Já dizia minha avó: prendam suas cabras porque meu bode está solto”, “Mulher gosta mesmo é de ser cantada” são apenas algumas das máximas difundidas nas redes.

Mas, afinal, de onde vêm essas lendas sociais que insistem em justificar o assédio? E mais: por que as reproduzimos para perdoar casos de abusos?

Heloísa Buarque de Almeida, professora de antropologia da USP (Universidade de São Paulo) e parte da Rede Não Cala USP (de professoras pelo fim da violência sexual e de gênero na universidade), responde essas perguntas e ainda fala sobre gênero e violência sexual no Brasil. Ela conversou com o UOL.

UOL: Sobre as lendas sociais que cercam os gêneros feminino e masculino, por exemplo, a de que homens não se controlam: de onde elas vêm?

Heloísa: Assédio não tem a ver apenas com gênero, mas também com concepções de sexualidade. Durante muito tempo, foi naturalizado, no Brasil, o fato de os homens se comportarem como predadores sexuais, e isso seria positivo, um sinal de masculinidade, de virilidade e de força. Essas lendas vêm dessa naturalização.


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“Vá pra Cuba que te pariu”!

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Vociferou um senhor alto, que vestia-se com uma calça verde oliva do exército e com uma camiseta branca de mangas longas, com letras garrafais que formavam a frase: BOLSONARO PRESIDENTE!

Respondi de supetão, que não fui parido por Cuba! Na verdade, nasci em águas internacionais, mais precisamente entre os Estados Unidos e as Ilhas Cook. Contudo, seu eu tivesse sido parido por Cuba não me incomodaria, sabe?

Não acharia ruim, desde que tivesse recebido o mesmo talento de Glória Magadan, que sequer era socialista, e foi a maior novelista de todos os tempos. Magadan, ou a feiticeira, como era conhecida, trabalhou na TV Tupi e na Rede Globo. Aliás, Glória Magadan foi a responsável por estruturar o núcleo de telenovelas da emissora da família Marinho. 

A feiticeira teve como sua assistente e aprendiz, Janete Clair, a maior escritora brasileira de telenovelas da história; autora de Irmãos Coragem e Selva de Pedra.

Clair aprendeu, com a cubana Magadan, a arte de escrever e produzir folhetins e sua obra foi eternizada na memória nacional.

Janete Clair, por sua vez, casou-se com Dias Gomes, um formidável dramaturgo, que talvez por influência da esposa, aprendeu a escrever telenovelas e, assim, transformou-se em um dos grandes escritores do gênero. Suas principais novelas foram: O Bem-Amado (primeira novela exibida em cores no Brasil), e Saramandaia, que foi refilmada em 2013. Dias Gomes que não foi parido por Cuba, mas era comunista, ajudou com seu trabalho a enriquecer a capitalista Rede Globo.

Por fim, eu também não me incomodaria em viver em Cuba se recebesse a mesma formação educacional e literária de Leonardo Padura, um genial escritor contemporâneo, autor, dentre outros títulos, do premiado romance - O Homem que Amava os Cachorros, publicado no Brasil pela Boitempo editorial.

Padura, atualmente, escreve para Folha de São Paulo, da família Frias. A mesma Folha que apoiou o golpe burguês militar de 1964, e que não satisfeita com seu “equívoco histórico” apoiou, também, o golpe de 2016.

O senhor olhou-me com espanto e ar de dúvida e bramiu:

“Bolsonaro Presidente”!

- Pobre coitado...

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Vamos voltar para cuidar do povo brasileiro, afirma Lula

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"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante discurso no Ato em Defesa da Democracia, realizado nesta quarta-feira (24) na Praça da República, em São Paulo, que a elite golpista brasileira pode se preparar porque “a esquerda vai voltar ao poder para cuidar do povo brasileiro”. Diante da multidão que lotou a praça, Lula ressaltou ainda que seus apoiadores não devem se preocupar com o resultado do julgamento no TRF4, que manteve a condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro, mas sim “com os 210 milhões de brasileiros que sofrem no País desde o golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff".

“Nossos inimigos dizem:
A luta terminou.
Mas nós dizemos:
Ela começou.

Nossos inimigos dizem:
A verdade está liquidada.
Más nós dizemos:
Nós a sabemos ainda.

Nossos inimigos dizem:
Mesmo que ainda se conheça a verdade
Ela não pode mais ser divulgada.
Mas nós a divulgamos.
É a véspera da batalha.
É a preparação de nossos quadros.
É o estudo do plano de luta.
É um dia antes da queda
De nossos inimigos.”

(Bertolt Brecht)

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Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior

Veja bem... Aí, tem!

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JBS Depositou dinheiro na conta pessoal de Gilmar Mendes.

É o que revelará a revista Veja deste final de semana.

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O ministro Gilmar Mendes, há quinze anos no Supremo Tribunal Federal (STF), é um homem de posses muito além de seu salário de R$ 33.700 reais, por mês. 

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Uma de suas principais fontes de renda é o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual é sócio junto com seu filho Francisco Schertel Mendes, de 34 anos. 

O IDP, além de uma fonte de receita, passou a ser uma fonte de dor de cabeça para o ministro, depois que veio a público o caso da JBS e das traficâncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Isso porque, nos últimos dois anos, Gilmar e Joesley mantiveram uma parceria comercial e uma convivência amigável, a ponto de se visitarem em Brasília e São Paulo, trocarem favores, compartilharem certezas e incertezas jurídicas e tocarem projetos comuns. 

De 2016 a junho deste ano, a JBS transferiu 2,1 milhões de reais para o IDP em patrocínios que nem sempre foram públicos. Os valores de patrocínios de empresas iam parar, por vezes, na conta pessoal de Gilmar Mendes.

É o que revela uma das mensagens obtidas por VEJA, que na edição desta semana traz mais detalhes sobre a relação entre o juiz e o empresário.

Então, está explicado o comportamento do Gilmar durante todo o processo que envolveu a JBS no STF no ar de mistério durante a visita na calada da noite, ao TEMER, no Palácio do Jaburu.

- Detesto ter que admitir: Mas, esta semana lerei a revista...

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Do DCM e outras fontes.

Aa maior figura da Igreja no século 20

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É Dom Paulo Evaristo Arns foi, diz biógrafa.

Um ano após morte do arcebispo, livro lembra trajetória do religioso que salvou diversas vidas durante ditadura militar.

No dia 14 de dezembro é lembrado um ano da morte do arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), que ficou conhecido como "homem do povo". Ele foi de extrema importância na resistência contra violações de direitos humanos e na ajuda aos presos políticos e perseguidos na Ditadura Militar brasileira  (1964-1985).

A história de lutas do arcebispo inspirou as jornalistas Evanize Sidow e Marilda Ferri a escreverem uma biografia sobre ele quando ainda estavam na faculdade, em 1999. Intitulado "Dom Paulo, um homem amado e perseguido", o livro traça a trajetória de Dom Paulo, como conta Sidow: "Hoje talvez a gente ainda não tenha essa noção do quanto Dom Paulo foi importante e do quanto a nossa democracia hoje deve a ele. Ele realmente é uma personalidade fundamental da Igreja no século 20, talvez o maior de todos os personagens na América Latina".

Dom Paulo ingressou na Ordem Franciscana em 1939, foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos de 1960 e 1970. Sua vida foi dedicada aos mais pobres e à Justiça.

Dom Paulo Evaristo Arns, durante homenagem, no ano passado, no TUCA, em São Paulo

Quem controla a mídia e a sua vida, no no Brasil?

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Cinco grupos controlam 50% dos principais veículos de mídia do país, diz relatório.

Cinco grupos controlam metade dos 50 veículos de comunicação com maior audiência no Brasil, segundo o relatório divulgado pelo projeto Monitoramento da Propriedade da Mídia (Media Ownership Monitor ou MOM), ferramenta de mapeamento criada e implementada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), ONG internacional de direitos humanos, e financiada pelo governo da Alemanha. O MOM é um banco de dados que contém detalhes sobre os proprietários dos maiores veículos e grupos de mídia, além de suas relações políticas e interesses econômicos.

No Brasil, o levantamento foi feito pela ONG brasileira Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social e o resultado indicou alerta vermelho. Dos 50 veículos de comunicação analisados (mídia impressa, rádio, televisão e internet), e de maior audiência, 26 deles são controlados por apenas cinco grupos. O maior é o Grupo Globo, da família Marinho, que detém nove desses veículos, seguido pelo Grupo Bandeirantes com 5, a família Macedo com o Grupo Record e os veículos da Igreja Universal Reino de Deus (IURD) com 5, Grupo RBS com 4 e Grupo Folha com 3.  Segundo o estudo, a mídia brasileira de maior audiência é controlada, dirigida e editada, em sua maior parte, por uma elite econômica formada por homens brancos.

Além do monopólio, a pesquisa identificou a existência de veículos com interesses religiosos. Dos 50 veículos pesquisados, 9 são de propriedade de lideranças religiosas - todas cristãs - e, desses, 5 direcionam todo o seu conteúdo para a defesa dos valores de sua religiosidade específica. Além disso, pelo menos outros 6 veículos não são definidos como religiosos, mas apresentam conteúdo de denominações religiosas em suas páginas ou grades de programação.

Declaração de Juliana Paes

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Defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, sobre feminismos e direitos das mulheres.


“Eu defendo os direitos das mulheres, sobretudo o direito de viver sem violência. Esta é uma causa que eu tenho me dedicado publicamente há mais de um ano e meio, quando me voluntariei na ONU Mulheres e fui acolhida como Defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Precisamos falar de feminismos no plural, com diálogo e aprendizado. Este é um movimento por equidade, respeitando as conquistas das mulheres e colocando fim às desigualdades de gênero, raça e etnia. Estamos falando sobre feminismos e todas as suas frentes mais do que nunca. Desejo me somar ao debate de forma positiva, com respeito e franqueza. A visibilidade da minha profissão me proporciona certos desconfortos, como ser mal-interpretada e ter discursos descontextualizados. Acredito que todas temos contribuições a dar para que nós, mulheres, possamos ter os nossos direitos assegurados e decidir sobre a nossa própria vida. A independência tem sido um valor na minha trajetória e, nos últimos tempos, tenho me envolvido na ação coletiva em favor do fim da violência contra as mulheres. Homens e meninos precisam se somar. Mas o protagonismo continua a ser das mulheres. É isso o que eu tenho defendido quando liderei a campanha de contagem regressiva dos 10 anos da Lei Maria da Penha, eventos esportivos sem violência contra as mulheres, carnaval com respeito aos direitos das mulheres e, mais recentemente, nas campanhas do Dia Laranja por #EscolaSemMachismo, por educação com igualdade de gênero, e no Dia Internacional das Mulheres, quando me somei aos esforços da ONU Mulheres de construir um Planeta 50-50 por meio do empoderamento das mulheres. Finalmente, junto a minha voz com as vozes das minhas colegas da Globo na campanha #MexeuComUmaMexeuComTodas, impulsionada por mulheres de coragem. #ChegaDeAssédio. #UnaSePeloFimDaViolênciaDasMulheres”.


Defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil
Declaração de Juliana Paes, defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, sobre feminismos e direitos das mulheres/
Juliana Paes, na campanha #MeuNúmeroÉ180, no carnaval 2016.

Em, 05 de abril de 2017.

O suicídio da “classe média”

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Principal afetado nessa nova rodada de desmantelamento social será o que sobrou da “classe média”.

Por Maurilio Lima Botelho.
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Quase metade dos empregos no Brasil duram menos de um ano. Os brasileiros acima de 10 anos que recebem até 2 salários perfazem mais de dois terços da “população produtiva”. Cerca de 10% dos contratos de trabalho no Brasil são temporários (até 3 meses) e sua participação têm crescido nos últimos anos. Do total de brasileiros “empregados” – o que exclui 13 milhões de desempregados e quase 25 milhões de “trabalhadores por conta própria” –, 25% não tem carteira assinada. Entre os que têm contrato, mais de 20% já estão em empresas terceirizadas. Nas empresas terceirizadas, quase nenhum emprego ultrapassa dois anos. 


Esses números revelam que a baixa remuneração, a alta rotatividade e a precariedade já são uma realidade comum de boa parte dos brasileiros. A aprovação da terceirização irrestrita e a ampliação do tempo para os contratos temporários vai agravar ainda mais esse quadro, mas indica também que o principal afetado nessa nova rodada de desmantelamento social será o que sobrou da “classe média”.

Durante os anos de FHC, as camadas de renda média sofreram um achatamento em decorrência da estagnação econômica e do arrocho financeiro. Com os governos de Lula e Dilma, essas camadas sentiram-se preteridas diante das medidas de compensação social dirigidas aos mais pobres e da multiplicação das fortunas da elite. A famigerada “nova classe média” foi menos um processo de “ascensão”, como alardeado pelos ideólogos governistas, e mais uma mimese consumista em que os estratos inferiores emulavam o consumo dos setores médios tradicionais graças a uma pequena melhoria de renda, acesso ao crédito e endividamento. As últimas rodadas da crise mostraram como um lento processo que aparecia como uma mudança na estrutura social pôde ser rapidamente destruído quando a bolha do crédito explodiu.

Não foi um acaso que do ciclo de greves e difusas manifestações de 2012/2013, a “classe média” restou como única “base social” mobilizada contra o governo Dilma em 2014/2015. Uma parte dela composta por integrantes dos próprios serviços públicos – bastião ainda do emprego estável –, já que em 2012 ocorreu o maior conjunto de greves do funcionalismo federal. Sentindo os efeitos da crise, essa mobilização contra o governo Dilma foi embalada no discurso requentado da “ética do trabalho” e contra os programas de distribuição de renda e assistência social. Como disse um deputado do PMDB, o processo de impeachment representava o fim da “era do vagabundismo remunerado”. Até nas universidades foi possível ver o ódio de professores e estudantes de “boas famílias” diante da ampliação do acesso popular ao ensino superior, particularmente através das cotas.

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